Moçambique é uma fantasia pós-colonial

Moçambique é uma fantasia pós-colonial Das múltiplas chaves de entrada em tão eficaz dramaturgia destaco a desconstrução liminar do sistema assistencialista das organizações de ‘ajuda humanitária aos africanos’, a exploração dos refugiados sob o pretexto de um trabalho dignificante, as cenas de contracena e faz-de-conta clássicas à maneira de Molière, a energia contagiante dos ‘números coreográficos’ mimetizando danças de resistência moçambicanas e um trabalho perfeito sobre os equívocos que conduzem a posições racistas quando a identificação de alguém por um colono se sobrepõe à identidade que o ex-colonizado reclama para si.

Palcos

21.08.2017 | por António Pinto Ribeiro