Cenas do Gueto I Descascar o milho

Cenas do Gueto I Descascar o milho As ruas da Quinta do Mocho são locais de intenso convívio. Nelas, as tias vendem maçaroca na brasa, pastéis de milho, torresmo, frango no churrasco, e, claro, bebidas para acompanhar. O sorriso dessas mulheres sinaliza a simpatia que é comum a todo bairro.

Afroscreen

21.02.2022 | por Otávio Raposo

"Partilhar histórias de migração é criar pontes empáticas", entrevista a Tiago de Faria

"Partilhar histórias de migração é criar pontes empáticas", entrevista a Tiago de Faria Não há ninguém que não tenha feito pelo menos uma experiência de migração. A escala pode ser diferente, tu podes mudar de uma sala de aula para outra, isso é uma migração. Podes mudar de um bairro para outro e isso é uma migração. De uma cidade para outra, de país para país e depois de continente para continente. As emoções associadas são as mesmas, com matizações associadas a escalas absolutamente diferentes.

Jogos Sem Fronteiras

14.02.2022 | por Teatro Manga

Como o desastre e a tragédia no Haiti desencadearam um movimento radical na música

Como o desastre e a tragédia no Haiti desencadearam um movimento radical na música Conhecida por misturar o político e o profano e denunciada pelas suas raízes vodu, a música rabòday é o som desafiador - e amplamente popular - de uma nova geração haitiana insatisfeita. As estrelas desta corrente tornam-se surpreendentemente influentes ao transformar as ansiedades do público em hinos para dançar.

Palcos

08.02.2022 | por Susana Ferreira

O que é o Sistema?, entrevista a Cristiano Mangovo

O que é o Sistema?, entrevista a Cristiano Mangovo “O Sistema”, sob curadoria de Katherine Sirois, é a mais recente exposição de Cristiano Mangovo, um artista contemporâneo natural de Cabinda, Angola. De entrada livre, na galeria .insofar, a mostra de obras do artista no estilo de expressionismo figurativo, retrata questões sociopolíticas intrincadas através da liberdade das suas pinceladas e escolha de cores fortes. É assim que decide retratar e endereçar a problemática das hierarquias e o exercício de poder. Sentados frente a frente conversámos sobre o seu passado, as inquietações que o movem a pintar e a reflexão sobre o que é “O Sistema”, as injustiças causadas pelo mesmo e como o podemos combater. A realidade, ou melhor, os resultados finais são merecedores de serem observados com todo o tempo e minúcia.

Cara a cara

07.02.2022 | por Alícia Gaspar

Futuro e Tradição em Djam Neguin

Futuro e Tradição em Djam Neguin O Single “Ka bu skeci tradison” magnificamente dirigido e interpretado por Djam Neguin convoca-nos à ação, num quadro de inexorável erosão dos nossos traços identitários como povo, nação e individuo. Este jovem artista, com um currículo soberbo nas áreas performativas em Cabo Verde, traz-nos uma preciosa reflexão sobre o tema tradição vs modernidade. Djam é um artista inventivo, irreverente, definitivamente irrequieto e com uma criatividade e sensibilidade muito profundas.

Palcos

04.02.2022 | por Valdevino Santos Bronze

Keyezua

Keyezua Pensei em ser embaixadora, diplomata, coordenadora, não, vou mesmo é ser presidente do meu país… Ainda tenho fé. Eu falo sobre essas coisas porque acho que existe essa necessidade, não só da minha parte mas também porque o povo quer ver retratada a sua vida. E também porque eu gosto de investigar o relacionamento que temos com o resto do mundo – somos vistos como dependentes mas esta geração é independente.

Cara a cara

18.01.2022 | por Miguel Gomes

Elinga, um património afetivo

Elinga, um património afetivo O edifício do largo Matadi (ex-Tristão da Cunha) é, como sabem aqueles que o frequentam, o maior ponto cultural da cidade. Aquela informalidade e disponibilidade para o outro, sem que seja o dinheiro a comandar a natureza das relações, representando uma certa baixa de Luanda, de mistura socio-cultural, de experimentação e de modernidade, entre o local e o global, com angolanos e estrangeiros, é praticamente só ali que acontece. A convivência de dois tipos de arquitectura é um marco da história da cidade, os vestígios de outros tempos lado a lado com o ritmo acelerado de uma cidade frenética, também ali estão bem representados. Não nos faltam justificativas para a preservação e valorização do Elinga.

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18.01.2022 | por Marta Lança

FIM

FIM Com esta Newsletter do projecto MEMOIRS, a nº 147, damos por concluída um percurso iniciado a 5 de maio de 2018. Ao grupo de investigadores do projecto, às dezenas de colaboradores externos, a todos os artistas que contribuíram com as suas imagens, aos produtores e designers, o profundo agradecimento dos responsáveis pela edição, que de duas coisas estão certos: terem contribuído para a partilha de um bem comum, o conhecimento, e terem-no feito num espírito de serviço público.

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10.01.2022 | por António Pinto Ribeiro

Cenas do Gueto I A cor do rap

Cenas do Gueto I A cor do rap No tabuleiro do rap haverá uma cor que identifique este estilo musical? As peças de damas de PekaGboom e Bráulio estão posicionadas, uma partida que inspira reflexões sobre as origens do rap, a identidade e a cultura.

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15.12.2021 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I Ser artista

Cenas do Gueto I Ser artista Ser artista mobiliza sonhos e responsabilidades. A aprendizagem é coletiva, não existindo qualquer perspetiva de evolução sem o apoio e a orientação dos colegas.

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13.12.2021 | por Otávio Raposo

Onde o Tibete resiste, fecham-se as portas ao mundo (I)

Onde o Tibete resiste, fecham-se as portas ao mundo (I) À nossa chegada, num cartaz gigante, escrito em chinês e tibetano: Administre os assuntos religiosos de acordo com a lei, não são permitidos templos ou monges ilegais. Do outro lado da estrada, novo letreiro dá voz a mais uma campanha do Partido Comunista Chinês para combater a pobreza. Lê-se: Seja grato ao partido, ame a pátria, respeite a lei e esforce-se por uma vida confortável. Neste lugar retirado de tudo, vem-me à memória a nossa viagem a Xinjiang, no ano anterior, a ubiquidade da propaganda, dos postos de controlo, de um constante desassossego, Está tudo em ordem, digo para mim, e recordo alguns exercícios de respiração enquanto avançamos finalmente em direcção a Yarchen Gar.

Vou lá visitar

05.12.2021 | por Catarina Domingues

Cenas do Gueto I Do bairro para o mundo

Cenas do Gueto I Do bairro para o mundo O lema é do bairro para o mundo. Por via da arte, os jovens da Quinta do Mocho constroem horizontes de oportunidades, projetando novas visibilidades sobre si próprios e o bairro onde vivem.

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01.12.2021 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I Bráulio dança

Cenas do Gueto I Bráulio dança O corpo é rítmico e balança ao sabor da música rap. Os sentimentos de felicidade e liberdade acompanham a performance de Bráulio Pitra, que nem o ruído do avião é capaz de conter.

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30.11.2021 | por Otávio Raposo

De Palácio a Centro Cultural de Luanda. Nota da CDC Angola

De Palácio a Centro Cultural de Luanda. Nota da CDC Angola a designação de “Palácio” há muito caiu em desuso, por nos remeter para um contexto de regimes políticos em decadência que instrumentalizavam as artes mantendo-as cativas da sua grandiosa máquina propagandística ditatorial, por outro, marginaliza, numa total falta de respeito e consideração, os artistas / profissionais da DANÇA.

Palcos

22.11.2021 | por vários

A destruição começa na imaginação

A destruição começa na imaginação Quando a arte é controlada apenas por um tipo de pessoa que pertence a um grupo que foi socializado a partir de uma cultura colonial, como a portuguesa, não é só difícil pensar nestas perguntas, como é quase impossível uma mudança estrutural. Seria preciso não só reinventar o modo de produção artística, como ainda destruir este modelo para criar um novo baseado numa nova ética, em que pessoas sem sobrenome importante podem participar com voz ativa dos circuitos que distribuem o poder. A arte é política.

Mukanda

21.11.2021 | por Rodrigo Ribeiro Saturnino (ROD)

Cenas do Gueto I Casamento Guineense

Cenas do Gueto I Casamento Guineense Entre a música e a dança serve-se à noiva a refeição principal, à base de arroz, leite fermentado e óleo de palma. O tambor de água (ou tina) marca o ritmo do festejo, acompanhada pelo djembê, sikó, wafe e as canções tradicionais ligadas a esse ritual.

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16.11.2021 | por Otávio Raposo

1000 anos de Ai Weiwei e Ai Qing

1000 anos de Ai Weiwei e Ai Qing "1000 anos de alegrias e tristezas" é o título do livro de memórias do artista chinês Ai Weiwei (艾未未). Digo artista mas podia também dizer ativista. Digo chinês mas poderia também dizer cidadão do mundo, ou inconformado ou até mesmo cidadão do mundo inconformado. Ai Weiwei fala-nos do passado mas parece estar sempre a explicar o presente. Como se para se entender uma flor, tivéssemos que começar pelo seu caule e depois seguir atentamente cada pétala. E não basta entender a flor, mas saber onde se posiciona: se é um girassol num cartaz de propaganda maoista ou se é uma orquídea colhida naquele dia e colocada por cima das câmaras de vigilância de Caochangdi, perto da morada de Ai Weiwei em Pequim. A memória, essa corda que se pode agarrar e avançar ou voltar para dias que ficaram no passado.

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15.11.2021 | por Sara F. Costa

Afro-Amazônia

Afro-Amazônia "Afro-Amazônia" é um projeto visual, idealizado e dirigido por Miguel Pinheiro, que dá visibilidade à cultura preta quilombola. É uma pauta cultural que destaca a diversidade cultural do povo preto que vive na maior floresta tropical do mundo. Pouco se sabe sobre comunidades quilombolas que vivem na Amazônia, porém existem e resistem. Esta é uma pequena série multimídia, que combina o audiovisual com a fotografia, viaja na procura de depoimentos e cantigas e conta a história preta ao longo dos anos.

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29.10.2021 | por Miguel Pinheiro

O mar e as correntes da Literatura chinesa

O mar e as correntes da Literatura chinesa Yu Hua deixou-se levar. Foi arrastado por mais de 20 quilómetros na baía de Hanghzou até conseguir regressar à costa e sair. Caminhou de volta todo e cada quilómetro, descalço e resignado. Esta é – muitas vezes antes e hoje por certo – uma imagem triste mas ao mesmo tempo feliz para explicar aquilo por que passam os escritores sérios e outros intelectuais na China. Por vezes percebem que é impossível rumar contra a corrente e deixam-se levar, só para depois retomarem o seu caminho, mesmo que descalços.

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27.10.2021 | por Hélder Beja

Cenas do Gueto I Preto com atitude

Cenas do Gueto I Preto com atitude Yuri G tá na casa e a poesia é em crioulo. “Disseram para eu esquecer a minha cultura sem nenhuma razão”. Sem medo da igualdade, ele aponta o dedo ao racismo. É a resistência no gueto. O rap é a arma.

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26.10.2021 | por Otávio Raposo