1 de 23 510 Intempérie ep. 2 | Fascismos, micro-fascismos, poéticas da diversidade

 

 

https://soundcloud.com/iintemperie/podcast-intempe-rie-junho-2025

Neste episódio rondamos os temas do crescimento da extrema-direita num mundo em que as cenouras, cada vez mais escassas, parecem estar a deixar de substituir os chicotes. Falamos de micro e macro-fascismo, de extrema-direita, extremo-centrão e extrema-esquerda, como faces da hiperrealidade política que dissimula a política real: controle digital cada vez mais apertado, miséria quotidiana, novas formas de contornar a liberdade de expressão, consensualidade compulsiva, interiorização da culpa, feudalismo digital e a impostura da arte contemporânea. E propomos alguma bibliografia para delinear estes temas: Sigmund Freud – Psicologia de Grupo e a Análise do Ego; Wilhelm Reich – Psicologia de Massas do Fascismo; Jean Baudrillard – Simulacros e Simulação; Félix Guattari – «Todos querem ser fascistas»; Édouard Glissant – Introdução a uma Poética da Diversidade.

Conversas anartísticas e profundamente comprometidas com os estados dos espíritos

ou Um espaço de crítica livre sobre os infortúnios da história cultural e das artes com Elagabal Aurelius Keiser e Soraia Simões de Andrade com indicativo sonoro de Xana (Imagem do podcast sob Agathos Daimon, pintura de Elagabal Aurelius Keiser).

Para quem nos quiser enviar eventuais perguntas, comentários ou sugestões: podcastintemperie@gmail.com

27.06.2025 | par martalanca | mural sonoro, podcast

Criminalizar é reparar

“Um debate sobre a criminalização do racismo como forma de reparação será realizado na próxima semana, em Lisboa. O evento “Criminalizar é reparar” vai ocorrer na quarta-feira, 25 de junho, às 19:00, na sede da associação.
O principal tópico da discussão será a Iniciativa Legislativa Cidadã para criminalizar “todas as práticas discriminatórias”, como racismo e xenofobia. A proposta foi entregue à Assembleia da República em dezembro do ano passado.” - Amanda Lima
A entrada é livre, na Casa do Brasil de Lisboa.
A curadoria e organização desta atividade é de Anizabela Amaral
Assina a petição e exige uma mudança na lei.

24.06.2025 | par martalanca | reparação

Noite das Ideias 2025 - Debates, Performances, Concertos

25 de junho de 2025 18h - 00h Teatro Municipal São Luiz - Lisboa I Entrada Livre

Após o sucesso da edição de 2024, a Noite das Ideias regressa ao Teatro São Luiz com uma programação ainda mais rica. Debates, performances, espetáculos, encontros literários, sessões de autógrafos e concertos darão o tom a esta sexta edição lisboeta, que explorará o tema “Poder de Agir – Em busca de um novo horizonte de universalidade”.

Das 18h00 à meia-noite, escritores, poetas, bailarinos, cientistas, jornalistas, músicos, ilustradores e filósofos tomarão a palavra e atuarão em torno de questões essenciais.
Como viver juntos num mundo cada vez mais segmentado e plural? Como e por que razão devemos adaptar-nos face à aceleração e imprevisibilidade das nossas vidas? O que fazer para enfrentar ou mitigar os efeitos das mudanças climáticas e reconectar-nos com o mundo vivo? Como combater eficazmente as desigualdades sociais e culturais para que todos tenhamos pleno direito à cidadania? Como reforçar e aprofundar as nossas democracias e recentrar a cidadania plena nas nossas prioridades, perante os perigos dos governos autoritários e o endurecimento das identidades culturais? 

Restaurar e reinventar o poder de agir coletivamente para abrir um novo horizonte de universalidade, mais amplo, num momento crucial da história da humanidade e do planeta: esta é a ambição da Noite das Ideias.


PROGRAMA

 

SESSÃO DE ABERTURA

SALA LUIS MIGUEL CINTRA

  • 19h – Discursos de abertura
  • 19h20 – Conferência inaugural Antoine LILTI – Actualité des Lumières

 

PERCURSO 1 – DEMOCRACIA!

SALA BERNARDO SASSETTI

  • 20h – Performance Literária – Merai – Novas Cartas Portuguesas

 

PERCURSO 2 – UNIVERSAL?

SALA LUIS MIGUEL CINTRA

  • 20h45 – Performance Literária – Merai – Os Lusíadas
  • 21h45 – Performance – Vanessa FERNANDES e Ivo REIS/ESPECTRO VISÍVEL – Na Kolonia

 

PERCURSO 3 – CIDADANIA…

RESTAURANTE FAUNA E FLORA

 

CONCERTO DE ENCERRAMENTO – PONGO

SALA BERNARDO SASSETI

  • 23h30 – Concerto de PONGO

 

LIVRARIA DA NOITE

FOYER E PRIMEIRO PISO

  • 19h – 00h30

Venda dos livros dos oradores da Noite das ideias (Almedina e Nouvelle Librairie française) e de livros relacionados com a temática “Poder de agir”, em francês e português. Os oradores estarão disponíveis para sessão de autógrafos.

 

24.06.2025 | par martalanca | noite das ideias

RAÍZES E ROTAS

Co-criação de uma instalação artístico-política e de caminhadas de ressignificação da paisagem arbórea urbana. Com uma leitura decolonial das árvores centenárias de Lisboa, interrompe-se a narrativa exótificante, reintengrando contextos de deslocamento e exploração das espécies trazidas de diferentes geografias ocupadas. Investiga-se coletivamente a colonialidade urbana, a resistência cultural, assim como a interdependência entre seres humanos e não-humanos e epistemologias ancestrais reparadoras.

Descrição detalhada

A cidade de Lisboa alberga uma grande diversidade de árvores centenárias, que testemunharam séculos sobre este território, cujas origens e trajetórias estão profundamente entrelaçadas com os processos históricos coloniais. Raízes e Rotas propõe uma leitura da paisagem a partir da observação decolonial destas árvores urbanas, como elementos centrais da memória histórica e justiça ambiental. O projeto busca criar uma cartografia viva e sonora que articule dinâmicas políticas, económicas e culturais, a partir de uma narrativa além-botánica, que rejeita o exotizante, e que apaga as constelações sócio-ambientais às quais pertencem. Partilhando o modo como as árvores da cidade podem ser lidas como corpos-documento.

Este projeto é uma co-criação entre o Frame Colectivo e a Batoto Yetu Portugal, com abordagens complementares e comprometidas com o desenho de dispositivos artístico- políticos de impacto social. O Frame Colectivo, um atelier de arquitetura e arte, traz uma prática múltipla e interseccional com instalações que refletem sobre o espaço urbano contemporâneo e a arte colaborativa descentralizada, que propõe modos de interação horizontais e experimentais. A Batoto Yetu Portugal, com mais de 25 anos de experiência no trabalho artístico com populações afrodescendentes, traz uma prática de resistência cultural, memória e valorização da cultura entre comunidades segregadas na cidade, sob orientação de Djuzé Lino, engenheiro florestal de formação. Juntas propõem investigar e

criar a partir das conexões entre colonialidade urbana, botânica e resistência cultural e ambiental.

Programam-se caminhadas participativas, mapeamento crítico e documentação, que criam um espaço de pesquisa sobre as árvores de Lisboa (integra espécies originárias da Ásia, América do Sul e África) que se tornaram, ao longo do tempo, testemunhas vivas dos processos de extração, deslocamento e apropriação, que marcaram o tecido social e ambiental da cidade. As árvores, enquanto agentes de justiça ambiental, são colocadas no centro do debate sobre o direito à cidade, já que muitas áreas com menor cobertura verde coincidem com bairros de população racializada e com menos infraestrutura de lazer. Esta distribuição reflete as desigualdades ambientais herdadas do sistema colonial, cujos efeitos continuam a marcar a vida urbana contemporânea. É neste sentido que se constrói uma rede de criação e iteração com parceiros da periferia de Lisboa, estendendo-se à Amadora, Trafaria e Loures.

Começamos com atividades de pesquisa, gravação e criação de roteiros, com destaque para oficinas e apresentações das artistas latino-americanas, Pamela Cevallos, Sandra Gamarra e Astrid González no C/ARPA, na Batoto Yetu, Cavaleiros de São Brás e AOPIC de Novembro 2025 a Janeiro 2026. Durante esse período, serão realizadas atividades de cocriação, nas quais as histórias e experiências do público serão integradas na construção da cartografia visual e sonora das árvores centenárias e hortas de Lisboa. De seguida o projeto ativará as caminhadas que começam no Jardim da Gulbenkian ou Jardim Botânico Tropical de Belém e seguem para várias zonas da cidade. Esta atividade poderá ter continuidade como programa recorrente da Batoto Yetu após término do projeto. O coletivo Tributo aos Ancestrais junta-se com visitas participadas às Coleções Coloniais, Etnográficas e Xiloteca. Estão planeadas seis caminhadas, podendo haver repetições de acordo com o volume do público. O projeto será apresentado também em Viena na Architecture Summer School VAS2, em Setembro de 2026, com uma reflexão pública sobre a justiça ambiental e a decolonização do espaço verde urbano. A instalação resultante com curadoria de Ana Salazar Herrera, será exposta no MAC/CCB e no Espaço c/arpa em Outubro de 2026. Um dispositivo multimédia composto por um

mapa-chão e paisagem sonora, que ilustram o deslocamento das espécies, sendo uma representação material e sensível do processo de pesquisa e das caminhadas realizadas. A exposição acolherá encontros públicos de debate e performance a definir. As árvores centenárias como corpos-documento no sentido dado por Beatriz Nascimento, intelectual, historiadora, poeta e ativista negra brasileira, que define o corpo racializado como um documento histórico, por carregar em si as marcas da escravidão, do racismo estrutural e da resistência. Este conceito reflete a ideia de que os traços e as vivências das pessoas negras são registos vivos de sua trajetória histórica, funcionando como um arquivo de experiências que transcende os documentos escritos oficiais. Seu pensamento dialoga  com outras abordagens da história oral e das epistemologias afro-diaspóricas, propondo que

a memória e a identidade negra não dependem apenas de registos escritos, mas também da corporalidade, das práticas culturais e da oralidade. O Frame Colectivo traz uma forte experiência de criação artística baseada em pesquisa, com foco na vivência emigrante e queer relacionada à fragmentação urbana. Batoto Yetu tem uma prática enraizada na multidisciplinaridade e longa experiência na criação de caminhadas decoloniais e performativas baseadas na arte e cultura afrodescendente. A parceria que se proporciona também com o coletivo Tributo Aos Ancestrais e com o HANGAR – Centro de Investigação Artística contribui consolidar o projecto.

Decolonizar a Paisagem: Para Além do Jardim Europeu

Lisboa, como muitas outras cidades europeias, mantém uma relação instrumentalizadora com a natureza da cidade, onde parques e jardins são lidos como zonas de lazer e como exemplos de ordenamento, priorizando o catalogar e ordenar o mundo. A desconexão com a natureza sentida no Ocidente não é acidental. É um reflexo histórico de séculos de exploração, dominação e apagamento das relações entre humanos e não-humanos. Para justificar e perpetuar os ciclos de extração e deslocamento, foi necessário fragmentar as histórias e romper os laços entre espécies e comunidades. Wilhelm Reich, em Psicologia de Massas do Fascismo, argumenta que, na tentativa de diferenciar-se dos outros seres vivos, o Ocidente não apenas rompeu com a natureza, mas também reprimiu suas próprias conexões orgânicas e emocionais. Esse afastamento gerou um mundo mecanicista, onde a relação com a natureza se tornou artificial e rígida. Para nos reconectar precisamos resgatar a narrativa completa, também destas árvores centenárias, muitas delas chegaram a Lisboa através de redes coloniais de exploração, transformando a cidade num palimpsesto de deslocamentos forçados e apropriações de saberes ecológicos indígenas. Espécies como a Araucária-colunar (trazida das ilhas do Pacífico no século XVIII), os Jacarandás e as Tipuanas (América do Sul) e a Palmeira Tamareira (Médio-Oriente) fazem parte da paisagem de Lisboa. O discurso tradicionalmente associado a essas espécies destaca sua adaptação ao clima ou sua beleza ornamental, ignorando as estruturas políticas e econômicas que determinaram sua chegada. Este projeto promove um processo de reestruturação do olhar sobre a paisagem, para uma cidade mais inclusiva e ecologicamente responsável. Através da interseção entre arte, arquitetura, botânica e ativismo comunitário, Raízes e Rotas contribui para expandir a noção de arquitetura para além das construções humanas, inscrevendo a paisagem vegetal como parte integral do tecido urbano e da luta por um futuro mais justo e sustentável.

3. Cronograma de Trabalho do Projeto de Investigação

Mês                                                                 Atividade

Abril -Maio 2025                                      Pesquisa, botânica e cartografia expândida

Maio - Junho 2025                                    Recolha de testemunhos e envolvimento comunitário

Junho 2025                                                Primeira apresentação pública (27 ou 28 de junho)

Julho - Agosto 2025                                 Produção de materiais do percurso e instalação

Setembro - Outubro 2025            Ativação do percurso e apresentação final no Centro de                  Arquitetura do MAC/CCB

2. Exemplos de atividades públicas

- Caminhadas participativas – Guiadas por investigadores e mediadores culturais, destacando

as conexões entre botânica, colonialismo e ecologia política. 1 acontecerá durante o período

de pesquisa e 3 durante o período de apresentação/exposição.

- Oficinas de escuta e mapeamento coletivo – Sessões abertas ao público para recolha de

narrativas orais e partilha de experiências sobre as relações entre comunidades e a vegetação

urbana. Realizadas no MAC/CCB, espaço c/arpa do Frame Colectivo e Batoto Yetu.

- Instalação no Centro de Arquitetura do MAC/CCB. Consiste de um mapa/guia de grande

escala no chão e uma instalação sonora.

- Lançamento do mapa e guia online – Plataforma digital interativa que reunirá as histórias,

mapas e materiais recolhidos durante a investigação.

- Debate público sobre justiça ambiental e arquitetura interespécies – Encontro com

investigadores, artistas e ativistas para discutir o impacto colonial na paisagem urbana

contemporânea.

18.06.2025 | par martalanca | RAÍZES E ROTAS

Companheiras, de Antonella Gilardi

Com ilustrações de Manuela Romeiro. “Companheira” é uma palavra que vem do latim cum panis e significa “aquela com quem se partilha o pão”. Este livro e audiolivro contém histórias de companheirismo, de mulheres que, juntas, desbravam caminhos para uma nova definição do seu papel.

Situados na Itália da Segunda Guerra Mundial e do pós-guerra, os dois contos de estreia de Antonella Gilardi são inspirados em pessoas que existiram e em factos que aconteceram, mas neles a imaginação realiza o desejado resgate das mulheres na História.

Os desenhos de Manuela Romeiro ajudam a retocar a memória.

Antonella Gilardi

Professora sem cátedra, formadora de ensino não formal, trabalhadora na área dos jogos e narradora que gosta de cantar. Profissional de profissões não reconhecidas.

Lê e conta, para encontrar-se e voltar a perder-se entre as linhas das palavras lidas, contadas e cantadas. 

Joga, pela necessidade de desafiar as regras e o fado. 

E porque não se importa de perder.

Gosta de viver uma palavra de cada vez, uma jogada de cada vez.

E escreveu contos, pela primeira vez, como quem procura um atalho para um novo caminho rumo a casa.

Ficha técnica

Contos, texto introdutório e narração: Antonella Gilardi

Ilustrações: Manuela Romeiro

Design gráfico: Pedro Serpa

Fotografia da capa: Autoria desconhecida

Revisão, gravação e edição áudio: Oriana Alves

Referências musicaisBella Ciao (popular), Il vestito di Rossini (de Paolo Pietrangeli), Sciopero Interno (de Fausto Amodei), Le otto ore (de autor anónimo)

Formato: 32 pp. + QR Code com áudio de 38 min)

1.ª edição: Abril de 2025

ISBN: 978-989-8421-89-0

17.06.2025 | par martalanca | Antonella Gilardi

Muungano

17.06.2025 | par martalanca | Moçambique

Ary Zara e Gaya de Medeiros estreiam Corre, bebé!

Peça reflete sobre conflitos e desejos da parentalidade

O espetáculo, que venceu a 7.ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, estreia em Lisboa esta semana. De 20 a 29 de junho, Corre, bebé! estará em cena na Sala Estúdio Valentim de Barros, nos Jardins do Bombarda, em Lisboa.

Depois da estreia no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, no passado dia 6 de junho, Corre, bebé!, de Ary Zara e Gaya de Medeiros, chega a Lisboa, para 8 apresentações na Sala Estúdio Valentim de Barros, nos Jardins do Bombarda, de 20 a 29 de junho.

Corre, bebé!, com criação e interpretação de Ary Zara e Gaya de Medeiros, faz um conjunto de reflexões sobre os conflitos e desejos da parentalidade. Um casal de pessoas trans pensa sobre o que pode ser gerar bebés num cenário pós-apocalíptico, cada vez mais presente no imaginário coletivo do nosso tempo. Expectativas, problemas conjunturais e inseguranças são abordados de forma poética, desenhando os receios e sonhos que podem surgir ao acompanhar o desenvolvimento de uma nova pessoa num futuro incerto.

O espetáculo foi o projeto vencedor da 7.ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, que junta o Teatro Nacional D. Maria II, A Oficina/ Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo) e o Teatro Viriato (Viseu) para a atribuição de uma bolsa anual de criação artística, destinada a apoiar a produção de espetáculos de jovens artistas e companhias emergentes, nacionais e estrangeiros, residentes em Portugal.

Criada em 2018, em homenagem à atriz e encenadora Amélia Rey Colaço, pelo seu importante papel na História do Teatro Português, a Bolsa Amélia Rey Colaço é uma bolsa de criação que pretende contribuir para a promoção da renovação do tecido teatral português, injetando-lhe novas ideias e vozes. Atribuída anualmente, esta bolsa garante um aumento do acesso de artistas emergentes e novas companhias de teatro a meios de produção fundamentais e a espaço de pesquisa, permitindo-lhes consolidar o seu corpo de trabalho, ao mesmo tempo que se promove e incentiva a criação de novas dramaturgias e o alargamento de públicos.

Depois da estreia no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, e das apresentações em Lisboa, na Sala Estúdio Valentim de Barros / Jardins do Bombarda, de 20 a 29 de junho, Corre, bebé! vai ainda viajar por Viseu (Teatro Viriato, 4 de julho) e Montemor-o-Novo (O Espaço do Tempo, 5 e 6 de setembro). Destinado a maiores de 14 anos, o espetáculo inclui nudez parcial e aborda temas sensíveis, como suicídio, aborto e complicações gestacionais.

Mais informações sobre o espetáculo Corre, bebé! aqui.

ensaio, foto de Filipe Ferreiraensaio, foto de Filipe Ferreira

 

16.06.2025 | par martalanca | Ary Zara, Gaya de Medeiros, teatro

A Noite das Ideias dedica-se este ano ao Poder de Agir

25 de Junho – 18h Teatro São Luiz Entrada livre sujeita à lotação da sala. Bilhetes disponíveis no próprio dia na bilheteira do Teatro a partir de uma hora antes do evento. 

No próximo dia 25 de junho, O Teatro São Luiz volta a apresentar a Noite das Ideias, iniciativa global promovida pelo Institut Français du Portugal, um espaço de liberdade e encontro entre pensamento e criação, onde a cultura volta a ser motor de diálogo, questionamento e transformação. 

Com uma edição dedicada ao tema “Poder de agir – Em busca de um novo horizonte de universalidade”, ao longo deste final de tarde e noite o Teatro São Luiz acolhe um vasto programa de debates, leituras, performances e concertos que convocam pensadores, artistas e cidadãos a refletir sobre democracia, cidadania, identidade e futuro: José Eduardo Agualusa, Filipa Lowndes Vicente, Pierre Singaravélou Gonçalo M. Tavares ou PONGO são alguns dos nomes do programa deste ano. 

A sessão de abertura decorre às 19h na Sala Luís Miguel Cintra com duas conferências inaugurais com a escritora Djaimilia Pereira de Almeida (“Ilhas da Gentileza”) e o historiador Antoine Lilti (“Actualités des Lumières”), e uma performance singular de Etienne Saglio com a pianista Madeleine Cazenave: Variation pour piano et polystyrène

Organizado em três percursos temáticos — Democracia!, Universal? e Cidadania… — o evento propõe uma reflexão viva e plural sobre o mundo contemporâneo. 

Na Sala Bernardo Sassetti, o percurso Democracia! abre com uma leitura performativa de excertos das Novas Cartas Portuguesas pela multifacetada artista Merai, seguida da mesa-redonda Feminismo: um pilar da democracia?, com Ilda Mendes, Agnès Levecot e Cristina Robalo-Cordeiro e moderação de Margarida Calafate Ribeiro. Outros debates focam questões como O que é a democracia? ou O papel da educação na democracia, com intervenções de personalidades como Raquel Varela, Barbara Stiegler, Diogo Ramada Curto e Antoine Lilti e com o convite à participação ativa do público. 

Na Sala Luís Miguel Cintra, o percurso Universal? lança o debate sobre a construção da história. As mesas-redondas “‘Nós’ e ‘os outros’ em Camões”, “Para uma outra história do mundo?” e “Como viver a condição pós-colonial?” reúnem nomes como José Eduardo Agualusa, Filipa Lowndes Vicente, Pierre Singaravélou ou Gonçalo M. Tavares, num diálogo entre memória, literatura e política. O programa inclui também performances de Vanessa Fernandes e Ivo Reis / Espectro Visível e leituras com a artista Merai, além de um recital de música clássica com Jérôme Fréjaville e Grégoire Torossian

O percurso Cidadania…, que decorre no restaurante Fauna & Flora, propõe dois momentos de micro aberto com moderação de Duarte Rolo e António Guerreiro, onde se discutirão temas como riqueza e ciência como narrativa global, com participação de Emmanuel Renault, Carlos Fiolhais, Timothée Parrique, entre outros. 

O encerramento faz-se em festa, com o concerto da artista Pongo às 23h30 na Sala Bernardo Sassetti, trazendo ao palco a força do kuduro progressivo e da música urbana de influência africana. 

Durante toda a noite, o foyer e o primeiro piso do São Luiz transformam-se na Livraria da Noite, com livros dos oradores e obras relacionadas com o tema do evento, disponíveis em francês e português, numa parceria com a Almedina e a Nouvelle Librairie Française. 

Consultar o programa completo da Noite das Ideias 2025 

16.06.2025 | par martalanca | noite das ideias

Direito da Nacionalidade

O Direito da Nacionalidade será o tema do próximo Curso Breve On-line a
realizar pela A.P.M.J.. Serão abordados vários aspetos de natureza substantiva e adjetiva, com
recurso a exemplos práticos, nos 4 Módulos do Programa, disponível em www.apmj.pt

O Curso é destinado a profissionais do foro, solicitadoras/es e funcionárias/os da Conservatórias do Registo Civil. Visa dar uma perspetiva geral e prática das questões mais relevantes no âmbito do Direito da Nacionalidade, com particular ênfase das atinentes à atribuição e aquisição da nacionalidade, de forma a melhor habilitar e potenciar a respetiva intervenção forense. Será ministrado através da Plataforma Zoom, em horário pós-laboral de 23.06.2025 a 02.07.2025. As inscrições são feitas em www.apmj.pt

Todas as Sessões incluirão a possibilidade de debate com as /os oradoras/es convidadas/os.

15.06.2025 | par martalanca | nacionalidade

Haverá Eleições, de Cláudia Varejão

17/06/2025, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro, Cinemateca

Billy Woodberry | Realizador Convidado In The Street | Free Time | Haverá Eleições (sobre as primeiras eleições livres em Portugal de 1975) sessão de dia 17 apresentada por Luís Mendonça com a presença de Cláudia Varejão que conversa com Billy Woodberry no final da projecção (em Inglês).

O filme está integrado numa sessão com mais dois filmes: IN THE STREET de Helen Levitt, Janice Loeb, James Agee e FREE TIME de Manfred Kirchheimer. A programação desta sessão é da responsabilidade de Billy Woodberry, realizador cuja Cinemateca dedica o mês de Junho.

ver programa 

HAVERÁ ELEIÇÕES de Cláudia Varejão, 35 minHAVERÁ ELEIÇÕES de Cláudia Varejão, 35 min

Cerca de 92% dos eleitores recenseados compareceram às urnas, taxa que jamais foi superada até aos dias de hoje.

A noite das eleições teve o seu Centro de Escrutínio na Fundação Calouste Gulbenkian, enquanto a televisão emitia em directo a contagem dos votos.

Este filme revisita as eleições através das imagens produzidas durante a noite e de testemunhos de quem viveu este momento histórico.

Realizado no âmbito da exposição Haverá Eleições. 1975: as primeiras eleições livres em Portugal, uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril, em parceria com a Assembleia da República, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP.

 

13.06.2025 | par martalanca | billy woodberry, eleições

King Size, direção Sónia Baptista

6 junho a 15 junho 2025

qui: 21h; sex: 21h; sáb: 19h; dom: 16hSala Estúdio Valentim de Barros

King Size analisa como se constrói a masculinidade, para ressignificar as relações entre natureza, género e sexo. Focando figuras que incorporam os mitos masculinos, bem como as suas revisões paródicas, esta criação encena um jogo de desidentificação que resiste às pressões de binarismo sexual, na sociedade e na arte.

Uma obra que confronta os dispositivos de criação e dramaturgia de performances drag contemporâneas com os códigos rígidos de representação de género, na dança e no teatro tradicionais, e interroga essas representações, esbatendo as diferenças entre o que é natural e o que é construção cultural ou cénica. Espetáculo em inglês e português, com legendas em português.

direção Sónia Baptista
interpretação Ana Libório, Crista Alfaiate, Joana Levi, Maria Abrantes e Sónia Baptista
espaço cénico Raquel Melgue
desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção
vídeo Ana Libório e Raquel Melgue
som Margarida Magalhães
desenhos Bárbara Assis Pacheco 
apoio à dramaturgia Mariana Ricardo
apoio à criação Francesca Rayner, Marcus Massalami, Maribel Mendes Sobreira, Paloma Calle e Vânia Doutel Vaz
apoio ao desenho de luz Pedro Nabais
direção de produção Maria João Garcia 
produção executiva Margot Silva
comunicação Helena César
produção AADK PORTUGAL
tradução Joana Frazão
legendagem Joana Frazão e Sónia Antunes
coprodução Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery/DDD - Festival Dias da Dança, Festival Linha De Fuga
residência de coprodução O Espaço do Tempo
apoio EVC, Alkantara, Devir/Capa, Citemor, Livraria Aberta, Livraria Snob, Gaivotas6, Mala Voadora
agradecimentos Queer Lisboa, Miguel Freitas, Lara Torres, João Caldas, Sérgio Fazenda Rodrigues, Caeiro, Joaquim Fónix, King Molas da Roupa,  A. M. Dickless, Só Carlos, Billie Gnz, Ana Francisca Amaral Correia, José António Cunha, Isidro Paiva, José Capela, Lara Morais, Caio Soares

09.06.2025 | par martalanca | masculinidade, Sónia Baptista

“Alfredo e as Nuvens”, de Ruben Zacarias

7 a 17 de junho, na Galeria Papoila, Porto. Com curadoria do artista, Ruben Zacarias, e do investigador artístico Paulo Ansiães Monteiro, a mostra reúne duas dezenas de obras inéditas que exploram o luto, a celebração do vazio, e, sobretudo, a memória enquanto matéria criativa

A mostra é dividida em três etapas temáticas — “Silêncios revisitativos”, “Letargia” e “Alvorada” — e propõe um mergulho poético-sensorial. As peças foram feitas com diversos materiais, sendo os essenciais papel, tela, filme radiográfico e metal. De acordo com Zacarias, a exposição nasceu da vontade de trabalhar com a memória da ausência, partindo deste estado de espírito que se assemelha à letargia taoista.

“Não é o medo da morte que nos conduz durante o labor criativo, mesmo quando esta ronda a existência sorrindo-nos com astúcia. Talvez seja o mistério e, noutras vezes, a letargia espiritual vivida pelos que ficam, uma espécie de nostalgia taoista. E é daqui que ressurge Alfredo – Irmão do pintor, falecido há dez anos”.

fotografia de Susana Magalhãesfotografia de Susana Magalhães“Existem imagens (raras) capazes de expressar, ao mesmo tempo, a realidade na sua imediatez mais flagrante e o que nelas escapa ao imediato, apontando camadas profundas de significação. As imagens do Ruben Zacarias entram-nos pelos olhos e dilatam-nos por dentro. A beleza das suas pinturas atrai e faz deslocar o coração. Toma, transfigura e revela. Há sempre uma tensão figuração/abstração que potencia o efeito (retiniano) das imagens no observador. É possível seguir as pinceladas e o estraçalhar na tela.

Temos um burocrata do controlo cheio de gavetas ao peito como medalhas das categorias, um verdadeiro “adormecedor”. Em “musicalidade” um ser andrajoso com os privilégios da gente sentada controla um demónio que parece masturbar-se. Em “Sonho Líquido” uma figura andrógina brinca com o mundo feito brinquedo, e a caixa branca do inconsciente está guardada a chave. Em “Baile de Máscaras” o performer faz do camarim um laboratório alquímico, em que as máscaras são o resultado desse processo. Em “Silêncio” um díptico em que um simples encostar de cabeça nas costas permite a transmissão = o diálogo.

Noutro díptico “Emigração”, moedas deslizam para uma urna/cofre forte da despesa nacional. Em “Nocturno” uma forte pisadela que provoca um splash da espuma dos dias.

No díptico Jeany Duwal uma mulher amputada de um dos membros que a impede de alcançar as figuras. E deixo para o fim as magníficas imagens feitas em radiografias médicas de grande beleza.

A ideia de Platão é que a beleza age duplamente, primeiro através dum choque que provoca a recordação ou visão de “outro mundo” e que de seguida funciona como força material de uma energia directamente utilizável para o progresso espiritual.

Foi isso que senti ao contemplar as pinturas do Ruben Zacarias. Uma beleza que se prende ao nosso corpo, irresistível, sem deixar de ser obscura e enigmática.”

Paulo Ansiães Monteiro

 

 

06.06.2025 | par martalanca | Ruben Zacarias

Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos

Escola de Verão – 30 de junho a 4 de julho de 2025

Organização:

LabCLIP / CICANT / Universidade Lusófona – Centro Universitário do Porto

Coordenação:

Lurdes Macedo e Sheila Khan

Apresentação:

Em 2025, Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe celebram os 50 anos das suas independências, após as comemorações, em 2024, do centenário do nascimento de Amílcar Cabral e dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau. No seguimento das importantes reflexões sobre o significado das lutas de libertação produzidas no ano passado, a comemoração dos 50 anos da independência de quatro dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) proporciona uma oportunidade para refletir sobre o conhecimento produzido sobre este conjunto de nações, bem como sobre o seu lugar no campo dos Estudos Africanos. Quais foram os avanços alcançados no estudo dos PALOP desde as suas independências? Quais os desafios que se colocam à configuração dos Estudos Africanos em Português?

Na busca de pistas que permitam ensaiar respostas a estas questões, a Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos” será desenvolvida sob o princípio de que para se produzir conhecimento sobre os PALOP é necessário torná-los objetos de estudo inteligíveis. Este princípio será colocado em diálogo com o potencial e com as limitações que os estudos pós-coloniais e decoloniais oferecem a uma análise crítica das especificidades dos contextos destes países africanos.

A partir dos contributos de várias disciplinas das ciências sociais e humanas, esta Escola de Verão será desenvolvida em torno de quatro grandes eixos temáticos:

  • Estudos Africanos em Português;

  • Cultura e pensamento nas lutas de libertação;

  • Literaturas e Culturas Africanas em Português;

  • Memórias Coloniais e Propostas Decoloniais.

Público-alvo: Estudantes dos vários graus de ensino universitário; Investigadores; Artistas; Professores; Técnicos de ONGs e de outros organismos de cooperação internacional.

Objetivos desta Escola de Verão:

1 – Definir os Estudos Africanos em Português como campo de pensamento e de construção de conhecimento;

2 – Compreender a relação histórica e de memória entre os PALOP, e entre estes e Portugal;

3 – Estimular a reflexão crítica em torno dos legados das lutas de libertação e das independências destes países;

4 – Interpretar criticamente o papel e a responsabilidade histórico-cultural das literaturas nos PALOP;

5 –  Analisar a evolução dos projetos coloniais e a sua relação com a emergência de iniciativas e compromissos decoloniais;

6 – Debater os desafios epistemológicos e metodológicos que se colocam à reconfiguração dos Estudos Africanos em Português.

Competência a adquirir pelos participantes:

1 – Aplicar os Estudos Africanos em Português como ferramenta de análise crítica capaz de dar conta das especificidades dos contextos dos PALOP;

2 – Enunciar um quadro de pensamento em torno das interdependências históricas, políticas e culturais entre os PALOP e entre estes e Portugal;

3 – Organizar e propor um quadro teórico e metodológico de abordagem às especificidades dos contextos dos PALOP a partir dos contributos dos Estudos Africanos em Português;

4 – Apresentar uma leitura crítica das convergências e divergências dentro deste campo de estudo;

5 – Escrever um texto (artigo, ensaio, recensão,…) que reflita criticamente a relevância dos Estudos Africanos em Português, bem como propostas epistemológicas e metodológicas para a consolidação para este campo de estudo.

Razões para frequentar esta Escola de Verão:

  • Possibilidade de identificar uma diversidade de perspetivas para abordar o conhecimento produzido no âmbito dos Estudos Africanos em Português;
  • Possibilidade de contacto com várias experiências de produção de conhecimento neste campo de estudo;
  • Possibilidade de produzir um contributo crítico para a reconfiguração dos Estudos Africanos em Português;
  • Possibilidade de alargar redes de trabalho nesta área;
  • Possibilidade de participar na criação de uma plataforma capaz de colocar os Estudos Africanos em Português nos programas curriculares dos cursos de áreas relacionadas com as ciências sociais e humanas;
  • Obtenção de formação específica nesta área de estudos, com certificado de participação e 1 ECTS;
  • Possibilidade de publicar artigo, ensaio ou recensão crítica em publicação a organizar pela coordenação da Escola de Verão.

Regime de funcionamento:

A Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos” funcionará em regime híbrido. 

Funcionará presencialmente, na Universidade Lusófona - Centro Universitário do Porto e online, na plataforma Zoom, em link a disponibilizar aos estudantes que se inscrevam nesta modalidade de participação.

Professores confirmados:

Elísio Macamo (Universidade de Basileia, Suiça)

Francisco Topa (FLUP / CITCEM)

Julião Soares Sousa (iiiUC / CEIS20)

Lurdes Macedo (ULusófona / CICANT)

Maciel Santos (FLUP / CEAUP)

Orquídea Ribeiro (UTAD / CICANT)

Sheila Khan (ULusófona / CICANT) 

Tom Stennett (Universidade de Exeter, Reino Unido)

programa provisório desta Escola de Verão pode ser consultado em anexo a este e-mail.

Valor da inscrição:

Regime presencial (inclui a participação no convívio de encerramento)

Participantes em geral – 60€

Participantes nacionais dos PALOP – 40€

Estudantes da Universidade Lusófona – 40€

Regime online

Participantes em geral – 50€

Participantes nacionais dos PALOP – 30€

Estudantes da Universidade Lusófona – 30€

A pré-inscrição na Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos” pode ser feita aqui.

06.06.2025 | par martalanca | Estudos Africanos

Maria Montessori

Estreia a 12 de junho. Inspirado em factos verídicos, MARIA MONTESSORI é um poderoso retrato de duas mulheres que ousaram desafiar o seu tempo. Com estreia marcada para 12 de junho nas salas de cinema portuguesas, o filme revela a história pouco conhecida da criadora do método Montessori, num drama histórico de grande sensibilidade e pertinência.

Protagonizado por Leïla Bekhti e Jasmine Trinca, e realizado por Léa Todorov, MARIA MONTESSORI decorre na viragem do século XX e acompanha o encontro transformador entre duas figuras femininas à margem de um mundo dominado por homens. A cortesã parisiense Lili d’Alengy muda-se para Roma para proteger um segredo: a sua filha nasceu com uma deficiência. Lá, cruza-se com Maria Montessori, uma médica pioneira que revoluciona a forma como a infância é encarada – enquanto carrega o peso de uma maternidade vivida em silêncio.

Com argumento de Catherine Paillé e da própria Léa Todorov, o filme constrói uma narrativa íntima sobre maternidade, exclusão e emancipação, mostrando como a compaixão e o conhecimento podem tornar-se ferramentas de transformação.

MARIA MONTESSORI é mais do que um filme biográfico, é um tributo à coragem feminina e à persistência em tempos de silêncio e repressão. Com uma realização delicada e interpretações marcantes, o drama oferece uma nova perspetiva sobre uma figura que mudou para sempre a pedagogia – e cuja humanidade, até hoje, permanece pouco contada. Em Portugal, estará em exibição, em exclusivo nos cinemas UCI, a partir de 12 de junho, com distribuição pela NOS Audiovisuais.

Sinopse:Em 1900, Lili d’Alengy, uma famosa cortesã parisiense, guarda um segredo que a envergonha: a sua filha Tina, nasceu com uma deficiência. Não querendo cuidar de uma criança que ameaça a sua carreira, Lili decide trocar Paris por Roma. Lá conhece Maria Montessori, uma médica que desenvolve um método revolucionário de aprendizagem para crianças, até então, chamadas de “deficientes”. Mas Maria também esconde um segredo: um filho nascido fora do casamento. Juntas, as duas mulheres vão ajudar -se mutuamente conquistar o seu lugar num mundo de homens e a escrever história.

 | Materiais

06.06.2025 | par martalanca | Maria Montessori

Sessão pública de apresentação de “Boi”, da Cláudio da Silva

Vencedora da 10.ª edição do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa. Boi, de Cláudio da Silva, uma espécie de policial epistolar falhado, é uma homenagem à poética de Pedro Pedro, autor desconhecido e maldito, cujos textos, dispersos por fanzines e outros registos desconsiderados pelo mercado, retratam quase graficamente a cidade de Lisboa (e não só), privilegiando o patético e o periférico e alicerçando-se no boato e na vox populi para atingir uma verdade poética, política e biográfica da deslocalização e do deslocado.

Boi é, enfim, a ventura que paira sobre a cidade alargada que somos e que busca perspectivar. Essa cidade imaginada que ainda resiste em cada um de nós. O evento terá lugar no próximo dia 21 de junho de 2025, às 17 horas, no Auditório Sul da Feira do Livro de Lisboa

 

05.06.2025 | par martalanca | Boi, livro, policial

Complô, realizado por João Miller Guerra

O filme Complô, realizado por João Miller Guerra, terá a sua estreia mundial na 36.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Marselha (FIDMarseille), que decorre entre os dias 8 e 13 de Julho de 2025, em França.

Produzido pela Uma Pedra No Sapato e distribuído em Portugal e internacionalmente pela MagentaComplô traça o retrato íntimo de Bruno, conhecido como “Ghoya” — órfão de um país onde nasceu, órfão do Estado. Encarcerado metade da sua vida, sempre livre. “Ghoya” é rapper crioulo e activista político. Este filme, um espaço de encontro num momento da luta e da vida.

Com argumento do próprio realizador, o filme conta com edição de Pedro Cabeleiradireção de som de Rafael Gonçalves Cardoso e produção de Filipa Reis.

A seleção de Complô para o FIDMarseille — um dos mais prestigiados festivais internacionais dedicados ao cinema de autor — assinala mais uma forte presença do cinema português no circuito internacional, reconhecendo a força de uma obra profundamente pessoal, política e cinematográfica.
SOBRE O FILME 
Complô é um filme sobre a experiência de vida de um afrodescendente português, submetido à lei da nacionalidade baseada no “jus sanguinis”, que ditou que os filhos de imigrantes fossem tão imigrantes quanto os seus pais. Ghoya viu assim negado à nascença o direito de ser e se sentir português. A urgência de documentar esta experiência surge ainda em 2009 quando o conheci brevemente, estava “a monte”. Senti a força de um protagonista, abandonado pelo Estado português, que já relatava a sua história, usando a sua própria voz, muito antes deste filme começar. Essa é a vida de um MC de Rap Crioulo. A falta de integração do rap crioulo na nossa sociedade relaciona-se ainda hoje com a sua vida, alguém que viveu em bairros que foram sendo consecutivamente demolidos, fruto de “programas especiais de requalificação”. Com um longo passado em estabelecimentos prisionais, Ghoya sabe que a prisão começa no bairro onde se nasce. Este filme e a falta de outros é prova disso. É sobre tudo isto que cria as suas rimas.
Obrigado, Bruno.” 

João Miller Guerra 

 

 

FICHA TÉCNICA

Título: Complô
Realizador: João Miller Guerra
Argumento e Diálogos: João Miller Guerra
Guião: João Miller Guerra
Produtora: Uma Pedra No Sapato
Produtor: Filipa Reis

Fotografia: Vasco Viana
Montagem: Pedro Cabeleira
Diretor de Som: Rafael Gonçalves Cardoso
Criação Gráfica: Márcio Matos

Actores: Bruno “Ghoya” Furtado
Música: Ghoya

Ano de Produção: 2025

 

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Género: Documentário
Duração: 1h 25min 57s
Formato de imagem: 1.78
Resolução: 2K DCI
Cor / P&B: Cor
Som: 5.1 Surround
Formato de captação: Digital
Formato de projeção: DCP

05.06.2025 | par martalanca | Complô, nacionalidade, rap

Conversa com Virgília Tembo Ferrão e João Borges de Oliveira

18h00 CONVERSA Programa literário Lisboa / Maputo DAC |DMC |CML Conversa com Virgília Tembo Ferrão e João Borges de Oliveira, escritores que venceram a edição de 2025 do programa. Moderação: Marta Lança. ESPAÇO BIBLIOTECAS DE LISBOA | CML

05.06.2025 | par martalanca | João Borges de Oliveira, Virgília Tembo Ferrão

O som é o monumento / The sound is the monument

Kiluanji Kia Henda desenvolve um projeto a partir do Monumento aos Mortos da Grande Guerra, em Luanda — também conhecido como Maria da Fonte —, uma estátua erguida em 1937 que se destacou como uma das maiores construções monumentais do Império Português em África.

O monumento foi dinamitado em 1976, um ano após a independência de Angola, resultando na dispersão de grandes blocos de pedra esculpida, embora o pedestal original tenha permanecido intacto. A partir de imagens documentais dos fragmentos do monumento e dos soldados angolanos e cubanos que participaram na sua destruição, Kiluanji cria uma série de colagens digitais que dão origem a um conjunto de oito posters de bandas musicais fictícias, impressos em escala monumental.

No centro da piscina principal será instalada a obra O Som é o Monumento — um plinto geométrico que reinterpreta a forma de um pedestal, transformando-o numa caixa acústica. Esta estrutura será utilizada para a difusão de um repertório de músicas angolanas que constroem contra-narrativas sonoras ao discurso colonial e imperialista, afirmando a música como veículo de memória, identidade e insurgência cultural. Através desta operação estética e simbólica, o artista ressignifica os escombros do passado como matéria de invenção e resistência, propondo, deste modo, uma reflexão crítica sobre novas formas de celebrar e reinscrever a memória no espaço público, onde o som — a música — assume o lugar de monumento.

04.06.2025 | par martalanca | angola, kiluanji kia henda, monumento

"Contos do Esquecimento", de Dulce Fernandes em sala

“Contos do Esquecimento”, documentário realizado por Dulce Fernandes, estreia nas salas de cinema portuguesas no próximo dia 3 de julho. Esta obra mergulha na memória coletiva e nos silêncios históricos em torno do papel de Portugal no tráfico transatlântico de pessoas escravizadas.

O ponto de partida do filme é a descoberta, em 2009, de um conjunto de 158 esqueletos de africanos escravizados – homens, mulheres e crianças – numa lixeira urbana do século XV em Lagos, Algarve, aquando da construção de um parque de estacionamento. “Contos do Esquecimento” constrói-se através de imagens de arquivo, registos contemporâneos e paisagens sonoras envolventes, convidando o público a refletir sobre as violências do passado e o impacto das ausências na história oficial. 

“Nasci em Angola em 1973, na altura um território sob o domínio colonial português. Filha de colonos portugueses numa terra ocupada e explorada durante séculos, sinto-me profundamente marcado pela experiência do colonialismo. Como cineasta, interessa-me investigar o passado colonial da Europa (de Portugal, em particular), as construções da memória coletiva e os vestígios desse passado no presente”, afirma a realizadora Dulce Fernandes.

O filme foi selecionado para diversos festivais internacionais, como o IDFA - Festival Internacional de Documentário de Amesterdão (Países Baixos), Bergamo Film Meeting (Itália), Crossing Europe Film Festival, Linz (Áustria), Ethnocineca International Documentary Film Festival Vienna (Áustria), Festival Internacional de Cinema de Mumbai (Índia) e em Portugal estreou-se no IndieLisboa 2024, onde recebeu uma Menção Especial do Júri Árvore da Vida.

Nas salas de cinema, “Contos do esquecimento” será antecedido pela exibição da curta-metragem “Time to Change”, uma obra de 6 minutos em que a realizadora e argumentista angolana Pocas Pascoal propõe um olhar sobre o colonialismo, o capitalismo e o seu impacto na biodiversidade global. Esta curta-metragem teve a sua estreia nacional no Curtas Vila do
Conde em 2024. No circuito internacional, este filme foi seccionado para o RIDM – Festival
Internacional de Documentário de Montreal (2024) e para o Festival de Clermont-Ferrand
(2025), entre outros.

No dia 20 de junho, às 10h30, no ICA, em Lisboa, vai realizar-se um visionamento desta sessão para a imprensa.

Para mais informações e marcações de entrevistas, por favor contactar:

Rita Bonifácio | 918453750 | ritabonifacio@paristexas.pt

03.06.2025 | par martalanca | Contos do Esquecimento, Dulce Fernandes

Coisas que escapam_exposição de Catarina Marto e Raquel Pedro_4 Jun a 4 Jul

A exposição Coisas que escapam é composta essencialmente por trabalhos em colagem, realizados em 2025. Catarina Marto e Raquel Pedro colaboram regularmente, desde de 2012, e não expõem em Lisboa, a sua cidade, desde 2020.

«Muitas coisas escapam. Neste momento, a insanidade de certos governantes e a imprevisibilidade das alterações climáticas constituem uma assombração que paira no (in)consciente colectivo. O mundo em queda livre.A resistência latente no orgânico também é algo que escapa… à compreensão racional, aos constrangimentos governativos ou a hipnoses tecno-mediadas. Pode estar adormecida tempos e tempos, e depois, um dia, por uma qualquer vibração ou acontecimento, acordar e brotar, como uma semente, e reverter situações. »

Coisas que escapam

 

03.06.2025 | par martalanca | Catarina Marto, Raquel Pedro