“Raparigas nos lares de famílias civilizadas”: trabalho doméstico e políticas da diferença na Guiné Portuguesa (anos 1950)

“Raparigas nos lares de famílias civilizadas”: trabalho doméstico e políticas da diferença na Guiné Portuguesa (anos 1950) O trabalho doméstico na Guiné colonial faz parte de processos mais vastos das políticas da diferença. Por um lado, afigura-se um instrumento por excelência de diferenciação social e exploração laboral, ao ser um trabalho sistematicamente feito por “indígenas” – africanos excluídos da cidadania portuguesa – que estavam entre os trabalhadores mais mal pagos. Por outro lado, era visto como uma forma de "civilização" e integração das populações colonizadas na sociedade colonial. No entanto, os baixíssimos níveis de aquisição da cidadania revelam como a retórica "civilizadora" não tinha uma tradução prática, mantendo as populações africanas arredadas de uma real integração legal.

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31.07.2025 | por Pedro Cerdeira