Performando Sentimentos Públicos, Ana Pais

Sentimentos públicos são forças invisíveis que circulam na esfera pública, modelando desejos, informando escolhas e, muitas vezes, determinando comportamentos. No entanto, a dificuldade em reconhecer como eles influenciam, tanto a nossa experiência afectiva individual quanto colectiva, tem implicações profundas na vida pública, em particular, no que respeita à pluralidade da democracia e ao exercício pleno da cidadania.

A minha hipótese de trabalho é a de que as artes performativas frequentemente sintonizam com os sentimentos públicos dominantes num determinado momento e contexto histórico, revelando as suas forças invisíveis durante o encontro com o público. Além das práticas artísticas, darei atenção ainda a outras práticas sociais que recorrem à performance pública de sentimentos que reverberam no colectivo (discursos políticos e institucionais, bem como a respectiva difusão nos media), trabalhando sobre a noção da performatividade dos sentimentos públicos: o que nos fazem, como nos atravessam e o que podem as artes performativas contribuir para o seu discernimento e, consequentemente, para uma vida cívica plural?

29.11.2023 | por martalanca | afeto, Ana Pais, artes performativas

Gala Mérito Mulheres | Zia Soares

A Associação de Mulheres Empreendedoras Europa/África promove a iniciativa MÉRITO ÀS MULHERES cujo objectivo é valorizar e premiar o papel da mulher nas mais distintas áreas profissionais.

Este ano celebra-se a 6ª Edição numa Gala que terá lugar no Estoril,  dia 25 de novembro pelas 19H no Hotel Palácio.

Zia Soares é uma das mulheres premiadas na área da “REPRESENTAÇÃO” pelo seu percurso singular em África e na Europa, na área das Artes Performativas, destacando-se o facto de ser a primeira mulher negra directora artística de uma companhia de teatro em Portugal e por ser autora e encenadora do espectáculo “O Riso dos Necrófagos” distinguido como “Melhor Espetáculo 2021/2022” no âmbito do Premio Internazionale Teresa Pomodoro em Milão, Itália.

Créditos - Estelle ValenteCréditos - Estelle Valente

Zia Soares é encenadora e actriz e é a primeira mulher negra diretora artística de uma companhia de teatro em Portugal. 

Filha de pai timorense e mãe angolana, nasceu em Angola, reside em Portugal e trabalha regularmente na Guiné-Bissau, em São Tomé e Príncipe e em Portugal.

Frequentou a Licenciatura de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o Mestrado de Artes Cénicas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. 

No início do seu percurso artístico passou pelo ballet e percussão com a Companhia Nacional de Ballet da Guiné Bissau, pelas artes circenses com a Amsterdam Balloon Company dos Países Baixos, e pelo teatro, com a Companhia de Teatro Os Sátyros,  de São Paulo, Brasil, e pelo Teatro Praga, tendo sido uma das fundadoras da companhia.  Em 2018 e 2019 concebeu e dirigiu as primeiras performances produzidas e interpretadas exclusivamente por mulheres negras em Portugal - Gestuário I produção INMUNE (Instituto da Mulher Negra em Portugal); e Gestuário II, co-produção INMUNE/ BoCA-Biennial of Contemporary Arts. 

É directora artística do Teatro GRIOT, companhia onde encenou LUMINOSO AFOGADO, a partir de Al Berto; Uma dança das florestas, de Wole Soyinka; e O Riso dos Necrófagos, de sua autoria, distinguido como “Melhor Espectáculo 2021/2022” no âmbito do Premio Internazionale Teresa Pomodoro (Milão, Itália). 

Concebeu e interpretou os solos FANUN RUIN, EROSÃO e KUINZY, produzidos pelo projecto SO WING, do qual é co-fundadora. 

O seu trabalho desenvolve-se sempre em estreita colaboração com artistas interdisciplinares como Kiluanji Kia Henda, Mónica de Miranda, Neusa Trovoada ou Xullaji.

Em 2022 o Presidente da República Portuguesa, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, convidou Zia Soares a integrar o programa “Mulheres de Coragem”, que visa “destacar o lugar e a dignidade das mulheres na sociedade portuguesa”. 

Zia Soares é uma artista apoiada pela apap – Feminist Futures, um projeto co-financiado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia.

15.11.2022 | por Alícia Gaspar | artes performativas, feminismo, gala mérito mulheres, mulheres, negritude, Zia Soares

LINHA DE FUGA, OPEN CALL Convocatória Laboratório Internacional de Criação Artística

Linha de Fuga decorrerá em Coimbra, entre 10 de novembro e 1 de dezembro de 2018. Para lá da dimensão de Festival aberto ao público, com a apresentação de espetáculos em vários locais da cidade, LINHA DE FUGA realiza um Laboratório que pretende promover o encontro entre artistas nacionais e estrangeiros para intercâmbio de práticas artísticas.

Ana Borralho & João Galante (PT), Federica Folco (UY), Luciana Fina (IT/PT), Miguel Pereira (PT), Sergi Faustino (ES) e Thomas Hauert (CH/BE) são os artistas da primeira edição que, paralelamente à programação do Festival, vão dirigir os seminários do LINHA DE FUGA. O Laboratório reunirá 20 profissionais das artes (teatro, dança, vídeo, música, escrita), selecionados por convocatória internacional, que tenham interesse em confrontar os seus projetos e as suas práticas com as dos artistas convidados e dos seus pares.

Cada participante do LINHA DE FUGA é desafiado a partilhar um trabalho em processo (que poderá encontrar-se em distintos momentos de desenvolvimento) que será o seu objeto de estudo nos seminários práticos. O objetivo é promover o confronto de práticas artísticas, num processo de trabalho colectivo e participado, que se desenvolverá num campo de experimentação, aprendizagem e partilha de conhecimentos. Pensado como uma Zona Autónoma Temporária, segundo o conceito de Hackim Bey, LINHA DE FUGA terá momentos de trabalho coletivo (onde os participantes podem apresentar, discutir e desenvolver os seus projetos artísticos em relação com outros criadores e outras práticas) e períodos de trabalho pessoal com diferentes metodologias (colaboração com outros participantes, acompanhamento individual com os artistas convidados ou desenvolvimento da própria pesquisa).

Pensado especificamente para Coimbra, o Laboratório é uma instância de transmissão e produção de conhecimento através de práticas de criação. O Festival, que é realizado em parceria com entidades da cidade, decorre em vários locais, com uma cadência de apresentações semanais, e pretende discutir a importância da arte como fator social crítico a nível local e global.

LINHA DE FUGA propõe estabelecer uma relação entre participantes do Laboratório, artistas convidados e públicos da cidade, num circuito que permita expor distintas práticas e pensamentos artísticos, tanto apresentando à cidade obras da artistas-mediadores, como os processos em trabalho dos artistas participantes do laboratório.

LINHA DE FUGA é um projeto com curadoria de Catarina Saraiva, promovido pelas Produções Real Pelágio, estrutura financiada pela Direção Geral das Artes / Ministério da Cultura. A Câmara Municipal de Coimbra/Convento de São Francisco, Teatro Académico Gil Vicente, A Escola da Noite, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e o Citemor (co-produtor do Laboratório) são entidades parceiras.

+ info www.linhadefuga.pt

18.08.2018 | por martalanca | artes performativas, Coimbra, laboratório, Linha de Fugas

Lançar Diálogos: Crítica de Artes do Espetáculo e Esfera Pública

O colóquio internacional de crítica de teatro, a decorrer nos dias 8 e 9 de junho, pretende lançar a crítica na esfera pública e contribuir para o diálogo entre quem cria, escreve e produz. Artistas, académicos, críticos profissionais e interessados poderão debater acerca da criação teatral contemporânea e as suas múltiplas manifestações.
Serão dois dias de encontro em Lisboa (8 e 9 de junho) e dois dias no Porto (10 e 11 de junho), durante os quais a substância dos trabalhos incluirá vários formatos, como conferências, comunicações, mesas redondas, masterclasses e vários espetáculos no âmbito da programação do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica).

Entrada livre.

Para mais informações, consulte o site.

 

29.05.2016 | por claudiar | artes performativas, colóquio, teatro

3º Festival Internacional de Teatro e Artes de Angola: de 16 a 30 de Maio

O Elinga Teatro organiza em Luanda, entre 16 e 30 de Maio, o III Festival Internacional de Teatro e Artes de Luanda, que contará com a presença de grupos de teatro provenientes de Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Brasil e Portugal.

O festival abrirá no dia 16 de Maio na capital angolana, com a apresentação do espectáculo “Teorema do Silêncio”, peça de Caplan Neves, encenada pelo Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, de Cabo Verde.

Para além da presença de vários grupos nacionais - Oásis, Elinga Teatro, HenriqueArtes, Miragens Teatro, Marado Teatro e o grupo Bismas das Acácias - a programação inclui as actuações das companhias portuguesas: CTB- Companhia de Teatro de Braga, com o espectáculo “Arte do Futuro / Último Acto”, no dia 18 de Maio; A Escola da Noite, que apresenta “Novas Diretrizes em tempos de paz”, de Bosco Brasil, no dia 23 de Maio; e a companhia de Teatro Griot com o espectáculo “Faz escuro nos olhos”, no dia 25 de Maio.

De São Tomé e Príncipe estará presente a companhia Parodiantes da Ilha com o espectáculo “O Rei do Obó” de Ayres Major, no dia 20 de Maio; e de Moçambique vêm as companhias Casa Velha, com “Curandeiros à força”, no dia 28, e Kucarachas com o espectáculo “Niketche”, de Paulina Chiziane, que encerra o festival no dia 30 de Maio.

Da programação consta ainda a participação das companhias brasileiras: Solo Colectivo, com “Paredes externas”, no dia 26; e Companhia de Teatro Gente, com uma peça de José Mena Abrantes “No outro lado do mar”, apresentada no dia 22 de Maio. De Cabo verde, além da actuação do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, o evento contará com a actuação da Companhia Solaris, com “Psycho”, de Valódia Monteiro, no dia 27 de Maio.

Todas os espectáculos terão lugar nas instalações do Elinga-Teatro e estão previstos  workshops e palestras sobre temas de interesse cultural.

O Festival Internacional de Teatro e Artes teve a sua primeira edição em 2008, celebrando o vigésimo aniversário do Elinga Teatro. Tem sido voz presença regular nos Encontros Internacionais sobre Políticas de Intercâmbio organizados pela Cena Lusófona e é um dos parceiros da associação no desenvolvimento do Projecto P-STAGE, cujas actividades iniciaram em 2012.

web
Programação

17.05.2013 | por herminiobovino | artes cénicas, artes performativas, teatro

SEIS PEÇAS BIOGRÁFICAS

MARIA GIL / RAQUEL CASTRO / MESA / RITA NATÁLIO / SOFIA DINGER / HÁ.QUE.DIZÊ-LO


SEXTA 25 A TERÇA 29 MARÇO | SEXTA A SÁBADO 21H30 DOMINGO 16H00TEATRO TURIM

Procura Por Mim Neste Diário O Resto Não Vale Nada de Maria Gil 

sobre quatro pés, um plano horizontal de MESA 
Os Dias são Connosco de Raquel Castro

Não entendo e tenho medo de entender, o mundo assusta-me com os seus planetas e baratas de Rita Natálio

Nothing’s ever yours to keep de Sofia Dinger 
340. Super-homem e dois kryptonites wannabe. de HÁ.QUE.DIZÊ-LO

 

Não entendo e tenho medo de entender, o mundo assusta-me com os seus planetas e baratas
Rita Natálio

sábado 26, domingo 27 e terça 29 de Março, 21h30  

 

Não entendo e tenho medo de entender, o mundo assusta-me com os seus planetas e baratas é um projecto em construção em torno da figura do “retrato falado” e que parte da apropriação e transformação de fontes sonoras, visuais e literárias para a construção de uma série que indaga a própria noção de retrato falado como quadro ou enquadramento do outro. Nesta sequência cada retrato é um capítulo inseparável da história maior de que faz parte.

O RETRATO FALADO #5 [Retrato Por confissão] que apresentamos nestes Laboratórios de Criação é o quinto desta série. Neste capítulo Francisca Santos, performer e “impersonificadora” de todos os retratos que constituem a peça total, oferece-nos um monólogo dos bastidores da sua relação com Rita, simultaneamente autora da peça e palavra de código para muitas outras coisas. Este monólogo parte do cruzamento de duas obras incontornáveis da escritora Clarice Lispector - Paixão Segundo G.H e Sopro de vida.

um projecto de Rita Natálio interpretação e co-criação Elizabete Francisca dramaturgia Rita Natálio fontes textuaisClarice Lispector, Ervin Gauffman, Gertrude Stein, John Giorno fontes audiovisuais Caetano Veloso, Chantal Ackerman, Lady Gaga, Herz Frank, Marina Abramovic, Suely Rolnik direcção técnica Carlos Ramos figurinos António MV apoio de estúdio RE.AL, O Rumo do Fumo agradecimentos Rui Catalão, Antonia Buresi. Catarina Saraiva, Paloma Calle. Este projecto foi iniciado no âmbito de Línea de Fuga, uma proposta de Catarina Saraiva para o Máster en Práticas Escénicas da Universidad de Alcalá http://lineafuga.wordpress.com

 

Teatro Maria Matos

28.03.2011 | por martalanca | artes performativas, biografias