Prefácio a "Futebol e Colonialismo. Corpo e Cultura Popular em Moçambique" de Nuno Domingos

Prefácio a "Futebol e Colonialismo. Corpo e Cultura Popular em Moçambique" de Nuno Domingos À primeira vista este trabalho é sobre futebol e o modo como era praticado em Lourenço Marques – a maior cidade e centro administrativo da colónia portuguesa de Moçambique – na primeira metade do século XX. O trabalho interpreta o desenvolvimento do jogo, desde a fundação dos primeiros clubes formados por expatriados ingleses, passando pela organização em Moçambique de filiais de clubes metropolitanos como o Sporting e o Benfica, até à abertura deste clubes a membros de uma elite Africana, a maior parte deles mestiços, e à criação da Associação de Futebol Africana, com jogadores, na sua maioria, provenientes das classes trabalhadoras africanas que viviam na periferia pobre da cidade onde estes jogos decorriam.

A ler

12.05.2012 | por Harry G. West

Da etnografia do futebol suburbano em Lourenço Marques por José Craveirinha, a uma ciência das obras

Da etnografia do futebol suburbano em Lourenço Marques por José Craveirinha, a uma ciência das obras A presença do humor no jogo suburbano, considerava José Craveirinha, distinguia esta actividade desportiva de outras concepções de práticas físicas: «esses agregados de côr inebriam-se com a prática do desporto mas não como uma actividade de revigoramento físico; abstraem-se até desse conceito restritivo» (ibidem). Historicamente, o projecto de transformação do desporto num mecanismo de «revigoramento físico» desenvolvera-se na Europa pela tentativa de institucionalização estatal de uma dinâmica de contornos mais largos, típica das sociedades industrializadas e urbanas onde se expandiram novas práticas de lazer.

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12.05.2012 | por Nuno Domingos

África continua em destaque no Festival Babel Med Music de Marselha

África continua em destaque no Festival Babel Med Music de Marselha O Festival Babel Med Music de Marselha que, durante três dias, de 24 a 31 de março, ofereceu trinta concertos de músicas do mundo a 15 mil espetadores aproximadamente, mais uma vez pôs em destaque África e o mundo afrocaribenho, com cerca de metade dos artistas e dos grupos do programa. Homenagem às estrelas consagradas como Mory Kanté (Guiné) e Bonga (Angola), esta 8ª edição permitiu ainda a descoberta de uma plêiade de talentos emergentes, vindos de norte a sul do continente e das ilhas. Marselha confirma, mais uma vez, a sua vocação de porta de África...musical!

Palcos

11.05.2012 | por Nadia Khouri-Dagher

Património Fotográfico: Quem é Dono da Memória do "Antes"?

Património Fotográfico: Quem é Dono da Memória do "Antes"? Um pouco por todo o continente africano assiste-se ao renascer de uma indústria da cultura e da memória, mesmo de um culto da memória. E talvez seja uma boa novidade.

Afroscreen

10.05.2012 | por P.J. Marcellino

'África-bunda': a propósito da tal capa do novo romance de Gualberto do Rosário, Ex-Primeiro Ministro de Cabo Verde

'África-bunda': a propósito da tal capa do novo romance de Gualberto do Rosário, Ex-Primeiro Ministro de Cabo Verde Existem hoje vários estudos críticos em torno da imagética europeia sobre os trópicos. Parafraseando a expressão camoniana «pretidão de amor», e analisando a literatura, a fotografia ou a pintura, por exemplo, alguns estudos ressaltam o olhar de homens europeus, como também de africanos, sobre as mulheres negras, que, exaltando a sua beleza, “apesar” do seu tom da pele (“é pretinha mas bonitinha”), não deixam de as reduzir a uma vertente carnal, sem densidade psicológica. E é assim que a sensualidade, o exotismo e o erotismo ganham centralidade numa certa imaginação literária, fotográfica e pictórica. Vejamos alguns exemplos de ideias veiculadas a propósito das «crioulas» de Cabo Verde.

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10.05.2012 | por Eurídice Monteiro

Batchart: rapper de Mindelo quer ser Ministro da Juventude

Batchart: rapper de Mindelo quer ser Ministro da Juventude Batchart pegou da sua formação universitária para criar uma mensagem mais “cientificada” dentro do hip-hop crioulo. Com um discurso forte de quem sabe que a intervenção social é também política, o rapper já tem a “Wikileaks”, sua compilação de originais, pronta para lançar no final deste mês. Um jovem político que canta ou um rapper com consciência política? Só o tempo e a aceitação deste trabalho discográfico dirão.

Cara a cara

09.05.2012 | por Odair Varela

A mídia, as cotas e o sempre bom e necessário exercício da dúvida

A mídia, as cotas e o sempre bom e necessário exercício da dúvida 'Tudo isso que está sendo defendido hoje pelos que são contra as cotas, esses homens da classe de cor dos séculos XIX e XX também já defenderam, em vários momentos, coagidos ou de livre vontade. Quando livres, porque os escravos eram proibidos de frequentar a escola pública, brigaram por educação de qualidade e, quando tinham a oportunidade de estudar, agarravam-se a ela como a única esperança de um futuro mais digno. Esperança que morreu frente ao descaso, a promessas nunca cumpridas, à constatação de que seus sonhos de serem cidadãos plenos e de direito, iguais a todos os outros como sempre pregou a constituição, nunca esteve nos planos de quem os governava.'

Afroscreen

08.05.2012 | por Ana Maria Gonçalves

Teoria Geral do Esquecimento - PRÉ-PUBLICAÇÃO Agualusa

Teoria Geral do Esquecimento - PRÉ-PUBLICAÇÃO Agualusa Entre 1997 e 1998 desapareceram nos céus de Angola cinco aviões, com um total de 23 tripulantes, originários da Bielorrússia, Rússia, Moldávia e Ucrânia. A 25 de Maio de 2003, um Boeing 727, propriedade da American Airlines, desencaminhou-se do aeroporto de Luanda, e nunca mais foi visto. O aparelho estava há 14 meses sem voar. Daniel Benchimol colecciona histórias de desaparecimentos em Angola. Todo o tipo de desaparecimentos, embora prefira os aéreos. É sempre mais interessante ser arrebatado pelos céus, como Jesus Cristo ou a sua mãe, do que engolido pela terra. Isto, claro, se não nos estivermos a servir de uma linguagem metafórica. Pessoas ou objectos literalmente engolidos pela terra, como parece ter acontecido com o escritor francês Simon-Pierre Mulamba, são, contudo, casos muitos raros.

Mukanda

08.05.2012 | por José Eduardo Agualusa

Barbeiros, barbearias em Mindelo – Cabo Verde

Barbeiros, barbearias em Mindelo – Cabo Verde Na Tanzânia dos anos 90, nos Estados Unidos de há décadas, em Cabo-Verde, mais e mais, ... as barbearias, os barbershops são ateliês ligados de perto à performance das identificações dos homens, um desses cruzamentos a partir dos quais apreendemos os fluxos complexos que produzem e onde se produzem os homens e os coletivos aos diversos rizomas.

Cidade

08.05.2012 | por Guy Massart

Logo Depois Da Vírgula

Logo Depois Da Vírgula Achará aqui o relato de uma série de viagens que iniciei em agosto de 2010. Encontrará, porém, na leitura e nos desenhos de Logo Depois Da Vírgula , outras viagens anteriores e posteriores, não condicionadas por essa atualidade, que irão satelizar e “des-temporalizar” o seu rumo central.

A ler

04.05.2012 | por Mattia Denisse

Proibido ler isto

Proibido ler isto "Proibido ouvir isto" começa muito bem para quem esperou 5 anos por ele. Com uma sessão rimada de explicações e esclarecimentos, afinal meia década de ausência é suficiente para alimentar boatos, rumores, e mal-entendidos, McK leva-nos aos assuntos proibidos de Angola, de África e do mundo, mostrando-nos que, embora afastado, esteve sempre atento.

Palcos

24.04.2012 | por Azagaia

As histórias que contamos a nós próprios

As histórias que contamos a nós próprios Museus que lidam com histórias de vida, com acontecimentos políticos, com traumas, com conflitos, com ódios, com o ‘nós’ e ‘os outros’, com pessoas. Visito-os sempre com a enorme curiosidade de ver se aceitaram o desafio e de que forma lidaram com ele.

Vou lá visitar

18.04.2012 | por Maria Vlachou

Representação de Luanda em "Chico Nhô" de Jacinto de Lemos

Representação de Luanda em "Chico Nhô" de Jacinto de Lemos É a história, sobretudo, da progressiva exigência e consciência da autonomia dessa literatura para com os padrões culturais da metrópole, do reconhecimento da sua originalidade face aos modelos europeus e das tentativas de a recolocar em esquemas interpretativos próprios: Luanda como expressão duma sociedade crioula contraposta ao resto do país ainda profundamente embebido da original cultura banto, ou como elemento extrínseco na sua realidade de cidade fundada por estrangeiros mas pouco a pouco reconquistada pelos legítimos habitantes da terra e a sua cultura; a Luanda da contraposição Baixa-musseques, o coração pulsante da nação liberta mas precipitada numa guerra civil onde as regras existem só para ser enganadas, ou ainda a capital do “petro-capitalismo” descontrolado.

Cidade

14.04.2012 | por Alice Girotto

As roças de São Tomé e Príncipe, o fim de um paradigma

As roças de São Tomé e Príncipe, o fim de um paradigma “As roças de São Tomé e Príncipe – o fim de um paradigma” é um artigo que percorre as antigas estruturas agrárias de cacau e café que nos séc. XIX–XX estiveram na base do desenvolvimento territorial, patrimonial e económico desta pequena colónia portuguesa, dando a conhecer não apenas a sua organização, programas e tipologias mas sobretudo a sua memória, herança e identidade.

Vou lá visitar

13.04.2012 | por Duarte Pape e Rodrigo Rebelo de Andrade

Uma ilha na Suiça

Uma ilha na Suiça Caminhar pela pequena vila Suíça de Stein, junto à fronteira com a Alemanha, é um mergulho num postal onde as casas e ruas imaculadas apenas deixam espaço para um sossego entediante, quebrado apenas pela sensação de que tudo não passa afinal de um cenário de um filme que ainda não chegou a rodar, de tão pouco usado que tudo parece.

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07.04.2012 | por Fernando Naves Sousa

O equilíbrio da "Batida" perfeita

O equilíbrio da "Batida" perfeita Não é exactamente Luanda e não é propriamente Lisboa. Batida é uma ponte, e o mundo vai aprender a atravessá-la.

Palcos

05.04.2012 | por Mário Lopes

Adriano Moreira reabriu o Tarrafal há 50 anos como ministro de Salazar

Adriano Moreira reabriu o Tarrafal há 50 anos como ministro de Salazar António Valdemar assinala em três dos painéis o papel de Adriano Moreira na manutenção do regime colonial, recordando o seu papel como subsecretário de Estado da Administração Ultramarina, entre 1960 e 1961, passando nesse ano a ministro do Ultramar, onde permaneceu em funções até 1963. Nesse período, recusadas as propostas de Nehru para uma entrega negociada do que o regime denominava de Estado da Índia, deu-se, em dezembro de 1961, a anexação dos territórios de Goa, Damão e Diu.

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05.04.2012 | por António Melo

Carnaval & Piscina

Carnaval & Piscina E quando não é carnaval é natal, depois vem o ano novo, a pascoa é logo a seguir. Então virão as férias e é uma excitação. Se não forem as tuas serão as férias dos outros. Vamos finalmente comer e beber todo dia, comprar, passear e dormir. Férias são férias, se não for para isso o que vamos fazer? Depois terás que esperar o fim das férias dos outros. Um dos meus cambas diz: “Mandem vir mais uma. Eu enquanto espero, faço poemas”. Isso sim é ganhar tempo, assim como contribuir na vaquinha para o barril e “mandá-lo” abaixo depois do futebol. Só os diabetes e a corrida, não para o calçadão mas para as clínicas de corte de banha, nos permitirão perceber o que perdemos de tempo saúde e dinheiro.

Mukanda

04.04.2012 | por Sílvia Milonga

Simha Arom, uma vida consagrada às músicas da África central

Simha Arom, uma vida consagrada às músicas da África central Simha Arom consagrou a sua vida ao estudo da música dos povos da África central. Estudou, em particular, a música dos pigmeus que ele considera «absolutamente extraordinária». Depois de ter vivido muito tempo na África central, instalou-se em Paris onde prosseguiu uma carreira de etnomusicólogo.

Palcos

28.03.2012 | por Nadia Khouri-Dagher

Manu Dibango, o lado feliz da vida

Manu Dibango, o lado feliz da vida Manu Dibango festeja em 2007 os seus cinquenta anos de carreira. No entanto, conserva o mesmo entusiasmo e a mesma alegria dos seus 20 anos!

Palcos

28.03.2012 | por Nadia Khouri-Dagher