Focos de intensidade, linhas de abertura, activação do mecanismo performance 1961-1979.

Focos de intensidade, linhas de abertura, activação do mecanismo performance 1961-1979. Às diaclases que se rasgam no corpo desse regime, a mais profunda nasce do compromisso colonial, em 1961. A partir de então, o equilíbrio incerto dos últimos anos do regime comporta um estado latente de revolução, expresso na capacidade de artistas e agentes culturais radicalizarem os limites impostos aos géneros e aos processos artísticos. Este atravessa as regiões de intensidade geradas da sobreposição dos dois planos, assumindo particular expressão nos anos em torno da Revolução de Abril. Este corresponde ao substracto alimentado pela mecânica do processo de expansão, traduzido nesta sobreposição, a partir de 1979, em linhas de abertura.

Palcos

05.04.2020 | por Verónica Metello

Desenhos de Guerra de Manoel Barbosa – um exorcismo dos fantasmas da guerra colonial

Desenhos de Guerra de Manoel Barbosa – um exorcismo dos fantasmas da guerra colonial  Na ida para Zemba, aos saltos dentro do camião de transporte de tropas que mal cabia na picada, a cabeça de Manoel Barbosa começou a projetar os seus “desenhos de guerra”. São constituídos por linhas geométricas que evocam movimentos pulsantes, aberturas e fechamentos, como obturadores de objetivas fotográficas ou, segundo o texto dos curadores, “máquinas de visão”. A ordenação das linhas varia entre geometrias verticais e masculinas, ou a suave sobreposição de uma vulva-paisagem, feixes de luz atravessados por fractais ou diamantes, em evocações possíveis de uma “terra de sangue”, fonte de emoções dilacerantes e difusas.

Vou lá visitar

28.03.2020 | por Carla Baptista

Alto nível baixo: Sentados em dinamite

Alto nível baixo: Sentados em dinamite Os desenhos de Manoel Barbosa e o cinema de invenção brasileiro - são “altas” respostas a tempos “baixos”. Por isso, revisitar os anos quentes da contracultura através destas produções deve arrastar um sentido crítico. Na verdade, o AI-5 “ainda não terminou de acabar” no Brasil; a guerra colonial só recentemente é um tema de estudo e debate em Portugal; a contracultura estetizou-se; e a despolitização das subjetividades acomodou-se dentro da economia neoliberal e do mundo globalizado.

Mukanda

28.03.2020 | por Marta Mestre