“A oralidade é meu culto”, entrevista a Ana Paula Tavares

“A oralidade é meu culto”, entrevista a Ana Paula Tavares Nasci na Huíla, no meio de uma sociedade colonial injusta. Os pastores estavam ali. À sociedade Nyaneka eu devo a poesia, a música, o sentido do cheiro, a orientação a sul. O contacto era-nos (a quem estava em processo de assimilação) interdito. E, também por isso, o desejo era mais forte. Conhecer, saber quem eram e quem éramos deu um sentido à vida. A escrita, em português, ficou para sempre ligada ao paradigma da oralidade, da chama do lugar, do acompanhamento dos ciclos, do respeito pela diferença, do horror à injustiça.

Cara a cara

07.11.2010 | por Pedro Cardoso

Lunda-norte, no reino do Muatyânvua

Lunda-norte, no reino do Muatyânvua Quando Kundi, o sucessor de Iala Maku, envelheceu, a harmonia entre os povos lundas estremeceu. Quem seria o sucessor do velho Kundi? Um dos rapazes? – O Tchinguri ou o Tchinhama? - Ou a menina, Lweji, a mais jovem filha da segunda esposa? Dizem que os irmãos não se entendiam. Tchinguri era o mais afoito e Tchinhama o mais ponderado. Porém, numa tarde, os dois irmãos irromperam embriagados de vinho de palma pela tchota (palácio) do pai e maltrataram-no, ambos querendo sucedê-lo.

A ler

31.10.2010 | por Carlos Lousada