O livro de Margarida Medeiros, ao propor o ensaio como método para uma ciência pública; ao forjar um léxico conceptual para análise do cinema e da fotografia, resgatando a arte como modo de conhecer (e não ilustração de teoria); e sobretudo ao defender implicitamente o animismo como ontologia reparadora, é um livro de uma actualidade pungente. É luto e é luta!
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11.01.2024 | por Inês Beleza Barreiros
O IV Encontro de Cultura Visual: Reparações, organizado por Ana Cristina Pereira (aka Kitty Furtado) e Inês Beleza Barreiros, coordenadoras do Grupo de Cultura Visual da SOPCOM – Associação Portuguesa para as Ciências da Comunicação, terá lugar nos dias 23 e 24 de Junho, na mala voadora, no Porto. Este encontro, que terá uma conferência inaugural da politóloga, historiadora e ativista Françoise Vergès, “Imaginando um pós-museu”, juntará investigadores, artistas e ativistas para juntes pensarem o projeto de reparação do mundo estilhaçado em que vivemos como um programa de “contravisualidade”.
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19.06.2023 | por várias
Face à impossibilidade de reparar a brutalidade da violência colonial (Mbembe 2021) – a ocupação, a espoliação, o etnocídio, o desenraizamento, os raptos, as violações, o epistemicídio, o saque em grande escala, e o extrativismo – é preciso, ainda assim, fazer a sua “necrologia” (Hicks 2020), insistir no gesto de reparação, através de uma “ética da incomensurabilidade” (Tuck & Yang 2012), parte essencial de um processo de cura e cuidado permanentes.
Mukanda
28.03.2023 | por Ana Cristina Pereira (AKA Kitty Furtado) e Inês Beleza Barreiros
Com a missão de promover o conhecimento e a fruição cultural através do cinema e da imagem em movimento, o Batalha inclui no seu programa ciclos temáticos, retrospetivas e focos em práticas contemporâneas, bem como ligações entre o cinema e outras artes. Estimular a cinefilia e cultura fílmica através de projetos educativos, editoriais, formativos e de debate está no centro da atividade da nova instituição.
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04.10.2022 | por vários
O visionamento deste tipo de imagens, então amplamente difundidas, preencheu o lazer quotidiano da burguesia oitocentista, instigou os seus impulsos colecionistas e constituiu a sua cultura visual. Ao analisar a construção histórica do observador, Jonathan Crary descreve-nos o surgimento de um novo tipo de indivíduo, fruto dos modos de circulação, consumo, produção e racionalização que emergiram no século XIX. Em Techniques of the Observer, Crary descreve como, desde 1840, e em particular desde o surgimento de uma série de dispositivos, entre os quais o estereoscópio, a experiência visual se passa a autonomizar do seu referente, podendo assim circular no fluxo dos meios de mobilidade e consumo do mundo capitalista e industrial que as imagens começam a integrar.
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13.09.2022 | por Daniela Rodrigues
A Conferência Internacional Counter-Image (CIIC22) prossegue o trabalho de desvelar as formas como as imagens operam nas estruturas de poder e saber e nos sistemas de verdade que tendem a constituir narrativas históricas hegemónicas e marginalizar ou apagar aquelas que são conflitantes ou minoritárias. Desta forma, originam-se não só “centros” e “margens”, mas também tende-se a silenciar vozes e a invisibilizar pessoas, tornando determinadas ideias impronunciáveis. Sendo um processo histórico, exige-se um criticismo contínuo em linha com os estudiosos/as e artistas que atuam nas tradições da Cultura Visual, dos Estudos de Género e dos Estudos Culturais nas diversas disciplinas. Estabelecer contra-narrativas, contra-arquivos e contra-imagens manifesta-se, então, como um desafio aos sistemas sociais, culturais e políticos hegemónicos e uma contribuição para um diálogo muito necessário em torno de temáticas difíceis e complexas, tendo em vista uma sociedade pluralista, diversa e equilibrada.
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12.07.2022 | por vários
As imagens não ilustram argumentos, elas são o argumento colonial; não são um documento do colonialismo, mas o colonialismo (ainda hoje) em acção.
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31.10.2021 | por Inês Beleza Barreiros
Como é que as mulheres olharam as lutas de libertação nas ex-colónias portuguesas? Como é que os seus olhares foram integrados ou não na imaginação do colonialismo? Houve um olhar específico das mulheres sobre a libertação do colonialismo português? Que saber e consciência temos de/sobre esses olhares? E como é que esses olhares se cruzam com os das realizadoras, artistas, curadoras e académicas que hoje questionam os arquivos, públicos e privados, interrogam e recriam visualmente as suas memórias e re-imaginam o colonialismo? Que acção é que a investigação académica, as políticas de conservação de arquivos, os gestos de programação e curadoria podem ter no questionamento ou, pelo contrário, no prolongamento das “políticas (oficiais) da memória”?
Afroscreen
22.05.2021 | por Ana Cristina Pereira (AKA Kitty Furtado), Inês Beleza Barreiros e Maria do Carmo Piçarra
Na Europa e nos Estados Unidos, existe também o regresso específico da forma e da nostalgia coloniais. Em Portugal, fiquei impressionado com a presença visível daquilo que ainda é referido como “exploradores” ou as “descobertas”, em vez de “colonizadores” e “encontro.” A representação de corpos africanos na arte e nos monumentos oficiais é muitas vezes estereotipada, quase degradante. Infelizmente, não vejo este caso como uma exceção, mas como um exemplo das novas divisões.
Cara a cara
11.06.2018 | por Inês Beleza Barreiros