Mahla, dos moçambicanos Mickey Fonseca e Pipas Forjaz

SYNOPSIS (fr.) Ermelinda est une infirmière à l’hôpital central de Maputo. Lasse des coups donnés par un mari abusif, Jerry, un agent immobilier, elle décide de le quitter malgré le fait qu’elle apprend qu’elle est enceinte. Dans le bus qui la ramène à la maison, pour aller chercher son fils et quitter définitivement Jerry, un événement survient et met en doute sa décision et sa personnalité.
SYNOPSIS (ing.) Ermelinda is a nurse who works at the Maputo
Central Hospital. Tired of receiving beatings from her abusive husband, Jerry, a real estate agent, she decides to leave him even though she finds out she is pregnant. On the bus home to fetch her son and leave Jerry forever, something happens.

A história de uma tragédia com um paiol à mistura
Em «MAHLA», a mais recente produção cinematográfica dos cineastas moçambicanos Mickey Fonseca e Pipas Forjaz, é uma história da triste relação entre uma enfermeira que se esforça em manter o seu trágico casamento com um agente imobiliário que também vive do roubo para sustentar o seu vício pelo consumo do álcool. Pelo meio, a explosão do paiol de Mahlazine vem tornar ainda mais trágica a história do casal, uma história atravessada por muitas outras tragédias que fazem parte do nosso quotidiano, como é o caso do drama dos linchamentos.
Jerry, cujo papel é desempenhado pelo conhecido actor Mário Mabjaia, é um agente imobiliário que sofre de várias doenças extremamente perigosas para a manutensão de uma vida condigna e do seu matrimónio com a Ermelinda, uma enfermeira do Hospital Central de Maputo, cujo papel é desempenhado pela conhecida dançarina Edna Jaime.
Para além de sofrer de cleptomania, uma doença que o manda roubar sempre que a oportunidade lhe aparece pela frente, Jerry é um alcoólatra incorrigível. Não corresponde propriamente – como já se viu – ao retrato do marido ideal. Pior: não reconhece o esforço que – diante das circunstâncias – a Ermelinda faz para manter o lar, o seu papel de esposa perfeita, recatada, religiosa, trabalhadora, mas sobretudo o papel de mãe afectuosa de um
filho com sete anos de idade. Na vida doméstica, não há nada que lhe escape à atenção, embora tudo o que ela faça acabe sempre por atrair a insatisfação inusitada do marido bêbado que responde de seguida com cenas de violência doméstica, ante a contestação dos vizinhos.

Mickey Fonseca escritor, produtor, realizador
Pipas Forjaz produtor, director de fotografia, editor
Actores Principais Mario Mabjaia, Edna Jaime, Azagaia
estreia
Berlin, 18 de Fev 2010 na serie LATITUDE- Nove filmes de curta metragem contemporanea de Africa patrocinado pelo Goethe InstituteJHBe ICMA.
Nomeado
African Movie Academy Awards(AMAA) na categoria de Best short film 2010 na Nigeria

 

15.06.2010 | por martalanca | cinema, Mickey Fonseca, Moçambique, Pipas Forjaz

Timbila Tracks - Venancio Mbande Walter Verdin (vidéo) - Matchume Zango (percussions) 14 > 15.06.2010

Matchume ZangoMatchume ZangoOver the last five years, Walter Verdin has been filming the traditional musical culture of Mozambique, which has been on UNESCO’s Intangible Cultural Heritage of Humanity list since 2005. Timbila Tracks is a patchwork of this music and of new compositions based on Verdin’s video recordings. The concert includes a live performance by Matchume Zango, a young Chopi timbila player and percussionist.
The video film includes footage of the eighty-year-old bandleader Venancio Mbande playing music with his sons and talking about culture, music and politics.
Mbande will be in Brussels to talk about the musical culture of the Chopi people and about the dilemma between cultural authenticity and the adaptation to new and different cultures.

14.06.2010 | por martalanca | Matchume Zango, Moçambique, timbila

nacionalistas de moçambique

O livro (*) em que se salvaguarda a memória de dez nacionalistas moçambicanos (Noémia, Bucuane, Rangel, Balamanja, M’Boa, Malangatana, Mulenza, Nogar, Manganhela e Mabote) tem desde logo o mérito de compensar as óbvias carências que naquele país africano existem para o registo histórico e se prestar o devido preito aos que sofreram na carne o ódio colonial. Através dele, encontramo-nos com diversos personagens – artistas, poetas, religiosos, militantes e guerrilheiros – a contas com uma repressão selvática com que o regime colonial e o seu braço repressivo (a PIDE) respondiam aos anseios autonomistas, mesmo a “mais suave”. As imagens das brutalidades a que foram sujeitos, a forma sinistra como o aparelho repressivo colonial triturava o assomo de dignidade, dão uma face que não pode ser esquecida, nesta época de negacionismo face ao colonialismo e à descolonização, que vai até ao assomo de se pretender tingir de patriotismo vero as iníquas guerras coloniais, da forma como o colonialismo português, até cair sob a mira das armas dos que o regime fardou para ser o seu braço armado em África, usou a brutalidade mais cruel e sanguinária para impossibilitar “outra descolonização” que não a verificada, a que assentou na vitória dos movimentos guerrilheiros nacionalistas com os dramas que lhe estiveram associados. Na altura, as carpideiras que depois choraram a descolonização, não levantaram a voz, não deram um grito, não imprimiram um panfleto, para dizerem basta aos crimes da PIDE e do colonialismo, não agarraram um braço assassino antes de consumarem os seus crimes contra os povos africanos, não exigiram negociações e acordos, nem direitos e dignidade. Essa “pátria” dormia então o sono da cumplicidade com a ordem estabelecida. E hoje é essa mesma “pátria” que muito chora porque nenhuma opressão é eterna. Guardaram tantas lágrimas justas e então necessárias que hoje choram como crocodilos em cima da amnésia que se foi construindo. Mas não passam de gente pequena ao pé de Noémia, Bucuane, Rangel, Balamanja, M’Boa, Malangatana, Mulenza, Nogar, Manganhela e Mabote.
João Tunes

(*) – “Nacionalistas de Moçambique”, Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus, Edições Texto.

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05.06.2010 | por martalanca | Moçambique, nacionalistas

Cinema Moçambicano na Universidade do Algarve

28 de Maio, 18h Anfiteatro 1.4 do CP - Campus da Penha João Ribeiro, realizador moçambicano, apresentará a palestra - “Os Três actos do Cinema Moçambicano: Passado, Presente e Futuro”. Seguidamente, será exibida a curta-metragem “O Olhar das Estrelas” (2002, Fic., 25’), parte de uma série de cinco adaptações cinematográficas de histórias do escritor Mia Couto. 

 

João Ribeiro licenciou-se em Realização e Produção Cinematográfica e de Televisão na Escola Internacional de Cinema e Televisão de San António de Los Banõs (Cuba). Trabalhou para o INC (Instituto Nacional de Cinema) de Moçambique. Dirigiu várias curtas-metragens e foi director de produção em Moçambique do filme Blood Diamond de Edward Zwick. É o actual director da TIM (Televisão Independente de Moçambique). A sua mais recente longa-metragem “O último voo do Flamingo”, baseada no livro homónimo de Mia Couto, estreou na semana passada no Festival de Cannes no Pavillon de Monde e ainda em Espanha, no VII Festival de Cine Africano Tarifa (ver na secção Vou Lá Visitar) no passado domingo.

26.05.2010 | por mariapicarra | Cinema Moçambicano, João Ribeiro, Mia Couto, Moçambique, O olhar das estrelas