Particularmente emocionante é a passagem do depoimento de Justino Pinto de Andrade quando ele presta uma sentida homenagem aos seus companheiros de desterro, sem citar o nome de ninguém, que já depois da independência e na sequência dos acontecimentos do 27 de Maio de 1977 viriam a ser presos, torturados e mortos em condições extremamente violentas pelos seus próprios camaradas da luta anti-colonial.
Afroscreen
09.10.2025 | por Reginaldo Silva
No julgamento, apesar da tensão e das interrupções, muitas vezes claramente racistas, dos juízes, aproveitámos para explicar a razão pela qual defendíamos a independência de Angola e como as nossas vivências na colónia nos tinham conduzido a essa posição, aliás coincidente não apenas com a das Nações Unidas, mas até com as defendidas por Encíclicas papais. As acusações que me eram feitas, e que eram, a meu ver, ridículas – vou aliás lê-las – mereceram-me a pena de 20 meses de prisão, que me pareceu francamente desproporcionada, mas honrosa.
A ler
27.05.2025 | por Diana Andringa
Eu só tenho dois namoros: o ensino e a política. E não há separação. Mesmo quando já não puder fazer política ativa, vou estar atento à política. Porque a política faz parte da nossa vida. As pessoas esquecem-se disso. Nós todos somos uma consequência da política. E se nós não estamos na política, estamos alheios, então não nos podemos queixar. Se nós não participarmos de forma séria, engajada… eu agora participei nesta campanha eleitoral, fiz aquilo que pouca gente faz, que é romper com a matriz.
Cara a cara
19.05.2025 | por Elisa Scaraggi
Gentil vinha da China e tinha percebido que havia uma certa desmobilização por parte de alguns quadros do MPLA. E quando ele lança o “Movimento de Reajustamento”, ele é o homem do Reajustamento, ele mais o Gika, ele queria transformar aquele facto do Movimento de Reajustamento, num estímulo para a participação dos quadros na luta. Mas isso seria feito de forma faseada e cuidada. O Neto, do meu ponto de vista com “todos para o interior”, levaria a… Porque a PIDE sabia de tudo, de todas as rotas de passagens. E nós sabíamos.
Vou lá visitar
02.02.2025 | por Elisa Scaraggi
Mesmo hoje, faço parte da história. Continuo a agir em sociedade, politicamente, tanto como professor universitário, como cidadão, mas eu ajo, ajo. Estou preocupado com o futuro da humanidade, com o ambiente, com as novas questões, com os novos desafios da sociedade. Daí surgirem partidos políticos que já não são aqueles partidos clássicos, tipo o Partido Comunista português. Isso já está ultrapassado. Hoje temos outras forças políticas mais modernas, adequadas ao momento que se vive, à dinâmica da sociedade.
Cara a cara
07.01.2025 | por Elisa Scaraggi
Os presos do Tarrafal expressavam o curso da geografia da nossa luta. Também o papel dos meios urbanos na contestação ao colonialismo, a incorporação dos meios rurais no movimento guerrilheiro, e a minha geração de jovens que recusaram as “benesses” que o sistema colonial parecia oferecer.
Cara a cara
21.05.2020 | por Justino Pinto de Andrade