Jornal O Negro: Órgão dos Estudantes Negros

Na celebração dos 110 anos da publicação do jornal O Negro, haverá reedição no dia de aniversário, em formato digital e em papel, com comentários e enquadramento de Cristina Roldão, José Pereira e Pedro Varela. A publicação será das FALAS AFRIKANAS. Todos os dias, a partir de hoje, haverá informações adicionais.  Acompanhem a página!

A 9 de março de 1911 era lançado em Lisboa o jornal O Negro: Órgão dos Estudantes Negros. 110 anos depois decidimos fazer uma reedição comemorativa dos três números desta publicação. Este foi o primeiro periódico de uma geração de ativistas que, durante 22 anos, se organizou em torno do pan-africanismo, da luta contra o racismo e da reivindicação de direitos para os territórios colonizados. Este jornal, que era dirigido por estudantes negros em Portugal, pretendia combater as «iniquidades, opressões e tiranias», apelava à construção de um partido africano e exigia da República o fim da desigualdade racial.

Num momento como o actual, em que a sociedade portuguesa e outras entram numa intensa disputa sobre os legados coloniais e racismo, e em que os jovens negros são protagonistas de importantes movimentos sociais, a reedição d’O Jornal “O Negro: Orgão dos Estudantes Africanos”, dificilmente poderia ser mais oportuna. Trazer para o presente este jornal e revelar a importância do movimento de que ele fez parte é ferramenta imprescindível para questionar o silenciamento constante a que a história dos afrodescendentes e africanos é votada na sociedade portuguesa. É também homenagear e dar continuidade ao trabalho de Mário Pinto de Andrade que deixou pistas preciosas para que as gerações seguintes pudessem conhecer a sua presença multissecular em solo português e a resistência histórica de que são herdeiros. Assim sendo, reeditar O Negro 110 anos depois não se resume à comemoração de uma efeméride, mas é o exercício do direito à memória, que é, acima de tudo, um instrumento de combate antirracista na atualidade.A versão em papel poderá ser adquirida a partir de dia 9 de março nas seguintes livrarias: Letra Livre, Bazofo & Dentu Zona (Cova da Moura) e Tchatuvelah.A versão PDF é gratuita e estará disponível a partir do dia 9 de Março nesta página e noutras plataformas.

02.03.2021 | por martalanca | estudantes, jornal, Mário Pinto de Andrade, O Negro

Trovoada de Ideias - Estudantes dos PALOP no Ensino Superior Português

No próximo dia 29 de abril de 2016, entre as 15h e as 17h, o ISCTE-IUL recebe a Trovoada de Ideias, um focus group com a presença de vários estudantes e professores universitários, com a finalidade de discutir em conjunto a melhor forma de colmatar as necessidades de formação ao nível do ensino, sucesso académico e inclusão social dos estudantes dos PALOP.

Este evento é dirigido aos estudantes de qualquer estabelecimento do ensino superior português, e não apenas aos alunos do ISCTE-IUL. Aceitam-se inscrições de professores e estudantes.

Avenida Das Forças Armadas, Lisboa

+info e inscrição em: Trovoada.Ideias2016@gmail.com

13.04.2016 | por claudiar | discussão, estudantes, PALOP

Comunicado de Imprensa pela Associação dos estudantes da Universidade Católica de Angola

À luz do úlitmos acontecimentos ocorridos a respeito da manifestação realizada no sábado 03 de Setembro, incidentes, apreensões nos dias 03 e 08 de Setembro e o processo de julgamento que está  em curso.

Os estudantes da UCAN, representados pela sua Associação, apresentam à opinião pública as suas convicções e propostas:

a)      Valorizamos toda contribuição dos jovens universitários para criar uma sociedade angolana mais justa e fraterna. Achamos que a manifestão pública das próprias idéias, um contexto democrático, é uma riqueza para o debate nacional.

b)      Rejeitamos qualquer tipo de violência seja no expôr, como no reprimir as ideias dos outros. Somos convencidos que só uma proposta respeitosa, educada, não violenta, sem deixar de ser corajosa, são os meios lícitos para o debate nacional tendo como limite a Lei e a ordem pública.

c)       Nos solidarizamos com os estudantes universitários, particularmente com os nossos colegas da UCAN que foram privados da libertade;

d)      Temos a certeza que nenhum dos nossos estudantes da UCAN que foram reconhecidos entre os detidos e submetidos a julgamento: Kady Mixinge, Domingos Neves Cardozo e os demais que ainda nao foram identificados, não estiveram envolvidos em actos de violência.

e)      Lamentávelmente ocorreram actos de vandalismo que não foram iniciados nem pelos manifestantes nem pela polícia, mas por elementos alheios ao grupo de activistas.

f)       Exortamos às autoridades públicas para que seja respeitada a dignidade e direitos dos jovens apreendidos.

Os estudantes da UCAN convidam aos seus colegas e demais univeritários de outros centros a dedicar a terça feira 13 de Setembro para uma jornada de relfexão e oração pelos colegas que inocentemente encontram-se privados de liberdade e  para encontrar os caminhos de concórdia e participação activa na nossa sociedade.

                Pedimos que Deus, fonte da paz e da justiça toque nos corações de todos os envolvidos neste processo.

 

Associação de Estudantes da Universidade Catolica de Angola

12.09.2011 | por martalanca | angola, estudantes, repressão