José Saramago, as cinzas e sangue de Chiapas

José Saramago, as cinzas e sangue de Chiapas Nos finais dos anos 90, José Saramago deu o corpo e pena ao manifesto pela causa zapatista. A denúncia das atrocidades contra os indígenas de Chiapas fez do escritor uma figura incómoda para o então governo do México. A 100 anos do nascimento do Nobel da Literatura português, escolas, universidades e movimentos sociais mexicanos comemoram com carinho o escritor que um dia atirou: ‘Se não me encontrarem no meu país, procurem-me no México’”.

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01.12.2022 | por Pedro Cardoso

O silêncio é o estampido de uma selva farta

O silêncio é o estampido de uma selva farta Mas então porque o silêncio, por si só, é assim tão vangloriado e enaltecido, enquanto a voz, por sua vez tão demonizada, ou diabolizada como medíocre e menor? Isto ocorre justamente porque o silêncio quando não é dialético torna-se reacionário. E que este teor falacioso e unitário do silêncio, por ele mesmo, é instrumentalizado de forma equivocada e conveniente, porque o silêncio de alguns é o projeto de projeção da voz de outros.

Mukanda

29.11.2022 | por Manuella Bezerra de Melo

O kuduro no Fim do Mundo, e na cabeça, corpo, boca de Gio Lourenço

O kuduro no Fim do Mundo, e na cabeça, corpo, boca de Gio Lourenço O corte simboliza a situação do que aconteceu comigo com a minha cicatriz. Foi em Luanda. A festa é já cá em Portugal no bairro Fim do Mundo, as festas que a minha mãe fazia. A amnésia são partes em que busco coisas no subconsciente.

Cara a cara

28.11.2022 | por Marta Lança

"Resistência Visual Generalizada”: algumas reflexões críticas para recordar o passado do século XX na luta contra o presente neo-liberal

"Resistência Visual Generalizada”: algumas reflexões críticas para recordar o passado do século XX na luta contra o presente neo-liberal Se outros sistemas económicos e sociais caíram no passado, porque é que o capitalismo não pode acabar, mais tarde ou mais cedo? Porque não levantar essas questões, geralmente declaradas como "impossíveis" de resolver? Por vezes, pensamos nas organizações económico-políticas das sociedades como estruturas imutáveis, as formações guerrilheiras não o fizeram, mesmo quando tudo podia parecer perdido. Sonhando e praticando sonhos, as utopias tornam-se realidade.

Vou lá visitar

23.11.2022 | por Francesco Biagi

Caro amigo branco (da privilegiação)

Caro amigo branco (da privilegiação) Com frequência é ignorado que não és o culpado do estado das coisas, apenas um beneficiário, ativo ou passivo, de um sistema de enganos criados e estruturados para reduzir a cacos determinados fulanos quando não são brancos. E quando não fazes parte dos prejudicados, és um privilegiado. Quando não tens de lidar com uns quantos obstáculos só pelo facto de seres branco, é isso, bacano, que é chamado de privilégio branco.

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17.11.2022 | por Marinho de Pina

Projeto Popular, de Ícaro Lira

Projeto Popular, de Ícaro Lira O sufocamento de vozes insurgentes está todo aqui. Nesses arquivos, fotografias, pedaços de jornal, projetos sociais e manifestações populares. São todos parte da cartografia proposta por Ícaro Lira. Dos estopins causadores das revoltas - não deixando silenciar seus respectivos processos sociais de ruptura – ao esmagamento violento por parte do Estado.

Mukanda

15.11.2022 | por Beatriz Lemos

“Para pôr som é preciso fazer a leitura das pessoas”, entrevista ao artista e Dj Lucky

“Para pôr som é preciso fazer a leitura das pessoas”, entrevista ao artista e Dj Lucky A instalação é o pretexto para falarmos da sua trajetória de vida. Equilibrista entre várias culturas, vive há 31 anos numa Lisboa agora mais aberta e diversa, abertura e diversidade para as quais pessoas como Lucky tanto contribuíram, desde construí-la a pô-la a dançar. Uma cidade de momentos duros, mas de encontros e possibilidades com os quais foi crescendo. Neste texto, são as memórias de Dj Lucky que nos conduzem, entre várias pistas de som, de quisange, semba e afroblues, e várias pistas no chão, de Kinshasa ao bairro da Graça, passando por Luanda, Cova da Moura e Bairro Alto.

Cara a cara

15.11.2022 | por Marta Lança

A Revolução Mahsa Amini

A Revolução Mahsa Amini Em resposta e apoio a esta repressão e contestação popular, a União Europeia tem o dever de agir e apoiar os direitos das mulheres do Irão, em particular e, em geral, apoiar os cidadãos deste país do Médio Oriente. A União Europeia, um dos maiores blocos económicos mundiais e líder internacional na defesa dos Direitos Humanos e da Democracia, tem à sua disposição várias ferramentas que podem colocar em ação o quanto antes.

Jogos Sem Fronteiras

08.11.2022 | por Rui Martins

Tela d'Pano Terra: Mostra Inédita de Cinema Caboverdiano chega a São Paulo pela mão do Nicho 54

Tela d'Pano Terra: Mostra Inédita de Cinema Caboverdiano chega a São Paulo pela mão do Nicho 54 A quarta edição do festival negro de cinema NICHO Novembro acontece na cidade de São Paulo de 4 a 13 de novembro de 2022. Este ano, o festival inclui como país convidado, Cabo Verde, com uma curadoria alargada intitulada Tela d’Pano Terra: Nova Onda Cabo Verde, de 7 a 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. A curadoria do Tela d'Pano Terra vem demonstrar o potencial de um setor do audiovisual pujante, ambicioso e aspiracional, ainda emergente mas apostado na disseminação do cinema de Cabo Verde e no reconhecimento e amplificação da marca desse país-arquipélago que nutre relações estreitas com o Brasil. Vem também potenciar e evidenciar os significativos impactos sócio-económicos diretos e indiretos do setor – nomeadamente na diversificação da economia e na expansão da economia do conhecimento e da cultura.

Afroscreen

05.11.2022 | por P.J. Marcellino

A internet é afropolitana, entrevista com Achille Mbembe

A internet é afropolitana, entrevista com Achille Mbembe Achille Mbembe discute a história e o horizonte da comunicação e identidade digital no continente africano com Bregtje van der Haak. Mbembe sugere que o que alguns consideram a explosão da Internet é, na verdade, apenas a continuação das antigas culturas na nova era do Afropolitanismo.

Cara a cara

04.11.2022 | por Bregtje van der Haak

Ângela Mingas: Recuperar o passado, propor para o futuro

Ângela Mingas: Recuperar o passado, propor para o futuro Quando começou a perceber a apatia que existia em relação à defesa do património de Luanda, Ângela Mingas descobriu também que o seu trabalho não teria só a ver com arquitectura. Nem sequer com história. Era uma coisa do presente e, para a qual, toda a sociedade teria que ser chamada. Fala em mudança de mentalidades e é esse o trabalho mais difícil.

Cidade

04.11.2022 | por Susana Moreira Marques

Uma impressão da Documenta Fifteen

Uma impressão da Documenta Fifteen Sempre identificada com ousadias, ou, como se verifica na imprensa internacional, marcadas com “polémicas” e mesmo “escândalos”, o evento é entre os maiores e mais importantes no mundo da arte. Esta décima-quinta edição, recentemente realizada, não foi isenta de um “escândalo”: a unanimidade da imprensa alemã no seu julgamento de anti-semitismo.

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02.11.2022 | por Cheong Kin Man

Reflexões sobre “A Utopia no Romance 'Biografia do Língua', de Mário Lúcio Sousa”, de João Paulo Tavares de Oliveira - parte II

Reflexões sobre “A Utopia no Romance 'Biografia do Língua', de Mário Lúcio Sousa”, de João Paulo Tavares de Oliveira - parte II No primeiro capítulo intitulado “A Literatura Cabo-Verdiana em Face das Outras Literaturas Africanas de Língua Portuguesa”, o autor intenta contextualizar, com sucesso, o surgimento da escrita de autoria caboverdiana e, em especial, da literatura de marca identitária caboverdiana no quadro mais vasto das escritas de autoria lusógrafa africana e das literaturas africanas de língua portuguesa.

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01.11.2022 | por José Luís Hopffer Almada

Reflexões sobre “A Utopia no romance 'Biografia do Língua', de Mário Lúcio Sousa”, de João Paulo Tavares de Oliveira - parte I

Reflexões sobre “A Utopia no romance 'Biografia do Língua', de Mário Lúcio Sousa”, de João Paulo Tavares de Oliveira - parte I Referindo-se às diferentes vertentes da intervenção escrita dos claridosos, nomeadamente na poesia, na prosa de ficção, na crónica, na crítica literária, em entrevista, na reportagem e na prosa cientifica (em especial na linguística do idioma crioulo e na antropologia da mestiçagem cultural e biológica ocorrida nas ilhas), dizia Baltasar Lopes da Silva que, nas condições de Cabo Verde, os mesmos escritores claridosos eram, de algum modo, obrigados a ser policlínicos no exercício do seu ofício de letrados.

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31.10.2022 | por José Luís Hopffer Almada

"Uma visita inesperada", entrevista a Carla Fernandes

"Uma visita inesperada", entrevista a Carla Fernandes "A escrita de literatura infantil é uma aventura. É um exercício de regresso a um tempo em que não se tinha certezas, mas em que havia muita ousadia. Um tempo em que se transformava as incertezas em certeza de que não se sabe, mas que tem de se descobrir. E descobria-se e criavam-se mundos e possibilidades. A escrita de literatura infantil é um processo de sobrevivência."

Cara a cara

28.10.2022 | por Carla Fernandes

Brasileiros na fronteira, um rasto no deserto

Brasileiros na fronteira, um rasto no deserto Desde 2019, a crise económica no Brasil atirou dezenas de milhares de pessoas para uma longa rota de migração em direção à fronteira entre o México e os Estados Unidos. Famílias inteiras juntam-se a centro-americanos, cubanos, haitianos, venezuelanos, africanos ou asiáticos num caminho perigoso. Sem retorno, este caminho, para os que o deserto lhes tira o alento.

Jogos Sem Fronteiras

26.10.2022 | por Pedro Cardoso

Vozes femininas e o livre imaginar

Vozes femininas e o livre imaginar Estarão as obras literárias de autoria afrodescendente criadas em Portugal a contribuir também para desafiar a identidade europeia, na sua complexidade e diversidade? Tendo presente a «ferida aberta» que o colonialismo continua a ser, mas não se limitando ao seu tratamento, que novas relegações sociais e invisibilidades político-culturais poderão estas vozes [contribuir para mostrar] apontar na paisagem europeia?

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25.10.2022 | por Liz Almeida

Pandemia e arte: pensar (de novo) num “isolamento coletivo” - um diálogo com a artista de Berlim, Marta Stanisława Sala

Pandemia e arte: pensar (de novo) num “isolamento coletivo” - um diálogo com a artista de Berlim, Marta Stanisława Sala Disponibilizamos agora a versão portuguesa actualizada de um diálogo que fizemos há um ano com Sala por duas razões. Primeiramente, estamos a organizar a primeira exposição individual, em Novembro, em Berlim, da iniciativa cujos membros principais têm formado uma colectiva de artistas com a mesma denominação “Arbeitspause”. Em segundo lugar, com os tempos já frios e enfrentando os elevados preços de energia, ficamos a pensar, de novo, num isolamento possível, no contexto de uma Berlim que tem sido afectada pela invasão russa contra a Ucrânia.

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18.10.2022 | por Cheong Kin Man

20ª Edição DocLisboa

20ª Edição DocLisboa São conhecidos os prémios do 20º Doclisboa.

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18.10.2022 | por vários

Visão de África I

Visão de África I A única solução potencial para a Europa, onde os reformados excedem os trabalhadores, sendo duas vezes mais do que estes, e onde as mortes superam os nascimentos, será contar com um fluxo constante de imigrantes, com a maioria dos recém-chegados a serem oriundos do único continente que ainda apresenta um crescimento na população: África.

Jogos Sem Fronteiras

18.10.2022 | por Ednilson Leandro Pina Fernandes