“Domésticas insubmissas”: práticas de resistência de mulheres em Nova Iorque

“Domésticas insubmissas”:  práticas de resistência de  mulheres em Nova Iorque Hartman oferece novas pistas metodológicas para a crítica literária que trabalham com arquivos e mostra-nos como os estudos literários podem usufruir do conhecimento de vidas de mulheres rebeldes como Esther Brown para ampliar o seu entendimento e interpretação das práticas criativas. Ler Hartman hoje recorda-nos a importância e o imperativo político que temos de interrogar no que diz respeito aos espaços e às estruturas de opressão, de aprisionamento e de conformismo a partir da perspetiva – especulativa se necessário – daqueles/as que neles resistem.

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04.06.2019 | por Alexandra Reza

Língua portuguesa e colonização – caso da Guiné Bissau

Língua portuguesa e colonização  – caso da Guiné Bissau “Será a língua portuguesa um instrumento ideal a usar no processo de ensino-aprendizagem para a libertação do povo da Guiné?”. Tendo em conta que a língua portuguesa foi um dos instrumentos usados pelo colonialismo para a dominação do povo da Guiné, não seria normal o mesmo instrumento de opressão servir para um processo educativo que pretenda a libertação do mesmo povo da alienação colonial.

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02.06.2019 | por Sumaila Jaló

We don't just tell the story we live it

We don't just tell the story we live it Depois de ouvir o leão rugir vezes sem conta, preciso de integrar este animal. Revejo a minha emergência e subsequente início do processo de diagnóstico de disforia de género e tratamento ou transição. O processo está em curso como uma maré que por vezes me deixa tranquilo e noutras se agita, sem de facto pedir muita licença para me solicitar atenção. Eu, apesar de tudo, ainda e cada vez mais lúcido, vou retirando do seu percurso os obstáculos que me impediram de integrar a minha identidade negada.

Corpo

01.06.2019 | por Adin Manuel

A sociedade autofágica - PRÉ-PUBLICAÇÃO

A sociedade autofágica - PRÉ-PUBLICAÇÃO    Destruição das estruturas económicas que asseguram a reprodução dos membros da sociedade, destruição dos elos sociais, destruição da diversidade cultural, das tradições e das línguas, destruição dos fundamentos naturais da vida: aquilo que por toda a parte se constata não é somente o fim de certos modos de vida para entrarmos noutros – «destruições criadoras» de que a história da humanidade estaria repleta –, é antes uma série de catástrofes a todos os níveis e à escala planetária que parecem ameaçar a própria sobrevivência da humanidade, ou, pelo menos, a continuação de grandíssima parte daquilo que deu sentido à «aventura humana», para submergir os humanos no estado de «anfíbios».

Mukanda

29.05.2019 | por Anselm Jappe

O Obituário- “Todas as mulheres querem fazer sexo comigo!"

O Obituário- “Todas as mulheres querem fazer sexo comigo!" Já visitei os quatro cantos e as entranhas dos subúrbios. NADA. Já velejei no limite dos oceanos no cabo das agulhas, já corri que nem um leopardo pelas savanas e terreiros. Andei em baixo de pântanos que nem um hipopótamo, cortejei as anacondas serpenteei o seu veneno para avistar a geografia da mulher violentada…e, nada!

Corpo

29.05.2019 | por Indira Grandê

A revolução sudanesa: à terceira é de vez?

A revolução sudanesa: à terceira é de vez? A comunidade internacional foi acordada pelo estrondo da queda do ditador de Cartum. Como se subitamente os governos ocidentais, árabes e africanos tivessem compreendido que uma revolução democrática no Sudão podia vir a ter efeitos devastadores para a estabilidade dos países vizinhos e sobre o equilíbrio regional, assiste-se desde então a uma agitação política e diplomática febril.

Jogos Sem Fronteiras

29.05.2019 | por Nicole Guardiola

Uma negra pelas ruas de Vitória

Uma negra pelas ruas de Vitória As análises aqui propostas se atentam aos modos de subjetivação da negritude incluindo o racismo como produtor de subjetividade. Porém, vale demarcar que os processos de subjetivação que produzem práticas racistas não se confundem com a negritude como devir. Em outras palavras, o processo de formar-se negro passa tanto pelo cultivo do devir-negro quanto pela experiência de violência racial.

Mukanda

29.05.2019 | por Janaina Coelho

Ruy Duarte de Carvalho e o neo-animismo

Ruy Duarte de Carvalho e o neo-animismo Não é uma escrita da subjetivação, mas da dessubjetivação – o dispositivo literário, a violência e provocação sobre a forma da frase, o posicionamento contra a figura autoral, todas agem em negação da história do próprio, da sua memória, do seu mundo. É uma escrita contra o autor e contra o personagem. A ideia de que tudo tem alma – enquanto reencantamento possível face aos diagnósticos mais reservados do humanismo – surge numa identificação extrema com o território, com o “outro” enquanto expressão do território, mas não enquanto folclore ou fetichismo. Este outro – uma entidade territorial e social – surge enquanto um “outro eu” e nessa relação de amizade constitui um posto para pensar.

Ruy Duarte de Carvalho

26.05.2019 | por Luhuna de Carvalho

Os negros em Portugal

Os negros em Portugal O recente acréscimo de protagonismo das vozes de negros e afrodescendentes que, em Portugal, crescentemente se posicionam contra o racismo gerador desigualdade de oportunidades, é o que melhor configura a força de uma ancestralidade que merece ser resgatada e inventada.

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26.05.2019 | por Bruno Sena Martins

Peregrinação Crioula - PRÉ-PUBLICAÇÃO e lançamento

Peregrinação Crioula - PRÉ-PUBLICAÇÃO e lançamento Por instinto, acima de tudo, Jul’Antone é um homem que ama o arquipélago, é um puro ilhéu. Nota-se-lhe o apego plasmado a São Vicente, laços espirituais que a miséria e a falta de condições não conseguem quebrar. Nem dado de vidro abandonará em definitivo a sua terra, foi aqui que nasceu e será aqui que terminará os seus dias.

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23.05.2019 | por Paulo Lima

"The Unbalanced Land" de Adrián Balseca

"The Unbalanced Land" de Adrián Balseca O sistema estético de The Unbalanced Land assenta num princípio de fragmentação e tensão e num modelo representativo multitemporal, perscrutando as capas do passado que subsistem no presente e os itinerários materiais, discursivos, culturais e ideológicos dos objectos expostos. O gesto artístico de Balseca inscreve-se, portanto, numa genealogia de práticas poético-políticas descoloniais, apontando, ao mesmo tempo, para a persistência de formações coloniais no Equador contemporâneo.

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21.05.2019 | por Raquel Schefer

Os olhares de Catarina - novos trabalhadores rurais do Alentejo: entre a esperança e a discriminação

Os olhares de Catarina - novos trabalhadores rurais do Alentejo: entre a esperança e a discriminação Do outro lado, a milhares de quilómetros, estará uma voz familiar e uma condição de miséria que a levou a atravessar meio mundo em busca das migalhas da fatia do bolo que ditou que as muitas Catarinas Eufémias do hemisfério sul não tenham direito a uma vida digna. Muito menos que os seus nomes sejam recordados pelas múltiplas lutas que povoam a sua mera sobrevivência quotidiana.

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21.05.2019 | por Filipe Nunes

Resenha animada sobre a novela gráfica “Arsène Schrauwen”

Resenha animada sobre a novela gráfica “Arsène Schrauwen” Inspirado no tom de realismo mágico da novela, este artigo-animado estabelece um paralelismo o com o avô da narradora desenhada, que deixa Portugal para ir trabalhar para Moçambique durante a ditadura salazarista. Uma micro reflexão sobre o passado colonial no qual os brancos que foram para as "colónias", movidos por diferentes motivos e com posturas distintas perante os regimes coloniais europeus estavam, inevitavelmente, dessincronizados com os ambientes e culturas africanos nos quais desembocaram.

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20.05.2019 | por Júlia Barata

"The portuguese prison photo project" no Museu do Aljube

"The portuguese prison photo project" no Museu do Aljube Quem já viu o interior de uma prisão? Para a maioria de nós são as imagens dos filmes e de algumas leituras que ficam. O projeto "The portuguese prison photo" cruza os olhares de Luís Barbosa e Peter Schulthess sobre o interior de sete prisões portuguesas contemporâneas, nenhuma de alta-segurança. Retrata as prisões portuguesas, da mais antiga (1880), à mais recente.

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20.05.2019 | por Marta Rema

Exposição Inaugural no espaço RAMPA: Lost Lover I Porto

Exposição Inaugural no espaço RAMPA: Lost Lover I Porto Nas ruas de Joanesburgo, em postes elétricos e paredes foram afixados cartazes onde simplesmente se lê "Lost Lover" (Amor Perdido) em letras garrafais a vermelho ou azul. São estranhamente belos devido à sua simplicidade, mas também pela complexidade das histórias que evocam. Assim deixam um rasto de poesia pelas ruas da cidade agreste, sugerindo que entre as nossas necessidades primárias vive o desejo do regresso a um amor em tempos perdido ou roubado. Falam-nos também, numa voz simples, daquilo que nos torna humanos, desse desejo por uma realidade diferente.

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20.05.2019 | por vários

“Congoísmos”, a norte (e a sul)

“Congoísmos”, a norte (e a sul) Os “Congos” foram vários e o “Congoísmo” revelou-se maleável na forma e conteúdo, mas estável na utilidade. Assim sendo, a invocação da sua história e da sua memória só pode ser muito cautelosa. Aspecto importante, requer ainda que se considere a sua história não-europeia, a sua natureza transnacional, transregional e transatlântica, mas também no próprio continente africano. Que não se anule diversidade de actores, instituições, “discursos” e imagens, motivações e interesses.

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18.05.2019 | por Miguel Bandeira Jerónimo

Tecendo Redes Antirracistas: África(s), Brasis e Portugal

Tecendo Redes Antirracistas: África(s), Brasis e Portugal Uma série de textos que buscam produzir reflexões sobre o racismo vivenciado em países de língua oficial portuguesa nos três continentes; debate necessário para o posicionamento e confronto ao fenómeno persistente - o racismo - que se tem intensificado nos últimos anos, mostrando que não se trata somente de um facto do passado colonial.

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18.05.2019 | por Renísia Cristina Garcia Filic

Corpos Dissidentes |Cidades Rebeldes

Corpos Dissidentes |Cidades Rebeldes Acreditamos que é sobretudo através das corporalidades que se manifestam potências criativas e que são os corpos dissidentes e os gestos rebeldes que se tornam capazes de resistir aos diversos tipos de intolerância e discriminação. Acreditamos também que este conflito se expressa muitas vezes nas ruas, nas tensões e nas disputas em espaço público, mas também no modo como as cidades contemporâneas são construídas sem atender às diversidades. Explorar e discutir as dimensões intersecionais (racialidade, classe, género, mobilidade) que se exprimem nestes fenómenos são fortemente acolhidas neste encontro, assim como a sua contextualização em territórios urbanos periféricos ou “periferizados”.

Corpo

17.05.2019 | por vários

C.o.n.s.t.r.u.c.t.i.o.n. de Tiago Borges

C.o.n.s.t.r.u.c.t.i.o.n. de Tiago Borges Se o mundo continua em crise, a história não se tornou progresso, o capital não supriu as desigualdades, e Deus morreu (Notre-Dame ardeu), o que fazer? Ao invés de alimentar a neurose da culpa que perpassa hoje o Ocidente, o gesto artístico de Tiago Borges vai ao encontro do híbrido e do impuro enquanto marcas dos processos de modernidade não canónicos desenvolvidos fora do eixo Europa-América do Norte.

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17.05.2019 | por Marta Mestre

Francisco Vidal x Fronteiras Invisíveis

Francisco Vidal x Fronteiras Invisíveis Nunca foi tão imperativo repensarmos a nossa forma de estar no mundo, e, é ao encontro desta necessidade de combater mentalidades e atitudes que possam condicionar a possibilidade de fazer acontecer mais além deste tempo, que devemos lutar por uma poesia fértil, transparente e inteligente que, neste espaço expositivo, começa com um simples gesto de pintura. É neste território, de reflexão e de expressão, individual e coletiva, que a arte cumpre um papel fundamental, enquanto motor de mudança, reflexo do tempo presente, e património de amanhã – um lugar Manifesto, entre o Real e o Ideal, como o que é invocado nesta exposição, e celebrado através da pintura e do desenho.

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16.05.2019 | por Namalimba Coelho