Rama em Flor / Festival Comunitário Feminista Queer / 7-17 Setembro

A Maternidade e a Galeria Zé dos Bois apresentam em conjunto com as Damas, a Rabbit Hole, a Rua das Gaivotas 6 e o Lounge a primeira edição do RAMA EM FLOR, de 7 a 17 de Setembro, em Lisboa.

O Rama em Flor é um festival que se compromete a celebrar o feminismo e a cultura queer, através de uma programação transdisciplinar, heterogénea e inclusiva. A sua primeira edição inclui concertos e DJ sets, conversas, um ciclo de cinema, uma exposição, uma fanzine e workshops. 

O RAMA EM FLOR assume-se como um herdeiro do Ladyfest, um festival comunitário que nasceu em 2000 a partir do movimento riot grrrl e que desde então é organizado independentemente em inúmeros países. Dando voz a artistas, investigadorxs e activistas locais e internacionais, procura-se criar espaços de encontro e debate, aumentar a representatividade feminina e trans, incitar a consciência política, a actividade cívica e estimular a liberdade das identidades e expressões de género. 

CINEMA NO TERRAÇO | GALERIA ZÉ DOS BOIS

7, 8, 11, 13 e 15 de Setembro às 22h

No âmbito do primeiro RAMA EM FLOR, a ZDB acolhe uma programação de cinema que questiona e reflecte sobre as questões de género ao longo da história no cinema português. A partir de diferentes registos - documental, ficcional ou experimental – apresenta uma série de filmes que contextualizam e mapeiam as diferentes formulações e lutas feministas ao longo do tempo em Portugal.

QUARTA, 7 DE SETEMBRO ÀS 22h

O CASO SOGANTAL de Cinequipa (Portugal, Documentário, 1975, 45’)

‘O Caso Sogantal’ é um trabalho da Cinequipa, que acompanha o processo de luta das 48 operárias que laboram numa fábrica de confecções situada nos arredores do Montijo. O encerramento é a resposta da administração às suas reivindicações por direitos básicos como o salário mínimo, um mês de férias, respectivo subsídio e décimo terceiro mês.

QUINTA, 8 DE SETEMBRO ÀS 22h

HISTÓRIA TRÁGICA COM FINAL FELIZ de Regina Pessoa (Portugal/Canadá/França, Animação, 2005, 8’)

Há pessoas que, contra a sua vontade, são diferentes. Tudo o que desejam é serem iguais aos outros, misturarem-se deliciosamente na multidão. Há quem passe o resto da sua vida lutando para conseguir isso, negando ou tentando abafar essa diferença. Outros assumem-na e dessa forma elevam-se, conseguindo assim um lugar junto dos outros…no coração.

RHOMA ACANS de Leonor Teles (Portugal, Documentário, 2012, 12’)

A história de família de um pai cigano e de uma mãe não cigana serve de inspiração à realizadora para ir à procura do que a sua vida teria sido se o pai, inspirado pela sua própria mãe, não tivesse quebrado a tradição onde nasceu. Neste percurso encontramos a jovem Joaquina, inserida na comunidade cigana que serve de referência à realizadora na sua auto-descoberta.

ENTRETANTO de Miguel Gomes (Portugal, Ficção, 1999, 25’)

Pais e professores ausentaram-se. Entretanto, dois rapazes e uma rapariga formam um trio amoroso. Equilíbrio instável, o trio está demasiado próximo do triângulo. ‘Entretanto’ é o tempo da suspensão. Dos gestos, da comunicação, da linguagem. A impotência resulta da falta de consciência para estruturar os sentimentos e de uma linguagem que permita comunicá-los.

LÚCIA E CONCEIÇÃO de Cinequipa (Portugal, Documentário, 1974, 26’)

‘Lúcia e Conceição’ aborda a vida de duas raparigas da aldeia da Maia, nos Açores. Um documento fascinante sobre um Portugal onde ainda não tinha chegado a revolução. Lúcia e Conceição não leram Lenine e não defendem os ideais do PREC. São imagens produzidas para a RTP a partir de um lugar onde a televisão ainda não tinha chegado.

DOMINGO, 11 DE SETEMBRO ÀS 22h

O ABORTO NÃO É UM CRIME de Cinequipa (Portugal, Documentário, 1975, 45’)

‘Aborto não é um crime’ incide sobre esta questão, muito discutida logo após a revolução. Dada a polémica que lhe ficou associada, foi o projecto que determinou o fim da série televisiva ‘Nome-Mulher’ e os seus autores acabaram em tribunal, num julgamento onde um fotograma do filme foi usado como prova.

TERÇA, 13 DE SETEMBRO ÀS 22h

GISBERTA de Cláudia Varejão e Miguel Bonneville (Portugal, Videoclip, 2007, 4’)

‘Gisberta’ é o primeiro single (ou “solteiro” em português) a ser apresentado ao mundo, como um presságio para o álbum Skeleton a ser editado pela Schizzofrenik Records.

BOUDOIR de Joana Linda (Ficção, 2011, 8’)

Inspirado na mitologia da Boca do Inferno e nas práticas mágicas de Crowley, em ‘Boudoir’, uma mulher trancada no seu quarto realiza um ritual que, como em todos os rituais, tem as suas consequências.

EM CADA LAR PERFEITO, UM CORAÇÃO DESFEITO de Joana Linda (Portugal, Ensaio, 2013, 20’)

Se quando acaba, o amor se revela uma ilusão, a desilusão essa é sempre real. Um ensaio sobre o desamor em 7 segmentos inspirados nas 7 fases do amor tal como enunciadas por Stendhal.

L’ORIGINE de André Uerba (Portugal, Experimental, 2013, 14’)

Em ‘L’Origine’ constrói-se um questionamento pela origem das coisas, uma tentativa de ordenar a existência que se revela impossível.

PLEASE RELAX NOW de Vika Kirchenbauer (Alemanha, Experimental, 2014, 12’)

Este vai ser um evento memorável, orquestrado por mim para ti. Acredita em mim, nunca vais esquecer isto. Não é fantástico? Nunca esquecer, nunca lembrar… Com a tua cumplicidade, caro espectador, esta peça vai transformar-te. Deixa-me apenas orientar-te um pouco, no início!

QUINTA, 15 DE SETEMBRO ÀS 22h

NON FILM IN THREE ACTS AND A PRELUDE de Rita Macedo (Portugal/Alemanha, Experimental, 2010, 12’)

Como pode um filme ser um não-filme? Filmado inteiramente em Super 8, ‘Non-Film in three acts and a prelude’ é uma viagem absurda conduzida por um corpo sem cabeça, duas personagens invisíveis que contam pedras como corpos, uma realizadora abafada pelo seu próprio filme e duas virgens marias solitárias.

FATUCHA SUPERSTAR de João Paulo Ferreira (Portugal, Ficção, 1976, 43’)

Embora a sua obra tenha acabado por focar muito mais fortemente questões políticas e sociais, João Paulo Ferreira realizou esta obra singular, ‘Fatucha Superstar’, num registo musical inspirado no Jesus ‘Christ Superstar’, de Andrew Lloyd Webber. Com a revolução ainda quente, Ferreira desconstrói aquele que foi um dos grandes alicerces do Estado Novo: as aparições de Nossa Senhora de Fátima. Se por um lado, ‘Fatucha Superstar’ é fiel à estética hippie do musical de Webber – e a uma geração portuguesa da altura –, já Fátima, ou Fatucha, é um sofisticado travesti que surge aos três pastorinhos de óculos escuros e descapotável.


Entrada: 2€ por sessão | Bilhetes disponíveis na Tabacaria Martins e ZDB (em dias com programação)

* Uma programação Rabbit Hole em colaboração com a ZDB

Com o apoio Centro Documentação e Arquivo Feminista Elina Guimarãe

13.09.2016 | por marianapinho | #Rama em flor #Galeria Zé dos Bois #Festival Comunitário Feminista Queer