billy woodberry | realizador convidado I Cinemateca

Nascido em 1950, em Dallas, de onde se mudou para a Califórnia em finais dos anos 1960, e radicado em Lisboa onde vive e trabalha desde 2018, Billy Woodberry está em junho na Cinemateca como “realizador convidado” para mostrar a sua obra em contexto. Fá-lo a partir da constelação de filmes a apresentar e comentar com um núcleo de pessoas chamadas por afinidades com ele, com as obras, com os motivos trabalhados e os olhares subjacentes. Desde 2015, a “rubrica regular” de programação Realizador convidado apresentou programas de e com Pedro Costa, Nicola Rey, Mark Rappaport, Abi Feijó, Jean-Claude Rousseau, Edgardo Cozarinsky, Albert Serra, Adolfo Arrieta, Boris Lehman, Regina Guimarães & Saguenail.


No quadro acima resumido da edição de junho de 2025, propõem-se os seis filmes realizados por Billy Woodberry até à data, nos períodos norte-americano e português da sua filmografia de vertente, a princípio, mais ficcional, e na mais documental que assumiu a partir de 1980: as curtas-metragens THE POCKETBOOK, MARSEILLE APRÈS LA GUERRE, A STORY FROM AFRICA e as longas BLESS THEIR LITTLE HEARTS, AND WHEN I DIE, I WON’T STAY DEAD…, MÁRIO. Também as suas escolhas (um total de dezassete títulos e outros tantos cineastas) refletem uma visão do mundo, o conhecimento da História do cinema e um diálogo com o presente, o percurso como professor de fotografia e cinema e como cineasta, referências, inspirações ou influências, o trabalho com as imagens de arquivo a que tem dedicado o seu cinema nos últimos anos, num mergulho que cruza a história colonial portuguesa fundamentalmente a partir da reflexão em torno da ocupação colonial em Angola no início do século XX que configura A STORY FROM AFRICA. Billy Woodberry é, lembre-se, um fundador do movimento coletivo, intergeracional, de cineastas afro-americanos conhecido como L.A. Rebellion, formado na UCLA nas décadas de 1970-80, cujos filmes representaram vidas e comunidades afro-americanas, procurando a construção de um novo cinema negro e, de forma lata, revitalizando o cinema independente americano. O movimento surgiu em sintonia com a iniciativa da UCLA que, entre 1968 e 1973, incentivou a inscrição de estudantes negros, latinos, nativos americanos ou asiáticos, agregando, entre outros e além de Woodberry, Charles Burnett, Haile Gerima, Julie Dash, Jamaa Fanaka, Barbara McCullough, Larry Clark, Alile Sharon Larkin, Ben Caldwell, Zeinabu irene Davis. BLESS THEIR LITTLE HEARTS é um título nuclear desse movimento: com uma forte ligação a KILLER OF SHEEP, de Burnett, e à modernidade do cinema italiano e das cinematografias de Cuba, Brasil, Índia ou África, a primeira ficção de Woodberry é hoje reconhecida como uma obra essencial do cinema independente americano. AND WHEN I DIE, I WON’T STAY DEAD…, a caleidoscópica longa seguinte, retrata o poeta beat americano Bob Kaufman, enquanto a mais recente MÁRIO se centra no angolano Mário Pinto de Andrade e numa geração de combatentes africanos pela independência dos territórios sob domínio colonial português. A curta billy woodberry | realizador convidado junho 2025 cinemateca [3] MARSEILLE APRÈS LA GUERRE que, como depois A STORY FROM AFRICA, se compõe de imagens fotográficas, é um retrato coletivo dos trabalhadores do porto de Marselha e presta tributo ao cineasta e escritor senagalês Ousmane Sembène.

Entre 1989, Billy Woodberry tornou-se professor da CalArts School of Film/Video e da School of Art do California Institute of the Arts, marcando gerações sucessivas de alunos. Realizou o vídeo “The Architect, the Ants, and the Bees” para a instalação multimédia “Facing the Music” (2004) à volta da construção do Walt Disney Concert Hall desenhado por Frank Gehry para a baixa de Los Angeles. Da sua filmografia constam ainda a participação como ator em WHEN IT RAINS de Charles Burnett (1995) e narrador de RED HOLLYWOOD de Thom Andersen e FOUR CORNERS de James Benning (1998). O seu cinema tem uma vibração de franca intensidade, distinguindo-se, nos últimos trabalhos, por uma rara capacidade de articulação de materiais, trabalho com os arquivos, fluidez, rigor de montagem, em linha com o ritmo musical dos primeiros filmes. O programa reúne filmes cronologicamente produzidos entre 1929 (o raro VOYAGE EN ANGOLA, de Marcel Borle) e 2024 (MÁRIO), de autores como Chaplin e Ford, Helen Levitt, Janice Loeb, James Agee, Sidney Meyers, Manfred Kirchheimer, Satyajit Ray, Ermanno Olmi, Emile De Antonio, Santiago Álvarez, Octavio Cortazar, Pastor Vega, Chris Marker, Nelson Pereira dos Santos e Eduardo Coutinho ou Mila Turajlic. É uma proposta de tangentes e, nos quatro sábados do mês, as sessões sugerem “double bills” com os filmes de Billy Woodberry em rima direta com outros da sua escolha.

O programa é organizado em diálogo estreito com Billy Woodberry e conta com o apoio inestimável de Andy Rector. A acompanhar as sessões estão Filipa Vicente, José Manuel Costa, José Oliveira, Lúcia Prancha, Maria do Carmo Piçarra, Nuno Lisboa, Olivier Hadouchi, Rita Rato, Ruth Wilson Gilmore, Sílvia das Fadas, além de Joana Ascensão, Luís Mendonça, Luís Miguel Oliveira e Maria João Madeira. Será publicado um livro, em edição bilingue (português e inglês), a lançar posteriormente em data próxima.

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02.06.2025 | par martalanca | billy woodberry

Uma exposição transcultural em diálogo entre a Europa e Macau

As Espantosas e Curiosas Viagens de Cheong Kin Man, Marta Stanisława Sala e Deborah Uhde 
Museu do Centro Científico e Cultural de Macau - CCCM, Lisboa
6 de Junho – 6 de Julho de 2025
Inauguração: 5 de Junho de 2025, 17h
Artistas apresentados: Cheong Kin Man, Marta Stanisława Sala e Deborah Uhde
Curadoria: Lorena Tabares Salamanca
A partir do dia 5 de Junho de 2025, o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) em Lisboa acolhe esta mostra mostra que combina arte e antropologia visua,l para explorar os complexos intercâmbios históricos e culturais entre a Europa e Macau.
A inauguração, a ser presidida pela Presidente do CCCM, Prof.ª Doutora Carmen Mendes, terá lugar às 17h, no mesmo dia, na sala de exposições temporárias do CCCM, seguida de uma visita guiada ao público pelos artistas.
“Trata-se de uma exposição que aborda, de forma imersiva e multissensorial, os caminhos entrelaçados entre a Europa e duas antigas colónias europeias na China, criando pontos de convergência que unem significados distantes em um diálogo constante”, destaca a curadora de arte da exposição, Lorena Tabares Salamanca (Colômbia).
A dupla formada por Marta Stanisława Sala (Polónia) e Cheong Kin Man (Macau), juntamente com Deborah Uhde (Alemanha), três artistas residentes em Berlim, faz uma recriação artística de arquivos pessoais e de acervos históricos, de vertentes práticas, linguísticas e sociais.
Neste conjunto de trabalhos artísticos e antropológicos, a autoetnografia artística e as escritas intermediais, baseadas numa experiência da aprendizagem de línguas do mundo, crónicas de viagem das figuras históricas como Miguel Boym ou do Conde Benyowsky, tratados de história natural e textos epistolares, dialogam com narrativas documentais, tornando visíveis histórias e temporalidades alternativas.
A obra da dupla revisita as histórias migratórias familiares, tanto polacas como macaenses, que se cruzam em Berlim. Neste espaço de transfigurações artísticas, os gestos linguísticos, objetos híbridos e saberes em trânsito, entre passado e presente, interagem com tecnologias emergentes, incluindo a inteligência artificial que reimaginam aspetos cosmológicos, filosóficos e oraculares.
Cheong Kin Man e Marta Sala propõem um universo paralelo numa língua inventada, com centenas de ideogramas fictícios. A dupla apresenta várias peças têxteis, de técnicas mistas e audiovisuais, entre as quais se destacam: “Apocalipses” (2023-2025), “A Bússola da Utopia” (2024-2025) e o arquivo de entrevistas da Diáspora Macaense de Cheong Kin Man (2008-2009).
Por sua vez, Deborah Uhde ativa artefatos históricos por meio de intervenções artísticas e cria uma arqueologia crítica do conhecimento entre processos digitais e analógicos através das obras: “Fatias Brancas Pontos Cegos” (2024), “Atlas de Malabarismos Mentais” (2016-em-processo), “Cromosferas” (2025) e “Corpoteca” (2013).
O título da iniciativa, “As Espantosas e Curiosas Viagens”, tem a sua origem na inscrição inicial da tradução alemã histórica de 1671 da obra “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto — um dos títulos mais relevantes da literatura de viagens e destacado no mundo lusófono.
É dada a esta exposição o mesmo nome da apresentada por Cheong kin Man e Marta Sala na Kunstraum (Galeria) do Instituto Confúcio de Nuremberga e com o patrocínio da Fundação Oriente, em 2024, tendo em conta, desta vez, que o evento tem como objetivo contribuir para um diálogo coletivo com as coleções e investigações promovidas pelo CCCM.

Instituto Cultural da Região Administrativa Especial de MacauInstituto Cultural da Região Administrativa Especial de Macau
A mostra “As Espantosas e Curiosas Viagens” conta com o alto patrocínio das Embaixadas da Colômbia e da Polónia em Lisboa e tem apoio do o Ministério da Cultura e Património Nacional e do Instituto Adam Mickiewicz da Polónia, Fundação Oriente, Câmara Municipal de Cracóvia, Goethe-Institut Portugal e Instituto Boym da Polónia.
O CCCM, sob a tutela do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, tem por missão produzir, promover e divulgar conhecimento sobre Macau e é um centro de investigação científica entre Portugal e a República Popular da China, assim como entre a Europa e a Ásia.
Programa paralelo:
Conversas com artistas e apresentação dos livros de artistas “Apocalipses” da dupla Marta Stanisława Sala e Cheong Kin Man e “Pontos Cegos em Fatias Brancas” de Deborah Uhde, na Biblioteca do Goethe-Institut Lisboa, no dia 6 de Junho de 2025, às 18h.
Lorena Tabares Salamanca (Colômbia) é a curadora da exposição. A sua abordagem curatorial interdisciplinar explora o corpo, a performatividade e o arquivo, frequentemente incorporando ficção e processos participativos para abordar temas de memória, identidade e mudança social, com particular enfoque no contexto da América Latina e as suas convergências planetárias.
Cheong Kin Man (Macau) e Marta Sala (Polónia) são uma dupla de artistas residentes em Berlim. Combinam auto-etnografia, arte têxtil e instalações multimédia com a desconstrução etimológica e a aprendizagem das línguas do mundo para explorar e reinterpretar a migração, a diáspora e a memória pós-colonial através de narrativas transdisciplinares.
Deborah Uhde (Alemanha) investiga criticamente as interseções da história colonial, arqueologia dos media, imagens geradas por IA e memória pessoal, através de instalações híbridas, intervenções em arquivos e recontextualizações poéticas, que desafiam os sistemas dominantes de representação visual e cultural.
Com o apoio de:

Embaixada da Colômbia em Portugal (patrocínio honorário)
Embaixada da Polónia em Portugal (patrocínio honorário)
Ministério da Cultura e Património Nacional da Polónia (apoio financeiro a Marta Sala)
Instituto Adam Mickiewicz da Polónia (apoio financeiro a Marta Sala)
Fundação Oriente (apoio financeiro para reedição de um livro de artistas de Cheong Kin Man e Marta Sala)
Câmara Municipal de Cracóvia (parceria institucional e patrocínio mediático)
Goethe-Institut Portugal (parceria institucional)
Instituto Boym (patrocínio mediático)

02.06.2025 | par martalanca | Cheong Kin Man, macau, Marta Sala

Matriz Têxtil Insular

Gestão da Soberania comunitária e o desenho de novos futuros.

Centro Agroecológico do Madeiral (CAM)
4 de Junho de 2025 (quarta-feira)
16h

A Neve Insular e a Oficina de Utopias têm o prazer de convidar para a apresentação pública da “Matriz Têxtil Insular – Gestão da Soberania comunitária e o desenho de novos futuros”, um projecto de fôlego trienal que articula práticas agroflorestais, educativas e artísticas para afirmar uma soberania em arte & design têxtil de base identitária artesanal em Cabo Verde.

Este momento marca o lançamento oficial de um novo ciclo de criação, onde a matéria — a terra, o algodão e as mãos — dá forma ao imaginado, inaugurando uma nova identidade enraizada no compromisso com as comunidades e com o futuro do património têxtil das ilhas.

Sustentado pela trajectória do colectivo artístico Neve Insular, o projecto Matriz Têxtil Insular propõe revitalizar o ciclo do algodão, a partir da comunidade do Vale do Calhau e Madeiral, na ilha de São Vicente, Cabo Verde e posicionar o Pano d’Obra como linguagem contemporânea com raízes ancestrais na geografia Pan-Atlântica África, América e Europa.

Na sessão de apresentação estarão presentes:

 
 

Drª. Odete Ferreira e Serra, Adida para a Cooperação Portuguesa, em representação do Instituto Camões (financiador do projecto);

- Ângelo Lopescoordenador do projecto Matriz Têxtil Insular, da Oficina de Utopias;

- Vanessa Monteiroprodutora executiva da Vanessa Monteiro Design e Rita Rainho, investigadora do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS/FBAUP) - ambas coautoras do colectivo Neve Insular;

- Ederley da Graça Rodriguescoordenador agroecológico presidente da Associação Agropecuária do Madeiral e Calhau (AAPCM).

 
 

Durante o encontro será apresentado o projecto, assim como o plano estratégico trienal, delineando as próximas etapas de ação e colaboração. A sessão prolonga-se num ambiente informal de partilha e diálogo em torno do ciclo de algodão e o dos primeiros gestos do futuro colectivo que este projecto propõe.

Contamos consigo para este início de caminho.

 
 
 
 
 

Pede-se confirmação de presença para o email mti.neveinsular@gmail.com até 2 de Junho. Se necessitar de transporte, por favor, deixe essa indicação.


CONTACTOS LOCAIS

Ângelo Lopes - 9814488
Vanessa Monteiro - 5897958

29.05.2025 | par martalanca | Matriz Têxtil Insular

SONS DAS INDEPENDÊNCIAS

Angola | Cabo Verde | Guiné-Bissau | Moçambique | São Tomé e Príncipe ciclo de palestras online  Marco Roque Freitas, investigador integrado do INET-md e Professor Auxiliar Convidado do Departamento de Ciências Musicais na NOVA FCSH, onde é responsável pela unidade curricular “Música e estudos pós-coloniais”, organiza este verão um ciclo de palestras sobre o 50.º aniversário das independências de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. O ciclo é de entrada livre e conta cinco sessões, cada uma dedicada a um contexto nacional, ao cuidado de um leque de especialistas.   Todas as segundas-feiras, de 16 de junho a 14 de julho | Online -

Entrada Livre | Programa completo
LISBOA | LUANDA: 16-18h
PRAIA: 14-16h
BISSAU | SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE: 15-17h
MAPUTO: 17-19h Sala zoom:  https://videoconf-colibri.zoom.us/j/87623177170  Programa completo (disponível em .pdf): 16 junho | As construções sonoras de Angola no pós-independência
André Castro Soares | CRIA / Iscte-IUL 23 junho | Sons da resistência: Música, anticolonialismo e memória sonora
Inês Nascimento Rodrigues | CES - UC 30 junho | São Tomé e Príncipe: Sons das ilhas 
Magdalena B. Chambel | CH-ULisboa 07 julho | Das cantigas de “mandjuandadi” à música de intervenção: Percursos e trajetórias da produção musical na Guiné-Bissau
Miguel Barros | CESAC - Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral 14 julho | A construção sonora de Moçambique: Política cultural, radiodifusão e indústrias da música no processo de formação da naçãoMarco Roque de Freitas | INET-md / NOVA FCSH  

29.05.2025 | par martalanca | sons das independências

ARQUIVO COLECTIVO DA TERRA VERMELHA

Espetáculo sobre o papel das colectividades no tempo da ditadura, vai estrear no Barreiro

“Arquivo Colectivo da Terra Vermelha”, é uma peça de teatro que vai estrear no próximo dia 30 de maio, na Sociedade de Instrução e Recreio Os Penicheiros, no Barreiro.

Através da história de um homem simples, põe em evidência o papel das colectividades de cultura e recreio no tempo da ditadura.

O espetáculo é uma criação de Isabel Mões e estará em cena dias 30, 31 de maio, 1, 6, 7 e 8 de junho de 2025.


“Arquivo Colectivo da Terra Vermelha”, é uma peça de teatro construída tendo como base a memória documental presente no arquivo da Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense Os Penicheiros, colectividade que tem mais de 150 anos. Mas também com material de alguns documentos do Arquivo da Torre do Tombo, da Câmara Municipal do Barreiro (arquivo de pedidos confidenciais), do Cineclube do Barreiro, do arquivo do Futebol Clube Barreirense e, ainda, com recolha oral de histórias diversas. 

Tudo se desenrola em torno da personagem de Arnaldo, passando por acontecimentos importantes da colectividade e da cidade do Barreiro — aqui denominada “Terra Vermelha” —, como a resistência ao fascismo, as greves e o movimento operário. 

A ação acompanha a vida desse homem desde jovem, em 1965, altura em que veio do Alentejo para fazer provas de futebol no grande clube da altura, o Barreirense. Acaba a trabalhar na colectividade Os Penicheiros, na secretaria, onde ficará como responsável pelas actas e gestão de sócios. É aqui que Arnaldo adquire o gosto pela leitura e toma contacto com os sócios, sobretudo, ferroviários e corticeiros. Fica então a conhecer as histórias de quem quer imigrar, de quem desenvolve em surdina encontros políticos ou culturais, de quem é procurado pela polícia. Há um livro que perpassa toda a história, o livro “pássaro”, A Mãe, de Gorki, escondido em casa do pai e que acompanha, mais tarde Arnaldo, na tomada de consciência política que desenvolve na Terra Vermelha.

A interpretação está a cargo de Carla Carreiro Mendes e João Ferrador e, com Céu Jesus, Elsa Coelho, Luís Miguel Nunes, Miguel Nunes e Patrícia Mealha.

Esta peça é uma criação de Isabel Mões que, tal como neste caso, através do seu trabalho de dramaturgia, escrita e encenação tem criado espectáculos de teatro e projectos visuais e sonoros de forte carácter activista, sustentados na memória pessoal e colectiva e na observação social e política da sociedade. Um dos seus trabalhos mais recentes foi “Eu Vim de Longe”, uma série de quatro documentários sonoros em torno dos estrangeiros que estiveram em Portugal durante o PREC.

“Arquivo Colectivo da Terra Vermelha” estará em cena na SIRB Os Penicheiros, dias 30, 31 de maio e 1, 6, 7 e 8 de junho, sextas e sábados às 21h30 e domingos às 16h. No dia 1 de junho o espectáculo terá interpretação em Língua Gestual Portuguesa. 

Os bilhetes custam 8€ e estão à venda na BOL e na bilheteira no local. 

Os contactos para reservas são: Tel.: 964 323 434 | e-mail: prodisabelmoes@gmail.com

@José Frade@José Frade

29.05.2025 | par martalanca | arquivo, ditadura, teatro

Filme Praia Formosa, realizado por Julia De Simone

Anunciamos a estreia nacional do filme Praia Formosa, realizado por Julia De Simone, que chegará às salas portuguesas a 29 de Maio. No elenco, o filme conta com Lucília Raimundo, Maria D’Aires, Samira Carvalho e Mãe Celina de Xangô.
Praia Formosa mostra-nos a viagem de Muanza, uma mulher trazida do Reino do Congo contra a sua vontade, para o trabalho escravo no Brasil colonial. Muanza desperta em pleno Rio de Janeiro nos dias de hoje, presa no mesmo casarão onde viveu em cativeiro. E reencontra na casa, agora abandonada e em ruínas, outra personagem espectral: Catarina, mulher branca e portuguesa.
Enquanto busca formas de se libertar, assalta-a o seu maior desejo: reencontrar Kieza, sua amiga e irmã. Quando consegue finalmente sair do casarão, Muanza lança-se na cidade contemporânea e depara-se com um Rio de Janeiro revestido de reformas urbanas e apagamentos históricos.
“O filme surge de um desejo de investigação sobre o lugar onde nasci e cresci, uma busca por entender a cidade para além de sua imagem turística vendida como produto de exportação”, conta a realizadora Julia De Simone na sua nota de intenções. “Era preciso olhar para aquilo que a cidade tenta insistentemente esconder, as suas feridas e complexidades que são objectos de apagamentos constantes.”
Esta é uma coprodução luso-brasileira que resulta do encontro entre a produtora Anavilhana, Mirada Filmes e Uma Pedra no Sapato.
Praia Formosa estreará nas salas de todo o país a 29 de Maio. Acompanhe as redes sociais e o site de Uma Pedra no Sapato para mais informações.


SINOPSE

Muanza, uma mulher natural do Reino do Congo, foi traficada para o Brasil em meados do século XIX. Ao despertar nos dias de hoje, Muanza depara-se com um Rio de Janeiro de tempo espiral, onde figuras do passado e do presente são parte da busca pelas suas origens. Nessa fusão temporal, o filme testemunha a vida que emerge dos espaços da cidade, os gestos de resistência frente à desterritorialização forçada e os afectos que sustentam as relações de irmandade.

27.05.2025 | par martalanca | Julia De Simone

Banda Monte Cara

O espectáculo Banda Monte Cara evoca a memória e a herança do icónico e prestigiado Clube Monte Cara que, em 1976, se instalou na Rua do Sol ao Rato e se tornou num dos principais epicentros da cultura africana em Lisboa, com a influência de Cabo Verde. Idealizado e gerido por Bana, ou Adriano Gonçalves, nome incontornável da música deste país, que tornou este espaço num verdadeiro trend setter da modernidade musical de Cabo Verde e cuja influencia se reflecte até aos dias de hoje. No seu palco foram lançados Armando Tito, Paulino Vieira, Toy Vieira, Celina Pereira, Fantcha, Tito entre muitos outros artistas marcantes. As já famosas noites Monte Cara realizam-se desde 2021, com a banda Monte Cara e convidados. No prόximo dia 30 de Maio, vai acontecer mais uma noite especial no Clube B.Leza, com a Banda Monte Cara, a que se juntam os músicos Zé Antόnio, Nando Andrade, Nanuto, Renato Chantre e o cantor Mário Marta. Temos ainda o prazer de anunciar a participação do musico Nirr Paris e dos cantores convidados Lucibela Freitas e Calú Moreira. 

Esta Banda Monte Cara é uma formação de músicos que tocaram no Monte Cara, concebida por Alcides Nascimento, a que se juntam elementos da nova geração. Os cantores convidados interpretam temas tocados naquele Clube entre 1976 e 1991. São composições de Dionísio Maio, Paulino Vieira, Manuel de Novas, Pedro Rodrigues, entre outros. O espectáculo que apresentamos será, como habitual, um momento de grande qualidade musical, recheado de alegria, festividade e empatia com o público. Ou não fossem eles quem, desde os anos 70, têm posto Portugal, e não só, a dançar. 


27.05.2025 | par martalanca | Clube B.Leza, Monte Cara

International Conference: Rethinking (Post)Colonial Memory – June 3, 2025

In a time marked by profound crises—be they political, environmental, or humanitarian—how should we rethink colonial memory? What role does the enduring legacy of imperial violence play in shaping our present? And how can academic scholarship meaningfully respond to this intensifying moment of rupture?

This conference explores how colonial histories continue to remain deeply embedded in the structures of today’s crises, shaping geopolitical conflicts, patterns of violence, systemic inequalities, and struggles for justice. It aims to critically engage with the intersections of colonial memory and historical narratives in relation to the pressing political and ethical dilemmas of our time. By addressing the politics of history, the conference also seeks to explore how colonial memory functions as a contested space for reparative justice and a potential force for social transformation.

Key themes include:

  • How contemporary wars and geopolitical conflicts revive and reshape colonial narratives?

  • The role of memory and historical responsibility in today’s political polarization

  • Decolonization in the face of climate crisis and environmental destruction

  • The place of reparative justice in an era of democratic erosion and global inequality

  • How can memory become an active force for justice in times of global crisis?

27.05.2025 | par martalanca | (Post)Colonial Memory

Reparations Baby!

Reparations Baby!, a mais recente criação de Marco Mendonça, tem estreia marcada para dia 7 de junho, sábado, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra. O espetáculo, uma produção do Teatro Nacional D. Maria II, será depois apresentado no Theatro Gil Vicente, em Barcelos, a 14 de junho, na Casa da Cultura, em Ílhavo, a 21 de junho, e no Teatro Variedades, em Lisboa, de 9 a 27 de julho.

Reparations Baby! é um novo concurso de televisão que pretende revolucionar o prime time português, com segmentos de teoria antirracista, cultura pop luso-africana e trivia colonial. Três concorrentes adivinham as perguntas para as respostas que aparecem num placard luminoso, um pouco ao estilo de Jeopardy!, mas para um público mais abrangente. E por mais abrangente, entenda-se menos branco, pois trata-se do primeiro game show português em que apenas participam concorrentes negros. A polémica instalou-se assim que o programa foi anunciado, mas os milhões de lembretes de gravação nas boxes da lusofonia fazem antever um sucesso de audiência.

Ana Tang, Bernardo de Lacerda, Danilo da Matta, June João, Márcia Mendonça, Stela e Vera Cruz colocam em cena este novo concurso televisivo, num espetáculo com texto e direção de Marco Mendonça e participação especial de Cláudio Castro, David Esteves, José Neves e Pedro Gil.

Reparations Baby ©foto Pedro Macedo - Framed Photos • composição gráfica Vinicius BatistaReparations Baby ©foto Pedro Macedo - Framed Photos • composição gráfica Vinicius Batista

Reparations Baby! é uma experiência sobre a perceção, o privilégio e a performance. (…) Entre o bastidor caótico de uma produção televisiva e a tensão competitiva de um jogo em direto, explora-se a hipocrisia das agendas políticas. Compensam-se traumas ancestrais com brindes simbólicos, apelando para o fim da negação do racismo, mas, no fundo, sabemos que a reparação exige muito mais do que isso.”, refere Marco Mendonça.

Depois da estreia no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, a 7 de junho, e de uma passagem por Barcelos e Ílhavo, Reparations Baby! estará uma temporada em cena em Lisboa, de 9 a 27 de julho, no Teatro Variedades, no Parque Mayer, no âmbito da parceria entre este espaço cultural e o Teatro Nacional D. Maria II. A sessão de 18 de julho contará com Audiodescrição, para pessoas com deficiência visual, e a sessão de 20 de julho terá Audiodescrição e também Língua Gestual Portuguesa, para pessoas Surdas.

26.05.2025 | par martalanca | Reparações, teatro

Curtas de Luanda

2ª feira, 26 de maio, na Casa da Achada, a partir das 15h30 terá lugar uma sessão de exibição de curtas-metragens filmadas em Luanda e sobre a cidade de Luanda, realizadas em diversos contextos colaborativos.

24.05.2025 | par martalanca | curtas-metragens

Filósofo Malcom Ferdinand vem ao Porto discutir ligação entre luta ecológica e antirracista

No próximo dia 29 de maio, às 19h00, a Galeria Municipal do Porto promove uma conferência com o engenheiro ambiental e filósofo martinicano Malcom Ferdinand, moderada pela curadora e investigadora Thais de Meneses. O evento terá lugar no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett e a entrada é gratuita.

Destinado a artistas visuais da cidade do Porto, a iniciativa pretende promover a criação e exposição de trabalho artístico em contexto internacional, através de parcerias para residências realizadas com instituições de acolhimento em diferentes cidades e atribuídas por concurso.

Com base numa investigação empírica e teórica, a partir das Caraíbas, Malcom Ferdinand escreveu “Uma ecologia decolonial – Pensar a partir do mundo caribenho”, trabalho que, em 2019, recebeu Prix du Livre da Fondation de l’Écologie Politique (França).

Abordando uma dupla fratura – a fratura ambiental impulsionada por uma civilização tecnocrática e capitalista que levou à devastação contínua dos ecossistemas da Terra e a fratura instalada pela colonização e pelo imperialismo ocidental que resultou na escravatura racial, na dominação de povos indígenas e de mulheres, em particular –, Malcom Ferdinand desenvolve o conceito “ecologia decolonial” no qual associa a proteção do ambiente às lutas políticas, contra a dominação (pós)colonial, o racismo estrutural e as práticas misóginas.

Será a partir deste conceito e do seu trabalho que Malcom Ferdinand fará a sua intervenção nesta conferência, que integra o programa público da exposição “Profundidade de Campo”, de Mónica de Miranda, patente na Galeria Municipal do Porto. A sessão será conduzida em inglês com tradução simultânea para português.

Mais informações em www.galeriamunicipaldoporto.pt ou através dos contactos indicados abaixo. 

 Malcom Ferdinand Malcom Ferdinand

 

 

20.05.2025 | par martalanca | Malcom Ferdinand

Métodos Criativos: Narrativa Gráfica para as Ciências Sociais

Organizada porJussara Rowland e Júlia Barata, esta escola de métodos criativos tem como principal objetivo explorar, de forma prática, o potencial da narrativa gráfica como ferramenta metodológica e comunicativa nas Ciências Sociais. Através da integração entre teoria e experimentação, o curso investiga as possibilidades da banda desenhada e da ilustração na produção e disseminação do conhecimento científico, promovendo novas formas de expressão e análise visual.

Local: Online Data: 16/06/2025 a 30/06/2025 Horário: 18:00 - 21:00

Objetivos:
• Explorar a narrativa gráfica como ferramenta metodológica para a investigação em Ciências Sociais.
• Desenvolver competências reflexivas e criativas através da experimentação prática com a narrativa gráfica.
• Familiarizar os participantes com conceitos e técnicas fundamentais da banda desenhada, como guião, story-board, composição visual e ritmo narrativo.
• Incentivar a exploração de diferentes abordagens da narrativa gráfica, desde a autorreflexão até a documentação social, memória e ficção especulativa.
• Abordar as possibilidades comunicativas da banda desenhada na produção e divulgação do conhecimento científico.
• Estimular a experimentação e a compreensão sobre o contributo do registo gráfico e narrativo para a análise dos fenómenos sociais.

Metodologia:
O curso combina uma abordagem teórico-prática, com:
• Discussão de conceitos e exemplos de narrativas gráficas aplicadas às Ciências Sociais.
• Oficina Prática, conduzida pela artista Júlia Barata, que inclui tanto uma dimensão teórica sobre os fundamentos da narrativa gráfica como exercícios de criação gráfica.

A Oficina Prática foi concebida como um espaço de estudo, análise e experimentação livre sobre narrativa gráfica. Estruturada em torno de uma abordagem prática, combina uma componente teórica – com apresentação de exemplos de obras e análise de ferramentas da banda desenhada – e uma componente aplicada, onde os participantes desenvolverão relatos gráficos com diferentes abordagens e condicionantes.
Os exercícios práticos requerem materiais simples, facilmente acessíveis, que os participantes podem obter em casa: papel A4 80-100g, lápis, caneta preta ponta fina preta (tipo uniball), lápis e marcadores de cor; borracha, afia-lápis; imagens para recortar, tesoura e cola para os trabalhos de colagem.
Não é necessário ter conhecimentos prévios de desenho ou banda desenhada.

ver aqui

15.05.2025 | par martalanca | ciencias sociais, Narrativa Gráfica

Antologia Espíritos Quânticos, Volume 3:

Chamada para publicação de autores portugueses 

Ficção Especulativa Moçambique - Portugal 

O Diário de Uma Qawwi é um blog literário moçambicano criado em 2018 e registado em 2021 como editora independente. Desde a sua criação, o blog tem se dedicado a apoiar o desenvolvimento de novas formas de produção literária, com especial ênfase na ficção especulativa. A antologia Espíritos Quânticos nasceu com o intuito de mostrar que o continente africano também é lugar de futuros imaginados, mundos fantásticos, tecnologias avançadas, sociedades utópicas e distópicas, com narrativas contadas a partir de uma linguagem e identidade cultural próprias. A antologia conta até o momento com dois volumes e perto de quarenta e cinco nomes da literatura africana, incluindo Carlos dos Santos, Déborah Cardoso Ribas, Lucílio Manjate, José Luís Mendonça, Nick Wood, Mélio Tinga, Mia Couto, Vera Duarte, Wole Talabi e Zukiswa Wanner. 

Entretanto, desde a sua origem, também era ambição deste projecto, expandir-se para além do continente africano. Acreditamos que a língua portuguesa é um território fértil para este género e, finalmente temos a oportunidade de concretizar esta aspiração. Espíritos Quânticos Volume 3: Ficção Especulativa Moçambique - Portugal, pretende unir vozes de autores destes dois países, criando um diálogo intercontinental que enriqueça este género literário. 

Neste contexto, o Diário de Uma Qawwi convida a qualquer escritor/a português/a interessado/a, com ou sem obra publicada, a submeter um conto para este projecto, desde que escreva (ou seja traduzido) para a língua portuguesa. Nesta chamada serão seleccionados entre quatro (4) a seis (6) autores/as portugueses/as, os quais irão juntar-se a outros autores moçambicanos contemplados nesta iniciativa. 

Termos e condições desta chamada: 

  1. Os contos submetidos devem ser inéditos, em formato word, com o máximo de 10 (dez) páginas, em A4, Times New Roman 12, espaço 1.5. 
  1. Os contos podem ser escritos em qualquer gênero ou subgénero literário, desde que contenham elementos da ficção especulativa, podendo incluir ou misturar, não se limitando, os géneros da fantasia, ficção científica, terror sobrenatural, história alternativa, afrofuturismo, utopias e distopias, cyberpunk, black-tech, entre outros. 
  1. Os autores poderão submeter o seu texto a partir do dia 1 de Maio até o dia 30 de Julho de 2025, preenchendo o formulário e os dados indicados no link 

A análise das submissões será conduzida por uma equipa do Diário de uma Qawwi e os autores seleccionados serão contactados por email até o dia 15 de Agosto de 2025. O resultado da seleçcão será igualmente divulgado no blog do Diário de uma Qawwi. 

  1. A antologia será publicada pelo Diário de uma Qawwi e comercializada em Moçambique e em Portugal. 
  1. Cada autor seleccionado terá direito a um honorário simbólico correspondente a 12 euros e a um exemplar grátis da antologia. Os exemplares poderão ser levantados pelos autores nos locais em Moçambique e em Portugal, a serem indicados aquando do lançamento da antologia, previsto para o ano de 2026. 
  1. Para quaisquer dúvidas, entre em contacto através do email diariodeumaqawwi@gmail.com. 

Aceda ao formulário de candidaturas pelo no link.  

Virgília Ferrão 

13.05.2025 | par martalanca | Moçambique, Virgilia Ferrão

UrbanoScenes // Evento Final do Projeto (Imaginar Luanda, Reimaginar o Urbano)

Link para o Facebook: 

Com o fecho do ciclo de atividades do projeto UrbanoScenes: Imaginários Pós-Coloniais da Urbanização, em Julho de 2025, a equipa do projecto propõe um evento aberto ao público para pensar e discutir colectivamente imaginários urbanos, partindo do exemplo de Luanda.*15h30* Projecção de curtas-metragens sobre Luanda (PT)Começamos o encontro com a exibição de um conjunto de curtas-metragens realizadas em (e sobre) a cidade de Luanda, desenvolvidas através de diversos workshops e metodologias participativas – incluindo o workshop “Imaginários Urbanos e Criação Audiovisual”, organizado pelo projecto UrbanoScenes em Luanda, em Janeiro de 2025 (em parceria com a associação Musseke Smart e com o Centro Cultural Português em Luanda).

À exibição das curtas-metragens seguir-se-á uma conversa com o artista e realizador português António-Pedro, com a cineasta moçambicana Lara de Sousa, e com os co-criadores das curtas em exibição (através do Zoom).A exibição e a discussão decorrerão em Português, com legendagem em Inglês para os filmes apresentados.*18h00* Mesa-redonda: “Urban Imaginaries” (EN)Às 18h, decorre ainda a mesa-redonda “Urban Imaginaries”, com Ramon Sarró (ICS-ULisboa), Alberto Vanolo (Universidade de Turim), Gaia Giuliani (CES-UC) e Chloé Buire (CNRS).

Esta mesa-redonda propõe-se a explorar algumas questões centrais em torno das cidades de Lisboa e de Luanda, com particular atenção a transformações urbanísticas recentes em ambas as cidades, às conexões históricas instituídas (e impostas) entre ambas pela longa história do colonialismo português, e a como estas respectivamente se situam dentro de disputas, projectos, narrativas, e fantasias correntes quanto ao espaço urbano, que impactam o seu posicionamento num palco global.Como podemos (re)pensar a vivência quotidiana no espaço urbano? Como é que relações de (neo-)colonialidade continuam a influir sobre configuração do espaço urbano nas cidades de Lisboa e de Luanda? Qual o papel das artes e de práticas culturais diversas na continua rearticulação de modos possíveis de vida, convívio, e mesmo de sobrevivência através de ambos os contextos?

E que outros modos de habitar a cidade surgem quando sondamos as particularidades de cada contexto – seja a partir de realidades materiais concretas, ou através do trabalho especulativo e imaginativo que potencia a criação contínua de outros mundos, outras cidades, e outros modelos de urbanidade?A mesa-redonda decorrerá em inglês, com a possibilidade de tradução de questões realizadas em português, e moderação por Andrea Pavoni (DINÂMIA’CET-ISCTE) e Salomé Honório (ICS-UL).

Um evento organizado por Simone Tulumello, Andrea Pavoni, Lavínia Pereira, Pedro Neto, Inês Ponte, e Salomé Honório, como parte do projecto UrbanoScenes: Imaginários Pós-Coloniais de Urbanização em Investigação Prospetiva. Portugal e Angola (PTDC/GES-URB/1053/2021), com o apoio da FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia.


13.05.2025 | par martalanca | Luanda, UrbanoScenes

NOTA DE ESCLARECIMENTO Delegação da ALMA-CV/KV em Portugal

Na qualidade de membro da Delegação da ALMA-CV/KV em Portugal, e na sequência da notícia publicada por este órgão de comunicação social, venho por este meio prestar o seguinte esclarecimento:

não tendo sido possível participar na assembleia-geral convocada para dia 05 de Abril de 2025, e tendo justificado atempadamente a ausência junto à Mesa da AG, foi com surpresa que tomei conhecimento da “Moção sobre o Manual de Língua e Cultura Cabo-Verdiana” aprovada nessa reunião, e que não constava da Ordem de Trabalhos da mesma.

Assim sendo, recorro ao direito de resposta que me assiste para declarar publicamente a minha não-concordância com o seu teor, e em particular com os pontos 2, 3, 4, 5 e 6 nela referidos, com os quais estou em total discordância, e que por conseguinte, repudio. 

Lamentavelmente, a referida Moção foi divulgada junto aos órgãos de comunicação social e a organismos de Estado, antes de ser dada a conhecer aos diversos membros da delegação da ALMA-CV/KV em Portugal que não puderam participar na AG do dia 05 de Abril de 2025, constituindo estes a sua maioria.

Outrossim, foram identificadas irregularidades na realização da referida assembleia, que serão oportuna e devidamente corrigidas, com a colaboração de todos os membros, e com o zelo e rigor que esta delegação se propôs como postura a adoptar.

Com os meus agradecimentos,

Ângela Coutinho

Membro da Delegação da ALMA-CV/KV em Portugal

Presidente do Conselho Científico da ALMA-CV/KV

Lisboa, 25 de Abril de 2025

12.05.2025 | par martalanca | Manual de Língua e Cultura Cabo-Verdiana

Última chamada (até 10/05) - WAU Congress 2025: Imago Terrae

Entramos no século XXI e se torna cada vez mais urgente pensar as diversidades e desigualdades humanas diante das crises do planeta, especialmente a presença da precariedade neoliberal das relações laborais, o aquecimento global, as guerras atuais e o crescimento do fascismo e dos refugiados, assim como os conflitos de identidades mundo afora. Além disso, com a intensificação da digitalização e da virtualidade, vivemos um novo regime visual que profanou as heranças sagradas e rituais das imagens. A antropologia e a arte têm em sua vocação reflexiva, crítica e humanista, pensado diagnósticos e caminhos para o futuro da humanidade desde a metade do século passado, especialmente através de poéticas e políticas pós-coloniais e decoloniais. Este grupo de trabalho convida pesquisadores de diferentes áreas interessados em pensar os potenciais de transformação social, simbólica e material possíveis desenvolvidos nos mundos da arte e das imagens, em diálogo com as políticas sociais e patrimoniais dos governos e da cultura de massas. Temos ainda interesse em pesquisas que explorem a arte para além do capitalismo, que tem resgatado tradições ancestrais e comunitárias, como expressão de uma humanidade perdida.

10.05.2025 | par martalanca | congresso

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09.05.2025 | par martalanca | feminista, Imaginário

Entrevista no número #40 da Interact.

A entrevista a Marta Lança foi realizada por Fábio Silva e João Pedro Soares, editores da edição número #40 da Interact. Editora do Buala desde 2010, a investigadora conversou sobre vários assuntos relacionados com a sua plataforma digital colaborativa, como as relações entre ecologia e colonialismo, a importância do feminismo negro na atualidade, a invisibilidade da história negra em Lisboa, e a importância da africanidade nas sociedades ocidentais contemporâneas. 

São vários os eventos associados a estas temáticas promovidos por Marta Lança. O próximo será o seminário “Como se constroi um país: diálogos interdisciplinares”, sobre os 50 anos da independência de Angola, que irá ocorrer na Biblioteca Nacional, entre os dias 22 e 23 de Maio de 2025.

09.05.2025 | par martalanca | buala

Nuvem Negra — O Drama do 27 de Maio de 19

Perfil Criativo | AUTORES.club tem o prazer de anunciar a reedição do livro Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977, de Miguel Francisco “Michel“. O lançamento oficial acontecerá no dia 27 de maio de 2025, às 19h00, na Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa.

Esta nova edição revista traz à luz um dos mais marcantes testemunhos sobre a repressão política em Angola, dando voz a um sobrevivente dos campos de concentração resultantes dos trágicos acontecimentos de 27 de maio de 1977. Num relato cru e intenso, Michel apresenta um retrato detalhado das atrocidades sofridas por milhares de angolanos no período pós-independência, revelando um capítulo sombrio da história contemporânea.

Autor: Miguel Francisco “Michel“

Editora: Perfil Criativo - Edições

Ano de publicação:  Maio de 2025



07.05.2025 | par martalanca | nuvem

Imaginários da Guiné-Bissau – o espólio de Álvaro de Barros Geraldo (1955-1975)

Curadoria: Inês Vieira Gomes e Catarina Laranjeiro

Datas: 08.05. - 31.08.2025Local: Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa

Inauguração: 18h00 - 20h00  
Sinopse
Esta exposição parte de um acervo do Arquivo Histórico Ultramarino de cerca de 82.000 negativos (bem como um conjunto de slides e provas de contacto) da Guiné-Bissau e Lisboa — um espólio inédito, nunca antes estudado, exposto ou devidamente catalogado. As imagens são da autoria de Álvaro de Barros Geraldo (1922-1993), fotógrafo de trajetória enigmática, cuja biografia fragmentada exige uma leitura crítica do seu legado.
Imaginários da Guiné-Bissau, investiga o papel da fotografia na construção do argumento de “manutenção de paz” num território em guerra. Através de fotografias de emboscadas, cerimónias protocolares e iniciativas militares e sociais, procura-se analisar criticamente como esse discurso legitimou e perpetuou tensões pós-coloniais ao longo dos séculos XX e XXI. No ano em que se assinalam os 50 anos das independências das antigas colónias portuguesas, esta exposição questiona os legados dessa narrativa e as suas implicações no presente e no futuro.
A exposição é produzida no âmbito do Programa «Arte pela Democracia», uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos do 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes.


Programação paralela
. 23.05., 18h30, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema
Guiné, berço do Império 1446-1946 (1946, 18 min.), de António Lopes Ribeiro
Adeus, até ao Meu Regresso (1974, 70 min.), de António Pedro Vasconcelos
Sessão comentada por Ariana Furtado
. 01.06., 11h00, visita comentada à exposição por Daniel Barroca e João Egreja  
. 29.06., 11h00, visita comentada à exposição por Catarina Mateus e Inês Vieira Gomes
. 13.07., 11h00, visita comentada à exposição por Ariana Furtado e Catarina Laranjeiro
. 27.07., 11h00, visita comentada à exposição por Aurora Almada e Santos e Paulo Catrica
. 31.08., 11h00, visita comentada à exposição e debate com Amadu Dafé e Onésio Soda

06.05.2025 | par martalanca | Guiné Bissau