Haverá Eleições, de Cláudia Varejão

17/06/2025, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro, Cinemateca

Billy Woodberry | Realizador Convidado In The Street | Free Time | Haverá Eleições (sobre as primeiras eleições livres em Portugal de 1975) sessão de dia 17 apresentada por Luís Mendonça com a presença de Cláudia Varejão que conversa com Billy Woodberry no final da projecção (em Inglês).

O filme está integrado numa sessão com mais dois filmes: IN THE STREET de Helen Levitt, Janice Loeb, James Agee e FREE TIME de Manfred Kirchheimer. A programação desta sessão é da responsabilidade de Billy Woodberry, realizador cuja Cinemateca dedica o mês de Junho.

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HAVERÁ ELEIÇÕES de Cláudia Varejão, 35 minHAVERÁ ELEIÇÕES de Cláudia Varejão, 35 min

Cerca de 92% dos eleitores recenseados compareceram às urnas, taxa que jamais foi superada até aos dias de hoje.

A noite das eleições teve o seu Centro de Escrutínio na Fundação Calouste Gulbenkian, enquanto a televisão emitia em directo a contagem dos votos.

Este filme revisita as eleições através das imagens produzidas durante a noite e de testemunhos de quem viveu este momento histórico.

Realizado no âmbito da exposição Haverá Eleições. 1975: as primeiras eleições livres em Portugal, uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril, em parceria com a Assembleia da República, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP.

 

13.06.2025 | por martalanca | billy woodberry, eleições

King Size, direção Sónia Baptista

6 junho a 15 junho 2025

qui: 21h; sex: 21h; sáb: 19h; dom: 16hSala Estúdio Valentim de Barros

King Size analisa como se constrói a masculinidade, para ressignificar as relações entre natureza, género e sexo. Focando figuras que incorporam os mitos masculinos, bem como as suas revisões paródicas, esta criação encena um jogo de desidentificação que resiste às pressões de binarismo sexual, na sociedade e na arte.

Uma obra que confronta os dispositivos de criação e dramaturgia de performances drag contemporâneas com os códigos rígidos de representação de género, na dança e no teatro tradicionais, e interroga essas representações, esbatendo as diferenças entre o que é natural e o que é construção cultural ou cénica. Espetáculo em inglês e português, com legendas em português.

direção Sónia Baptista
interpretação Ana Libório, Crista Alfaiate, Joana Levi, Maria Abrantes e Sónia Baptista
espaço cénico Raquel Melgue
desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção
vídeo Ana Libório e Raquel Melgue
som Margarida Magalhães
desenhos Bárbara Assis Pacheco 
apoio à dramaturgia Mariana Ricardo
apoio à criação Francesca Rayner, Marcus Massalami, Maribel Mendes Sobreira, Paloma Calle e Vânia Doutel Vaz
apoio ao desenho de luz Pedro Nabais
direção de produção Maria João Garcia 
produção executiva Margot Silva
comunicação Helena César
produção AADK PORTUGAL
tradução Joana Frazão
legendagem Joana Frazão e Sónia Antunes
coprodução Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery/DDD - Festival Dias da Dança, Festival Linha De Fuga
residência de coprodução O Espaço do Tempo
apoio EVC, Alkantara, Devir/Capa, Citemor, Livraria Aberta, Livraria Snob, Gaivotas6, Mala Voadora
agradecimentos Queer Lisboa, Miguel Freitas, Lara Torres, João Caldas, Sérgio Fazenda Rodrigues, Caeiro, Joaquim Fónix, King Molas da Roupa,  A. M. Dickless, Só Carlos, Billie Gnz, Ana Francisca Amaral Correia, José António Cunha, Isidro Paiva, José Capela, Lara Morais, Caio Soares

09.06.2025 | por martalanca | masculinidade, Sónia Baptista

“Alfredo e as Nuvens”, de Ruben Zacarias

7 a 17 de junho, na Galeria Papoila, Porto. Com curadoria do artista, Ruben Zacarias, e do investigador artístico Paulo Ansiães Monteiro, a mostra reúne duas dezenas de obras inéditas que exploram o luto, a celebração do vazio, e, sobretudo, a memória enquanto matéria criativa

A mostra é dividida em três etapas temáticas — “Silêncios revisitativos”, “Letargia” e “Alvorada” — e propõe um mergulho poético-sensorial. As peças foram feitas com diversos materiais, sendo os essenciais papel, tela, filme radiográfico e metal. De acordo com Zacarias, a exposição nasceu da vontade de trabalhar com a memória da ausência, partindo deste estado de espírito que se assemelha à letargia taoista.

“Não é o medo da morte que nos conduz durante o labor criativo, mesmo quando esta ronda a existência sorrindo-nos com astúcia. Talvez seja o mistério e, noutras vezes, a letargia espiritual vivida pelos que ficam, uma espécie de nostalgia taoista. E é daqui que ressurge Alfredo – Irmão do pintor, falecido há dez anos”.

fotografia de Susana Magalhãesfotografia de Susana Magalhães“Existem imagens (raras) capazes de expressar, ao mesmo tempo, a realidade na sua imediatez mais flagrante e o que nelas escapa ao imediato, apontando camadas profundas de significação. As imagens do Ruben Zacarias entram-nos pelos olhos e dilatam-nos por dentro. A beleza das suas pinturas atrai e faz deslocar o coração. Toma, transfigura e revela. Há sempre uma tensão figuração/abstração que potencia o efeito (retiniano) das imagens no observador. É possível seguir as pinceladas e o estraçalhar na tela.

Temos um burocrata do controlo cheio de gavetas ao peito como medalhas das categorias, um verdadeiro “adormecedor”. Em “musicalidade” um ser andrajoso com os privilégios da gente sentada controla um demónio que parece masturbar-se. Em “Sonho Líquido” uma figura andrógina brinca com o mundo feito brinquedo, e a caixa branca do inconsciente está guardada a chave. Em “Baile de Máscaras” o performer faz do camarim um laboratório alquímico, em que as máscaras são o resultado desse processo. Em “Silêncio” um díptico em que um simples encostar de cabeça nas costas permite a transmissão = o diálogo.

Noutro díptico “Emigração”, moedas deslizam para uma urna/cofre forte da despesa nacional. Em “Nocturno” uma forte pisadela que provoca um splash da espuma dos dias.

No díptico Jeany Duwal uma mulher amputada de um dos membros que a impede de alcançar as figuras. E deixo para o fim as magníficas imagens feitas em radiografias médicas de grande beleza.

A ideia de Platão é que a beleza age duplamente, primeiro através dum choque que provoca a recordação ou visão de “outro mundo” e que de seguida funciona como força material de uma energia directamente utilizável para o progresso espiritual.

Foi isso que senti ao contemplar as pinturas do Ruben Zacarias. Uma beleza que se prende ao nosso corpo, irresistível, sem deixar de ser obscura e enigmática.”

Paulo Ansiães Monteiro

 

 

06.06.2025 | por martalanca | Ruben Zacarias

Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos

Escola de Verão – 30 de junho a 4 de julho de 2025

Organização:

LabCLIP / CICANT / Universidade Lusófona – Centro Universitário do Porto

Coordenação:

Lurdes Macedo e Sheila Khan

Apresentação:

Em 2025, Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe celebram os 50 anos das suas independências, após as comemorações, em 2024, do centenário do nascimento de Amílcar Cabral e dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau. No seguimento das importantes reflexões sobre o significado das lutas de libertação produzidas no ano passado, a comemoração dos 50 anos da independência de quatro dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) proporciona uma oportunidade para refletir sobre o conhecimento produzido sobre este conjunto de nações, bem como sobre o seu lugar no campo dos Estudos Africanos. Quais foram os avanços alcançados no estudo dos PALOP desde as suas independências? Quais os desafios que se colocam à configuração dos Estudos Africanos em Português?

Na busca de pistas que permitam ensaiar respostas a estas questões, a Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos” será desenvolvida sob o princípio de que para se produzir conhecimento sobre os PALOP é necessário torná-los objetos de estudo inteligíveis. Este princípio será colocado em diálogo com o potencial e com as limitações que os estudos pós-coloniais e decoloniais oferecem a uma análise crítica das especificidades dos contextos destes países africanos.

A partir dos contributos de várias disciplinas das ciências sociais e humanas, esta Escola de Verão será desenvolvida em torno de quatro grandes eixos temáticos:

  • Estudos Africanos em Português;

  • Cultura e pensamento nas lutas de libertação;

  • Literaturas e Culturas Africanas em Português;

  • Memórias Coloniais e Propostas Decoloniais.

Público-alvo: Estudantes dos vários graus de ensino universitário; Investigadores; Artistas; Professores; Técnicos de ONGs e de outros organismos de cooperação internacional.

Objetivos desta Escola de Verão:

1 – Definir os Estudos Africanos em Português como campo de pensamento e de construção de conhecimento;

2 – Compreender a relação histórica e de memória entre os PALOP, e entre estes e Portugal;

3 – Estimular a reflexão crítica em torno dos legados das lutas de libertação e das independências destes países;

4 – Interpretar criticamente o papel e a responsabilidade histórico-cultural das literaturas nos PALOP;

5 –  Analisar a evolução dos projetos coloniais e a sua relação com a emergência de iniciativas e compromissos decoloniais;

6 – Debater os desafios epistemológicos e metodológicos que se colocam à reconfiguração dos Estudos Africanos em Português.

Competência a adquirir pelos participantes:

1 – Aplicar os Estudos Africanos em Português como ferramenta de análise crítica capaz de dar conta das especificidades dos contextos dos PALOP;

2 – Enunciar um quadro de pensamento em torno das interdependências históricas, políticas e culturais entre os PALOP e entre estes e Portugal;

3 – Organizar e propor um quadro teórico e metodológico de abordagem às especificidades dos contextos dos PALOP a partir dos contributos dos Estudos Africanos em Português;

4 – Apresentar uma leitura crítica das convergências e divergências dentro deste campo de estudo;

5 – Escrever um texto (artigo, ensaio, recensão,…) que reflita criticamente a relevância dos Estudos Africanos em Português, bem como propostas epistemológicas e metodológicas para a consolidação para este campo de estudo.

Razões para frequentar esta Escola de Verão:

  • Possibilidade de identificar uma diversidade de perspetivas para abordar o conhecimento produzido no âmbito dos Estudos Africanos em Português;
  • Possibilidade de contacto com várias experiências de produção de conhecimento neste campo de estudo;
  • Possibilidade de produzir um contributo crítico para a reconfiguração dos Estudos Africanos em Português;
  • Possibilidade de alargar redes de trabalho nesta área;
  • Possibilidade de participar na criação de uma plataforma capaz de colocar os Estudos Africanos em Português nos programas curriculares dos cursos de áreas relacionadas com as ciências sociais e humanas;
  • Obtenção de formação específica nesta área de estudos, com certificado de participação e 1 ECTS;
  • Possibilidade de publicar artigo, ensaio ou recensão crítica em publicação a organizar pela coordenação da Escola de Verão.

Regime de funcionamento:

A Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos” funcionará em regime híbrido. 

Funcionará presencialmente, na Universidade Lusófona - Centro Universitário do Porto e online, na plataforma Zoom, em link a disponibilizar aos estudantes que se inscrevam nesta modalidade de participação.

Professores confirmados:

Elísio Macamo (Universidade de Basileia, Suiça)

Francisco Topa (FLUP / CITCEM)

Julião Soares Sousa (iiiUC / CEIS20)

Lurdes Macedo (ULusófona / CICANT)

Maciel Santos (FLUP / CEAUP)

Orquídea Ribeiro (UTAD / CICANT)

Sheila Khan (ULusófona / CICANT) 

Tom Stennett (Universidade de Exeter, Reino Unido)

programa provisório desta Escola de Verão pode ser consultado em anexo a este e-mail.

Valor da inscrição:

Regime presencial (inclui a participação no convívio de encerramento)

Participantes em geral – 60€

Participantes nacionais dos PALOP – 40€

Estudantes da Universidade Lusófona – 40€

Regime online

Participantes em geral – 50€

Participantes nacionais dos PALOP – 30€

Estudantes da Universidade Lusófona – 30€

A pré-inscrição na Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos” pode ser feita aqui.

06.06.2025 | por martalanca | Estudos Africanos

Maria Montessori

Estreia a 12 de junho. Inspirado em factos verídicos, MARIA MONTESSORI é um poderoso retrato de duas mulheres que ousaram desafiar o seu tempo. Com estreia marcada para 12 de junho nas salas de cinema portuguesas, o filme revela a história pouco conhecida da criadora do método Montessori, num drama histórico de grande sensibilidade e pertinência.

Protagonizado por Leïla Bekhti e Jasmine Trinca, e realizado por Léa Todorov, MARIA MONTESSORI decorre na viragem do século XX e acompanha o encontro transformador entre duas figuras femininas à margem de um mundo dominado por homens. A cortesã parisiense Lili d’Alengy muda-se para Roma para proteger um segredo: a sua filha nasceu com uma deficiência. Lá, cruza-se com Maria Montessori, uma médica pioneira que revoluciona a forma como a infância é encarada – enquanto carrega o peso de uma maternidade vivida em silêncio.

Com argumento de Catherine Paillé e da própria Léa Todorov, o filme constrói uma narrativa íntima sobre maternidade, exclusão e emancipação, mostrando como a compaixão e o conhecimento podem tornar-se ferramentas de transformação.

MARIA MONTESSORI é mais do que um filme biográfico, é um tributo à coragem feminina e à persistência em tempos de silêncio e repressão. Com uma realização delicada e interpretações marcantes, o drama oferece uma nova perspetiva sobre uma figura que mudou para sempre a pedagogia – e cuja humanidade, até hoje, permanece pouco contada. Em Portugal, estará em exibição, em exclusivo nos cinemas UCI, a partir de 12 de junho, com distribuição pela NOS Audiovisuais.

Sinopse:Em 1900, Lili d’Alengy, uma famosa cortesã parisiense, guarda um segredo que a envergonha: a sua filha Tina, nasceu com uma deficiência. Não querendo cuidar de uma criança que ameaça a sua carreira, Lili decide trocar Paris por Roma. Lá conhece Maria Montessori, uma médica que desenvolve um método revolucionário de aprendizagem para crianças, até então, chamadas de “deficientes”. Mas Maria também esconde um segredo: um filho nascido fora do casamento. Juntas, as duas mulheres vão ajudar -se mutuamente conquistar o seu lugar num mundo de homens e a escrever história.

 | Materiais

06.06.2025 | por martalanca | Maria Montessori

Sessão pública de apresentação de “Boi”, da Cláudio da Silva

Vencedora da 10.ª edição do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa. Boi, de Cláudio da Silva, uma espécie de policial epistolar falhado, é uma homenagem à poética de Pedro Pedro, autor desconhecido e maldito, cujos textos, dispersos por fanzines e outros registos desconsiderados pelo mercado, retratam quase graficamente a cidade de Lisboa (e não só), privilegiando o patético e o periférico e alicerçando-se no boato e na vox populi para atingir uma verdade poética, política e biográfica da deslocalização e do deslocado.

Boi é, enfim, a ventura que paira sobre a cidade alargada que somos e que busca perspectivar. Essa cidade imaginada que ainda resiste em cada um de nós. O evento terá lugar no próximo dia 21 de junho de 2025, às 17 horas, no Auditório Sul da Feira do Livro de Lisboa

 

05.06.2025 | por martalanca | Boi, livro, policial

Complô, realizado por João Miller Guerra

O filme Complô, realizado por João Miller Guerra, terá a sua estreia mundial na 36.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Marselha (FIDMarseille), que decorre entre os dias 8 e 13 de Julho de 2025, em França.

Produzido pela Uma Pedra No Sapato e distribuído em Portugal e internacionalmente pela MagentaComplô traça o retrato íntimo de Bruno, conhecido como “Ghoya” — órfão de um país onde nasceu, órfão do Estado. Encarcerado metade da sua vida, sempre livre. “Ghoya” é rapper crioulo e activista político. Este filme, um espaço de encontro num momento da luta e da vida.

Com argumento do próprio realizador, o filme conta com edição de Pedro Cabeleiradireção de som de Rafael Gonçalves Cardoso e produção de Filipa Reis.

A seleção de Complô para o FIDMarseille — um dos mais prestigiados festivais internacionais dedicados ao cinema de autor — assinala mais uma forte presença do cinema português no circuito internacional, reconhecendo a força de uma obra profundamente pessoal, política e cinematográfica.
SOBRE O FILME 
Complô é um filme sobre a experiência de vida de um afrodescendente português, submetido à lei da nacionalidade baseada no “jus sanguinis”, que ditou que os filhos de imigrantes fossem tão imigrantes quanto os seus pais. Ghoya viu assim negado à nascença o direito de ser e se sentir português. A urgência de documentar esta experiência surge ainda em 2009 quando o conheci brevemente, estava “a monte”. Senti a força de um protagonista, abandonado pelo Estado português, que já relatava a sua história, usando a sua própria voz, muito antes deste filme começar. Essa é a vida de um MC de Rap Crioulo. A falta de integração do rap crioulo na nossa sociedade relaciona-se ainda hoje com a sua vida, alguém que viveu em bairros que foram sendo consecutivamente demolidos, fruto de “programas especiais de requalificação”. Com um longo passado em estabelecimentos prisionais, Ghoya sabe que a prisão começa no bairro onde se nasce. Este filme e a falta de outros é prova disso. É sobre tudo isto que cria as suas rimas.
Obrigado, Bruno.” 

João Miller Guerra 

 

 

FICHA TÉCNICA

Título: Complô
Realizador: João Miller Guerra
Argumento e Diálogos: João Miller Guerra
Guião: João Miller Guerra
Produtora: Uma Pedra No Sapato
Produtor: Filipa Reis

Fotografia: Vasco Viana
Montagem: Pedro Cabeleira
Diretor de Som: Rafael Gonçalves Cardoso
Criação Gráfica: Márcio Matos

Actores: Bruno “Ghoya” Furtado
Música: Ghoya

Ano de Produção: 2025

 

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Género: Documentário
Duração: 1h 25min 57s
Formato de imagem: 1.78
Resolução: 2K DCI
Cor / P&B: Cor
Som: 5.1 Surround
Formato de captação: Digital
Formato de projeção: DCP

05.06.2025 | por martalanca | Complô, nacionalidade, rap

Conversa com Virgília Tembo Ferrão e João Borges de Oliveira

18h00 CONVERSA Programa literário Lisboa / Maputo DAC |DMC |CML Conversa com Virgília Tembo Ferrão e João Borges de Oliveira, escritores que venceram a edição de 2025 do programa. Moderação: Marta Lança. ESPAÇO BIBLIOTECAS DE LISBOA | CML

05.06.2025 | por martalanca | João Borges de Oliveira, Virgília Tembo Ferrão

O som é o monumento / The sound is the monument

Kiluanji Kia Henda desenvolve um projeto a partir do Monumento aos Mortos da Grande Guerra, em Luanda — também conhecido como Maria da Fonte —, uma estátua erguida em 1937 que se destacou como uma das maiores construções monumentais do Império Português em África.

O monumento foi dinamitado em 1976, um ano após a independência de Angola, resultando na dispersão de grandes blocos de pedra esculpida, embora o pedestal original tenha permanecido intacto. A partir de imagens documentais dos fragmentos do monumento e dos soldados angolanos e cubanos que participaram na sua destruição, Kiluanji cria uma série de colagens digitais que dão origem a um conjunto de oito posters de bandas musicais fictícias, impressos em escala monumental.

No centro da piscina principal será instalada a obra O Som é o Monumento — um plinto geométrico que reinterpreta a forma de um pedestal, transformando-o numa caixa acústica. Esta estrutura será utilizada para a difusão de um repertório de músicas angolanas que constroem contra-narrativas sonoras ao discurso colonial e imperialista, afirmando a música como veículo de memória, identidade e insurgência cultural. Através desta operação estética e simbólica, o artista ressignifica os escombros do passado como matéria de invenção e resistência, propondo, deste modo, uma reflexão crítica sobre novas formas de celebrar e reinscrever a memória no espaço público, onde o som — a música — assume o lugar de monumento.

04.06.2025 | por martalanca | angola, kiluanji kia henda, monumento

"Contos do Esquecimento", de Dulce Fernandes em sala

“Contos do Esquecimento”, documentário realizado por Dulce Fernandes, estreia nas salas de cinema portuguesas no próximo dia 3 de julho. Esta obra mergulha na memória coletiva e nos silêncios históricos em torno do papel de Portugal no tráfico transatlântico de pessoas escravizadas.

O ponto de partida do filme é a descoberta, em 2009, de um conjunto de 158 esqueletos de africanos escravizados – homens, mulheres e crianças – numa lixeira urbana do século XV em Lagos, Algarve, aquando da construção de um parque de estacionamento. “Contos do Esquecimento” constrói-se através de imagens de arquivo, registos contemporâneos e paisagens sonoras envolventes, convidando o público a refletir sobre as violências do passado e o impacto das ausências na história oficial. 

“Nasci em Angola em 1973, na altura um território sob o domínio colonial português. Filha de colonos portugueses numa terra ocupada e explorada durante séculos, sinto-me profundamente marcado pela experiência do colonialismo. Como cineasta, interessa-me investigar o passado colonial da Europa (de Portugal, em particular), as construções da memória coletiva e os vestígios desse passado no presente”, afirma a realizadora Dulce Fernandes.

O filme foi selecionado para diversos festivais internacionais, como o IDFA - Festival Internacional de Documentário de Amesterdão (Países Baixos), Bergamo Film Meeting (Itália), Crossing Europe Film Festival, Linz (Áustria), Ethnocineca International Documentary Film Festival Vienna (Áustria), Festival Internacional de Cinema de Mumbai (Índia) e em Portugal estreou-se no IndieLisboa 2024, onde recebeu uma Menção Especial do Júri Árvore da Vida.

Nas salas de cinema, “Contos do esquecimento” será antecedido pela exibição da curta-metragem “Time to Change”, uma obra de 6 minutos em que a realizadora e argumentista angolana Pocas Pascoal propõe um olhar sobre o colonialismo, o capitalismo e o seu impacto na biodiversidade global. Esta curta-metragem teve a sua estreia nacional no Curtas Vila do
Conde em 2024. No circuito internacional, este filme foi seccionado para o RIDM – Festival
Internacional de Documentário de Montreal (2024) e para o Festival de Clermont-Ferrand
(2025), entre outros.

No dia 20 de junho, às 10h30, no ICA, em Lisboa, vai realizar-se um visionamento desta sessão para a imprensa.

Para mais informações e marcações de entrevistas, por favor contactar:

Rita Bonifácio | 918453750 | ritabonifacio@paristexas.pt

03.06.2025 | por martalanca | Contos do Esquecimento, Dulce Fernandes

Coisas que escapam_exposição de Catarina Marto e Raquel Pedro_4 Jun a 4 Jul

A exposição Coisas que escapam é composta essencialmente por trabalhos em colagem, realizados em 2025. Catarina Marto e Raquel Pedro colaboram regularmente, desde de 2012, e não expõem em Lisboa, a sua cidade, desde 2020.

«Muitas coisas escapam. Neste momento, a insanidade de certos governantes e a imprevisibilidade das alterações climáticas constituem uma assombração que paira no (in)consciente colectivo. O mundo em queda livre.A resistência latente no orgânico também é algo que escapa… à compreensão racional, aos constrangimentos governativos ou a hipnoses tecno-mediadas. Pode estar adormecida tempos e tempos, e depois, um dia, por uma qualquer vibração ou acontecimento, acordar e brotar, como uma semente, e reverter situações. »

Coisas que escapam

 

03.06.2025 | por martalanca | Catarina Marto, Raquel Pedro

Conversa com Marissa Moorman e Fernando Pacheco

No próximo 4 de junho as “Horas Inquietas” voltam à Acep, desta vez com uma conversa sobre Culturas e Movimentos Sociais em Angola. Estaremos à conversa com Marissa Moorman da Universidade de Madison (EUA), autora de “Intonations: a Social History os Music and Nation in Luanda, Angola from 1945 at recent times” e “Powerful Frequencies , radio, state, power during the cold war in Angola (1931-2002)” e Fernando Pacheco cofundador da ADRA-Angola e cronista do Novo Jornal de Angola.

03.06.2025 | por martalanca | Fernando Pacheco, marissa moorman

billy woodberry | realizador convidado I Cinemateca

Nascido em 1950, em Dallas, de onde se mudou para a Califórnia em finais dos anos 1960, e radicado em Lisboa onde vive e trabalha desde 2018, Billy Woodberry está em junho na Cinemateca como “realizador convidado” para mostrar a sua obra em contexto. Fá-lo a partir da constelação de filmes a apresentar e comentar com um núcleo de pessoas chamadas por afinidades com ele, com as obras, com os motivos trabalhados e os olhares subjacentes. Desde 2015, a “rubrica regular” de programação Realizador convidado apresentou programas de e com Pedro Costa, Nicola Rey, Mark Rappaport, Abi Feijó, Jean-Claude Rousseau, Edgardo Cozarinsky, Albert Serra, Adolfo Arrieta, Boris Lehman, Regina Guimarães & Saguenail.


No quadro acima resumido da edição de junho de 2025, propõem-se os seis filmes realizados por Billy Woodberry até à data, nos períodos norte-americano e português da sua filmografia de vertente, a princípio, mais ficcional, e na mais documental que assumiu a partir de 1980: as curtas-metragens THE POCKETBOOK, MARSEILLE APRÈS LA GUERRE, A STORY FROM AFRICA e as longas BLESS THEIR LITTLE HEARTS, AND WHEN I DIE, I WON’T STAY DEAD…, MÁRIO. Também as suas escolhas (um total de dezassete títulos e outros tantos cineastas) refletem uma visão do mundo, o conhecimento da História do cinema e um diálogo com o presente, o percurso como professor de fotografia e cinema e como cineasta, referências, inspirações ou influências, o trabalho com as imagens de arquivo a que tem dedicado o seu cinema nos últimos anos, num mergulho que cruza a história colonial portuguesa fundamentalmente a partir da reflexão em torno da ocupação colonial em Angola no início do século XX que configura A STORY FROM AFRICA. Billy Woodberry é, lembre-se, um fundador do movimento coletivo, intergeracional, de cineastas afro-americanos conhecido como L.A. Rebellion, formado na UCLA nas décadas de 1970-80, cujos filmes representaram vidas e comunidades afro-americanas, procurando a construção de um novo cinema negro e, de forma lata, revitalizando o cinema independente americano. O movimento surgiu em sintonia com a iniciativa da UCLA que, entre 1968 e 1973, incentivou a inscrição de estudantes negros, latinos, nativos americanos ou asiáticos, agregando, entre outros e além de Woodberry, Charles Burnett, Haile Gerima, Julie Dash, Jamaa Fanaka, Barbara McCullough, Larry Clark, Alile Sharon Larkin, Ben Caldwell, Zeinabu irene Davis. BLESS THEIR LITTLE HEARTS é um título nuclear desse movimento: com uma forte ligação a KILLER OF SHEEP, de Burnett, e à modernidade do cinema italiano e das cinematografias de Cuba, Brasil, Índia ou África, a primeira ficção de Woodberry é hoje reconhecida como uma obra essencial do cinema independente americano. AND WHEN I DIE, I WON’T STAY DEAD…, a caleidoscópica longa seguinte, retrata o poeta beat americano Bob Kaufman, enquanto a mais recente MÁRIO se centra no angolano Mário Pinto de Andrade e numa geração de combatentes africanos pela independência dos territórios sob domínio colonial português. A curta billy woodberry | realizador convidado junho 2025 cinemateca [3] MARSEILLE APRÈS LA GUERRE que, como depois A STORY FROM AFRICA, se compõe de imagens fotográficas, é um retrato coletivo dos trabalhadores do porto de Marselha e presta tributo ao cineasta e escritor senagalês Ousmane Sembène.

Entre 1989, Billy Woodberry tornou-se professor da CalArts School of Film/Video e da School of Art do California Institute of the Arts, marcando gerações sucessivas de alunos. Realizou o vídeo “The Architect, the Ants, and the Bees” para a instalação multimédia “Facing the Music” (2004) à volta da construção do Walt Disney Concert Hall desenhado por Frank Gehry para a baixa de Los Angeles. Da sua filmografia constam ainda a participação como ator em WHEN IT RAINS de Charles Burnett (1995) e narrador de RED HOLLYWOOD de Thom Andersen e FOUR CORNERS de James Benning (1998). O seu cinema tem uma vibração de franca intensidade, distinguindo-se, nos últimos trabalhos, por uma rara capacidade de articulação de materiais, trabalho com os arquivos, fluidez, rigor de montagem, em linha com o ritmo musical dos primeiros filmes. O programa reúne filmes cronologicamente produzidos entre 1929 (o raro VOYAGE EN ANGOLA, de Marcel Borle) e 2024 (MÁRIO), de autores como Chaplin e Ford, Helen Levitt, Janice Loeb, James Agee, Sidney Meyers, Manfred Kirchheimer, Satyajit Ray, Ermanno Olmi, Emile De Antonio, Santiago Álvarez, Octavio Cortazar, Pastor Vega, Chris Marker, Nelson Pereira dos Santos e Eduardo Coutinho ou Mila Turajlic. É uma proposta de tangentes e, nos quatro sábados do mês, as sessões sugerem “double bills” com os filmes de Billy Woodberry em rima direta com outros da sua escolha.

O programa é organizado em diálogo estreito com Billy Woodberry e conta com o apoio inestimável de Andy Rector. A acompanhar as sessões estão Filipa Vicente, José Manuel Costa, José Oliveira, Lúcia Prancha, Maria do Carmo Piçarra, Nuno Lisboa, Olivier Hadouchi, Rita Rato, Ruth Wilson Gilmore, Sílvia das Fadas, além de Joana Ascensão, Luís Mendonça, Luís Miguel Oliveira e Maria João Madeira. Será publicado um livro, em edição bilingue (português e inglês), a lançar posteriormente em data próxima.

mais infos aqui

02.06.2025 | por martalanca | billy woodberry

Uma exposição transcultural em diálogo entre a Europa e Macau

As Espantosas e Curiosas Viagens de Cheong Kin Man, Marta Stanisława Sala e Deborah Uhde 
Museu do Centro Científico e Cultural de Macau - CCCM, Lisboa
6 de Junho – 6 de Julho de 2025
Inauguração: 5 de Junho de 2025, 17h
Artistas apresentados: Cheong Kin Man, Marta Stanisława Sala e Deborah Uhde
Curadoria: Lorena Tabares Salamanca
A partir do dia 5 de Junho de 2025, o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) em Lisboa acolhe esta mostra mostra que combina arte e antropologia visua,l para explorar os complexos intercâmbios históricos e culturais entre a Europa e Macau.
A inauguração, a ser presidida pela Presidente do CCCM, Prof.ª Doutora Carmen Mendes, terá lugar às 17h, no mesmo dia, na sala de exposições temporárias do CCCM, seguida de uma visita guiada ao público pelos artistas.
“Trata-se de uma exposição que aborda, de forma imersiva e multissensorial, os caminhos entrelaçados entre a Europa e duas antigas colónias europeias na China, criando pontos de convergência que unem significados distantes em um diálogo constante”, destaca a curadora de arte da exposição, Lorena Tabares Salamanca (Colômbia).
A dupla formada por Marta Stanisława Sala (Polónia) e Cheong Kin Man (Macau), juntamente com Deborah Uhde (Alemanha), três artistas residentes em Berlim, faz uma recriação artística de arquivos pessoais e de acervos históricos, de vertentes práticas, linguísticas e sociais.
Neste conjunto de trabalhos artísticos e antropológicos, a autoetnografia artística e as escritas intermediais, baseadas numa experiência da aprendizagem de línguas do mundo, crónicas de viagem das figuras históricas como Miguel Boym ou do Conde Benyowsky, tratados de história natural e textos epistolares, dialogam com narrativas documentais, tornando visíveis histórias e temporalidades alternativas.
A obra da dupla revisita as histórias migratórias familiares, tanto polacas como macaenses, que se cruzam em Berlim. Neste espaço de transfigurações artísticas, os gestos linguísticos, objetos híbridos e saberes em trânsito, entre passado e presente, interagem com tecnologias emergentes, incluindo a inteligência artificial que reimaginam aspetos cosmológicos, filosóficos e oraculares.
Cheong Kin Man e Marta Sala propõem um universo paralelo numa língua inventada, com centenas de ideogramas fictícios. A dupla apresenta várias peças têxteis, de técnicas mistas e audiovisuais, entre as quais se destacam: “Apocalipses” (2023-2025), “A Bússola da Utopia” (2024-2025) e o arquivo de entrevistas da Diáspora Macaense de Cheong Kin Man (2008-2009).
Por sua vez, Deborah Uhde ativa artefatos históricos por meio de intervenções artísticas e cria uma arqueologia crítica do conhecimento entre processos digitais e analógicos através das obras: “Fatias Brancas Pontos Cegos” (2024), “Atlas de Malabarismos Mentais” (2016-em-processo), “Cromosferas” (2025) e “Corpoteca” (2013).
O título da iniciativa, “As Espantosas e Curiosas Viagens”, tem a sua origem na inscrição inicial da tradução alemã histórica de 1671 da obra “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto — um dos títulos mais relevantes da literatura de viagens e destacado no mundo lusófono.
É dada a esta exposição o mesmo nome da apresentada por Cheong kin Man e Marta Sala na Kunstraum (Galeria) do Instituto Confúcio de Nuremberga e com o patrocínio da Fundação Oriente, em 2024, tendo em conta, desta vez, que o evento tem como objetivo contribuir para um diálogo coletivo com as coleções e investigações promovidas pelo CCCM.

Instituto Cultural da Região Administrativa Especial de MacauInstituto Cultural da Região Administrativa Especial de Macau
A mostra “As Espantosas e Curiosas Viagens” conta com o alto patrocínio das Embaixadas da Colômbia e da Polónia em Lisboa e tem apoio do o Ministério da Cultura e Património Nacional e do Instituto Adam Mickiewicz da Polónia, Fundação Oriente, Câmara Municipal de Cracóvia, Goethe-Institut Portugal e Instituto Boym da Polónia.
O CCCM, sob a tutela do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, tem por missão produzir, promover e divulgar conhecimento sobre Macau e é um centro de investigação científica entre Portugal e a República Popular da China, assim como entre a Europa e a Ásia.
Programa paralelo:
Conversas com artistas e apresentação dos livros de artistas “Apocalipses” da dupla Marta Stanisława Sala e Cheong Kin Man e “Pontos Cegos em Fatias Brancas” de Deborah Uhde, na Biblioteca do Goethe-Institut Lisboa, no dia 6 de Junho de 2025, às 18h.
Lorena Tabares Salamanca (Colômbia) é a curadora da exposição. A sua abordagem curatorial interdisciplinar explora o corpo, a performatividade e o arquivo, frequentemente incorporando ficção e processos participativos para abordar temas de memória, identidade e mudança social, com particular enfoque no contexto da América Latina e as suas convergências planetárias.
Cheong Kin Man (Macau) e Marta Sala (Polónia) são uma dupla de artistas residentes em Berlim. Combinam auto-etnografia, arte têxtil e instalações multimédia com a desconstrução etimológica e a aprendizagem das línguas do mundo para explorar e reinterpretar a migração, a diáspora e a memória pós-colonial através de narrativas transdisciplinares.
Deborah Uhde (Alemanha) investiga criticamente as interseções da história colonial, arqueologia dos media, imagens geradas por IA e memória pessoal, através de instalações híbridas, intervenções em arquivos e recontextualizações poéticas, que desafiam os sistemas dominantes de representação visual e cultural.
Com o apoio de:

Embaixada da Colômbia em Portugal (patrocínio honorário)
Embaixada da Polónia em Portugal (patrocínio honorário)
Ministério da Cultura e Património Nacional da Polónia (apoio financeiro a Marta Sala)
Instituto Adam Mickiewicz da Polónia (apoio financeiro a Marta Sala)
Fundação Oriente (apoio financeiro para reedição de um livro de artistas de Cheong Kin Man e Marta Sala)
Câmara Municipal de Cracóvia (parceria institucional e patrocínio mediático)
Goethe-Institut Portugal (parceria institucional)
Instituto Boym (patrocínio mediático)

02.06.2025 | por martalanca | Cheong Kin Man, macau, Marta Sala

Matriz Têxtil Insular

Gestão da Soberania comunitária e o desenho de novos futuros.

Centro Agroecológico do Madeiral (CAM)
4 de Junho de 2025 (quarta-feira)
16h

A Neve Insular e a Oficina de Utopias têm o prazer de convidar para a apresentação pública da “Matriz Têxtil Insular – Gestão da Soberania comunitária e o desenho de novos futuros”, um projecto de fôlego trienal que articula práticas agroflorestais, educativas e artísticas para afirmar uma soberania em arte & design têxtil de base identitária artesanal em Cabo Verde.

Este momento marca o lançamento oficial de um novo ciclo de criação, onde a matéria — a terra, o algodão e as mãos — dá forma ao imaginado, inaugurando uma nova identidade enraizada no compromisso com as comunidades e com o futuro do património têxtil das ilhas.

Sustentado pela trajectória do colectivo artístico Neve Insular, o projecto Matriz Têxtil Insular propõe revitalizar o ciclo do algodão, a partir da comunidade do Vale do Calhau e Madeiral, na ilha de São Vicente, Cabo Verde e posicionar o Pano d’Obra como linguagem contemporânea com raízes ancestrais na geografia Pan-Atlântica África, América e Europa.

Na sessão de apresentação estarão presentes:

 
 

Drª. Odete Ferreira e Serra, Adida para a Cooperação Portuguesa, em representação do Instituto Camões (financiador do projecto);

- Ângelo Lopescoordenador do projecto Matriz Têxtil Insular, da Oficina de Utopias;

- Vanessa Monteiroprodutora executiva da Vanessa Monteiro Design e Rita Rainho, investigadora do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS/FBAUP) - ambas coautoras do colectivo Neve Insular;

- Ederley da Graça Rodriguescoordenador agroecológico presidente da Associação Agropecuária do Madeiral e Calhau (AAPCM).

 
 

Durante o encontro será apresentado o projecto, assim como o plano estratégico trienal, delineando as próximas etapas de ação e colaboração. A sessão prolonga-se num ambiente informal de partilha e diálogo em torno do ciclo de algodão e o dos primeiros gestos do futuro colectivo que este projecto propõe.

Contamos consigo para este início de caminho.

 
 
 
 
 

Pede-se confirmação de presença para o email mti.neveinsular@gmail.com até 2 de Junho. Se necessitar de transporte, por favor, deixe essa indicação.


CONTACTOS LOCAIS

Ângelo Lopes - 9814488
Vanessa Monteiro - 5897958

29.05.2025 | por martalanca | Matriz Têxtil Insular

SONS DAS INDEPENDÊNCIAS

Angola | Cabo Verde | Guiné-Bissau | Moçambique | São Tomé e Príncipe ciclo de palestras online  Marco Roque Freitas, investigador integrado do INET-md e Professor Auxiliar Convidado do Departamento de Ciências Musicais na NOVA FCSH, onde é responsável pela unidade curricular “Música e estudos pós-coloniais”, organiza este verão um ciclo de palestras sobre o 50.º aniversário das independências de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. O ciclo é de entrada livre e conta cinco sessões, cada uma dedicada a um contexto nacional, ao cuidado de um leque de especialistas.   Todas as segundas-feiras, de 16 de junho a 14 de julho | Online -

Entrada Livre | Programa completo
LISBOA | LUANDA: 16-18h
PRAIA: 14-16h
BISSAU | SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE: 15-17h
MAPUTO: 17-19h Sala zoom:  https://videoconf-colibri.zoom.us/j/87623177170  Programa completo (disponível em .pdf): 16 junho | As construções sonoras de Angola no pós-independência
André Castro Soares | CRIA / Iscte-IUL 23 junho | Sons da resistência: Música, anticolonialismo e memória sonora
Inês Nascimento Rodrigues | CES - UC 30 junho | São Tomé e Príncipe: Sons das ilhas 
Magdalena B. Chambel | CH-ULisboa 07 julho | Das cantigas de “mandjuandadi” à música de intervenção: Percursos e trajetórias da produção musical na Guiné-Bissau
Miguel Barros | CESAC - Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral 14 julho | A construção sonora de Moçambique: Política cultural, radiodifusão e indústrias da música no processo de formação da naçãoMarco Roque de Freitas | INET-md / NOVA FCSH  

29.05.2025 | por martalanca | sons das independências

ARQUIVO COLECTIVO DA TERRA VERMELHA

Espetáculo sobre o papel das colectividades no tempo da ditadura, vai estrear no Barreiro

“Arquivo Colectivo da Terra Vermelha”, é uma peça de teatro que vai estrear no próximo dia 30 de maio, na Sociedade de Instrução e Recreio Os Penicheiros, no Barreiro.

Através da história de um homem simples, põe em evidência o papel das colectividades de cultura e recreio no tempo da ditadura.

O espetáculo é uma criação de Isabel Mões e estará em cena dias 30, 31 de maio, 1, 6, 7 e 8 de junho de 2025.


“Arquivo Colectivo da Terra Vermelha”, é uma peça de teatro construída tendo como base a memória documental presente no arquivo da Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense Os Penicheiros, colectividade que tem mais de 150 anos. Mas também com material de alguns documentos do Arquivo da Torre do Tombo, da Câmara Municipal do Barreiro (arquivo de pedidos confidenciais), do Cineclube do Barreiro, do arquivo do Futebol Clube Barreirense e, ainda, com recolha oral de histórias diversas. 

Tudo se desenrola em torno da personagem de Arnaldo, passando por acontecimentos importantes da colectividade e da cidade do Barreiro — aqui denominada “Terra Vermelha” —, como a resistência ao fascismo, as greves e o movimento operário. 

A ação acompanha a vida desse homem desde jovem, em 1965, altura em que veio do Alentejo para fazer provas de futebol no grande clube da altura, o Barreirense. Acaba a trabalhar na colectividade Os Penicheiros, na secretaria, onde ficará como responsável pelas actas e gestão de sócios. É aqui que Arnaldo adquire o gosto pela leitura e toma contacto com os sócios, sobretudo, ferroviários e corticeiros. Fica então a conhecer as histórias de quem quer imigrar, de quem desenvolve em surdina encontros políticos ou culturais, de quem é procurado pela polícia. Há um livro que perpassa toda a história, o livro “pássaro”, A Mãe, de Gorki, escondido em casa do pai e que acompanha, mais tarde Arnaldo, na tomada de consciência política que desenvolve na Terra Vermelha.

A interpretação está a cargo de Carla Carreiro Mendes e João Ferrador e, com Céu Jesus, Elsa Coelho, Luís Miguel Nunes, Miguel Nunes e Patrícia Mealha.

Esta peça é uma criação de Isabel Mões que, tal como neste caso, através do seu trabalho de dramaturgia, escrita e encenação tem criado espectáculos de teatro e projectos visuais e sonoros de forte carácter activista, sustentados na memória pessoal e colectiva e na observação social e política da sociedade. Um dos seus trabalhos mais recentes foi “Eu Vim de Longe”, uma série de quatro documentários sonoros em torno dos estrangeiros que estiveram em Portugal durante o PREC.

“Arquivo Colectivo da Terra Vermelha” estará em cena na SIRB Os Penicheiros, dias 30, 31 de maio e 1, 6, 7 e 8 de junho, sextas e sábados às 21h30 e domingos às 16h. No dia 1 de junho o espectáculo terá interpretação em Língua Gestual Portuguesa. 

Os bilhetes custam 8€ e estão à venda na BOL e na bilheteira no local. 

Os contactos para reservas são: Tel.: 964 323 434 | e-mail: prodisabelmoes@gmail.com

@José Frade@José Frade

29.05.2025 | por martalanca | arquivo, ditadura, teatro

Filme Praia Formosa, realizado por Julia De Simone

Anunciamos a estreia nacional do filme Praia Formosa, realizado por Julia De Simone, que chegará às salas portuguesas a 29 de Maio. No elenco, o filme conta com Lucília Raimundo, Maria D’Aires, Samira Carvalho e Mãe Celina de Xangô.
Praia Formosa mostra-nos a viagem de Muanza, uma mulher trazida do Reino do Congo contra a sua vontade, para o trabalho escravo no Brasil colonial. Muanza desperta em pleno Rio de Janeiro nos dias de hoje, presa no mesmo casarão onde viveu em cativeiro. E reencontra na casa, agora abandonada e em ruínas, outra personagem espectral: Catarina, mulher branca e portuguesa.
Enquanto busca formas de se libertar, assalta-a o seu maior desejo: reencontrar Kieza, sua amiga e irmã. Quando consegue finalmente sair do casarão, Muanza lança-se na cidade contemporânea e depara-se com um Rio de Janeiro revestido de reformas urbanas e apagamentos históricos.
“O filme surge de um desejo de investigação sobre o lugar onde nasci e cresci, uma busca por entender a cidade para além de sua imagem turística vendida como produto de exportação”, conta a realizadora Julia De Simone na sua nota de intenções. “Era preciso olhar para aquilo que a cidade tenta insistentemente esconder, as suas feridas e complexidades que são objectos de apagamentos constantes.”
Esta é uma coprodução luso-brasileira que resulta do encontro entre a produtora Anavilhana, Mirada Filmes e Uma Pedra no Sapato.
Praia Formosa estreará nas salas de todo o país a 29 de Maio. Acompanhe as redes sociais e o site de Uma Pedra no Sapato para mais informações.


SINOPSE

Muanza, uma mulher natural do Reino do Congo, foi traficada para o Brasil em meados do século XIX. Ao despertar nos dias de hoje, Muanza depara-se com um Rio de Janeiro de tempo espiral, onde figuras do passado e do presente são parte da busca pelas suas origens. Nessa fusão temporal, o filme testemunha a vida que emerge dos espaços da cidade, os gestos de resistência frente à desterritorialização forçada e os afectos que sustentam as relações de irmandade.

27.05.2025 | por martalanca | Julia De Simone

Banda Monte Cara

O espectáculo Banda Monte Cara evoca a memória e a herança do icónico e prestigiado Clube Monte Cara que, em 1976, se instalou na Rua do Sol ao Rato e se tornou num dos principais epicentros da cultura africana em Lisboa, com a influência de Cabo Verde. Idealizado e gerido por Bana, ou Adriano Gonçalves, nome incontornável da música deste país, que tornou este espaço num verdadeiro trend setter da modernidade musical de Cabo Verde e cuja influencia se reflecte até aos dias de hoje. No seu palco foram lançados Armando Tito, Paulino Vieira, Toy Vieira, Celina Pereira, Fantcha, Tito entre muitos outros artistas marcantes. As já famosas noites Monte Cara realizam-se desde 2021, com a banda Monte Cara e convidados. No prόximo dia 30 de Maio, vai acontecer mais uma noite especial no Clube B.Leza, com a Banda Monte Cara, a que se juntam os músicos Zé Antόnio, Nando Andrade, Nanuto, Renato Chantre e o cantor Mário Marta. Temos ainda o prazer de anunciar a participação do musico Nirr Paris e dos cantores convidados Lucibela Freitas e Calú Moreira. 

Esta Banda Monte Cara é uma formação de músicos que tocaram no Monte Cara, concebida por Alcides Nascimento, a que se juntam elementos da nova geração. Os cantores convidados interpretam temas tocados naquele Clube entre 1976 e 1991. São composições de Dionísio Maio, Paulino Vieira, Manuel de Novas, Pedro Rodrigues, entre outros. O espectáculo que apresentamos será, como habitual, um momento de grande qualidade musical, recheado de alegria, festividade e empatia com o público. Ou não fossem eles quem, desde os anos 70, têm posto Portugal, e não só, a dançar. 


27.05.2025 | por martalanca | Clube B.Leza, Monte Cara

International Conference: Rethinking (Post)Colonial Memory – June 3, 2025

In a time marked by profound crises—be they political, environmental, or humanitarian—how should we rethink colonial memory? What role does the enduring legacy of imperial violence play in shaping our present? And how can academic scholarship meaningfully respond to this intensifying moment of rupture?

This conference explores how colonial histories continue to remain deeply embedded in the structures of today’s crises, shaping geopolitical conflicts, patterns of violence, systemic inequalities, and struggles for justice. It aims to critically engage with the intersections of colonial memory and historical narratives in relation to the pressing political and ethical dilemmas of our time. By addressing the politics of history, the conference also seeks to explore how colonial memory functions as a contested space for reparative justice and a potential force for social transformation.

Key themes include:

  • How contemporary wars and geopolitical conflicts revive and reshape colonial narratives?

  • The role of memory and historical responsibility in today’s political polarization

  • Decolonization in the face of climate crisis and environmental destruction

  • The place of reparative justice in an era of democratic erosion and global inequality

  • How can memory become an active force for justice in times of global crisis?

27.05.2025 | por martalanca | (Post)Colonial Memory