Corpos migrantes à procura de definição, sobre "Dialecto" de Felipe Romero Beltrán

Corpos migrantes à procura de definição, sobre "Dialecto" de Felipe Romero Beltrán Sem louvar a burocracia, dir-se-ia que a sala de espera, esse estádio intermédio onde se arrastam os corpos e as identidades, tem também potencial para ser um espaço de criação, um lugar excecional de pensamento e questionamento, artístico e político. Nesse sentido, as artes visuais e performativas, a música e o cinema, com os seus comentários mordazes, mais ou menos explícitos, são essenciais para expor a realidade dos sem papéis, para documentar os indocumentados, e tomar consciência que estes corpos existem e exigem dignidade.

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19.09.2025 | por Tiago Lança

Explica lá outra vez o que é que ser português?, ópera de Dino D'Santiago

Explica lá outra vez o que é que ser português?, ópera de Dino D'Santiago A história de Adilson inscreve a de muitos "crioulos sem chão" que carregam Portugal às costas sem nunca poderem pertencer. «Eu não sou português, sou Portugal», a frase manifesto que valeu a Dino de Santiago vários comentários de haters e bots de extrema direita. O espetáculo rompe com o mito da integração: a realidade é feita de esperas, recusas e silêncios, mães que morrem no desgoto antes de verem resolvidos a cidadania. As personagens desfazem o mito da identidade ligada aos lugares concretos, somos feitos daquilo que trazemos, das curvas do bairro. Os nossos corpos são pátria. O que é que me espera do outro lado do mar?, A luta chama, será que eu vou? De que lado estou? E a pergunta meio ameaçadora: Quer ou não quer ser português? Lembrei-me da banda Miss Universo, que parecem responder a esta pergunta com outra mais interessante «explica lá outra vez o que é que ser português?»

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14.09.2025 | por Marta Lança