Ambiguidades e ambivalência sobre a memória colonial: o caso de Dundo, Memória Colonial

FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA 

CENTRO DE ESTUDOS COMPARATISTAS 

GRUPO MORPHE

17 abril 2024 17:00 - 19:30 

Data: 17 de Abril de 2024 | 17h00-19h30

Local: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | Anfiteatro IV

Organização: Inocência Mata (CEComp/FLUL) e Márcio Aurélio Vecchia (USP)

Memória Colonial, Um filme de Diana Andringa

Projeção seguida de debate

 

Dundo, Memória Colonial (2009), de Diana Andringa, aborda o regresso de sua realizadora ao Dundo, Angola, sua terra natal, após cinco décadas. Nascida em 1947 e filha de um engenheiro da DIAMANG, ela deixa o Dundo aos 11 anos. No documentário, de 60 minutos, Andringa revisita lugares que foram importantes na sua infância, bem como conversa com antigos funcionários daquela empresa, os quais deixam relatos de como era viver sob o colonialismo. O que nos diz essa memória colonial?

Esta actividade realiza-se no âmbito do projeto FCT A LITERATURA COLONIAL PORTUGUESA: ALÉM DA MEMÓRIA DO IMPÉRIO (2022.06543.PTDC), do Grupo MORPHE/CEComp.

Apresentação de Márcio Aurélio Recchia (USP)

Comentários e moderação de Ana Bela Morais (LOCUS/CEComp)

10.04.2025 | by Nélida Brito | debate, Dundo, filme, FLUL, memória colonial

Mercado Cultural Ulmeiro

Está a chegar mais um Mercado Cultural Ulmeiro, é já neste próximo fim-de-semana, nos dias 27 e 28 de abril, das 10h às 19h, no Palácio Baldaya - Estrada de Benfica 701.

Este mercado contará com venda de artigos espólio Ulmeiro, livros, cartazes, gravuras, velharias, pinturas da artista plástica Sofia Ribeiro, flores e objetos de decoração da Amélie Papoila, entre outras coisas.

Contamos com a sua visita!


25.04.2024 | by mariana | Espaço Ulmeiro, Mercado Cultural Ulmeiro, Palácio Baldaya

O Apelo da Liberdade, de Arlindo Manuel Caldeira

Sobre a resistência dos africanos à escravidão nas áreas de influência portuguesa.

Entre os séculos XV e XIX, quase 13 milhões de africanos, entre homens, mulheres e crianças, foram obrigados a deixar a sua terra, naquela que foi uma das mais numerosas e dramáticas deslocações forçadas da história da Humanidade.

A maioria deles teve de atravessar o Atlântico e tornou-se, no continente americano, a mão-de-obra fundamental nas plantações, nas minas ou nos serviços domésticos.

Mas como encaravam os escravizados a situação que lhes tinha sido imposta? A historiografia tradicional europeia e americana, de uma forma geral, considerou sempre que a atitude comum teria sido a passividade e o conformismo. Não foi, porém, assim. Um número significativo dos escravizados recusou-se a aceitar o estatuto que lhes determinavam e as obrigações a que eram sujeitos. Essa recusa, manifestada logo nos seus lugares de origem, nos navios em trânsito entre continentes ou já nos novos destinos, assumiu formas muito diversas, dos pequenos gestos de resistência até ao suicídio e à rebelião aberta, traduzida na fuga individual e colectiva ou na revolta organizada.

É sobre esses resistentes e o modo como encararam o apelo da liberdade que trata este livro, resultado da investigação inovadora de um especialista nesta área de estudo.

ARLINDO MANUEL CALDEIRA é licenciado em História e investigador do CHAM (Universidade Nova de Lisboa/Universidade dos Açores). Sobre a temática da presente obra, publicou, além de dezenas de artigos em revistas portuguesas e estrangeiras, os livros Escravos e Traficantes no Império Português: O Comércio Negreiro Português no Atlântico durante os Séculos XV a XIX (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2013; Schiavi e trafficanti attraverso l’Atlantico, Milão, Mimesis Edizioni, 2020) e Escravos em Portugal: Das Origens ao Século XIX (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2017). É também autor de Mulheres Enclausuradas: As Ordens Religiosas Femininas em Portugal durante os Séculos XVI a XVIII (Lisboa, Casa das Letras, 2017).

 

22.04.2024 | by martalanca | Arlindo Manuel Caldeira, liberdade

Álbuns de Família - fotografias da Diáspora Africana na Grande Lisboa (1975-hoje)

De 28 de abril a 30 de novembro de 2024

Exposição temporária, com curadoria científica de Filipa Lowndes Vicente e Inocência Mata, reúne fotografias da autorrepresentação da diáspora africana em Portugal. São “álbuns de família” com as imagens que os portugueses afrodescendentes e africanos registaram de si próprios e das suas comunidades desde 1975, data das independências dos países africanos de colonização portuguesa, até hoje. Esta exposição enquadra-se nas comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974, inserindo-se também nas celebrações da Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), instituída pelas Nações Unidas.
Inauguração Sábado, 27 de abril de 2024 17h30 sobre a exposição.

 

22.04.2024 | by martalanca | Álbuns de Família, FILIPA LOWNDES VICENTE, Inocência Mata

Filmes de Moira Forjaz com presença da realizadora. hoje na Cinemateca às 19h

A TELEVISÃO NO BAIRRO de Moira Forjaz, Licínio Azevedo, Miguel Arraes I Moçambique, 1980 – 27 min

UM DIA NUMA ALDEIA COMUNAL de Moira Forjaz I Moçambique, 1981 – 29 min
MINEIRO MOÇAMBICANO de Moira Forjaz I Moçambique, 1981 – 38 min

Primeiro filme moçambicano realizado, ainda que em parceria, por uma mulher (Moira Forjaz, reconhecida sobretudo pela obra fotográfica), A TELEVISÃO NO BAIRRO documenta o início das sessões experimentais da TV em Moçambique através de entrevistas a pessoas que, em vários bairros de Maputo, assistem pela primeira vez às emissões. É um documento que remete para o entusiasmo com que Godard chegou ao país, pensando nas condições únicas existentes para construir um projeto de “nascimento (em imagens) da nação” moçambicana porque a maioria do seu povo nunca vira imagens em movimento. Moira Forjaz deu grande atenção aos mineiros moçambicanos e sua migração em situação (pós-)colonial.

MINEIRO MOÇAMBICANO documenta o processo de acolhimento de mineiros provenientes das minas sul-africanas e a reorganização dos serviços de receção no posto fronteiriço de Ressano Garcia. UMA DIA NUMA ALDEIA COMUNAL, agraciado com o prémio para melhor documentário no Festival de Cinema de Leipzig, regista o quotidiano na aldeia Vigilância quanto ao trabalho, educação, saúde e lazer, dando especial atenção à condição das mulheres.

22.04.2024 | by martalanca | Licínio Azevedo, Miguel Arraes, Moçambique, Moira Forjaz

RISING UP AT NIGHT de NELSON MAKENGO no Indie Lisboa

República do Congo / Bélgica / Alemanha / Burkina Faso / Catar2024, 95’

Um filme que visita Kinshasa, numa altura em que a República Democrática do Congo, em geral, e a cidade, em particular, estão envoltos em turbulência. O foco do filme é a construção de uma central elétrica, ao mesmo tempo que a cidade está com dificuldades de acesso a electricidade, sendo as noites, metaforicamente e não só, bem mais escuras. O que vem ao de cima é tanto a inconformidade como a resistência desta população, muitas vezes através da força da fé.

Como é que, concretamente, filmamos a ausência de luz? Rising Up at Night é uma espécie de desafio e uma experiência imersiva única. Makengo filma discussões em contra luz, com silhuetas a aparecer na tela. Às vezes, isto é apenas uma tela preta. Mas é também um filme sobre a luz, mesmo frágil e trêmula. A das lanternas apontadas para o crânio como se a cidade estivesse no coração de uma caverna. Mas também luzes mais surpreendentes: as artificiais das guirlandas das ruas, tiaras multicoloridas. São os fogos de artifício que aparecem, os relâmpagos que cortam o céu. “A alegria é trazida pela luz”, ouvimos durante um sermão, e a busca pela luz torna-se realmente uma questão divina. 

Rising Up at Night é sobre como vivemos e como sobrevivemos. Como viver num filme de desastre, quando as inundações aumentam o infortúnio. Como demonstramos uma força vital impressionante? O que podemos ver sob o céu estrelado? O que revelam as primeiras manhãs azuis? A vida cotidiana segue seu curso e se, implicitamente, o filme diz algo político, isso nunca é expresso frontalmente. (Michaël Gaspar)

TÍTULO ORIGINALTongo Saa ARGUMENTO Nelson Makengo FOTOGRAFIA Nelson Makengo SOM Moimi Wezam MONTAGEM Inneke Van Waeyenberghe PRODUTOR Rosa Spaliviero, Dada Kahindo Siku

mais info

TONGO SAA by NELSON MAKENGODocs Against Gravity I Polish premiere I Doc Competition ; First Appearance Award
Seattle FF I Seattle premiere I African PicturesDOXA I British Columbia premiere I Doc Competition

STLOUIS’DOCS I African premiere I International Competition

IndieLisboa I Portuguese premiere I International Competition

Margaret Mead I US premiere I Filmmaker Award; Audience Award; Filmmaker Award Contenders

Kunstenfestivaldesarts I Belgian Premiere I expanded cinema version

HotDocs I North American Premiere I World Showcase

Visions du Réel I International Premiere I International Competition

Berlinale I World Premiere I Panorama

22.04.2024 | by martalanca | Congo, Kinshasa, Nelson Makengo

Artista moçambicana vence prémio internacional Prince Claus

A artista multidisciplinar Yara Costa foi recentemente premiada com o Prémio Prince Claus Fund 2023, um reconhecimento anual a 100 artistas e profissionais culturais que inspiram mudanças positivas e imaginam novas realidades através de suas obras. 

A nomeação e vitória de Costa refletem o impacto de sua abordagem única que entrelaça arte e activismo para questionar e desconstruir estereótipos sociais.

Segundo escreve a BANTUMEN, Yara Costa “Acredito que esta nomeação é fruto dos questionamentos e das intervenções artísticas que realizamos com o objetivo de gerar mudança social. É urgente a necessidade de uma arte que desafie o status quo e esteja disposta a romper com paradigmas nocivos à sociedade.” Esta declaração ressalta o compromisso da artista em usar sua voz e talento para provocar reflexão e ação entre as comunidades globais.

O projeto que lhe rendeu este prestigiado prémio, “Nakhodha e a Sereia”, é uma instalação imersiva situada na Ilha de Moçambique. Ela oferece uma experiência multisensorial que inclui áudio em 360 graus, vídeo mapping e realidade virtual para contar histórias das comunidades costeiras africanas e sua relação milenar com o mar, agora ameaçada pelo aquecimento global.

Yara CostaYara Costa

fonte: Xigubo

18.04.2024 | by martalanca | mar, Moçambique, Yara Costa

Cineasta Margarida Cardoso fala sobre Histórias (de)coloniais

No dia 18 de abril, pelas 18h30, a cineasta Margarida Cardoso vai estar na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, a participar numa aula aberta sobre “Histórias (de)coloniais - À deriva entre a memória e o esquecimento”.


“Ao longo destes 35 anos de trabalho tenho vindo a explorar temáticas relacionadas com a violência colonial. Sempre partindo de universos íntimos e singulares, fui tentando criar um conjunto de peças de reflexão que pudessem servir para manter em vida aquilo que facilmente se esquece; o mal, a culpa, a dor dos outros e a nossa própria dor,” refere Margarida Cardoso, realizadora, argumentista e professora do Mestrado em Cinema da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.

Ao longo da aula aberta, a argumentista vai explicar o seu processo e responder a questões como: “O que a câmara mostra ou oculta ao revisitar o passado? Entre o meu primeiro documentário “Natal 71” (1998) e o filme de ficção “Banzo” (2024) muitas coisas mudaram na relação que mantemos com a construção das narrativas coloniais. O que mudou? O que foi dito e o que resta ainda por contar? E que forma poderão tomar essas narrativas?”

Margarida Cardoso trabalhou, entre 1982 a 1995, como assistente de realização, anotadora e fotógrafa de cena em mais de 50 filmes portugueses e estrangeiros. A partir de 1995, tem realizado filmes de ficção e documentários, afirmando-se como um dos nomes mais relevantes do cinema português. Os documentários “Natal 71 “, “Kuxa Kanema – O nascimento do cinema” e as ficções “A Costa dos Murmúrios” e “Yvone Kane” estão entre os seus filmes mais reconhecidos, explorando assuntos que cruzam a sua história pessoal com questões proeminentes na História recente de Portugal, como a guerra colonial em África, a revolução e o fim da era colonial.

A aula aberta “Histórias (de)coloniais - À deriva entre a memória e o esquecimento” faz parte do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa com co-curadoria de Lilia Schwarcz (antropóloga e historiadora brasileira) e Nuno Crespo, que contempla uma agenda de concertos, conferências, exposições e performances, que vão decorrer entre 16 de fevereiro e 24 de maio. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

18.04.2024 | by mariana | antropologia, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, Histórias coloniais, Lilia Schwarcz, Margarida Cardoso, Nuno Crespo

“Cartas para a Minha Avó” de Djamila Ribeiro.

Enquanto escrevia essas cartas para você, meu irmão Denis, o mais velho, me enviou uma foto sua, vó. Você estava toda altiva, usando roupas brancas e com um turbante na cabeça. Fiquei observando cada detalhe da imagem, me demorei imaginando quais histórias havia por trás das rugas em seu rosto, quantas vidas tinham sido afetadas por aquelas mãos calejadas que curavam cobreiros e davam esperança aos que foram benzidos. Mas nada me chamou mais atenção do que seus olhos. Um olhar penetrante, forte e, de novo, altivo. Minha mãe carregava o mesmo olhar, apesar de ele ter sido encurvado pelo tempo.

Às vezes ela falava só com olhares, e eu aprendi a decifrar cada um deles: «Saia daqui», «Fique quieta», «Não se meta, é conversa de adulto», «Quando seu pai for trabalhar, você vai se ver comigo».

Sobre a autora

Nascida em 1980, Djamila Taís Ribeiro dos Santos é graduada em Filosofia e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de- São Paulo. É coordenadora do projeto Feminismos Plurais, que compreende uma coleção de livros publicados sobre raça e género por pessoas negras, bem como um instituto de acolhimento a mulheres em situação de vulnerabilidade social.

É autora de quatro livros editados no Brasil e, desde 2022, ocupa a cadeira n.º 28 da Academia Paulista de Letras, sucedendo à escritora Lygia Fagundes Telles. É colunista semanal do jornal Folha de S. Paulo e, em 2019, foi laureada pelo Prémio Príncipe Claus, concedido pelo Reino dos Países Baixos e considerada pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo.

Em 2020, ganhou o Prémio Jabuti, o mais importante do meio literário brasileiro, na categoria de Ciências Humanas. Em 2021, foi a primeira brasileira da história homenageada pelo BET Awards, concedido pela comunidade negra estadunidense. Em 2023 recebeu oPrémio Franco-Alemão de Direitos Humanos. É professora convidada da New York University (NYU).

Cartas Para a Minha Avó, 15,90€, LeYa | Editorial Caminho – Direção de Comunicação

14.04.2024 | by martalanca | Djamila Ribeiro

à Horta! | 20 abr. | Roda de conversa sobre o livro Sisal em carne viva...

Dia 20 de abril, sábado, vamos à horta saltar do passado colonial para os dias recentes (e os que estiverem por vir), diluída a viragem do tempo nas suas continuidades, em cruzamentos vários com racismo, agroecologia, migrações e trabalho. Tudo salpicado de política, mais ou menos identitária, ou não fosse Abril.
E o que pode uma horta contra a grande plantação?
Pode ser que não chova, e daí venha a alegria de juntar à conversa uma mão cheia de gente, a pretexto do meu livro, Sisal em carne viva: Ciência, poder e o problema do trabalho numa economia de plantação (Moçambique, c. 1930-1960), publicado pela Outro Modo, com a edição do Nuno Domingos.

Acolhe-nos a Horta Alto da Eira, que a Regador mantém na Penha de França, em Lisboa, contando com a ilustre presença de:

 

• Flávio Almada (Lbc Soldjah) | rapper e mestre em relações internacionais, profundo conhecedor da teoria anti-colonial e suas lutas, é membro da Vida justa;• Josina Almeida | historiadora de arte e feminista de colectivo, interessa-lhe trazer a política das identidades à luta de classes (onde sempre esteve);• Paulo Torres | dínamo da horticultura urbana em comunidade, fundou e movimenta a Associação Regador;• Pedro Varela | antropólogo e arquiteto paisagista, tem-se debruçado sobre periferia, agricultura urbana, circuitos artísticos, racismo e história da luta anti-racista.

Quem tiver curiosidade sobre o livro, ainda vai a tempo de o encontrar nalguma livraria independente (já foi visto na Casa Comum e na Meia Volta de Úrano - Casa das Artes, por exemplo). Também pode ler a sua introdução na Buala. Ou esperar pelo dia 20, para o adquirir numa banquinha com uma seleção especial de livros da Outro Modo.

Inês Neto Galvão

 

12.04.2024 | by martalanca | cisal em carne viva

60th International Art Exhibition of La Biennale di Venezia curated by Adriano Pedrosa

Kiluanji Kia Henda
at
the 60th International Art Exhibition of La Biennale di Venezia
curated by Adriano Pedrosa

Kiluanji Kia Henda, Courtesy of the ArtistKiluanji Kia Henda, Courtesy of the Artist

“I grew up in country where the generation of my parents were busy drawing a new flag, composing a new anthem, creating an identity for a brand new country, and this is very exciting for someone who aims to be an artist. The fact of not having the cruel weight of history on my back, gave me the huge freedom to invent my own history.”

                                                                                               Kiluanji Kia Henda

 

Kiluanji Kia Henda
GALLERY EXHIBITIONS
2022 – There are days that I leave my heart at home… (Selected works from 2006 – 2009)
2016 – Concrete Affection
2010 – Self-Portrait As A White Man
2007 – 
Between the two red telephones

ART FAIRS SOLO PRESENTATIONS
2023 – Artissima, Turin
2022 – ARTBO, Bogotà
2014 – Frieze Art Fair, London
2012 – ART|43|BASEL, Basel

BIENNIALS
upcoming – 60th International Art Exhibition of La Biennale di Venezia curated by Adriano Pedrosa
upcoming – Manifesta 15, Barcelona
2024 – Refuge, Lagos Biennial 2024, Nigeria
2023 – Sharja Biennial 15: Thinking Historically in the Present, Emirates of Sharja
2021 – Musing the Borders, Lagos Biennial, Nigeria
2018 – 2nd Yinchuan Biennale, MOCA Yinchuan, China
2018 – Busan Biennale, Busan, South Korea
2018 – Gwangju Biennale, Gwangju, South Korea
2014 – Producing the Common, Dak´Art - 11th Biennale of Dakar, Dakar
2013 – Redesign Sintese, 7ª Biennial of Sao Tome e Princepe, Sao Tome e Princepe São Tomé
2013 – Mondays Begins On Saturday, First Bergen Triennial – Bergen Assembly, Bergen
2012 – Les Atliers de Rennes-Biennale of Contemporary Art, Les Praires, Rennes
2011 – Synchronicity, Galerie Baudoin Lebon –Exhibition Program of PhotoQuai - Bienal des Images de Munde, Paris
2010 –There is always a cup of sea to sail in, 29a Bienal de Sao Paulo, Brazil
2010 – PICHA-Recontre de Fotografie, 2nd Bienal of Lumumbashi, RDC
2010 – Geográfias Emocionais_Arte e Afectos, II Trienal de Luanda, Luanda
2008 – Farewell to post-colonialism, 3rd Guangzhou Triennal, Guandong Museum of Art, Guangzhou, China
2007 – I Trienal de Luanda, Luanda

PRIZES
2017 – Frieze Artist Award 
2014 – Nominated as one of the 100 Leading Global Thinkers by Foreign Politics

2012 – Winner of the “National Prize of Art and Culture, awarded by the Ministry of Culture, Luanda

COLLECTIONS
Tate Modern, Collection of Contemporary Art, London, England
Centre Pompidou, Paris, France
MADRE Museum, Naples
Pérez Art Museum Miami (PAMM), USA Frac
Grand Large - Hauts-de-France, France Kadist, Paris, France
Migros Museum, Zürich, Switzerland
Calouste Gulbenkian, Coleçõe de Arte Moderna,Lisbao

Colecgao BESA Banco Espfrito Santo, Angola
Kadist Foundation, Paris, France/San Francisco, USA

Museum of Modern Art, Warsaw, Poland
Fondazione di Venezia, Public Collection, Venice, Italy
Queensland Art Gallery | Gallery of Modern Art, Brisbane, Australia
Ellipse Foundation, Collection of Contemporary Art, Lisbon, Portugal
Collezione Sciarretta (Nomas Foundation), Private Collection, Rome, Italy
Metropolitana di Napoli, Public collection, Napoli, Italy
PLMJ Foundation, Public Collection, Lisbon, Portugal
Emile Stipp, Video Art Collection, Johannesburg, South Africa

Rui Costa Reis, Collection of Contemporary Art, Luanda, Angola

11.04.2024 | by Nélida Brito | Art exhibition, kiluanji kia henda

FeLiCidade - Festival da Língua e da Liberdade na Cidade

Mais de 100 nomes num festival que junta música, literatura, performance e cinema, com entrada livre

 CCB . 4 e 5 maio . sábado e domingo . 10h00 à 01h00 . em vários espaços

No ano em que se assinalam os 50 anos da Revolução dos Cravos, e no âmbito da celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, o CCB promove FeLiCidade – Festival da Língua e da Liberdade na Cidade, que se realiza nos dias 4 e 5 de maio, das 10h00 à 01h00, em vários espaços do Centro Cultural de Belém, com entrada livre. Uma celebração, um questionamento e uma festa da língua como casa.

FeLiCidade é um festival que está assente no diálogo entre os países que utilizam a língua portuguesa, explorando as suas diversas disposições, a sua desconstrução e as suas possibilidades, na literatura, na música, no cinema, em cena. Dezenas de falantes e ouvintes de todas as geografias ajudam-nos a refletir sobre uma relação de centenas de anos, a discutir a pluralidade de raízes e identidades, sem rasurar a complexidade, a violência e a exclusão da História.

Na música, há concertos de Nenny, La Familia Gitana, Puta da Silva, Titica, Luca Argel & Filipe Sambado, Meia/Fé, Lula Pena & Braima Galissá, Acácia Maior, Missy Bitty, Vaiapraia, Scúru Fitchádu & Azia, Baque de Mulher b2b Batucadeiras das Olaias, Trypas Corassão, Coletivo Gira, Madu, Phoenix RDC convida Valete, Lia de Itamaracá, MADU, Banda B’Leza, Lia de Itamaracá, Mynda Guevara, Juana na Rap e G Fema.

Nas aulas & glossários, celebram-se os 500 anos de Camões (Frederico Lourenço remonta ao estudo do autor, e José Luiz Tavares desafia-nos a conhecer o Camões Crioulo), os 100 anos de Alexandre O’Neill, os 100 anos do surgimento de Ricardo Reis (numa aula sobre o heterónimo de Pessoa e outra sobre o Ricardo Reis de Saramago), estudamos o potencial poético e literário das canções Mulheres de Atenas. de Chico Buarque (por João Constâncio e Luísa Buarque) e Língua, de Caetano Veloso (por Eucanaã Ferraz e Pedro Duarte), bem como aulas sobre Rui Knopfli, Mário Domingues, Ruy Duarte de Carvalho e outros autores africanos. De referir ainda o curso A Felicidade e a Vida, por Gonçalo M. Tavares.

As conversas são marcadas, pela primeira vez, exclusivamente pela quadrangulação Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor. Todas as histórias contam, todas se cruzam e fundem. Três escritores, de cada um dos vértices transoceânicos, conversam. Daniel Munduruku, escritor, ativista indígena, brasileiro, Francisco Bethencourt, historiador português, Mário Lúcio Sousa, escritor e cantautor cabo-verdiano. Ana Margarida de Carvalho, escritora portuguesa, Germano Almeida, escritor cabo-verdiano, Luís Cardoso, escritor timorense, Joana Bértholo, escritora portuguesa, José Eduardo Agualusa, escritor angolano, Socorro Acioli, escritora brasileira, Noemi Jaffe, escritora brasileira, Susana Moreira Marques, escritora portuguesa, Telma Tvon, escritora e rapper angolana, Andréa del Fuego, escritora brasileira, Conceição Lima, poeta são-tomense e Isabela Figueiredo, escritora portuguesa. A anteceder cada encontro há canções de boas-vindas e cordialidade; no final, há sessões de autógrafos.

Várias sessões de spoken word são apresentadas por Sitah Fayah X Spock, Rodrigo Brandão, Marina Campanatti, Alice Neto de Sousa, Maria Giulia Pinheiro, Muleca XIII, Marinho de Pina DJ Huba.

Há leituras encenadas, que partem do encontro de duplas de artistas, colocando em diálogo propostas desenhadas em torno de temas como género, autoria, construção, ancestralidade, escrita e vibração com: com várias duplas: Raquel Lima e Aoaní Salvaterra, Keli Freitas e Carolina Parreira, Jota Mombaça e Nádia Yracema, Cláudia Jardim e Cláudia Semedo, Sara Carinhas e Selma Uamusse, Tita Maravilha e Nuna.

Nas performances, a língua lê-se em voz alta, mexe-se, materializa desejos, esculpe páginas. A língua é performativa. No espaço público do CCB, durante todas as horas dos eventos, encontraremos performances inéditas de durações variadas, ativadas por artistas e para o público do FeLiCidade. Os corredores, os jardins, os elevadores e garagens serão marcados tanto pelas palavras de Salette Tavares como pela escrita que surge no próprio momento.

No cinema, são apresentados filmes em torno de nomes da literatura escrita em língua portuguesa, nomeadamente as estreias, em formato instalação, dos filmes O Marinheiro, do franco-japonês Yohei Yamakado, e Heterofonia, de Afonso Mota, a partir dos poemas homónimos de Fernando Pessoa e Alberto Pimenta; a estreia da nova cópia digital de O Primo Basílio, de George Pallu (1923), com a composição original inédita de Filipe Raposo, que a interpretará pela primeira vez ao piano. Entre outros filmes, são de destacar a apresentação integral da série documental Herdeiros de Saramago, da autoria de Carlos Vaz Marques e realizada por Graça Castanheira, que nos traz obras de, por exemplo, Andrea Del Fuego, Afonso Reis Cabral, Julián Fuks, Ondjaki, Valter Hugo Mãe, Adriana Lisboa, José Luís Peixoto, na presença dos autores, bem como o filme Anquanto La Lhéngua Fur Cantada, de João Botelho (2012), um hino à língua mirandesa, e MHM, de André Godinho, sobre o editor Manuel Hermínio Monteiro, apresentados pelos realizadores.

Um festival destinado a todas as idades, para todos os públicos, com programação para o público adulto, mas também destinado a crianças, com contadores de histórias (Miguel Sermão) e oficinas (por Catarina Câmara e Dina Mendonça). E porque o FeLiCidade é também uma festa, haverá um mercado e gastronomia, com produtos e comida de vários países, aberto das 12h00 às 21h00.

Com direção de Aida Tavares, a equipa curatorial é constituída por Anabela Mota Ribeiro, André e. Teodósio, Gonçalo Riscado, Nádia Yracema, Sara Carinhas, Tiago Bartolomeu Costa, sendo a programação desenvolvida por: CTL/Musicbox - Gonçalo Riscado, Pedro Azevedo, Inês Henriques, com BANTUMEN - Eddie Pipocas, Vanessa Sanches, Rainner Brito & VALSA - Marina Ginde, Nika Serafim (música); Anabela Mota Ribeiro e André e. Teodósio (conferências, lições, glossários, performance); Aoaní Salvaterra, Carolina Parreira, Cláudia Jardim, Cláudia Semedo, Jota Mombaça, Keli Freitas, Nádia Yracema, Nuna, Raquel Lima, Sara Carinhas, Selma Uamusse, Tita Maravilha (leituras encenadas) e Tiago Bartolomeu Costa (cinema).

No Dia Mundial da Língua Portuguesa (assinalado no dia 5 de maio), entende-se a língua como um motor de mudança e de transformação, discutem-se os modos de ser comunidade e vincam-se os compromissos com os valores de abril – com um cheirinho de alecrim.

A programação completa pode, desde já, ser consultada em www.felicidadefestival.com.

Em breve, haverá também uma App disponível para Android, iOS e Windows Phone.

10.04.2024 | by Nélida Brito | cinema, FeliCidade, festival, literatura, música, performance

Paradigmas em crise: Diálogos sobre Literatura, Género e Sexualidade

FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA 

CENTRO DE ESTUDOS COMPARATISTAS 

GRUPO MORPHE

Subgrupo GENORE – Género, Normatividade, Representações

Seminário Permanente: Paradigmas em crise: Diálogos sobre Literatura, Género e Sexualidade

Organização: Inocência Mata e Helder Thiago Maia

O objectivo deste Seminário Permanente, realizado no âmbito do projecto GENORE (Género, Normatividade, Representações), e do projecto individual Fissuras na colonialidade de género: representações de género, afecto e sexualidade pré-coloniais no alvorecer do Império colonial português, ambos sediados do Grupo MORPHE, é reunir professores, investigadores, activistas e escritores, cujo foco das suas actividades se relacionem com os estudos literários e interartes em língua portuguesa e os estudos de género e sexualidade nas suas mais diferentes perspectivas teóricas.

Nesta primeira edição recebemos os professores Jorge Vicente Valentim, da Universidade Federal de São Carlos/Brasil, e Rosangela Sarteschi, da Universidade de São Paulo/Brasil, que estão a desenvolver pesquisas de pós-doutoramento no Centro de Estudos Comparatistas, da Universidade de Lisboa.

Oradores: Rosangela Sartheschi (USP, Brasil) e Jorge Vicente Valentim (UFSCar, Brasil)

Mediação: Helder Thiago Maia (CEComp/FLUL)

10.04.2024 | by Nélida Brito | diálogos, FLUL, género, literatura, sexualidade

Paula Rego: Manifesto

A CASA DAS HISTÓRIAS PAULA REGO ASSINALA OS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL COM A EXPOSIÇÃO “PAULA REGO: MANIFESTO” - 18 DE ABRIL a 6 DE OUTUBRO 2024

A nova exposição da Casa das Histórias Paula Rego evoca a primeira mostra individual da artista, apresentada em 1965 na Sociedade Nacional de Belas-Artes, para relembrar, nos 50 anos do 25 de Abril, os temas e acontecimentos marcantes da história recente de Portugal que Paula Rego, destemidamente, explorou nas suas obras. 

Paula Rego: Manifesto” tem curadoria de Catarina Alfaro e Leonor de Oliveira e estará patente na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, de 18 de abril a 6 de outubro 2024. A exposição é realizada numa iniciativa da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais, no âmbito da programação do Bairro dos Museus, que assim prosseguem a ambiciosa política cultural que em conjunto definiram.

Paula Rego: Manifesto” parte da recriação da primeiríssima exposição individual de Paula Rego, apresentada há quase 60 anos, numa altura marcada pela intensificação do ambiente repressivo e persecutório da ditadura. A partir de 18 de abril, dezoito das dezanove pinturas que compunham aquela mostra histórica, criadas entre 1961 e 1965, estarão novamente reunidas e poderão ser vistas na Casa das Histórias Paula Rego.

Algumas das obras que integram “Paula Rego: Manifesto” foram localizadas apenas recentemente, depois de anos em paradeiro incerto, fruto de um minucioso trabalho de investigação, ainda decorrer, que ambiciona catalogar todos os trabalhos conhecidos que Paula Rego produziu entre as décadas de 1950 e 1960. As obras em empréstimo são provenientes das coleções de instituições nacionais como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação de Serralves, além de coleções particulares portuguesas, inglesas e francesas.

Em obras como “Manifesto por uma causa perdida” (1965), “Cães famintos” (1963), “Alegoria Britânica” (1962-63), “Tarde de Verão” (1961) e “Fevereiro 1907 (O Regicídio) (1965), Paula Rego, corajosamente, afirmava uma atitude de resistência contra a ditadura, que considerava anacrónica e absurda. As pinturas exibidas em 1965 e novamente em 2024, comunicavam a sua experiência enquanto artista e mulher e revelavam a violência da realidade vivida, que incluía a Guerra Colonial Portuguesa, que a artista também criticou. Para ressaltar a importância daquela exposição no panorama cultural português da época, “Paula Rego: Manifesto” integra documentos daquele período relacionados com a organização e a receção crítica da mostra de 1965.

Paula Rego, Manifesto por uma causa perdida, 1965Paula Rego, Manifesto por uma causa perdida, 1965

As pinturas em exposição também revelam como o experimentalismo plástico confundiu a censura e colocou em causa as convenções artísticas, políticas e sociais da época. As curadoras da exposição de 2024, Catarina Alfaro e Leonor de Oliveira, observam que “a técnica plurimaterial que a artista então desenvolvera, utilizando materiais heterogéneos — tintas, papéis recortados e colados sobre a tela — e os temas abordados, que sugerem um posicionamento crítico e de desafio em relação à autoridade, manifestam uma atitude de resistência política através da prática criativa. A sua primeira exposição individual criou, por isso, nesse ano sombrio de 1965, um espaço de dissensão, confronto e liberdade”.

Contudo, a recriação da exposição original ocupa apenas 1 das 8 salas da Casa das Histórias Paula Rego dedicadas à mostra que será inaugurada a 18 de abril. A segunda parte da exposição apresenta cerca de 60 obras e propõe um aprofundamento crítico, através do olhar e da experiência de Paula Rego, sobre temas como o contexto pós-revolucionário, assim como a intervenção cívica da artista no seu país de origem. As curadoras também salientam: “pela primeira vez reúne-se um conjunto de obras que comentam a Revolução de 25 de Abril de 1974 e a persistência de elementos icónicos da ditadura na sociedade portuguesa em democracia”. 

A segunda parte da exposição apresenta ainda as obras em que Paula Rego aborda temáticas relativas aos direitos das mulheres, um assunto que tratou durante toda a sua carreira, desde as suas primeiras provocações sobre o prazer feminino, a constante denúncia sobre a repressão, violência e discriminação contra as mulheres, às séries mais recentes, como “Mutilação genital feminina” de 2009. Destacam-se os desenhos em que confronta a indiferença dos portugueses, traduzida na grande abstenção ao referendo de junho de 1998, sobre a questão da despenalização do aborto. Com estas obras, a artista interveio mais diretamente na discussão política em Portugal e “contribuiu decisivamente para consciencialização da opinião pública sobre a necessidade de uma tomada de posição, que viria acontecer no terceiro referendo realizado em 2007 e que veio finalmente alterar a legislação portuguesa”, recordam as curadoras.

Para Catarina Alfaro e Leonor de Oliveira, Paula Rego foi uma artista contrahistoriadora: “a narrativa sobre a ditadura e o processo de democratização têm sido dominados pela perspetiva e ações masculinas. Em contracorrente, a obra de Paula Rego inscreve na abordagem crítica desses momentos históricos não só a experiência feminina, mas também o papel das mulheres na luta pela democracia e pelos seus direitos. O trabalho criativo e a intervenção cívica da artista recordam-nos ainda que a democracia é um projeto em construção e tem que ser revista e promovida constantemente”.

Para mais informações, agendamento de entrevistas e reportagens:

Samir Menezes                                                                                                                            samir.menezes@terraesplendida.com | TEL.| (+351) 934 706 848 

Carlota Garcia

carlota.garcia@terraesplendida.com | TEL. (+351) 919 041 519

INFO SpeedFacts:

Exposição de arte

Casa das Histórias Paula Rego 

Avenida República, 300 – 2750-475 Cascais, Portugal

+351 214 826 970

https://www.fundacaodomluis.pt/ | https://casadashistoriaspaularego.com/pt/ 

Abertura ao público: Terça-feira a domingo, das 10h às 18h (última entrada: 17h40)

Admissão: 5 euros (permite acesso à Casa das Histórias Paula Rego)

09.04.2024 | by martalanca | Paula Rego

O 24 de Abril começou em África

 

Sexta-feira, 12 de abril de 2024 às 18:30 - 20:00 WEST

Bublioteca de Belém 

 

Conversa entre o historiador José Augusto Pereira e Lúcia Furtado, ativista da organização FEMAFRO - Associação de Mulheres Negras, Africanas e Afrodescendentes em Portugal, sobre os vínculos entre a ação dos movimentos nacionalistas em África e a revolução de abril.
Participação gratuita e com marcação prévia: bib.belem@cm-lisboa.pt

 

 

 

08.04.2024 | by Nélida Brito | 25 de abril, Africa, biblioteca de belem

11 de abril, às 18h30, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto | Artista Ayrson Heráclito fala sobre escravatura e colonização

Aula Aberta, dia 11 de abril, às 18h30, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto

Artista Ayrson Heráclito fala sobre escravatura e colonização

Sacudimentos: a reunião das margens atlânticas

O artista Ayrson Heráclito irá apresentar na Escola das Artes a performance “Sacudimentos”, realizada na Casa da Torre e na Maison des Esclaves em Gorée, em 2015. Unindo duas margens do Atlântico, uma associada ao antigo sistema colonial português, no caso da Casa da Torre dos Garcia d’Ávila, na Bahia, e a outra ao sistema escravista que ligou a África ao continente americano, no caso da Maison des Esclaves (Casa dos Escravos), na ilha de Gorée, a performance é uma espécie de “exorcismo” realizada em dois grandes monumentos arquitetónicos ligados ao tráfico atlântico de escravos e à colonização. Como retomar criticamente o passado colonial e o escravismo para refletir sobre as condições históricas e sociais do presente nas duas margens atlânticas e quais as consequências duradouras da colonização e do escravismo para a África e para o Brasil, são algumas das questões apresentadas na performance. Heráclito vai estar na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, a participar numa aula aberta no próximo dia 11 de abril, às 18h30.

Doutorado em Semiótica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professor do curso de Artes Visuais do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, Ayrson Heráclito dará uma aula aberta no próximo dia 11 de abril, às 18h30, na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto.

Nascido em Macaúbas, Bahia, em 1968, o artista, curador, pesquisador e professor assume nas suas obras diferentes linguagens das artes visuais, como a pintura, desenho, escultura, fotografia, audiovisual, instalação e performance, lidando com frequência com elementos da cultura afro-brasileira. Partindo do contexto histórico da colonização e da escravização de povos africanos no Brasil, expropriados da sua humanidade, para serem usados como mão de obra no cultivo da cana-de-açúcar, o artista concebeu o conceito de corpo afro-diaspórico: um corpo arrancado à força do seu Continente, atravessando o oceano – “Atlântico Negro” – e inserido num projeto de país construído pelas ações da desumanidade e da violência, que deixou um legado de extrema desigualdade social e profunda pobreza.

Os seus trabalhos foram expostos em importantes eventos internacionais, como a Bienal de Veneza, Itália (57ª edição, em 2017), o Fowler Museum, em Los Angeles, EUA (2017), o European Centre for Contemporary Art, na Bélgica (2012), o Malba, Argentina (2010), a Kunst Film Biennial, Alemanha, a II Trienal de Luanda, em Angola, a 2ª Changjiang International Photography and Video Biennial, na China, o Weltkulturen Museum, Alemanha, ou nas Bienais III e X do Mercosul, ambas no Brasil.

Também no Brasil, os trabalhos de Ayrson Heráclito foram já apresentados em espaços de exibição, como o Museu de Arte do Rio (MAR/RJ), a Associação Cultural Videobrasil (SP), a Pinacoteca do Estado de São Paulo (SP), o Museu de Arte Contemporânea (MAC, RJ), a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ), o Museu de Arte Moderna da Bahia (BA), o SESC Pompeia (SP), o Museu da Cidade (OCA, SP) e o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB, BSB).

Algumas das suas obras integram também coleções de alguns museus e instituições, como a Coleção Itaú Cultural (São Paulo, Brasil), o Instituto Inhotim (Brumadinho, Minas Gerais), o Museum der Weltkulturen (Frankfurt, Alemanha), o Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro, Brasil) a Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo, Brasil), o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (São Paulo, Brasil), a Raw Material Company (Dakar, Senegal) e o Museu de Arte Moderna da Bahia (Salvador, Brasil).

Esta aula aberta integra o ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa com co-curadoria de Lilia Schwarcz (antropóloga e historiadora brasileira) e Nuno Crespo, que contempla uma agenda de concertos, conferências, exposições e performances, que vão decorrer entre 16 de fevereiro e 24 de maio. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

08.04.2024 | by mariana | ayrson heráclito, colonização, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, escravatura

Ciclo de Conferências Tramas da Memória: espaços para contar

Mais um ciclo de conferências on-line no âmbito das Tramas da Memória: espaços para contar. Este ciclo

é dedicado a 4 cidades africanas onde também se forjaram as lutas pelas independências africanas e o 25 de Abril de 1974.
Entre Março e Junho Rabat, Lusaka, Congo-Brazzaville e Lusaka serão os pontos cardeais desta viagem,respetivamente com Susana Martins, Clarence Chongo, Jean Michel Mabeko-Tali e Rui Bebiano.


PROGRAMA
10 de abril, 16h00 (GMT+1)
Rabat por Susana Martins (IHC, Universidade Nova de Lisboa)
Moderação: Miguel Cardina (CES)[Ligação > https://zoom.us/j/82605267344 | ID: 826 0526 7344 | Senha: 543233]19 de abril, 16h00 (GMT+1)
Lusaka por Clarence Chongo (Universidade de Lusaka)
Moderação: Maria Paula Meneses (CES)
[Ligação > https://zoom.us/j/86826582812 | ID: 868 2658 2812 | Senha: 209838]16 de maio, 16h00 (GMT+1)
Congo-Brazaville 
por Jean Michel Mabeko-Tali (Universidade de Howard)
Moderação: António Sousa Ribeiro (CES)
[Ligação > https://zoom.us/j/82546467929 | ID: 825 4646 7929 | Senha: 789759]17 de junho, 17h00 (GMT+1)
Argel por Rui Bebiano (CES, Universidade de Coimbra)
Moderação: Marisa Ramos Gonçalves (CES)
[Ligação > https://zoom.us/j/89882733221 | ID: 898 8273 3221 | Senha: 991616]

 

 

05.04.2024 | by martalanca | Tramas da Memória: espaços para contar.

(Digital) Retrospectives on Historiography from Africa: Decolonization, the African press, and the uses of knowledge (open)

Editors: Noemi Alfieri (CHAM, NOVA FCSH-UAc; Africa Multiple Cluster of Excellence, U. Bayreuth), Cassandra Mark-Thiesen (Africa Multiple Cluster of Excellence, U. Bayreuth)

The history of knowledge production in Africa is a rising topic in the backdrop of growing awareness of the uneven globalization of intellectual thought. Focusing on the era of decolonization in Africa, a growing number of scholars are especially exploring historiography as read in periodicals such as pamphlets, magazines, journals or newspapers (Mark-Thiesen, Alfieri, Thioub, Coquerey-Vidrovitch and others). They provide important impetus for understanding the link between media and emancipation,
political democracy, freedom of choice, self-awareness, and selective association.

This special issue of Práticas da História reflects on contemporary epistemological possibilities and constraints in the writing of history. Therefore, it welcomes both contributions that dwell on African journals (scholarly, literary, artistic and ephemeral periodicals) from the 1950s to 1980s, and on the histories behind said periodicals. We look forward to contributions that explore different and contested visions of decolonization and future-making for the African continent and its diaspora. We also invite articles investigating differently situated historiographies from Africa: that use local vernacular by incorporating idiom, local imagery, myth and folklore; that relate to the present or the deep past. We also encourage more nuanced takes on the “nationalist historiography” that when viewed as a monolith was so dominant at the time. For instance, Pan-Africanism and Négritude, while revolutionizing the political assets of the continent, remained contested as intellectual projects. Finally, articles problematizing the current conceptualisations of such historiography as either “colonial”, “traditional”, “radical”, eurocentric”, “afrocentric”, “Africa-centred”, and so forth, are highly welcomed.

Finally, on methodology, and given the current wave of digitisation and digitality, the guest editors encourage reflections on processes of digital preservation and recirculation of historiography from Africa, including their implications for Africa-based and African diasporic knowledge production in the arts, literature, and scholarship. How about their impact on the expansion of the public arena and community empowerment? How are online platforms fostering a re-positioning, re-calibrating and re-thinking of these bodies of knowledge from Africa? And what potentialities lie in the future? In short, we are interested in contributions that dwell on contemporary and future receptions of the above-mentioned publications and journals in the digital sphere.

Proposals (maximum 500 words) must be sent by 30 April 2024 to praticashistoria@gmail.com . Proposals must be accompanied by a short biographical note. The acceptance or refusal of the proposal will be communicated by 15 May 2024. The articles of accepted proposals must be submitted by 31 July 2024. Contributions in both English and Portuguese are welcome.

04.04.2024 | by Nélida Brito | Africa, descolonization

Histórias difíceis, legados difíceis - Como ensinar e falar sobre escravatura e comércio transatlântico de escravos | Museu Nacional de História Natural e da Ciência

Formação para Professores

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência é parceiro da Fundação Calouste Gulbenkian e do Slave Wrecks Project, na formação para professores “Histórias difíceis, legados difíceis - Como ensinar e falar sobre escravatura e comércio transatlântico de escravos”. A formação decorre na Fundação Calouste Gulbenkian de 1 a 5 de julho e de 8 a 12 de julho. As inscrições já estão abertas! 

Esta formação teórico-prática de uma semana tem como objetivo formar professores, mediadores de museus e outros profissionais da área educativa na abordagem de histórias difíceis, tais como o tráfico transatlântico de escravos. Focando-se na apresentação de elementos históricos que contextualizam o papel de Portugal no comércio de escravos, esta formação destaca os importantes legados desse comércio, desconstruindo alguns preconceitos ainda enraizados na memória pública portuguesa.

Criada e ministrada pelo Slave Wrecks Project (projeto dedicado à investigação da história da escravatura, tráfico de escravos e seus legados) em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, esta formação terá a participação de académicos portugueses e norte-americanos cujo trabalho se tem destacado pela investigação deste tópico e respetivas abordagens pedagógicas, de forma inclusiva e equitativa.

A formação contará com workshops dirigidos pela coordenação técnica do curso e académicos convidados, destinados a refletir sobre os atuais programas escolares, e apresentar abordagens alternativas com base em histórias específicas de pessoas escravizadas, lugares, comerciantes, e navios, com a intenção de humanizar e materializar essas histórias.

A formação incluirá também uma visita ao MUHNAC-ULisboa e outros espaços públicos de Lisboa para identificar e refletir em conjunto sobre a visibilidade ou invisibilidade da história da escravidão na memória pública e nos seus espaços.

Adicionalmente, o curso contará com uma formação de um dia em Storymaps (ArcGIS), ministrada pela ESRI, com o principal objetivo de fornecer aos professores ferramentas e técnicas pedagógicas que poderão depois ser utilizadas nas salas de aula.

Cada semana de formação terminará com uma palestra aberta ao público (5 e 11 de Julho), no auditório 3, onde participarão os académicos convidados.

O curso destina-se especialmente a professores de História do ensino básico – do 5.º ao 9.º anos de escolaridade. No entanto, professores de outras disciplinas e níveis de ensino podem participar, assim como profissionais das áreas pedagógicas de museus. Tem a duração de 1 semana, de segunda a sexta-feira, das 10:00 às 17:30, com intervalo das 13:00 às 14:30.

Será lecionado maioritariamente em português (PT), com duas sessões em inglês (EN) com tradução simultânea. O bilhete do curso inclui a formação em Storymaps e entrada nos museus. Os participantes devem assegurar a deslocação e refeições.

Esta formação é apoiada pela Embaixada dos Estados Unidos da América em Lisboa, e tem a colaboração do Museu de História Natural e Ciência da Universidade de Lisboa, e do Museu de Lisboa.

Programa, inscrições e mais informações aqui

04.04.2024 | by Nélida Brito | Africa-Portugal, educação, escravatura

Quis saber quem sou (de Pedro Penim) | Ensaio de imprensa - 10 abr, 15h

Quis saber quem sou – Um concerto teatral

 Ensaio de imprensa: 10 de abril, 15h, Tobis (Lisboa)

Quis saber quem sou – Um concerto teatral, de Pedro Penim, estreia no São Luiz Teatro Municipal a 20 de abril, onde permanecerá em cena até dia 28 do mesmo mês. Uma estreia que acontece no âmbito do ciclo Abril Abriu, do Teatro Nacional D. Maria II, e que segue depois em digressão pelo país até ao final do ano, a propósito da Odisseia Nacional, também do D. Maria II.

A meio caminho entre o concerto e a peça de teatro, o espetáculo Quis saber quem sou - Um concerto teatral pretende revisitar as canções da revolução, as palavras de ordem, as cantigas que são armas, mas também as histórias pessoais das gerações que fizeram o 25 de Abril, trazendo para o palco 13 jovens atores/cantores e colocando nas suas vozes e nos seus corpos de hoje, e do futuro, a memória das palavras da liberdade.

Com conceção, texto e encenação de Pedro PenimQuis saber quem sou conta ainda com direção musical de Filipe Sambado e direção vocal de João Neves. A interpretação é de Ana Pereira, Bárbara Branco, Eliseu Ferreira, Francisco Gil Mata, Inês Marques, Jéssica Ferreira, Joana Bernardo, Joana Brito Silva, Manuel Coelho, Manuel Encarnação, Pedro Madeira Lopes, Rafael Ferreira, Rute Rocha Ferreira e Vasco Seromenho.

Em cena no São Luiz Teatro Municipal de 20 a 28 de abrilQuis saber quem sou – Um concerto teatral tem Língua Gestual Portuguesa integrada no espetáculo. As sessões dos dias 26 e 28 de abril contam ainda com audiodescrição.

ENSAIO DE IMPRENSA – 10 DE ABRIL (QUARTA-FEIRA)

15h: Início do ensaio corrido, seguido de entrevista

17h: Cenas para TVs, seguidas de entrevistas

Local: Tobis (Estúdio 1. Praça Bernardino Machado 2, 1750-042 Lisboa)

Agradecemos confirmação da presença no ensaio para Élia Teixeira (eteixeira@tndm.pt / 969 695 674).

Mais informações sobre o espetáculo no dossier disponível aqui e programa completo do ciclo Abril Abriu disponível aqui.

 

03.04.2024 | by mariana | concerto teatral, pedro penim, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional D. Maria II