O Agente Secreto

Sessão especial Cinema Ideal - No próximo sábado, dia 22, às 21h15, o Cinema Ideal apresenta uma sessão especial de O Agente Secreto, que contará com a presença da actriz Isabél Zuaa. A participação da actriz oferece ao público uma oportunidade privilegiada de contacto com o outro lado do filme, enriquecendo o diálogo que a obra suscita. Isabél Zuaa é uma actriz portuguesa com carreira consolidada no Brasil e em Portugal.

20.11.2025 | por martalanca | Agente Secreto

A Cidade Invisível:

 curtas-metragens rodadas na periferia de Lisboa lembram Odair Moniz e estreiam no Cinema Ideal a 28 de Novembro
 

Um conjunto de seis curtas-metragens feitas por alunos da escola suíça HEAD, orientados pelo realizador Basil da Cunha, estreiam a 28 de Novembro, às 21h30, no Cinema Ideal, em Lisboa. A sessão conta com o apoio do Doclisboa - Festival Internacional de Cinema e será uma oportunidade única para ver estes filmes que retratam os bairros periféricos de Lisboa e que foram rodados num contexto muito particular e inesperado: o assassinato de Odair Moniz por um agente da PSP a 21 de Outubro de 2024.

Durante o workshop feito em Lisboa pelos alunos da HEAD, a morte de Odair Moniz teve um impacto profundo nos autores, nos protagonistas e nos próprios filmes. Tendo acontecido a meio da produção, este acontecimento transformou os projectos em objectos que vão além de retratos documentais. A Cidade Invisível é uma radiografia de um momento crucial na história recente de Portugal — um país que, durante demasiado tempo, silenciou a realidade da violência policial nas suas periferias.

Trabalhando em pares, os estudantes de cinema criaram um retrato documental de residentes locais, moldando uma cartografia sensível dos bairros periféricos da cidade. O projecto começou sob o impulso de António Brito Guterres, investigador e “dinamizador urbano”, cujo trabalho ilumina as zonas sombrias da “cidade branca”, abrindo uma reflexão crucial sobre a invisibilização desses territórios.

Os primeiros encontros com os protagonistas tiveram lugar em vários bairros da Grande Lisboa, guiados pela artista visual e produtora Maíra Zenun. Esta primeira fase alternou entre a procura de locais, escrita e as primeiras filmagens, complementadas por um workshop de câmara do director de fotografia Rui Xavier. Nas semanas seguintes, sob a supervisão da realizadora Cláudia Varejão, os alunos continuaram a escrever e a filmar, com o apoio de Basil da Cunha, Pedro Diniz e Eliana Rosa —  colaboradores de longa data enraizados nessas comunidades.

Os filmes que integram A Cidade Invisível foram criadas no âmbito do “Grand Atelier” da HEAD – Genebra, um workshop de três semanas realizado no estrangeiro, Em 2024, o workshop decorreu em Lisboa, em colaboração com a Escola de Cinema da Universidade Lusófona, orientado por Basil da Cunha – cineasta e professor na HEAD desde 2013, que se dedicou a filmar a comunidade da Reboleira ao longo de duas décadas.

Anita Hugi, directora do Departamento de Cinema, felicita a estreia destes filmes em colaboração com o Doclisboa, no Cinema Ideal: “São obras notáveis de beleza cinematográfica e humana. Reflectem a abordagem da nossa escola de cinema: cinema inovador, vozes individuais fortes e um processo de trabalho baseado na estreita colaboração com os protagonistas, que participam activamente na criação de cada filme.”

Sinopses
Entre cães e lobos
Khalissa Akadi, Mathilde Sauvère
2025, 13’ 

N’O Fim Do Mundo, um dos bairros de Lisboa, o coração de Leo está em chamas. Quando Odair Moniz é assassinato, Leo recusa-se a permanecer em silêncio. Ele quer compreender, agir, vingar-se e transformar. Mas como pode ele iniciar uma revolução? Como pode ele fazer ouvir a sua voz? Entre uma vontade feroz de viver, esperanças ardentes, um desejo de revolta e a necessidade de agir, Leo traça um caminho para a resiliência.

Solo De Vidro
Achiraf Djakpa, Jonathan Leggett
2025, 23’

Kleyton é um jovem adolescente que sonha um dia tornar-se dançarino. Junior, por outro lado, sonha em ser futebolista. Ambos vivem nos bairros periféricos de Lisboa: Cova da Moura e Reboleira.

Com o mar
Selam Tesfu Michael, Gabriel Berrada
2025, 22’

No bairro do Fim do Mundo, Álvaro, um jovem da comunidade cigana, está prestes a ser pai pela primeira vez. À medida que o nascimento se aproxima, ele recorre às pessoas à sua volta para compreender o que significa transmitir valores, proteger e amar num mundo onde a sua comunidade ainda enfrenta isolamento político, preconceito e estigmas profundamente enraizados.

No Mundo
Sirak Ghere, Luca Quiero
2025, 14’

Ao volante da sua carrinha pintada com as cores da sua empresa, Tiago Melo percorre os arredores de Lisboa para entregar os seus ovos. Através deste trabalho invulgar, descobrimos um homem com um passado conturbado que encontrou o seu caminho de volta, contado com um toque de humor. 

Xineza
Clélia Baudrie, Noah Chung
2025, 15’

Xineza é uma jovem determinada e poderosa. Mãe solteira, ela luta para fazer ouvir a sua voz no exigente mundo da música. Acompanhando a sua luta diária, o filme retrata a realidade de ser uma mulher negra de origens desfavorecidas, numa experiência moldada pela esperança, pelas dificuldades e pela resiliência. Uma visão íntima de um caminho repleto de obstáculos, impulsionado por uma vontade inabalável de sucesso.

Vera
Solveig Carnajac, Julien Monges
2025, 21’

Vera é o retrato de uma mulher que tenta viver a sua paixão pela música apesar das dificuldades no quotidiana: precariedade, racismo e trabalho exaustivo.

Contactos  Miguel Chorão press@doclisboa.or

20.11.2025 | por martalanca | filmes

Casa 75 de Branca Clara das Neves

Casa 75 é um romance provocatório e celebrativo do ano de 1975. 
Danda, Fitinha, Marika, Daluz, Hendrix, Roberto e Naka são os eixos deste romance num lugar em que a urgência estonteante da sua juventude conflui com o romper dos seus novos países.
Algumas outras personagem atravessam este contar, vivendo todos a excepcionalidade da transição, as suas memórias conduzindo a raptos súbitos para lugares de vida extrema — a guerra, o amor, o luto, o poder da festa. Na presença pulsional da utopia e do apagamento da violência. No centro está a Casa, antigo lar feminino ocupado, onde partilham sonhos, ambições, reflexões e descobertas com os sons das músicas e das suas línguas, no ritmo dos debates e eventos políticos, rupturas e escolhas que irão marcar o seu futuro.

20.11.2025 | por martalanca | Branca Clara das Neves

Chovha xitaduma: Empurra que vai pegar - Kulungwana Gallery

18.11.2025 | por martalanca | Maputo

"DIA JÁ MANCHE": o espírito do Monte Cara renasce

Celebrando a herança do mítico clube lisboeta Monte Cara!

Há canções que atravessam o tempo como quem atravessa o Atlântico, ou seja, carregadas de memória, saudade e promessa de reencontro. “Dia Já Manche”, composição emblemática de Paulino Vieira, é uma dessas canções que agora regressa numa versão inédita que reúne três das vozes mais poderosas da lusofonia contemporânea. Este não é apenas um single. É um manifesto vivo da herança partilhada entre gerações e geografias, com Lisboa como ponto de encontro. É a Banda Monte Cara, grupo reunido por Alcides Nascimento, quem dá corpo a esta nova versão de “Dia Já Manche”. Um projecto que junta veteranos que tocaram naquele que foi mais do que um clube. Aberto em 1976 na Rua do Sol ao Rato, o Monte Cara, gerido pelo lendário Bana (Adriano Gonçalves), tornou-se epicentro incontornável da cultura africana na capital. Foi ali que a morna encontrou o fado ao balcão, que vozes como Cesária Évora, Paulino Vieira, Armando Tito e Celina Pereira marcaram gerações com actuações íntimas e revolucionárias. Agora, esses veteranos juntam-se a músicos da nova geração e trazem como convidados especiais três vozes que cruzam três continentes numa só canção: a alma das tabancas guineenses de Micas Cabral, uma das vozes mais emocionantes da Guiné-Bissau e rosto sonoro do lendário Tabanka Djaz; a entrega emocional e autêntica de Mário Marta, premiado revelação da música cabo-verdiana contemporânea; e as raízes urbanas de Luanda na voz de Chalo Correia, cantautor angolano herdeiro da tradição do semba de mestres como Ngola Ritmos, David Zé ou Urbano de Castro. O tema surge no seguimento do EP gravado em 2021 por Alcides Nascimento. O mesmo reuniu músicos históricos do Monte Cara numa viagem sonora que pôs Lisboa a dançar com saudade, mas que não se ficou pelas mornas e coladeiras, desaguando também noutras margens da música africana e da diáspora.

 

17.11.2025 | por martalanca | Monte Cara

Cantos e Contos de Resistência: Histórias e Celebrações Afro-Brasileiras”

Evento gratuito reúne narrativas, cantos, danças e oficinas com proposta de arte-educação antirracista para todas as idades, em Niterói.

A Prefeitura de Niterói e a Secretaria Municipal das Culturas apresentam no dia 25 de novembro, no Centro Eco Cultural Sueli Pontes, o evento “Cantos e Contos de Resistência: Histórias e Celebrações Afro-Brasileiras”. Com entrada gratuita e idealizado por Michelle Bittencourt e com produção do Ateliê Formativo, o evento de arte-educação antirracista  propõe uma imersão nas tradições orais, festas populares e expressões culturais de matriz africana, reconhecendo esses territórios como espaços vivos de resistência, aprendizado e celebração. 

Contemplado no Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura, o projeto conta com uma programação voltada a todos os públicos, em especial às infâncias, juventudes e comunidades do território. Além disso, apresenta diversas atividades como contação de histórias afro-brasileiras (mitos iorubás, contos de quilombo e narrativas de griots), rodas de conversa sobre ancestralidade oralidade e festas populares, além de oficinas como vivências em danças afro e experimentações com instrumentos de percussão, tudo de forma a reconhecer e valorizar os saberes ancestrais que seguem pulsando nos terreiros, nas ruas e nas vozes do povo. 

Inspirado em pensadoras e pensadores, como Nego Bispo, Sinara Rúbia, Sueli Carneiro, Nilma Lino Gomes, bell hooks e Muniz Sodré — nomes que contribuem com reflexões fundamentais sobre ancestralidade, oralidade, interseccionalidade, educação e resistência — o evento adota uma metodologia participativa, antirracista e intercultural, valorizando o corpo, a escuta ativa e o diálogo comunitário como ferramentas de ensino-aprendizagem. A oralidade é tratada como uma tecnologia ancestral e é ,também, o eixo central das práticas, fortalecendo a memória coletiva e os vínculos afetivos entre os participantes.

“O Cantos e Contos de Resistência é um chamado às memórias que dançam, cantam e contam histórias. É encontro de vozes ancestrais e contemporâneas que celebram a força do povo negro, semeando beleza, consciência e liberdade em cada palavra, em cada ritmo, em cada gesto” - Marietta Nidecker, diretora executiva do Ateliê Formativo.

“Este projeto nasce como um sopro de esperança e memória. Nossas histórias não ficaram no passado: caminham conosco, se renovam e apontam futuros possíveis. Cantos e Contos de Resistência é mais que um evento: é um território vivo de celebração, onde vozes negras se erguem, reafirmando que seguimos aqui, firmes, cantando e contando a vida!” — Michelle Bittencourt, curadora.

Comprometido com a acessibilidade, o evento contará com intérprete de Libras durante as rodas de conversa. Outro destaque é a equipe majoritariamente formada por mulheres negras, reafirmando o caráter interseccional da iniciativa e fortalecendo representações sociais historicamente invisibilizadas. Essa composição não apenas fortalece representações sociais historicamente invisibilizadas, como também inspira novas gerações ao mostrar que conhecimento, cultura e liderança podem — e devem — partir de vozes negras femininas. 

Programação:

10h30 às 12h 

1. Introdução às Oralidades Negras

Contação de histórias

Primeiro contato com as tradições orais afro-brasileiras.

Profissional: Joana Gonçalves / acompanhada com músico

Profissional: Perla Duarte / acompanhada com músico

12h às 13h - INTERVALO PARA ALMOÇO

13h às 14h

2. Cantando e Contando: Os Ritmos da Resistência

Oficina de cantos tradicionais e narrativas

Vivência musical e narrativa das resistências do povo negro.

Rodrigo Reis

14h às 15h

3. Festas Populares Afro-Brasileiras: História e Significados

Roda de conversa e troca de saberes

Reflexão sobre os sentidos culturais e políticos das festas populares de matriz africana.

Ricardo Pereira / Rosane Souza / Mediação de Michelle Bittencourt

15h às 16h

4. Corpo em Movimento: Danças e Rituais de Celebração

Oficina de dança e prática corporal

Exploração do corpo como instrumento de expressão e celebração da cultura negra.

Jessyca Soares / acompanhada de músico

16h às 16h30

5. Grande Festa de Encerramento: Celebração Comunitária

Apresentação artística e roda de celebração

Síntese das aprendizagens, celebração comunitária e afirmação da resistência cultural.

Pábio do Violão

Serviço: “Cantos e Contos de Resistência: Histórias e Celebrações Afro-Brasileiras”

Local: Centro Eco Cultural Sueli Pontes. Endereço: Av Celso Kelly, 378 - Piratininga. Niterói. RJ. 

Data: 25 de novembro de 2025 (terça-feira), das 10h às 17h

Evento gratuito.

Classificação etária: livre

Acessibilidade: o projeto terá intérprete de LIBRAS integralmente.

Contato: atelieformativo@gmail.com

13.11.2025 | por martalanca | Celebrações Afro-Brasileiras, Niterói

Entre a Palavra e o Silêncio, curadoria de Adelaide Ginga

No próximo dia 22 de novembro, o MACAM abre ao público duas novas exposições temporárias: Entre a Palavra e o Silêncio - Obras da Coleção José Carlos Santana Pinto, com curadoria de Adelaide Ginga, que marca o início de uma nova abordagem do conceito intrínseco ao MACAM - The House of Private Collections, revelando pela primeira vez ao público uma coleção privada convidada; e O eu como múltiplo, com curadoria de Carolina Quintela, a terceira exposição temporária da Coleção MACAM, que através de obras de artistas nacionais e internacionais explora a multiplicidade do eu e a relação com o outro. 

Entre a Palavra e o Silêncio - Obras da Coleção José Carlos Santana Pinto Curadoria: Adelaide Ginga Galeria 3 - Ed. Exposições Temporárias De 22 novembro 2025 até 01 junho 2026 O MACAM apresenta ao público uma nova dimensão do conceito The House of Private Collections com a estreia de uma coleção particular convidada: a coleção de José Carlos Santana Pinto. Reconhecido pela sua abordagem atenta e rigorosa, o colecionador construiu ao longo dos anos um acervo singular, onde se destacam a reflexão conceptual, a economia formal e a intensa relação entre palavra e pensamento crítico. As obras agora reunidas no MACAM revelam diferentes vertentes desta coleção, marcada pela convivência entre artistas portugueses e internacionais, pela procura de diálogos visuais e conceptuais em múltiplos suportes que ultrapassam fronteiras geracionais. Fiel à sua visão, o colecionador entende a arte como um espaço de interrogação — “o belo tem de fazer perguntas” —, conferindo às peças selecionadas uma força que é tanto estética como reflexiva. Com curadoria de Adelaide Ginga, a exposição reafirma o compromisso do MACAM em promover o diálogo entre colecionadores, artistas e público, valorizando a diversidade das práticas contemporâneas e das perspetivas curatoriais. Com esta mostra, o Museu dá início a um ciclo de colaborações que, a par da Coleção Armando Martins, visa dar visibilidade a outros acervos privados sem espaço público de apresentação, reforçando o papel do MACAM como espaço de partilha e valorização do património artístico contemporâneo. Reúne obras de artistas portugueses e internacionais como On Kawara, Dora Garcia, Alfredo Jaar, Pedro Cabrita Reis, Carla Filipe, João Onofre, entre muitos outros. 

Alfredo Jaar, I can't go on, I'll go on, 2016Alfredo Jaar, I can't go on, I'll go on, 2016

O eu como múltiplo Curadoria: Carolina Quintela

Galeria 4 - Ed. Exposições Temporárias De 22 novembro 2025 até 04 maio 2026

O eu como múltiplo, a terceira exposição temporária da Coleção MACAM, reúne obras de artistas portugueses e estrangeiros que exploram a construção da identidade como experiência em permanente transformação. A exposição propõe um percurso que reflete o eu enquanto espaço plural — um cruzamento de gestos, memórias e imagens que se interligam e se desdobram. Ao longo deste diálogo entre o visível e o invisível, entre o ser e o tornar-se, a arte revela-se um território de questionamento sobre a consciência, o corpo e a memória. De acordo com o texto da Curadora Carolina Quintela, Entre a figuração e o imaginário, a exposição atravessa, através da arte contemporânea, questões da construção da identidade, defendendo a não linearidade e propondo uma visão do eu assente na multiplicidade, pluralidade e abertura. Em O eu como múltiplo, a identidade emerge como movimento e metamorfose, celebrando a complexidade do sujeito contemporâneo e as múltiplas formas de ser e sentir o mundo. Reúne obras de artistas como Ana Vieira, Helena Almeida, Horácio Frutuoso, John Baldessari, José Pedro Croft, Juan Muñoz, Júlia Ventura, Vik Muniz, Yu Nishimura, entre outros. 

12.11.2025 | por martalanca | arte contemporânea, MACAM

OS TRANSPARENTES, de Ondjaki Estreia a 31 de outubro no Teatro Estúdio Ildefonso Valério

O romance Os Transparentes, de Ondjaki, chega ao palco numa criação da companhia Cegada, com encenação de Manuela Paulo e dramaturgia de Marta Dias. O espetáculo estreia a 31 de outubro e estará em cena até 16 de novembro, de quinta a sábado às 21:00 e Domingos às 16:00 no Teatro Estúdio Ildefonso Valério, Vila Franca de Xira.

Distinguido com o Prémio José Saramago e reconhecido internacionalmente como uma das vozes mais originais da literatura de língua portuguesa, Ondjaki construiu em Os Transparentes um retrato poético e político de Luanda - uma cidade onde o quotidiano e o fantástico se entrelaçam, revelando as pequenas resistências e afetos de quem nela vive.

companhia Cegada transporta agora esse universo para o palco, dando corpo às personagens e atmosferas da obra, que descrevem Luanda como uma cidade viva, feita de vozes, cheiros, poeiras e presenças invisíveis. É dessa matéria - feita de afetos, ausências e esperanças - que nasce o espetáculo. Entre o humor, a crítica e a ternura, Os Transparentes é um encontro entre literatura e teatro, entre Angola e Portugal, entre o visível e o invisível.

Da encenação aos intérpretes o elenco é inteiramente composto por criadores luandenses: Anílson Eugénio, Eduarda Oliveira, Kássia Laureano e Kévin Cassule que, dirigidos por Manuela Paulo, contam esta história com a autenticidade de quem reconhece, por dentro, a pulsação de Luanda e da sua diáspora. No palco trabalham as memórias, sonoridades e os afetos que habitam a obra de Ondjaki, oferecendo ao público uma leitura viva e verdadeira da cidade e das suas gentes.

Durante o processo criativo, a companhia recebeu a visita de Ondjaki, num encontro de partilha e diálogo entre literatura e teatro que marcou o percurso de construção do espetáculo e reforçou a ligação entre o autor e os intérpretes. Este trabalho reflete ainda o trabalho contínuo da companhia em adaptar obras literárias originalmente não escritas para teatro, transformando textos narrativos em peças dramáticas, consolidando um percurso de diálogo entre literatura e palco.

Após a temporada no Teatro Estúdio Ildefonso Valério, “Os Transparentes” seguirá em digressão por várias cidades de Portugal e Espanha, com apresentações em Zaragoza, Lagos, Badajoz, Covilhã, entre outras.

Em cena de 31 de outubro a 16 de novembro
Quinta a sábado às 21h00 | Domingo às 16h00

Teatro Estúdio Ildefonso Valério – Alverca

Interpretação
Anílson Eugénio, Eduarda Oliveira, Kássia Laureano e Kévin Cassule

Dramaturgia

Marta Dias

Encenação

Manuela Paulo

Cenografia e Adereços

Marta Fernandes da Silva

Figurinos

Simone Rodrigues

Direção Artística

Rui Dionísio

Direção de Produção e Comunicação

Vladimiro Cruz

Produção Executiva

Rafael Pires e Tatiana Antunes

Criação

Companhia Cegada (Entidade de Utilidade Pública)

 

Estrutura financiada por
República Portuguesa – Cultura, Juventude e Desporto / Direção-Geral das Artes
Câmara Municipal de Vila Franca de Xira

 

Gratos pela atenção, ficamos ao dispo para qualquer esclarecimento ou envio de mais matérias de comunicação.

 

Atentamente,

Vladimiro Cruz

Dir. Produção e Comunicação

Tlm. 925 444 874

06.11.2025 | por martalanca | ondjaki

Olivette Otele no ICS

Olivette Otele, historiadora, vem a Lisboa falar sobre Representações e Trajetórias de Europeus Africanos, na quinta-feira dia 27 de novembro às 16h00A professora catedrática do SOAS, Universidade de Londres, é a convidada da Palestra Sedas Nunes, evento anual que tem lugar no ICS-ULisboa (Entrecampos) e que este ano é organizada por Filipa Lowndes Vicente. A conferência é gratuita e aberta ao público.

Olivette OteleOlivette Otele

Licenciada em Literatura Britânica e Americana, Olivette Otele é também Mestre em História e Doutora em História Colonial Europeia e Política da Memória. ocupando atualmente o cargo de Professora Distinta de Investigação sobre os Legados e a Memória da Escravidão no Departamento de Direito da SOAS – Universidade de Londres. Tem uma vasta obra publicada sobre a história e os legados da escravidão colonial e sobre as heranças do passado. O seu próximo livro, 15 Ports that Made European Empires through Slavery (Basic Books, 2026), analisa os portos que moldaram os impérios europeus através do tráfico de escravos.

É Membro da Learned Society of Wales e também da Royal Historical Society, da qual foi vice-presidente. Recebeu um Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Concordia, no Canadá (2022), e foi professora visitante na Universidade de Huron (Canadá) e no Collège de France. Foi júri do International Man Booker Prize e presidiu ao PEN Hessell-Tiltman Prize, bem como ao Prix Goncourt des Lycéens du Royaume-Uni (Embaixada de França em Londres).

Otele é colaboradora regular de diversos meios de comunicação — BBC, The Guardian, CNN, The New Yorker, Elle, Vogue Italia e GQ — e consultora de cinema nos Estados Unidos. Entre os projetos mais recentes estão a docuficção African Queens (Netflix) e o filme Chevalier (Disney+).

 O seu terceiro livro, African Europeans (2020), foi selecionado como um dos “Melhores Livros do Ano” pelo The Guardian, e finalista do Orwell Prize for Political Writing (2021) e do Los Angeles Times Book Prize (2022). A Professora Otele também conselheira de  governos, bancos e organizações de solidariedade sobre história colonial e justiça reparatória, incluindo a auditoria do Governo do País de Gales sobre Escravidão e Colonialismo e o projeto Cotton Capital do jornal The Guardian.

É amplamente difundida - e aceite, pela generalidade das pessoas - a ideia de que a presença de africanos na Europa é recente. Em Europeus Africanos, Olivette Otele, desfaz esse lugar-comum e oferece-nos a inédita história dos europeus de ascendência africana na Europa.

Do século III até ao século XXI, a autora resgata a longa herança africana através da vida de pessoas comuns e extraordinárias, traçando uma história até agora muito desconhecida. Nada é deixado ao acaso: o longo caminho de Europeus Africanos vai do imperador Sétimo Severo aos escravizados africanos que viveram na Europa do Renascimento, terminando nos atuais movimentos migratórios que hoje vemos nas cidades do velho continente.

E é precisamente por investigar, explorar e recuperar em linhas bem definidas uma história tão esquecida  - sem com isso deixar de pôr em evidência os matizes, as razões e as contradições - que Olivette Otele dá um enorme contributo para pensarmos algumas das questões mais importantes da atualidade: racismo, identidade, cidadania, poder.

06.11.2025 | por martalanca | Olivette Otele

As Nossas Complexas Democracias I Lançamento do livro «A Palavra e o Poder»

26 nov 2025 quarta, 18:30 no Auditório 2, Fundação Calouste Gulbenkian, Entrada livre

Sujeita à lotação do espaçoUm debate sobre os desafios das democracias contemporâneas, com Rodrigo Tavares, José Miguel Wisnik, Milena Britto e Capicua, com moderação de Mafalda Anjos, por ocasião do lançamento, pela primeira vez em Portugal, do livro A Palavra e o Poder: Uma Travessia Crítica por 40 Anos de Democracia Brasileira.

O que pode o Brasil ensinar – e aprender – sobre democracia, quarenta anos depois do fim da ditadura? A democracia brasileira continua a produzir sinais contraditórios. O arcabouço institucional do país permanece sólido, mas as suas desigualdades persistentes limitam a cidadania plena.

Em Portugal, o percurso brasileiro desperta interesse não apenas pela afinidade histórica, mas porque levanta perguntas que também ressoam deste lado do Atlântico: como reforçar a confiança nas instituições e ampliar a participação democrática? E como pode a cultura continuar a ser o território onde a democracia se testa, se questiona e se reinventa?

No centro desta reflexão está o livro A Palavra e o Poder: Uma Travessia Crítica por 40 Anos de Democracia Brasileira, lançado no Brasil em outubro e agora apresentado, pela primeira vez, em Portugal.

O projeto distingue-se pela pluralidade e pela relevância das vozes reunidas, oferecendo um retrato rigoroso e intergeracional da experiência democrática brasileira. A obra reúne mais de 80 personalidades – entre ex-presidentes da República, intelectuais, jornalistas, economistas, ativistas e artistas –, organizadas em pares que dialogam entre si, num raro exercício de confronto e complementaridade de ideias sobre a democracia brasileira, das promessas de 1985 aos desafios contemporâneos.

Organizado por Rodrigo Tavares, Flavia Lima e Naief Haddad, o livro é publicado pelo Grupo Editorial Record, em parceria com a Folha de S.Paulo.

Este evento faz parte da programação complementar da exposição complexo brasil, com curadoria de José Miguel Wisnik, Guilherme Wisnik e Milena Britto. 

06.11.2025 | por martalanca | Brasil

O Projecto Ágora no Cacém

O Projecto Ágora procura promover a consciencialização política, a participação no debate e a formação em cidadania. A primeira sessão terá lugar no espaço da Universidade Sénior Intergeracional de Agualva e Mira Sintra (Travessa da Capela, 2), às 19h30 de sexta-feira, 7 de Novembro de 2025. Contará com a presença especial da activista e poetisa Vânia Andrade.

Sexta-feira, 7 de Novembro às 19h30 Local: Espaço da Universidade Sénior Integeracional de Agualva e Mira Sintra (USIAMS) na Travessa da Capela, 2 2735-521 Agualva-Cacém

Nota: A sessão será gravada para fins de registo e divulgação do projeto. 

05.11.2025 | por martalanca | agora, Vânia Andrade.

Apresentação de "Virá que eu vi, Amazónia o cinema" e exibição de filmes, em Braga

Apresentação do livro, no dia 11 de novembro às 18h30 na Centésima Página, Braga, com a presença da autora, Anabela Roqueno âmbito de Braga 25, Capital Portuguesa da Cultura 2025. 

Projeção dos filmes: 

Ka’a zar ukyze wà - Os donos da floresta em perigo

Ano de Lançamento (Brasil): 2019 Realização: Flay Guajajara, Edivan dos Santos Guajajara e Erisvan Bone Guajajara. A Terra Indígena Araribóia (MA) é uma das mais ameaçadas da Amazónia. É o território do povo Guajajara e também de um grupo de indígenas, os Awá Guajá. O filme é um alerta e pedido de socorro dos Guajajara pela proteção das florestas e de seus parentes Awá Guajá, um dos últimos povos caçadores e coletores do mundo, cujo modo de vida depende essencialmente da floresta e, se a destruição continuar, está com os dias contados.  

Zo’é rekoha – Modo de vida zo’é

Realização: Lia Malcher. Narrado pelas vozes de Tokẽ, Se’y, Awapo’í e Supi, quatro lideranças do povo indígena Zo’é, o documentário “Zo’é rekoha – modo de vida zo’é” é a primeira produção do especial “Os povos se apresentam”, que traz conteúdos feitos em colaboração com pessoas e organizações indígenas para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil [https://povosindigenas.org.br], do Instituto Socioambiental (ISA). Fruto de uma parceria com a Tekohara Organização Zo’é e com Instituto Iepé [https://institutoiepe.org.br], o vídeo abre uma nova janela de comunicação com o mundo zo’é, apresentando, em primeira pessoa, o território, os cantos, as festas, o artesanato, as roças e casas desse povo de língua tupi-guarani que vive no Norte do Pará.   

Primeiro livro da coleção Buala /Tigre de Papel

PREFÁCIO Ellen Lima Wassu IMAGEM  João Salaviza CAPA Ágata Ventura.
Virá que eu vi, a Amazónia no Cinema, de Anabela Roque 

“Procurei escrever sobre filmes cuja temática permitisse uma reflexão sobre a Amazónia e, entre estes, aqueles que dedicam especial atenção às cosmologias indígenas. O meu objetivo é evidenciar a diversidade de modos de fazer cinema na região, traduzidos em narrativas enraizadas nas realidades locais, capazes de resgatar ou expor fatos históricos, culturais e ambientais dos diferentes territórios do bioma.” Anabela Roque.

Ler a introdução do livro.

 

05.11.2025 | por martalanca | amazônia, Amazónia o cinema, Braga, Virá que eu vi

Mulheres na Luta Contra o Fascismo e o Colonialismo

Pela primeira vez em Portugal, o Congresso Mulheres na Luta contra o Fascismo e o Colonialismo juntou, em 2024, vozes fundamentais da memória histórica das mulheres que lutaram contra o fascismo em Portugal e contra o colonialismo nos países africanos de língua portugueses - académicas, militantes e activistas, testemunhas vivas da memória da luta das mulheres e das suas organizações que estiveram, e continuam a estar, na vanguarda do desenvolvimento, do pensar e transformar da(s) sua(s) sociedade(s).
Nos 50 anos do 25 de Abril e das independências das colónias portuguesas em África, as discussões agora publicadas neste livro demonstram a convergência entre a resistência antifascista em Portugal e os movimentos anticoloniais e pela independência em Africa. A literatura, as cartas clandestinas, a organização comunitária e militante, mas também dados concretos sobre a realidade da vida e do quotidiano das mulheres, emergem como ferramentas da sua resistência, revelando como as mulheres não só combateram a violência da colonização e do fascismo, mas estão também a construir novas identidades políticas e culturais.
Um projecto promissor de articulações na senda de Abril.

 

05.11.2025 | por martalanca | colonialismo

Biblioteca Negra

Lançamento Oficial: 7 de novembro às 19h | Casa do Comum Link: www.bibliotecanegra.pt II @biblioteca__negra

A Casa do Comum acolhe dia 7 de novembro o lançamento da Biblioteca Negra, uma nova plataforma online que se afirma como espaço de encontro entre literatura, diáspora e negritude. Concebida por Fábio Silva — realizador e doutorando em Estudos Artísticos —, a Biblioteca Negra nasce como um território vivo de partilha e criação, onde livros, autores e leitores se cruzam para ampliar o imaginário da presença negra.

Mais do que um repositório digital, a Biblioteca Negra propõe uma leitura da história através das vozes que a reescrevem, reunindo obras que exploram temas de negritude, identidade, colonialismo, memória e resistência. O projeto afirma-se como um gesto de visibilidade e valorização de narrativas afrodescendentes, assumindo a literatura como ferramenta de transformação social.

A festa de lançamento traduz esse espírito através da palavra, da música e do movimento. A noite começa com Poetry Slam, em que Poeta da Cidade convida Kenny Caetano para uma performance de palavra viva. Segue-se um círculo de conversa moderado por Fábio Silva, com as escritoras Maíra Zenun, Telma Tvon e Nuna, que partilham reflexões sobre o papel da escrita, da arte e do ativismo na criação de novos futuros. O encerramento será em tom de celebração, com atuações de Batida, André Cabral e Fábio Krayze (DJ Robe).

Com este lançamento, a Biblioteca Negra dá início a uma plataforma de reconhecimento e diálogo contínuo, dedicada a afirmar e valorizar a produção literária negra e afrodescendente.

Fábio SilvaFábio Silva

Sobre o Projeto

A Biblioteca Negra nasce como um espaço de celebração, memória e resistência.

Dedicada à literatura negra e afrodescendente, propõe-se a reunir, divulgar e valorizar obras, autores e autoras que exploram temas como identidade, colonialismo, diáspora, pertença, ancestralidade e liberdade.

O projeto conta com o apoio de Casas Parceiras — espaços comunitários, coletivos e culturais onde é possível doar, trocar ou aceder a livros, promovendo uma circulação viva entre leitores, territórios e histórias.

O seu propósito é dar visibilidade a vozes e obras historicamente silenciadas, criando um espaço de partilha, escuta e aprendizagem.
A Biblioteca Negra convida-nos a repensar o arquivo literário, tornando-o mais plural, inclusivo e representativo.

Biografia

Fábio Silva (Lisboa, 1992) fez mestrado em Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema. Em 2018 co-realiza o seu primeiro filme, o Hip to da Hop. Realiza as curta-metragens A Morte de Isaac e Fruto do Vosso Ventre, ambas selecionadas em vários festivais nacionais e internacionais. Atualmente trabalha na sua próxima longa documental intitulada de As Tuas Costas Ainda Ardem.

Contactos

bibliotecanegra.oficial@gmail.com 

 

04.11.2025 | por martalanca | biblioteca negra, Fábio Silva

Recursões: uma cartografia de territórios inacabados, com curadoria de Kiluanji Kia Henda e Margarida Waco

No dia 15 de novembro, a partir das 17h, a Galeria Municipal do Porto (GMP) inaugura um novo ciclo de exposições com três propostas distintas. Em destaque estarão o trabalho da dupla Mariana Caló e Francisco Queimadela, uma exposição coletiva de Kiluanji Kia Henda com três artistas angolanos - Lilianne Kiame, Flávio Cardoso e Raul Jorge Gourgel -, e ainda uma mostra a dois tempos dedicada a Elvira Leite.

Com curadoria de João Laia, a exposição Estado de espírito constitui a mais ampla apresentação já dedicada a Mariana Caló e Francisco Queimadela. Com mais de 15 anos de trabalho, os artistas exploram o filme e o vídeo através de técnicas analógicas e digitais, integrando também fotografia, desenho e escultura. A exposição reúne uma vasta seleção de obras — algumas inéditas — que se articulam em torno da ideia de comunidade, entendida como diálogo entre cultura e natureza, e que aqui surge expressa em imagens de dinâmicas sociais ligadas a costumes, crenças, hábitos e ritos, evocando o trabalho no campo, a vida familiar, a oralidade e a espiritualidade ancestral. Estado de espírito pode ser visitada no piso 0 da Galeria Municipal.

No piso 1, ficará patente Recursões: uma cartografia de territórios inacabados, com curadoria de Kiluanji Kia Henda e Margarida Waco, com Flávio Cardoso, Lilianne Kiame, Raul Jorge Gourgel Centra-se no diálogo entre a obra de Kiluanji Kia Henda e três artistas angolanos — Flávio Cardoso, Lilianne Kiame e Raul JorgeGourgel — para refletir sobre as promessas, fracassos e ruínas da modernidade. A exposição é articulada pela ideia de recursão: um processo orgânico de retorno que compreende passadoe presente, marcado por movimentos recorrentes, inacabados e em constante mutação. Com fortes ligações ao território e à paisagem, as obras desenham ciclos de memória e especulação,propondo Angola como um arquivo vivo de imaginação coletiva.  Através de diferentes linguagens como a fotografia, a pintura, a instalação, o vídeo ou a performance, Recursões propõe um mapa que analisa o impacto atual das heranças coloniais. Superando narrativas históricas fixas, a exposição apresenta-se como uma bússola provisória que localiza um território de contornos instáveis a partir do qual novos horizontes podem emergir.

KKH, Rusty MirageKKH, Rusty MirageGourgel, An Ostrich Learns to Fly, 2023Gourgel, An Ostrich Learns to Fly, 2023

Já no piso -1, com curadoria de Matilde Seabra, a GMP apresenta Aprender a ensinar, ensinar a aprender com Elvira Leite. Revelando o universo singular desta artista, que também é figura incontornável na reinvenção do ensino das artes em Portugal, a exposição organiza-se em dois tempos: uma mostra de pinturas raramente vistas e uma recriação do seu atelier. O primeiro momento agrupa trabalhos de início de carreira em diálogo com uma seleção de obras recentes e inéditas, estabelecendo um diálogo entre figuração e abstração. O segundo momento transforma a galeria num espaço onde “se brinca” espacialmente com as geometrias, formas e desenhos dos seus livros-jogos, albergando também o seu arquivo, incluindo cartas, fotografias e objetos.

Com entrada gratuita, as exposições podem ser visitadas entre 15 de novembro e 15 de fevereiro, na Galeria Municipal do Porto, nos Jardins do Palácio de Cristal.

04.11.2025 | por martalanca | Galeria Municipal do Porto

Black Gaze – Mostra de Cinema Negro em Portugal

Ciclo de filmes / 08, 09, 15 e 16 nov

Esta mostra pretende dar a conhecer o Cinema Negro feito em Portugal nas últimas décadas e contribuir para o debate público em torno destes filmes e das muitas questões que suscitam.

Construídas em torno dos temas Entre-LugarMemória e AncestralidadeEcologia e FeminismoAntirracismo – Família e Rua, as sessões contam com a presença de cineastas para conversar com o público sobre as obras apresentadas. A seleção inclui obras de Denise Fernandes, Fábio Silva, Falcão Nhaga, Lolo Arziki, Melissa Rodrigues, Mónica de Miranda, Pocas Pascoal, Raquel Lima, Silas Tiny, Vanessa Fernandes e Welket Bungué.

O título deste ciclo, que tem curadoria de Kitty Furtado, parte da ideia de que to gaze não é o mesmo que olhar (to look), implica uma relação de poder assimétrico entre quem olha e quem é objeto desse olhar.

É possível adquirir um passe diário ou um passe geral, para além do bilhete individual de cada sessão.

Ler entrevista de Marta Lança a Kitty furtado.  VER PROGRAMA

Latitude Fénix (2024) © KUSSA productions / On Time Entertainment / Welket BunguéLatitude Fénix (2024) © KUSSA productions / On Time Entertainment / Welket Bungué

 


04.11.2025 | por martalanca | cinema negro, Kitty Furtado

Seminário “50 anos de independências. A descolonização portuguesa e os seus legados”

11/11/2025 14h00 • 18h00 Conferências e Cursos • Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, CESOP Universidade Católica Portuguesa • Lisboa

O seminário «50 Anos de Independência. A Descolonização Portuguesa e os seus Legados» tem por objetivo aprofundar a reflexão em torno dos resultados da sondagem «50 Anos de Independências — A descolonização portuguesa e os seus legados», realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa, sob coordenação de João António e António Costa Pinto, em parceria com a Comissão Comemorativa 50 anos do 25 de Abril e a RTP. 

Com inquéritos conduzidos em Portugal, Angola e Cabo Verde, esta investigação inédita analisa como os cidadãos destes países percecionam hoje os processos de descolonização e os seus legados. 

O encontro reúne académicos e especialistas num espaço de reflexão plural sobre as memórias, significados e impactos duradouros da descolonização portuguesa, meio século após as independências. 

PROGRAMA:

14h00: Receção dos participantes 

14h30: Abertura institucional 

  • Representante da Reitoria (Universidade Católica Portuguesa) 
  • Comissária Executiva Maria Inácia Rezola
  • (Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril) 

14h45: Apresentação dos resultados  

  • António Costa Pinto (ICS-ULisboa; Universidade Lusófona) e João António (CESOP-UCP) 

15h30: Pausa para café  

16h00: Mesa-redonda 

  • Bernardo Pinto da Cruz (FCSH-NOVA)  
  • Edalina Sanches (ICS-ULisboa)  
  • Catarina Valdigem (FCH-UCP)  
  • Raul Tati (CIEP-UCP) 
  • Carlos Maurício (ISCTE-IUL) 

Moderação: António José Teixeira (RTP)  

18h00: Encerramento – Ricardo Reis (CESOP-UCP) 

03.11.2025 | por martalanca | seminário

Call Afro-Portugal

A Equipa Afro-Portugal convida a comunidade artística a submeter propostas para o programa de residências e exposição coletiva “O Nosso Lugar No Agora”, na Casa da Esquina.

Inspirada por James Baldwin — “The challenge is in the moment (…) the time is always now” — esta chamada reconhece o presente como espaço de ação, escuta e criação. A arte surge aqui como lugar de resistência, reimaginação e projeção de futuros.

Formulário Modalidade I. — Residências Artísticas https://forms.gle/XXF5cWrERAYcQX2n6

Formulário Modalidade II. — Exposição https://forms.gle/48DFggLGCGt5em3N9

Questões ou mais informações para info.afroportugal@gmail.com

Muito boa sorte a todes!

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The Afro-Portugal Team invites the artistic community to submit proposals for the residency program and collective exhibition “O NOSSO LUGAR NO AGORA” at Casa da Esquina.

Inspired by James Baldwin — “The challenge is in the moment (…) the time is always now” — this call recognizes the present as a space for action, listening, and creation. Here, art emerges as a place of resistance, reimagination, and projection of futures.

OPEN CALL Modality I. — Artistic Residency https://forms.gle/XXF5cWrERAYcQX2n6

OPEN CALL Modality II. — Exhibition https://forms.gle/48DFggLGCGt5em3N9

The application form and rules are available at the link in the bio.For any questions or information e-mail info.afroportugal@gmail.com

Good luck to everyone!

Co-produção / Co-production TAGVA Escola da NoiteCasa da EsquinaFundação Calouste Gulbenkian

02.11.2025 | por martalanca | Afro-Portugal

Lançamento Imaginários da Guiné-Bissau – o espólio de Álvaro de Barros Geraldo (1955–1975)

31 de outubro | 17h00 no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa
No ano em que se assinalam os 50 anos das independências das antigas colónias portuguesas em África, é lançada a publicação Imaginários da Guiné-Bissau, uma obra que propõe uma leitura crítica de um espólio fotográfico inédito, produzido na Guiné-Bissau entre 1955 e 1975.
O fotógrafo português Álvaro de Barros Geraldo (1922–1993), radicado na Guiné-Bissau desde meados dos anos 1950, registou de perto as tensões, transformações e ambiguidades de um período marcado pela guerra colonial e pelas lutas de libertação.
Este livro, tal como a exposição homónima, constitui um contributo fundamental para a reflexão sobre os legados do colonialismo português, a construção de identidades nacionais e a persistência de estruturas coloniais no presente.
Com textos de Catarina Mateus, Pedro Aires Oliveira, Inês Vieira Gomes e Catarina Laranjeiro, e um encarte de Marta Pinto Machado, esta publicação reúne perspetivas históricas, visuais e críticas para a problematização dos legados do colonialismo português.

28.10.2025 | por martalanca | Álvaro de Barros Geraldo, arquivo

Foco de Artista – Mónica de Miranda

 Mónica de Miranda é uma artista visual, cineasta e investigadora portuguesa com raízes em Angola, cujo trabalho explora as relações entre arte, política, memória e identidade. A sua prática interdisciplinar abrange desenho, instalação, fotografia, cinema e som, navegando entre o documentário e a ficção. Focada na resistência, memória e ecologias de cuidado, a investigação de Mónica de Miranda dedica especial atenção às dinâmicas do colonialismo e das geografias pessoais. É formada em Artes Visuais pela Camberwell College of Arts e doutorada pela Middlesex University. O seu trabalho tem sido reconhecido através de várias nomeações, exposições e a participação em importantes bienais internacionais, tendo representado Portugal na Bienal de Veneza com o projeto Greenhouse. Mónica de Miranda é também cofundadora do Hangar, um centro de arte e pesquisa em Lisboa.

No âmbito da exposição da artista Profundidade de Campo, apresentada na Galeria Municipal do Porto e na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, o Batalha dedica-lhe um foco, que integra uma sessão de cinema, uma conversa e o lançamento de uma publicação sobre a exposição.


Sessão seguida de conversa com Mónica de Miranda e Cindy Sissokho (curadora).


24.10.2025 | por martalanca | Monica de Miranda