Este artigo explora o papel das bibliotecas comunitárias e alternativas como ferramentas para a mitigação das desigualdades sociais educativas, com base em experiências desenvolvidas em zonas periféricas de Luanda, Apoiado em observações empíricas e referências da sociologia da educação e da leitura, o texto discute o potencial de transformação desses espaços informais, mas organizados, para a promoção da justiça social, do acesso ao conhecimento e da cidadania activa.
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30.06.2025 | por Daniel Anibal
Tanto pode resultar, da leitura de um texto, a decisão de nunca mais voltar a ler nenhum, como a constatação de que o desespero e a dor que nos afligem, ou a revolta e o amor que nos entusiasmam, por não serem propriedade nossa, podem muito bem ser a afinação do encontro com os outros. E nesse encontro, subtraído à economia da produtividade, talvez se possa encontrar os leitores para lá dos clientes.
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30.10.2023 | por Fernando Ramalho
Este é um livro-homenagem a Paulo Freire que se tornou um educador do mundo pela ampla difusão de suas ideias filosóficas, de seu método pedagógico e de sua ação, primeiro no Brasil, depois no Chile, seguindo para países da América Latina, Estados Unidos, Europa, África, Ásia e Oceania. Em relevo estão momentos-chave da trajetória de Paulo Freire e o itinerário internacionalista de um pensamento cuja recepção por largos anos foi marcada pelo interdito, pela censura, por uma circulação clandestina e pelo exílio.
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21.04.2022 | por Adelaide Gonçalves, Débora Dias e Fernando de la Cuadra
Enquanto estivemos juntos, no final da tarde, sentávamo-nos na sala, ela costurava minhas camisas ou tricotava e eu lia os textos dos apóstolos; às vezes, ela me pedia para tocar as músicas que mamãe gostava de ouvir. Eu, até, tentava me aproximar daquele piano, mas era como tocar as mãos de meu pai, não conseguia.
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11.11.2021 | por Carlos Alberto Alves
O presente livro propõe uma etnografia e história do funaná, uma prática de música e dança que emergiu na ilha de Santiago, Cabo Verde, no período pós-escravatura de final do século XIX, ligada às práticas expressivas de tocadores de gaita (um acordeão diatónico de botões), fero (uma barra de ferro friccionada e percutida com uma faca) e cantores, assim como de audiências participativas. Ao situar esta prática expressiva numa trajetória colonial e pós-colonial o livro procura questionar de que modo a prática cultural e a raça enquanto formação discursiva se entrelaçaram em contextos coloniais, como esse entrelaçamento foi questionado na pós-colonialidade, e que legados desse processo de racialização persistem no presente.
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20.09.2021 | por Rui Cidra
Não existe a Praia -
Venho como um náufrago
trago o sal da História na memória da pele,
e espinhas nas pontas dos dedos,
o mar não se repete,
perscruto-o desde o útero,
e escuto-o como o pulsar de um coração alteroso,
germinado sob o pulmão de um céu forte,
é nessa cintura do horizonte
que fixei o tracejado do meu olhar sobre o Mundo,
o Azul não é uma cor, é um filtro óptico
para a absorção da atmosfera,
e da poeira bacteriana nutriente dos ventos do Destino.
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19.01.2021 | por Brassalano Graça