A memória ensina ou ensina-se a memória?

A memória ensina ou ensina-se a memória? Nunca tivemos acesso a tantos arquivos e documentos como hoje, usando simplesmente um teclado. É desnecessário ir à procura do passado: se quisermos, o passado, nas suas multíplices dobras, está - ainda que no simulacro digital - ao nosso alcance. Está à nossa frente. No entanto, o paradoxo é evidente, pois a facilidade de acesso corresponde não a uma potencialização, mas a uma deterioração da nossa capacidade de reter e entender o passado aproximando-nos dele e de construirmos uma memória menos precária; uma memória que ultrapasse as barreiras das recordações individuais ou das sombras de imagens projetadas nos ecrãs que não remetem para nenhum conhecimento.

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27.03.2021 | por Roberto Vecchi