Mário, a revolução é um ato de poesia

Integrado nas celebrações do Mês de África, este evento homenageia os 50 anos das independências e o papel da cultura na luta pela libertação colonial

A 14 de maio será exibido o documentário Mário, de de Billy Woodberry, realizador nascido em Dallas e um dos fundadores do movimento cinematográfico L.A. Rebellion, com foco principal nos 50 anos de Independência de Angola, em diálogo com a história e o legado de Mário Pinto de Andrade – pensador, poeta, ativista e fundador do MPLA.

No dia a seguir, terá lugar uma mesa redonda, conduzida através de um debate intergeracional, proporcionando uma reflexão aprofundada sobre a missão crítica e intelectual de Mário Pinto de Andrade. 

O tema da conversa será Revolução, um ato de Poesia – Independência, Cultura e Identidade Africana, e é organizado pelo Africadelic, uma plataforma comprometida com a programação e promoção da criatividade, diversidade e ativismo cultural africano e da diáspora africana nos Países Baixos, em parceria com o Biso, um projeto de vocação educacional, cuja abordagem abrange temas ligados à cultura, política, artes e costumes, com valores filantrópicos e associativos, focado na realidade angolana, com extensão para os PALOP.

O evento irá decorrer no Museu do Aljube, em Lisboa. Será moderado pela professora e investigadora angolana Leopoldina Fekeyãmale, e contará com a presença de Henda Ducados, filha de Mário Pinto de Andrade, José Eduardo Agualusa, jornalista, editor e escritor angolano, e Livia Apa, investigadora e tradutora Italiana. 

Conta ainda com um momento artístico, com recital de poesia e cânticos escritos por Mário Pinto de Andrade, interpretados pelo artista angolano Gari Sinedima. 

Os objetivos são refletir criticamente sobre os 50 anos de independência e seus desafios contemporâneos, analisar a dimensão política, intelectual e o senso humanista de Mário Pinto de Andrade, explorar a relação entre cultura e resistência nos movimentos de libertação, bem como, discutir a identidade africana e os caminhos para o futuro. 

Africadelic, organizado em parceria com a plataforma BISO e Museu do Aljube.


25.04.2025 | par martalanca | angola, independência, Mário Pinto de Andrade

Concerto: Bonga. Em homenagem a Mário Pinto de Andrade

Concerto inédito no Teatro Tivoli BBVA do músico angolano Bonga, em homenagem ao político, escritor e poeta Mário Pinto de Andrade, sobre o qual Billy Woodberry realizou o filme Mário, que se estreia no LEFFEST’24. A primeira parte do concerto contará com a leitura de poemas de Mário Pinto de Andrade por Isabél Zuaa.

15 de Novembro, 21h Teatro Tivoli BBVA Espectáculos Preço: 15€. Bilhetes disponíveis aqui.

28.10.2024 | par martalanca | Bonga, Mário Pinto de Andrade

Jornal O Negro: Órgão dos Estudantes Negros

Na celebração dos 110 anos da publicação do jornal O Negro, haverá reedição no dia de aniversário, em formato digital e em papel, com comentários e enquadramento de Cristina Roldão, José Pereira e Pedro Varela. A publicação será das FALAS AFRIKANAS. Todos os dias, a partir de hoje, haverá informações adicionais.  Acompanhem a página!

A 9 de março de 1911 era lançado em Lisboa o jornal O Negro: Órgão dos Estudantes Negros. 110 anos depois decidimos fazer uma reedição comemorativa dos três números desta publicação. Este foi o primeiro periódico de uma geração de ativistas que, durante 22 anos, se organizou em torno do pan-africanismo, da luta contra o racismo e da reivindicação de direitos para os territórios colonizados. Este jornal, que era dirigido por estudantes negros em Portugal, pretendia combater as «iniquidades, opressões e tiranias», apelava à construção de um partido africano e exigia da República o fim da desigualdade racial.

Num momento como o actual, em que a sociedade portuguesa e outras entram numa intensa disputa sobre os legados coloniais e racismo, e em que os jovens negros são protagonistas de importantes movimentos sociais, a reedição d’O Jornal “O Negro: Orgão dos Estudantes Africanos”, dificilmente poderia ser mais oportuna. Trazer para o presente este jornal e revelar a importância do movimento de que ele fez parte é ferramenta imprescindível para questionar o silenciamento constante a que a história dos afrodescendentes e africanos é votada na sociedade portuguesa. É também homenagear e dar continuidade ao trabalho de Mário Pinto de Andrade que deixou pistas preciosas para que as gerações seguintes pudessem conhecer a sua presença multissecular em solo português e a resistência histórica de que são herdeiros. Assim sendo, reeditar O Negro 110 anos depois não se resume à comemoração de uma efeméride, mas é o exercício do direito à memória, que é, acima de tudo, um instrumento de combate antirracista na atualidade.A versão em papel poderá ser adquirida a partir de dia 9 de março nas seguintes livrarias: Letra Livre, Bazofo & Dentu Zona (Cova da Moura) e Tchatuvelah.A versão PDF é gratuita e estará disponível a partir do dia 9 de Março nesta página e noutras plataformas.

02.03.2021 | par martalanca | estudantes, jornal, Mário Pinto de Andrade, O Negro