Angola - a segunda revolução

01.09.2010 | por martalanca | Jardo Muekalia

África_já ali

no  Auditório do Grupo Musical de Miragaia

4 de Setembro a 1 de Outubro de 2010

Programação de José Maia 

 

 1ª sessão

África _ já ali

Sábado, 4 de Set. de 2010

  

21h30 _ As estátuas também morrem, Alain Resnais e Chris Marker

22h00 _África, Paraíso e Inferno Werner Herzog



As estátuas também morrem, (Les Statues Meurent Aussi), 1953, 29`

Alain Resnais e Chris Marker

“Este filme-colagem, tido por fundador de um género de documentário a que se chamou “ensaio cinematográfico”, surge num período de violentas tensões políticas e resulta num delicado revelador deste mundo em transformação.

(…)

As estátuas também morrem, trata do desentendimento entre o homem branco e o homem negro, detendo-se nos equívocos e na violência que a presença dos artefactos africanos nos museus europeus (tanto quanto a sua ausência do Louvre, o mais nobre desses museus) desvenda.”

(…)

Em As estátuas também morrem, o ânimo da cultura africana é o rosto da morte do imperialismo europeu (…) “Um objecto está morto quando o olhar vivo que pousava sobre ele, desapareceu. E quando nós desaparecermos, os nosso objectos irão para onde nós enviamos os dos negros: para o museu.”

João Sousa Cardoso In texto de sala da 1ª sessão

África, Paraíso e Inferno (Fata Morgana), 1971, 79

Werner Herzog

“Fata Morgana surge na vaga do Novo Cinema Alemão, protagonizada por cineastas de esquerda (Rainer Werner Fassbinder, Werner Herzog, Wim Wenders e Werner Schroeter, entre outros) que, a partir dos anos 60, procuraram estabelecer uma renovada cultura na Alemanha Ocidental, com manifesto repúdio pelo passado nazi. (…)

A promessa da sequência de abertura do filme em que, por 8 vezes, assistimos à aterragem de um avião, repetição que nos faz aí compreender uma crítica mordaz à abrupta imposição do colonialismo em África, no embalo do ritmo industrial e no sentimento do homem branco como providência (…)

São evocadas as várias formas de destruição e de opressão étnica, aproximando o anti-semitismo nazi e o racismo colonialista, a história política e a militância ecologista.”

João Sousa Cardoso In texto de sala da 1ª sessão

 

Segunda-feira, 6 de Set. de 2010

1ª parte

África 50,

(Afrique 50) 1947, 20`

René Vautier

2ª parte Apontamentos para uma Oréstia Africana, (Appunti per un’Orestiade Africana) 1970, 75`

Pier Paolo Pasolini

 

3ª sessão _ Sábado, 11 de Set. de 2010

1ª parte

Os Mestres Loucos,

(Les Maitres Fous), 1955, 28`

Jean Rouch

 2ª parte

Eu, um Negro,

(Moi, un Noir), 1958, 72`

Jean Rouch

 

4ª sessão _ Segunda-feira, 13 de Set. de 2010

1ª parte

alheava_filme, 2007, 30`

Manuel Santos Maia

 

2ª parte

A Costa dos Murmúrios, 2004, 115`

Margarida Cardoso

 

5ª sessão _ Sábado, 18 de Set. de 2010

Non, ou a Vã Gloria de Mandar, 1990, 110`

Manoel de Oliveira

 

6ª sessão _ Segunda-feira, 20 de Set. de 2010

  

Terra Sonâmbula, 2007, 98`

Teresa Prata

 

7ª sessão _ Sábado, 25 de Set. de 2010

  

Casa de Lava, 1994, 110`

Pedro Costa

 

8ª sessão _ Segunda-feira, 27 de Set. de 2010

 

Bab Sebta, 2008, 110`

Frederico Lobo e Pedro Pinho

 

9ª sessão _ sexta-feira, 1 de Out. de 2010

 

Juventude em Marcha, 2006, 155`

Pedro Costa

 

O ciclo África_já ali

 

Pelo olhar e pensamento de realizadores europeus de diferentes gerações, com obras de ficção, etno-ficção e documentais iremos ver, (re)conhecer e reflectir como o ocidente representou e representa, pensou e pensa África.

As obras que serão apresentadas neste ciclo compreendem diferentes enquadramentos históricos, políticos, sociais e culturais permitindo-nos pensar:

Nós, o Outro e a relação entre Ocidente e África na cultura ocidental e na cultura africana pelas obras de Alain Resnais e Chris Marker, Werner Herzog, Pier Paolo Pasolini;

o ocidente em África no período de colonização de África pela primeira obra cinematográfica de reflexão crítica ao colonialismo África 50 de René Vautier e pelas obras de Jean Rouch e Pier Paolo Pasolini;

o confronto com o olhar africano sobre o europeu e como e quanto europeu é o africano colonizado pela obra Jean Rouch;

a colonização portuguesa, a Guerra Colonial o fim do Império e descolonização pela obras de Manoel de Oliveira, Manuel Santos Maia e Margarida Cardoso;

África Hoje, após independências e o surgimento das novas nações africanas numa  viagem falada em português de Moçambique à “Terra Sonâmbola” do escritor Moçambicano Mia Couto com Teresa Prata e outra em crioulo, que também tem base lexical portuguesa, até à “Casa de Lava” de Pedro Costa, em Cabo Verde;

os fluxos migratórios africanos do norte de África para a Europa e a emigração cabo-verdiana para Portugal serão verificados por Frederico Lobo e de Pedro Pinho e por Pedro Costa;

África em Portugal, Hoje verificada pela presença de africanos, de portugueses africanos e de africanos portugueses, resultado dos vários processos de migração de uma “Juventude em Marcha” para Portugal;

01.09.2010 | por martalanca | cinema

Pedro Costa em destaque nos Estados Unidos e no Brasil

NE CHANGE RIEN, de  Pedro Costa, inaugura o programa do Festival All Tomorrow’s Parties, comissariado por Jim Jarmusch, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, na próxima sexta-feira. O filme estreará a 3 de Novembro nos Estados Unidos, em Nova Iorque, Los Angeles, Seattle, Chicago e Boston. O cineasta é também homenageado no Brasil, onde o Centro Cultural Banco do Brasil, uma das mais prestigiadas instituições de divulgação cultural, apresenta este mês uma retrospectiva da sua obra em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília.

O Festival ALL TOMORROW’S PARTIES - título de uma canção dos Velvet Underground - foi fundado em 1999 como uma alternativa aos festivais de Verão tradicionais e oferece um espectro de programação que vai do rock à musica de vanguarda e ao hip-hop passando por exposições de arte e ciclos de cinema. O cineasta Jim Jarmusch foi o comissário escolhido para programar a edição deste ano. É também dele - e da Criterion Collection, a editora norte-americana de Costa - a escolha dos filmes a apresentar. NE CHANGE RIEN será projectado na sexta-feira 3 de Setembro e Pedro Costa estará presente no ATP 2010 para um debate com Jim Jarmusch.

No Brasil, para além da retrospectiva que será exibida nas três principais cidades brasileiras, foi ainda dada Carta Branca a Pedro Costa, que seleccionou para o programa filmes de António Reis e Margarida Cordeiro, Andy Warhol, Jean-Marie Straub e Danièlle Huillet, entre outros.  A mostra é organizada pela Associação Filmes de Quintal, que em 2007 realizou a primeira retrospectiva de Pedro Costa no Brasil, durante o forumdoc.bh.2007. A imprensa brasileira destaca a retrospectiva elogiando a iniciativa. O Estado de São Paulo publica hoje uma entrevista com o realizador e destaca num outro artigo que “o grande barato desta semana para os cinéfilos não é a estreia de nenhum blockbuster manjado (…) é a obra de um cineasta original. Trata-se do português Pedro Costa, que ganha retrospectiva completa no Centro Cultural Banco do Brasil. Na mostra estarão presentes os sete  longos e os três curtos  (…) [que] ajudam a compor o surpreendente mosaico da maneira de pensar deste cineasta”. Também o Guia Folha destaca a retrospectiva do realizador que considera “rigoroso, austero e exigente”.

ler aqui

01.09.2010 | por martalanca | cinema, Pedro Costa

CHILE DESLOCADO

Um conjunto de exposições, ciclos de debates e conversas com artistas, cinema e performances invadem a cidade de Santiago do Chile em DISLOCACION, de 01 septiembre a 15 noviembre 2010

+ El interés particular de DISLOCACION como proyecto, es la globalización, con sus causas y efectos. El proyecto da a ver un tipo de ‘nomadismo reproducido’, lo que concretamente implica como personas viven en un desfase, sea tanto económico, histórico y/o cultural. Me interesa cuestionar el contexto de la globalización, que es donde surge la pregunta por la trascendencia de la migración, la desterritorialización, las diferencias sociales, las diferencias culturales y las diferencias políticas relacionadas con la economía y política global.

Para DISLOCACION he invitado a artistas y teóricos europeos y chilenos que he encontrado en estos últimos 20 años de trabajo, definiendo con ellos un ambiente de investigación específico en Chile. La exposición DISLOCACION será un ensayo con diferentes procesos estéticos en diferentes lugares de Santiago de Chile, con el fin de realizar investigaciones sobre realidades geopolíticas relacionadas con nuestra historia local y global.

…las preguntas ya no son: ¿Qué exponer? ni ¿Cómo exponer? La pregunta más bien es: ¿Qué se puede producir a partir de DISLOCACION?  Y precisamente, ¿Qué tipo de producción se puede generar en un país como Chile? donde la desterritorialización, la deslocalización, la desarticulación, el exilio y la migración son temas históricos y por la misma razón, más que nunca, actuales.

En DISLOCACION somos conscientes de que la ausencia de una decisión común conduce a todo proyecto colectivo de exposición a la adaptación del mismo en diversos espacios. Esto se materializará a través de intervenciones específicas y pertinentes considerando sobre todo que toda norma demasiado estricta somete a la participación de cada uno/a a una demostración y justificación conceptual por cada proyecto para DISLOCACION.

Curadoria: Ingrid Wildi Merino

Artistas:

Ursula Biemann/Boisseau & Westermeyer/ Juan Castillo/ OOO Estudio
Thomas Hirschhorn/ Alfredo Jaar/ Voluspa Jarpa/ Josep-Maria Martín/ Mario Navarro/ Bernardo Oyarzún/ RELAX (chiarenza & hauser & co)/ Lotty Rosenfeld/ Camilo Yáñez/ Ingrid Wildi Merino

 

01.09.2010 | por martamestre | arte contemporânea, chile, deslocação, globalização

Em Maputo: seis mortos nos confrontos entre a polícia e os manifestantes

Protesto contra a subida de preços.

Notícia no Jornal Público

Violência nos protestos em Maputo (Grant Lee Neuenburg/Reuters)Violência nos protestos em Maputo (Grant Lee Neuenburg/Reuters)

 

 

01.09.2010 | por martamestre | Maputo

Música do Dia: Rahsaan Patterson - Delirium (Comes and Goes)

 

Som de pista, som de festa, o ritmo Funk-Boogie-Disco convida à dança e à celebração. No álbum Wines & Spirits (título apropriado né?) Patterson explora o seu talento para o falseto para construir músicas que apelam a sensualidade, que vão do mais dançante a simples balada.

01.09.2010 | por keitamayanda

De "Juventude em Marcha"

“Nha cretcheu, meu amor

O nosso encontro torna a nossa vida mais bonita, pelo menos

há mais de trinta anos.

Pela minha parte, torno-me novo e volto cheio de força.

Eu gostava de te oferecer cem mil cigarros,

um automóvel,uma casinha de lava que tu tanto querias,

um ramalhete de flores de quatro tostões.

Mas antes de todas as coisasBebe uma garrafa de vinho do bom,

Pensa em mim.

Aqui o trabalho nunca pára.

Agora somos mais de cem.

No outro ontem, no meu aniversário

Foi altura de um longo pensamento para ti.

A carta que te levaram chegou bem.

Não tive resposta tua.

Fico à espera.

Todos os dias, todos os minutos,

Todos os dias aprendo umas palavras novas e bonitas, só para

nós dois.

Mesmo assim à nossa medida, como um pijama de seda fina que

tu não queres.

Só posso te chegar uma carta por mês.

Ainda sempre nada da tua mão.

Fica para a próxima.

Às vezes tenho medo de construir esta parede

Eu, com picareta e cimento

E tu, com o teu silêncio

Uma vala tão funda que te empurra para um longo esquecimento.

Até dói cá dentro ver estas coisas más que não queria ver

O teu cabelo tão lindo cai-me das mãos como as ervas secas.

Às vezes perco a força e juro que vou esquecer de mim. ”

 

Juventude em Marcha, Pedro Costa, 2006

 

Pedro Costa:

Essa carta imagina como é que vem a um pedreiro uma declaração de amor. Este pedreiro que construiu um museu onde está um quadro de Rubens, mas que não entra lá. Ventura construiu o Museu Calouste Gulbenkian de Lisboa. Ele sabe melhor do que ninguém onde estão localizados os bancos, e tem mais direito de olhar o quadro do Rubens do que muitos que passam por ali. Rubens tem uma frase bonita: “Não pinto para o marchand da Côte d’Azur, pinto para o operário que está construindo aquela casa ali em frente, mesmo sabendo que ele provavelmente não vai querer o meu quadro”. Faço meus filmes para o Ventura, sabendo que ele – ou outros também – provavelmente não vão querer esses filmes. A carta é um pouco isso, são as coisas que ele quer e são as coisas que eu quero, combinadas. E também coisas que eu não quero, mas que tenho que aceitar, e coisas que ele não quer, mas que tem que aceitar. É importante isso: há coisas no filme que o próprio Ventura não gosta. 

 

O resto da entrevista com o realizador aqui

01.09.2010 | por martamestre | Fontainhas, Juventude em Marcha, Pedro Costa

Francisco Vidal no Chile

Com curadoria de Lúcia Marques, inaugura no próximo dia 7 de Setembro no Museo Nacional de Bellas Artes de Santiago do Chile o projecto “Pirataria e estudos sobre o Cavaleiro de Calatrava” (2010), integrada na exposição “Do Passado ao Presente. Migrações”.

em construçãoem construção

01.09.2010 | por martamestre | Francisco Vidal

Pessoa, revista de literatura lusófona

Além de ser uma clara homenagem ao poeta maior da língua portuguesa, a revista Pessoa busca firmar-se como espaço de democratização do acesso à produção literária de língua portuguesa. As edições serão distribuídas gratuitamente, com ênfase em bibliotecas, universidades, centros e espaços culturais, mas também nas ruas, diretamente a quem hoje ainda não tem trânsito junto aos equipamentos públicos, por falta de oportunidade ou de conhecimento. Com isso, privilegiamos o leitor comum, aqueles milhões de homens e mulheres que, sem o saber, na prática do dia a dia, são os verdadeiros artífices da língua, vivificando-a no espaço e projetando-a no tempo. 

Pessoa, com periodiciade trimestral, pretende também ser um agente de intermediação entre os sujeitos da criação cultural e os sujeitos da transformação da língua. Uma revista baseada em poucos, mas sólidos princípios: promoção e incentivo à leitura, respeito à diversidade de ideias e tendências, intercâmbio entre as culturas dos povos que formam a comunidade lusófona.

 

Onde encontrar?

Em São Paulo, a versão impressa da Pessoa pode ser encontrada no Museu da Língua Portuguesa, Casa das Rosas e Biblioteca de São Paul

A partir da primeira edição, a revista será distribuída também nas cidades do Rio de Janeiro e Brasília com os jornais Destak e Radar Universitário, do grupo português Cofina.

 

Conselho Editorial

Luiz Ruffato (Presidente) (Brasil) 
Andrea Saad Hossne (Brasil)
Antonio Carlos Sartini (Brasil)
Carlos Quiroga (Galiza, Espanha)
Carmem Tindó (Brasil)
Dora Ribeiro (Brasil)
Fabrício Carpinejar (Brasil)
Fernando Cabral Martins (Portugal)
Fernando Pinto do Amaral (Portugal)
Frederico Barbosa (Brasil)
João Almino (Brasil)
João Melo (Angola)
Jorge Pieiro (Brasil)
José Carlos Vasconcelos (Portugal)
José Santos (Brasil)
Lauro Moreira (Brasil)
Luis Cardoso (Timor-Leste)
Luís Carlos Patraquim (Moçambique)
Luiz Antonio Assis Brasil (Brasil)
Maria Esther Maciel (Brasil)
Regina Dalcastagnè (Brasil)
Ronaldo Correia de Brito (Brasil)
Selma Caetano (Brasil)

 

Mirna Queiroz

Editora Executiva revista Pessoa

30.08.2010 | por martalanca | literatura, lusofonia

Chimamanda Adichie: The danger of a single story

30.08.2010 | por martalanca | Chimamanda Adichie, Nigeria

aconteceu na praia maria

 

mais info sobre o artista Mito Elias em: www.tanboru.org/mito

29.08.2010 | por samirapereira

"postado" no Facebook por um amigo... sharing with buala

29.08.2010 | por samirapereira

Todos temos nosso fado. Lula Pena

ELA CHAMA-SE LULA. Lula Pena. Descobriu o sentido do fado quando saiu de Portugal. Mas foi numa noite, antes de partir para Barcelona (Espanha), que num bar do Bairro Alto, em Lisboa, onde costumava actuar, resolveu experimentar cantar o “Barco Negro”. Lembram-se da canção imortalizada por Amália Rodrigues (1920-99) no filme Os Amantes do Tejo (1955, do diretor francês Henri Verneuil) -De manhã, que medo, que me achasses feia!/ Acordei, tremendo, deitada n’areia/ Mas logo os teus olhos disseram que não…-, com letra de David Mourão-Ferreira?

Lula cantou nessa noite e ficou com a breca no final da música. Na entrevista ao jornal português Público, em que contou esta história, disse que ficou com um sorriso que não conseguia desfazer. Assustou-se. Nessa noite, pensou que o fado é uma droga dura. Quando todos andavam à procura da nova Amália, Lula cantava fado nas ruas e uma vez quis conhecer a diva. Tinha umas coisas para lhe perguntar. Marcaram um encontro. Chegou o dia. Era uma quarta-feira, Lula lembra-se bem. Um dos músicos que devia ir com ela a esse encontro telefonou-lhe de manhã, ela acordou e achou que estava atrasada. Ele disse-lhe: “Amália morreu esta manhã” [6 de outubro de 1999].

No dia 12 de fevereiro de 2009, Caetano Veloso escreveu no seu blogue “Obra em Progresso”: “A cantora que mais me interessou nas últimas semanas foi Lula Pena. Uma portuguesa de voz grave e violão eletrificado que canta como um poeta”. Colocava um link para Lula a cantar no YouTube a “Rua do Capelão”, que é uma das 13 músicas do seu primeiro disco, Phados, que ela gravou em Bruxelas, em 1998.

Passaram-se 12 anos e só agora a portuguesa volta a editar um disco: Troubadour (Mbari) . Ela diz que “a respiração não é a mesma” ou que “a cabeça já não é a mesma”, e que o que os dois discos têm em comum é a sua voz (grave e invulgar), a guitarra acústica e a necessidade da palavra. Dividiu o seu disco em sete “actos” (um deles termina assim: “Meu amor?” “Sim, diz” “Já disse”.)

Os seus concertos são raros, num deles o seu coração batia tanto que ela não conseguia cantar. Nesse momento, só teve uma solução. Colocou o microfone no peito e todos ouviram as suas batidas. Fez-se silêncio e ela finalmente cantou.

Se querem ter uma sensação intrigante, ouçam Lula Pena. Ficarão arrepiados. Por Troubadour passam o fado, a bossa nova, a morna, o tango, a chanson e o flamenco.

Quando, há meses, Caetano esteve em Lisboa a fazer uma conferência na Casa Fernando Pessoa com (o poeta) Antonio Cicero houve um serão, como aquele que Amália fez para Vinicius de Moraes no final dos anos 60, em que Lula cantou para os dois brasileiros. As suas canções estão cheias de citações e alusões: “Partido Alto”, de Chico Buarque, mas também “Luna Tucumana”, de Atahualpa Yupanqui, e “A Noite do Meu Bem”, de Dolores Duran.

Ela está no Myspace (myspace.com/lulapena). Procurem-na.

ISABEL COUTINHO, Folha de S.Paulo, 29.08.2010

29.08.2010 | por martalanca | fado, Lula Pena, poesia

como se faz um povo

29.08.2010 | por martalanca

Does Your Language Shape How You Think?

Horacio Salinas for The New York TimesHoracio Salinas for The New York TimesSeventy years ago, in 1940, a popular science magazine published a short article that set in motion one of the trendiest intellectual fads of the 20th century. At first glance, there seemed little about the article to augur its subsequent celebrity. Neither the title, “Science and Linguistics,” nor the magazine, M.I.T.’s Technology Review, was most people’s idea of glamour. And the author, a chemical engineer who worked for an insurance company and moonlighted as an anthropology lecturer at Yale University, was an unlikely candidate for international superstardom. And yet Benjamin Lee Whorf let loose an alluring idea about language’s power over the mind, and his stirring prose seduced a whole generation into believing that our mother tongue restricts what we are able to think.

In particular, Whorf announced, Native American languages impose on their speakers a picture of reality that is totally different from ours, so their speakers would simply not be able to understand some of our most basic concepts, like the flow of time or the distinction between objects (like “stone”) and actions (like “fall”). For decades, Whorf’s theory dazzled both academics and the general public alike. In his shadow, others made a whole range of imaginative claims about the supposed power of language, from the assertion that Native American languages instill in their speakers an intuitive understanding of Einstein’s concept of time as a fourth dimension to the theory that the nature of the Jewish religion was determined by the tense system of ancient Hebrew.

keep reading

28.08.2010 | por martalanca | language

Questão de pele - organizado por Luíz Rufatto

Assim como Entre nós – obra de estreia da coleção, com contos sobre a homossexualidade –, Questão de pele traz textos de alguns dos maiores escritores brasileiros, como Machado de Assis e Lima Barreto. Representantes da luta negra no Brasil também estão no livro, entre eles Cidinha da Silva, Conceição Evaristo, Cuti e Nei Lopes. Além disso, a antologia Questão de pele traz ainda, como apêndice, o depoimento de Mahomma G. Baquaqua, ex-escravo que fala de dentro do processo de escravidão: relata sua escravização; suas experiências como escravo em Pernambuco e sua viagem até os Estados Unidos, onde, finalmente, consegue liberdade.

pela Língua Geral

28.08.2010 | por martalanca

praia maria: Moi et mon cheveu @ Quintal da Música

 

 

Segunda, dia 30, 20h30, Quintal da Música, Cidade da Praia, Cabo Verde

 

«Moi et mon cheveu» (“Eu e o meu cabelo») é uma viagem que traça a história mundial de mulheres negras e dos seus cabelos. Uma viagem cantada, dançada num ambiente sexy, de glamour, feminino. Cabaret!

O penteado africano ou afro-americano, é um mundo por si só muito emblemático do que é ser um Negro (ou um Mestiço).

Se pensarmos um pouco mais, descobrimos que a relação da Mulher Negra e o seu cabelo conta a história de seu povo, da escravatura à colonização, passando pelo exílio.

 

Em Cabo Verde, Eva Doumbia nos propõe músicas interpretadas pela artista cabo-verdiana, Tete Alhinho. Estas canções, onde o cabelo é o tema por excelência, serão cantadas em várias línguas.

 

 

 

Participantes:

Teresa Alhinho (Cabo Verde, canto e jogo), Alvie Bitemo (Congo, canto e jogo), Aminata Coulibaly(Mali, dança e jogo), Fatoumata Diabaté (Mali, dança), Eva Doumbia (França, apresentação dos números), Laila Garin (Brasil, canto e jogo), Lamine Soumano (Mali, kora).

 

Direcção musical: Lionel Elian, Vestuário: Sakina M’sa, Vídeos e Arquivos: Laurent Marro, Iluminação, Cenografia: Eva Doumbia, Laurent Marro, Sakina M’sa.

28.08.2010 | por samirapereira

Féthi Tabet - FESTIVAL TUNDURO

volta a Moçambique para proporcionar uma viagem
por sons e melodias do mundo.

SÁBADO 28 AGOSTO 2010 | 20H30

 

Originários da Argélia, da Tunísia, do Marrocos , de França, do Brasil e Africa de Oeste. Féthi Tabet propõe uma música festiva e calorosa, que inspira-se de culturas tradicionais e populares do Magrebe, conjungando as influências latino-americanas, africanas, medeterráneas e andalusas. As melodias coloridas desenhadas em cadeia pelo luth guitarra, violão e os saxofones são solidamente suportadas pelos fortes coros.

O grupo encarna uma nova tendência de músicas populares actuais que privilegia a generosidade, o contacto com o público e a aproximação das culturas. Os seus textos originais são cantados em francês e árabe. Servido por músicos vindos dos quatro cantos do mundo : A Argélia, o Brasil, o Camarões, a França, o Mali, a Tunísia, o grupo emite uma mensagem de paz e de fraternidade entre os povos e sulca o planeta para transmitir a música e mensagem. O último álbum comunica uma imensa alegria de viver e de mensagem de paz. É um álbum de música festive por excelência, que mistura os ritmos arabo- andaluzes, africanos, eslavos e reggae.

28.08.2010 | por martalanca | Féthi Tabet

@ M_EIA Encontro Internacional sobre Educação Artística

 

O Encontro Internacional sobre Educação Artística realiza-se no Mindelo, em Cabo Verde, de 30 de Agosto a 4 de Setembro de 2010, a partir de um impulso nascido no Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3º. Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário – em curso na Universidade do Porto, através da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e da Faculdade de Belas Artes – e em colaboração estreita com a M_EIA (MINDELO_Escola Internacional de Arte).

 

para mais informações: http://eiea.identidades.eu/drupal/ 

27.08.2010 | por samirapereira

Between Art and Anthropology - Contemporary Ethnographic Practice

Between Art and Anthropology provides new and challenging arguments for considering contemporary art and anthropology in terms of fieldwork practice. Artists and anthropologists share a set of common practices that raise similar ethical issues, which the authors explore in depth for the first time.

The book presents a strong argument for encouraging artists and anthropologists to learn directly from each other’s practices ‘in the field’. It goes beyond the so-called ‘ethnographic turn’ of much contemporary art and the ‘crisis of representation’ in anthropology, in productively exploring the implications of the new anthropology of the senses, and ethical issues, for future art-anthropology collaborations.

The contributors to this exciting volume consider the work of artists such as Joseph Beuys, Suzanne Lacy, Marcus Coates, Cameron Jamie, and Mohini Chandra. With cutting-edge essays from a range of key thinkers such as acclaimed art critic Lucy R. Lippard, and distinguished anthropologists George E. Marcus and Steve Feld, Between Art and Anthropology will be essential reading for students, artists and scholars across a number of fields.

Arnd Schneider is Professor of Social Anthropology at the University of Oslo. Christopher Wright is Lecturer in Anthropology at Goldsmiths College, University of London.

27.08.2010 | por martalanca | Anthropology, Art