O Tchitundo-hulo constitui uma das mais importantes estações arqueológicas do sudoeste de Angola. Situa-se na faixa semi-árida que orla o deserto do Namibe. É um complexo formado por um grande morro granítico, o Tchitundo-hulo Mulume e por três elevações muito próximas dele: o Tchitundo-hulo Mucai, a Pedra da Lagoa e a Pedra das Zebras, igualmente com gravuras rupestres esculpidas na superfície rochosa.
Vou lá visitar
05.08.2010 | por Dario Melo
Assistíamos à gravação do extra intitulado “Roda de Semba” para o dvd da cantora brasileira Martinália, que acaba de sair. Tudo improviso, com muito samba no pé e alegria. Foi numa tarde de Abril, com feijoada e música no jardim de uma moradia em S. Conrado, Rio de Janeiro. Todas as vozes inconfundíveis, e carismáticas as figuras. Ali marcaram presença Martinho da Vila, Gilberto Gil, Carlinhos Brown e Mayra Andrade, cantora caboverdiana radicada em Paris
Palcos
05.08.2010 | por Marta Lança
Tenho uma forte relação entre a África, particularmente a zona sul da África, incluo aí onde eu nasci, Moçambique, e a África do Sul, e este canto da Europa mais ibérico. Se eu tiver de me definir culturalmente em termos de identidade, é algures entre essas duas zonas do mundo que encontra as referências da minha pessoa..
Cara a cara
04.08.2010 | por Lúcia Ramos Monteiro
- sobre três vídeos d’Ângela Ferreira « Untitled » (1998), « Pega » (2000), « Joal la Portugaise » (2004). Se a dualidade territorial, indissociável de um certo percurso biográfico, das deslocações constantes entre África - Moçambique e a África do Sul - e a Europa, marca, indubitavelmente, a obra de Ângela Ferreira, é precisamente essa dualidade territorial que vem inscrever a história no espaço indeterminado do discurso videográfico, apontando para questões relacionadas com a geopolítica e remetendo-nos, simultaneamente, para o trabalho de desconstrução da iconografia e do imaginário coloniais e pós-coloniais que vem sendo sistematicamente desenvolvido pela artista.
Afroscreen
04.08.2010 | por Raquel Schefer
De Melila à Polónia, de Chipre às Canárias, milhares de pessoas tentam quotidianamente abandonar os seus locais de origem e atingir o continente europeu em busca de melhores condições de vida, deixando para trás os mais variados cenários – guerras, incêndios, secas, inundações, regimes repressivos, desemprego maciço, salários de miséria, fundamentalismos vários – e confrontando-se, em todo o lado, com a mesma estratégia repressiva, as mesmas barreiras e perseguições, o mesmo racismo e a mesma violência.
Jogos Sem Fronteiras
01.08.2010 | por Ricardo Noronha
...desconfio dos apelos feitos em nome de uma população, particularmente em locais culturalmente não emancipados e economicamente empobrecidos como Nova Orleães ou o Haiti. Também acho que existem preocupações legítimas em torno da natureza neo-colonial desta tendência mundial das Bienais, que se inclina para a imposição de um modelo cultural ocidental, como o mais popular e triunfante, em localidades não-ocidentais, cujas práticas artísticas e herança cultural muitas vezes desmentem a noção de que a arte contemporânea é um valor cultural partilhado por todo o mundo.
Cara a cara
27.07.2010 | por Claire Tancons
Cinco meses de dúvidas, de miséria, mas cinco meses de partilha e de luta. Luta contra o mundo colonial, brutal e completamente ultrapassado pelo formidável espaço de democracia que se cria diante dele, ultrapassado pelo entusiasmo popular pela luta e cuja única resposta, antes de admitir por fim a sua derrota, será a recusa de negociar e a violência. Mas se o texto é tão forte, é porque ele ultrapassa o âmbito espácio-temporal da África e nos mostra o que o homem é capaz de fazer, de criar por um ideal, pelo que ele considera justo para a sua família, para si próprio e para as gerações futuras.
A ler
27.07.2010 | por Pierre Gomel
A proliferação de confins, a sua prismática decomposição e recomposição, constitui o outro lado da globalização. E acrescentaram: o sonho de um espaço totalmente fluído e transitável é talvez a última utopia do século XX. A suavidade característica do espaço contemporâneo dissolve-se, porém, mediante um olhar mais próximo. Um dos resultados mais imediatos dos movimentos e das interligações globais, parece ser a proliferação de confins, sistemas de segurança, checkpoints, fronteiras físicas e virtuais. É um fenómeno visível, quer a nível microscópico, nos territórios em que nos movimentamos no dia-a-dia, quer a nível macroscópico, nos fluxos globais: os confins estão, de facto, por todo o lado.
Jogos Sem Fronteiras
26.07.2010 | por Sandro Mezzadra
As histórias nunca se esgotam perto dele, exercendo um encantamento que não nos deixa arredar pé. À boa maneira angolana, a excitação de viver, a variedade de perspectivas, a teatralidade, o riso em vez do choro, convergem para a singularidade de Raul Rosário.
Cara a cara
25.07.2010 | por Marta Lança
O percurso do músico e poeta angolano que cativou os europeus tem muita determinação. Soube evidenciar em Lisboa o que ainda não estava à vista: a riqueza cultural de origens africanas em forma de novos sons. Pegar naquilo que traz e lhe vem de Angola e sintonizar com os tempos que correm nas cidades europeias, falar das novas tendências e ser um cidadão do mundo, são alguns dos segredos da sua singularidade.
Cara a cara
22.07.2010 | por Marta Lança
Foi depois da libélula que reparou na mulher encostada ao seu portão, de olhos fechados, pareceu-lhe, a ouvir a música de Adriana: “tenho por princípios nunca fechar portas, mas como mantê-las abertas o tempo todo...”.
Mukanda
22.07.2010 | por Ondjaki
A Regla Conga é uma prática tribal e animista, e uma das religiões secretas que se praticam em Cuba. Guiada por um dos tatas mais respeitados do bairro Buenavista, Carla Isidoro viveu a experiência da religião maldita, também conhecida por Palo Monte.
Vou lá visitar
19.07.2010 | por Carla Isidoro
O reconhecimento efectivo do seu talento chega em 1966, ano em que ganha o prémio de interpretação no Festival da Canção de Luanda, com a famosa “Maria Provocação”, de Ana Maria de Mascarenhas e Adelino Tavares da Silva. As recordações são ainda intensas: “Nessa noite de Setembro de 1966, no cinema Aviz, ouviu-se música tipicamente angolana. O sucesso foi estrondoso, assim como estrondosa foi a decepção quando anunciaram que ‘Maria Provocação’ não podia ser considerada concorrente ao festival, porque a organização não autorizava que os instrumentos típicos do Ngola Ritmos fossem integrados na orquestra.
Palcos
18.07.2010 | por Mário Rui Silva
Reflexões em torno da entrevista e da conferência CIUDAD SUR apresentada por Pablo Brugnoli no Próximo Futuro. Conforme então afirmou, CIUDAD SUR é a revisão de ideias, práticas e projectos de colectivos de arquitectos e artistas, com trabalhos recentes de reinterpretação de cidades do cone sul da América (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai) que apostam na valorização da reconstrução comunitária, tanto nos processos como nas dinâmicas sociais e culturais.
Cidade
12.07.2010 | por Cristina Salvador
Toda a audiência expectante e especada à espera do início do espectáculo. Penso na tarde que passei. Convidam-nos para uma selva evocando, estereofonicamente, Tarzan. A selva da vida, pensa-se; o imaginário colonialista, evoca-se. Os actores reais espreitam na porta depois das funcionárias ultra-reais darem o mote do início do espectáculo. Bebo o meu último gole de água, da garrafa de um dia muito quente. Entramos com a mostragem de uma placa a sinalizar o capítulo: “todos os dias”.
Palcos
08.07.2010 | por Ricardo Seiça Salgado
O Congo envia as suas estrelas mais brilhantes, mas o Mali é o país africano com mais representantes no FMM Sines 2010: Tinariwen, Cheick Tidiane Seck feat. Mamani Keita e Founé Diarra Trio (neste caso, juntamente com o quarteto do bretão Jacky Molard).
Palcos
08.07.2010 | por Câmara Municipal de Sines
A obra de Délio Jasse pode ser lida sob o prisma algo complexo da teoria dos discursos pós-coloniais na medida que as suas imagens imanam uma identidade da figura de alteridade. Contudo, esta simplificação pode ser redutora se entrar em dissonância com o discurso artístico onde as suas imagens, obviamente, se inserem.
Cara a cara
08.07.2010 | por Hugo Dinis
O conceito de literaturas emergentes surgiu nas últimas décadas como consequência das chamadas teorias pós-coloniais e alargou-se, por influência da poderosa academia norte-americana, tanto às denominadas literaturas de minorias (étnicas, de género, de orientação sexual), como às literaturas formadas no interior dos processos de colonização e descolonização, independentemente das características destes.
A ler
06.07.2010 | por Fátima Mendonça
Será, pois, necessário ter tempo para se tornar um país. É uma tarefa longa, mas outros flamingos virão. São tão numerosos como naquele primeiro plano do filme. Eles guiam os vivos. Na região de Tizangara, os pescadores chamam-lhes “salva-vida”: basta seguir a sua voz para alcançar a terra quando se está perdido. A doce e bela música de Omar Sosa convida a dar tempo ao tempo.
Afroscreen
06.07.2010 | por Olivier Barlet
No Brasil, a gente vive um momento em que se colocam objetivos para serem alcançados e a sociedade vai caminhando. Não acho exagerado optar por políticas de afirmação, através de cotas.(...) Existe um desgaste imenso da democracia representativa no Brasil. Temos democracia ativa nas comunidades, nas organizações, e os negros estão ligados a estes movimentos, às associações de moradores, culturais, comunidades de candomblé, agremiações religiosas, grupos de música. Acho que cada vez mais as ONGs, as associações de bairro e de moradores, têm peso.
Cara a cara
05.07.2010 | por Ariel de Bigault