O que neles podemos encontrar de comum diz sobretudo do tempo em que se mostram, do seu vazio. Como se o que os justifica fosse a circunstância de se encontrarem num enorme campo aberto, e não a sua fixação definitiva enquanto objectos orientados para a sua própria posteridade. São livros não academizados, para retomar ainda Maiakowski, não dependem da ilusão do futuro, e é isso que lhes permite coincidirem numa experiência concreta de leitura capaz de, eventualmente, gerar e propagar um eco.
Vou lá visitar
26.12.2024 | por Fernando Ramalho
Tanto pode resultar, da leitura de um texto, a decisão de nunca mais voltar a ler nenhum, como a constatação de que o desespero e a dor que nos afligem, ou a revolta e o amor que nos entusiasmam, por não serem propriedade nossa, podem muito bem ser a afinação do encontro com os outros. E nesse encontro, subtraído à economia da produtividade, talvez se possa encontrar os leitores para lá dos clientes.
A ler
30.10.2023 | por Fernando Ramalho
Em relação ao existencialismo, o francês achava que este não era mais do que uma tentativa de visualizar todas as consequências do comportamento humano a partir de um ateísmo cerrado e firme. Assim, partia do princípio da ação independente e auto-responsável do ser humano como um ser consciente, em que o resultado desse conjunto de ações e de vivências formariam aquilo que seria a sua verdadeira essência.
A ler
16.03.2021 | por Lucas Brandão
Por volta de 1968 ou 1969, já tinha a ideia de que estava a fazer uma biblioteca sobre a história de África. Primeiro, era a África de língua portuguesa. Depois, por causa do meu interesse na escravatura, toda a África. E depois, também a Europa, por toda a interligação.”
Nessa altura, os livros sobre África não eram caros, porque poucas pessoas se interessavam por eles. Quando os europeus entenderam que África iria ter importância e que seria preciso compreender as culturas africanas, isso mudou. Então, deixou de fazer contas.
A ler
15.01.2015 | por Susana Moreira Marques
Filho de portugueses, não suportava o racismo e esteve cinco anos na luta armada pelo MPLA, combatendo os próprios primos. Começou a ensinar, trocou a arma pela caneta e tornou-se um dos grandes escritores angolanos, vencedor do Prémio Camões.
Cara a cara
16.01.2012 | por Pepetela
El escritor y ensayista Juan Tomás Ávila Laurel ofrece una disección certera de la dictadura guineana, abordando desde su aguda mirada los diversos elementos que la conforman y sustentan. Se podría decir, pues, que este libro es la narración reflexionada y también amena, de cómo ha echado sus raíces la dictadura en Guinea Ecuatorial.
Mukanda
13.01.2012 | por Juan Tomás Ávila Laurel
«Vivemos num paraíso e não temos noção. Os espinhos desse paraíso somos nós. Isso entristece-me. De facto temos uma grande riqueza nas nossas mãos, mas não a sabemos aproveitar. A grande diferença entre nós e outros ilhéus é que nós não precisamos de fazer muito para sobreviver. Isso, por vezes, leva ao laxismo», lamenta Isaura Carvalho.
Vou lá visitar
30.11.2011 | por José Fialho Gouveia
Contaminação de géneros, cruzamento e sobreposição de registos discursivos heretogéneos são habitualmente apontados como umas constantes na obra de Ruy Duarte de Carvalho, que vai do cinema à antropologia, da poesia à narrativa, do ensaio à crónica de viagem, num discurso que, como várias vezes tem sido justamente observado, não se pode encaixar nas convenções e nos limites de um determinado género ou espaço discursivo.
Ruy Duarte de Carvalho
27.10.2011 | por Sonia Miceli
Foi preciso esperar mais de 30 anos para que as feridas abertas pelo retorno dos colonos em África começassem a sangrar. Muitos decidiram agora escrever sobre o estigma de "retornado". Fundamental para se perceber o que é ser português, hoje
A ler
19.08.2010 | por Raquel Ribeiro