Os vivos, o morto e o peixe frito, de Ondjaki

LIVRARIA DA TRAVESSA - BOTAFOGO I Rio de Janeiro

 4 de março, 19h
rua voluntários da pátria, 97
    […] Em Lisboa, no dia em que a selecção de futebol angolana defronta a selecção portuguesa, num minúsculo apartamento, irão juntar-se caboverdianos, angolanos, são-tomenses, guineenses, moçambicanos e portugueses, mais o bebé na barriga da futura noiva, as cervejas, a pistola, o futuro noivo, a comida, os diamantes na barriga do padrinho e o vizinho morto que ainda adora futebol.
    Portugal nunca tinha vivido um dia assim!
JJMOURARIA:Atendo pelo internacional nome de Jota Jota Mouraria, originário barrigalmente das terras de S. Tomé e Príncipe, mas já vindo ao mundo nesta capital lisboeta de frios e tanta africanidade. É verdade: Jota Jota Mouraria… (pausa) O “Jota Jota” é de raízes familiares, o “Mouraria” é de afinidades urbanas, muito prazer minha senhora…


03.03.2015 | por martalanca | o morto e o peixe frito, ondjaki, Os vivos

Lançamento do livro 'A bicicleta que tinha bigodes', de ONDJAKI

” Quando ouvi a notícia na rádio, que iam dar uma bicicleta bem bonita, amarela, vermelha e preta, lembrei-me logo de falar com o tio Rui. Era um concurso nacional com primeiro prémio de uma bicicleta colorida que já apareceu na televisão, mas nesse dia na nossa rua não havia luz.
De noite, a falar com a minha almofada, eu até já prometi bem as coisas: “se eu ganhar a bicicleta colorida, vou deixar todos da minha rua andarem sem pedir nada, nem gelados nem xuínga.”
Essa promessa assim bem dura de fazer é que me fazia acreditar que eu ia mesmo ganhar a bicicleta.
Mas eu não tenho jeito nenhum para essa coisa das estórias. Falei com outros miúdos, para saber quem tinha ideias, quem queria participar no concurso nacional da bicicleta colorida, mas todos me gozam a dizer que essa bicicleta já deve ter dono, que já sabem quem é que vai ganhar.
Não entendi aquilo, mas não desisti. Fui ainda falar com o CamaradaMudo.
– É verdade que essa bicicleta que estão a anunciar na rádio não é de verdade?
– Claro que é de verdade – o CamaradaMudo respondeu. – Tu tens uma boa estória?
– Eu só tenho uma boa vontade de ganhar essa bicicleta.
– Mas para ganhares tens de inventar uma estória.
– Tou masé a pensar que devíamos pedir patrocínio no tio Rui, aquele que escreve bué de poemas.
– Isso não é batota?
– Batota porquê?
– E as outras crianças?
– Quero lá saber, não tenho culpa que o tio Rui vive aqui na minha rua. Eles que descubram também o escritor da rua deles. (…) ”

 

http://www.kazukuta.com/ondjaki/a_bicicleta.html

20.01.2012 | por joanapires | lançamento livro, livro, ondjaki

Jacinta lança novo álbum “Recycle Swing – Jazz Standards”

Jacinta está de regresso ao repertório de jazz tradicional americano com um novo disco: Recycle Swing – Jazz Standards. Com estreia marcada para hoje, dia 13 de Outubro, o novo álbum da cantora recria grandes clássicos do jazz dos anos 30 e 40 e inclui doze temas de grandes compositores da época, entre os quais estão nomes como os de Gershwin, Jerome Kern, Harold Arlen, Cole Porter e Duke Ellington.

São doze temas de puro jazz e swing, em que Jacinta se entrega com uma voz grave de contralto, cheia, rica e quente. Neste álbum, Jacinta é acompanhada por alguns dos melhores músicos do jazz moderno, bem como pelas palavras do afamado escritor angolano Ondjaki.

Acerca do seu novo trabalho, revela Jacinta que «a escolha deste repertório acaba por nos trazer uma sonoridade e leveza familiares, pois estas canções são da época de ouro da Broadway – dos musicais e dos filmes. Só mais tarde é que foram adoptadas pelos músicos de jazz, por terem uma estrutura harmónico-melódica muito forte, tornando-se, assim, nos primeiros Standards de Jazz».

O Disco foi gravado no mítico Bauer Studios, na Alemanha, onde grandes nomes do Jazz, como Keith Jarrett e Bobby McFerrin, gravaram no passado.

Produzido por Maria Joana Alves Pereira, Recycle Swing – Jazz Standards é já o quinto álbum da carreira de Jacinta, cantora que realizou a sua estreia discográfica em 2003, com o aclamado e galardoado Tributo a Bessie Smith.

Recycle Swing – Jazz Standards poderá ser adquirido em loja a partir de hoje. Com uma preocupação ambiental e de responsabilidade social, o novo álbum da artista tem a particularidade de ser completamente reciclável. O seu lançamento far-se-á a par do lançamento da marca Cederika, a primeira empresa de recolha e reciclagem do disco óptico em formato de CD e DVD, em Portugal.

Sobre o projecto Recycle Swing – Jazz Standards:

«Desde o final de 2010, que começámos a pensar gravar novo disco. Na verdade, nunca sei em que repertório pegar. Elaborar um disco é um marco na vida de um artista e estamos permanentemente sujeitos a Amor ou Ódio…. Qualquer escolha tem que vir da Alma, mas também do somatório das minhas experiências musicais e da opinião do Público, que temos o cuidado de ir recolhendo em todos os concertos.

Alguns dos temas escolhidos têm vindo a fazer parte do alinhamento de vários concertos, sobretudo na Alemanha, onde existe uma grande tradição do Jazz Americano.

Nunca pensei gravá-los em disco… mas, no final dos espectáculos ao vivo, perguntavam qual dos meus CD’s continha as canções acabadas de tocar. Assim, quando conheci estes músicos, resolvi arriscar. Na realidade, a selecção dos temas tornou-se fácil. E, quando olhámos para a ficha técnica do alinhamento, reparámos que existia um fio condutor: dez dos temas escolhidos eram dos anos 30 e 40.

A escolha deste reportório acaba por nos trazer uma sonoridade e leveza familiares, pois estas canções são da época de ouro da Broadway – dos musicais e dos filmes. Só mais tarde é que foram adoptadas pelos músicos de jazz, por terem uma estrutura harmónico-melódica muito forte, tornando-se assim nos primeiros Standards de Jazz».

- Jacinta

 

«reinventar raízes…

                às vezes escutar jazz é como deitar numa rede e esperar um fim de tarde.

                embalamos o corpo entre dois pontos de suspensão, ensinamos ao ouvido uma cadência aveludada. mas embalamos a vida também.

                este “cd” é uma viagem pelo tempo e pela imaginação. reencontrar estes clássicos à beira da voz da Jacinta é revisitar esse lugar redondo fora do tempo. em busca de outros ecos, haveremos de regressar com outras e novas raízes. porque escutar é também apreender outros mundos.

                onde há jazz há liberdade. passeando pelos lugares destas composições, vi-me em paragens poéticas que não sei descrever. fechei os olhos e voei – não para longe, mas para um perto que fosse azulado. o timbre da Jacinta lembra-me uma acalmia azul que se recusasse ser quieta: azul-fundo, como no mar; azul-rupestre, como nos segredos de qualquer deserto.

                obrigado, Jacinta, por esse sonho denso que tem sido a tua voz. contigo, escutar jazz é como deitar numa rede e desejar que o fim de tarde seja uma utopia – e não termine nunca.»

ondjaki, escritor

17.10.2011 | por joanapires | jacinta, jazz, ondjaki

“há prendisajens com o xão” de Ondjaki

hoje (10-ago-11) lançamento do livro
[o segredo húmido da lesma & outras descoisas]
na livraria da travessa de ipanema [rua visconde de pirajá 572] às 19h

“quero só/o silêncio da vela”: experimente soprar uma vela ao contrário, e engolir a luz da chama ou a chama da luz. por instantes seu coração resvalará para ceras, só assim se experimenta ser o poro de uma vela. ora, o poro da vela é que emite um silêncio de cada vez.

despalavreação: é um ensinamento. uma desaprendizagem. um desmomento. e tem outros nomes: Guimarães Prosa, Manoel de Barro, Luuandino Vieira, Mia Conto, ou qualquer pessoa que sorria no grande significado das coisas insignificantes.

pirilampo: «sabe por que minha luz é tão mínima? é que estou procurar coisas dentro de mim mesmo… ». ser que alumia um mundozito de cada vez e ajuda poetas a encontrar iluminossílabos desprovidos de grande significação.

penúltima vivência
quero só
o silêncio da vela.
o afogar-me
na temperatura
da cera.
quero só
o silêncio de volta:
infinituar-me
em poros que hajam
num chão de ser cera.

10.08.2011 | por martalanca | ondjaki

Lançamento de livros de ONDJAKI, LUANDA

Quarta-feira, dia 23 na Associaçao Chá de Caxinde, pelas 17h
a Nzila e a Texto lançam os livros “O leão e o coelho saltitão
(literatura infantil) e “Dentro de mim faz Sul…” seguido de “Acto Sanguíneo” (poesia) de ONDJAKI

tragam as crianças e os mais-velhos também…

 

dez anos depois, resolvi inventar esta pequena celebração. numa edição «especial» (digamos assim…), junto o primeiro livro e o mais recente. ambos de poesia mas, sobretudo, ambos do mesmo universo de poesia.
(…)
o que, por agora, tinha para dizer deve estar nas páginas que se seguem. dez anos antes ou depois, há frases que nos vão resumindo – cicatrizam-se em nós (porque o mundo / assim como sou / não me basta). pensei também em dizer que, algures, entre estes dois livros, seguem longas linhas de uma sincera confissão. mas depois vi que isso seria uma redundância humana.”

 

Ondjaki

 Ondjaki nasceu em Luanda em 1977. Prosador. Às vezes poeta. Co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (Oxalá Cresçam Pitangas — Histórias de Luanda). É membro da União dos Escritores Angolanos. Está traduzido em francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio e sueco.

Recebeu uma Menção Honrosa no Prémio António Jacinto (Angola), com actu sanguíneu (poesia). E os seguintes prémios: 
Prémio Literário Sagrada Esperança 2004 (Angola), Prémio Literário António Paulouro 2004, com e se amanhã o medo (contos), Grande Prémio de Conto «Camilo Castelo Branco» C. M. de Vila Nova de Famalicão/APE 2007, com os da minha rua, o prémio Grinzane for African young writer (2008), e o Prémio FNLIJ (Brasil 2010) com AvóDezanove e o Segredo do Soviético (romance). 

18.03.2011 | por martalanca | literatura angolana, ondjaki, poesia

Ondjaki vence o Prémio Jabuti

“AvóDezanove e o Segredo do Soviético” do angolano Ondjaki venceu o Prémio Jabuti na categoria juvenil, é um romance que fala de “um tempo que os mais-velhos chamam de antigamente.” O Jabuti é um dos mais prestigiados prémios literários brasileiros atribuído em 21 categorias e na categoria de romance o vencedor foi “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, do jornalista Edney Silvestre que já foi considerado o Melhor Livro do Ano de um Autor Estreante no Prémio São Paulo de Literatura 2010.

veja aqui os outros vencedores da categoria juvenil

02.10.2010 | por martamestre | ondjaki

Ondjaki em Lisboa - “dentro de mim faz Sul”

o lançamento do livro
seguido de acto sanguíneo

Quarta-feira, 6 de outubro às 19h

Livraria LEYA na CEBUchholz
Rua duque de palmela, 4 – Lisboa

Com a apresentação de António Loja Neves

vamos conversar, ler poemas, ouvir músicas (uma surpresa…);
 ……….Celebrar………

 


 

23.09.2010 | por martalanca | ondjaki

“quantas madrugadas tem a noite” de Ondjaki


em breve numa livraria perto de si

ver aqui

18.06.2010 | por martalanca | angola, literatura, ondjaki