Curadoras macaenses da Bienal de Veneza apresentam nova mostra

No passado dia 26 de Março, uma nova galeria de Macau, Lotus Art Space (LAS), abriu as suas portas com a exposição de estreia dos artistas macaenses Wong Weng Cheong e Rusty Fox.
Intitulada “Whispers of the Unseen”, a mostra apresenta ao público os trabalhos artísticos de vários representantes da RAEM na Bienal de Veneza. Wong Weng Cheong foi o artista destacado no Pavilhão de Macau no evento italiano do ano passado.
As curadoras do evento no LAS, Chan Chang e Sio Man Lam, assinaram as curadorias das exposições do território na Bienal de Veneza de 2023 e 2019, respectivamente.
Com vinte fotografias expostas, Rusty Fox “capta, através da fotografia, as absurdidades negligenciadas da vida urbana, criando uma poética visual singular”, lê-se num comunicado da organizadora.
Já Wong Weng Cheong “emprega”, nas 14 águas-fortes, “requintadas técnicas de gravura para representar cenas hiper-realistas e, ao mesmo tempo, surreais, revelando desejos subconscientes e conflitos interiores,” realça o LAS.
“Whispers of the Unseen” é também a primeira exposição do “Programa de Promoção Internacional de Artistas de Macau no Estrangeiro”, uma iniciativa da Associação Internacional de Intercâmbio de Artes Lótus, contando com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura de Macau.
Em declarações aos jornalistas, Sio Man Lam afirmou que “o objectivo do espaço artístico é estimular a criatividade e a imaginação através de uma programação diversificada de exposições e eventos, ligando o público local, da Grande Baía e da cena artística internacional.”
O LAS “vai continuar a colaborar com diversas entidades e personalidades para promover o desenvolvimento da indústria criativa e do turismo cultural,” acrescentou a directora fundadora do espaço artístico.
A exposição “Whispers of the Unseen” está patente até ao final deste mês no Lotus Art Space, galeria integrada no Hotel Legend Palace, na Doca dos Pescadores, em Macau.

Doca dos PescadoresDoca dos Pescadores

10.04.2025 | por martalanca | Bienal de Veneza

Paisagens de Fogo: Uma história política e ambiental dos grandes incêndios em Portugal

A 24 de Abril realizar-se-á a conferência final do projecto ‘Paisagens de Fogo: Uma história política e ambiental dos grandes incêndios em Portugal’, que decorrerá no auditório da BNP, em Lisboa. Iremos apresentar os principais resultados alcançados e, durante a tarde, serão apresentadas outras perspectivas e geografias do fogo, onde se procurará discutir e desenvolver um quadro global multidisciplinar.

Durante pouco mais de três anos, submetemos o atual regime de grandes incêndios em Portugal a uma investigação histórica sobre a sua origem e desenvolvimento ao longo do século XX. Sem deixar de parte a incidência crescente dos incêndios rurais nas últimas quatro décadas, amplamente estudada pelas ciências ecológicas e florestais, a equipa do projecto analisou maioritariamente o período do Estado Novo, mapeando, por um lado, a emergência do problema dos incêndios nos discursos político e científico e, por outro lado, a transição entre as agriculturas do fogo e o incêndio florestal no período 1950–1980. Estas duas paisagens de fogo, fundamentalmente distintas, foram analisadas em dois espaços de montanha, as serras contíguas da Lapa e da Nave, a Norte, e a serra de Monchique, a Sul.Anúncio e apresentação da conferência aqui: https://ihc.fcsh.unl.pt/events/paisagens-fogo-2025/

07.04.2025 | por martalanca | floresta, incêndios, Portugal

7th Queering Afro-Luso-Brazilian Studies Conference

Organizado desde 2014, com edições em França (Sorbonne Université), na Suécia (Dalarna University), no Reino Unido (Birmingham University), em Portugal (Universidade do Porto) e no Brasil (Universidade de São Paulo), o colóquio internacional “Queering Afro-Luso-Brazilian Studies” retorna a Portugal para a sua sétima edição, a decorrer na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com organização do Quir Research Hub (CITCOM-CECOMP).

A conferência propõe-se a revisitar o cânone literário, artístico e cultural de países de língua portuguesa, assim como as práticas e arquivos de escritoris e artistas historicamente invisibilizades, cujas trajetórias insinuam potenciais contra-cânones de língua portuguesa, e tradições culturais subrepresentadas e subarticuladas enquanto tal.

Centrando-se nos estudos literários e artísticos, e em representações da dissidência sexual e da desobediência de género em corpos textuais diversos, a conferência procura aproximar pesquisadoris, escritoris, artistas, ativistas e outres agentes culturais cujas práticas e pesquisas promovam, de diferentes modos, ruturas importantes com ordem dominante de sexo-género, como configurada no paradigma moderno-colonial.

A interrogação queer (ou quir) de histórias textuais em disputa ata-se, assim, a uma crítica mais ampla e interseccional da monormatividade, do binarismo de género, do patriarcado, e da cisheteronormatividade - bem como da homonormatividade, do homonacionalismo, e de novos ideais regulatórios emergentes em culturas textuais contemporâneas.

Chamada de Artigos

A organização convida a submissão de propostas de trabalhos que investiguem a literatura e outras artes (com particular ênfase em conexões interartes) a partir de perspetivas queer, transfeministas e/ou decoloniais, e que visem a desconstrução da ordem de género colonial, profundamente estruturada a partir da mononormatividade, do binarismo de sexo/género, do patriarcado, e da cisheteronormatividade. 

Damos também as boas-vindas a leituras e intervenções sobre imaginários, práticas, e possibilidades alternativas ao regime moderno-colonial, incluindo resistências, subversões, e perversões da norma sexopolítica no contexto dito “pós-”colonial.

Temas e linhas sugeridas:

  • Leituras queer, transfeministas, e/ou decoloniais do cânone literário e artístico, tal como de obras e de autoris historicamente marginalizades pelos sistemas literário e artístico;
  • Genealogias e arqueologias literárias e artísticas: correntes e tradições contra-canónicas;
  • Arquivos Queer e LGBTQIA+: culturas materiais, éticas do passado, e políticas da memória;
  • Literaturas, cinemas e outras artes LGBTQIA+;
  • Novas normatividades: modelos, ideais e estereótipos no marco do homonacionalismo e do neoliberalismo;
  • Migrações, deslocamentos e diásporas LGBTQIA+;
  • Sexualidades e comunidades sexo-dissidentes: narrativas, performances, representações artísticas e estudos de campo;
  • Literaturas, imaginários, e linguagens não-binaries;
  • Fissuras, ruturas e fabulações críticas na colonialidade do género;
  • Modos de vida, práticas e perspetivas liminares, borderline ou fronteirizas;
  • Ativismos e artivismos queer, quir cuir;
  • Performances e performatividades queer: corpos, comunidades, e praxis;
  • Historicizações da cisgeneridade e heterossexualidade compulsórias;
  • AfroQueer: centrando a geopolítica do continente africano e da diáspora afrodescendente;
  • Estudos críticos das masculinidades;
  • Outras.

Comissão organizadora:

  • Helder Thiago Maia (FLUL - Universidade de Lisboa, Portugal)
  • Luísa Semedo (Universidade Paris-Sorbonne, França)
  • Marzia D’Amico (FLUL - Universidade de Lisboa, Portugal)
  • Salomé Honório (ICS - Universidade de Lisboa, Portugal)
  • Sofia Zanini (ICS - Universidade de Lisboa, Portugal)

Comissão científica:

  • Alberto da Silva (Université Paris Sorbonne, France)
  • Alda M. Lentina (Dalarna University, Sweden)
  • Anna Klobucka (UMass Dartmouth, USA)
  • Fernando Curopos (Université Sorbonne Nouvelle, France)
  • Maria Araújo da Silva (Université Paris Sorbonne, France)
  • Mário Lugarinho (Universidade de São Paulo, Brasil)
  • Paulo Pepe (University of East Anglia, UK)

Línguas de trabalho:

  • Português, Inglês, Galego.

Inscrições:

  • Envio de resumos para: quir.hub@gmail.com
  • As propostas devem conter nome, filiação institucional (se existir), título da proposta e resumo.
  • Resumo com até 1000 caracteres, 5 palavras-chave, indicação de tema/linha sugerida, e bibliografia.
  • Indicação de preferência de participação: presencial ou online.
  • Importante: à partida, apenas investigadoris em formação e/ou pessoas com dificuldades de acesso poderão optar pela participação online (via Zoom). Em caso de dúvida, por favor contactar a organização.

Calendário:

Data-limite de envio dos resumos: até 20 de Maio de 2025.

  • Data-limite para aceitação dos resumos: até 20 de Junho de 2025.
  • Pagamento da inscrição: até 30 de julho de 2025.
  • Taxas de Inscrição:
    • Até dia 15 de Julho: Professoris e investigadoris com vínculo institucional: 30€; Estudantes: 10€.
    • Até dia 30 de Julho: Professoris e investigadoris: 60€; Estudantes: 20€

[Sítio oficial do CECOMP][Substack do Quir Research Hub][Para mais informações: quir.hub@gmail.com]

03.04.2025 | por martalanca | Queering Afro-Luso-Brazilian

Hanami, a primeira longa-metragem da realizadora Denise Fernandes, Cabo Verde

 sessões especiais nos dias 12 e 13 de abril em Cabo Verde, país coprodutor do filme juntamente com Portugal e Suíça. 

Com a coprodução do Batalha Centro de Cinema e com o apoio da Embaixada de Portugal em Cabo Verde e do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, o filme terá sessões especiais em Cabo Verde, para que os actores não profissionais que participaram no filme e a comunidade local possam assistir ao mesmo, uma vez que há uma ausência de cinema comercial no país. 

O filme Hanami foi filmado integralmente na Ilha do Fogo, São Filipe e Chã das Caldeiras. A quase integralidade das personagens ficcionais do filme, foram interpretadas por pessoas locais que durante o processo de preparação do filme foram ensaiadas pela nossa equipa para poderem ser atores. Fazer este filme tratou-se de uma experiência única do ponto de vista humano e que mobilizou e entusiasmou as populações dos locais. - refere o produtor português, Luís Urbano

Nos dias 12 e 13 de abril, haverão sessões de projeção na Ilha do Fogo, em São Filipe, na Casa das Bandeiras, às 10h00, 15h00 e 18h00, e na Praia, no Centro Cultural Português, às 19h00, respectivamente. O evento culminará ainda com uma projeção em Mindelo, no âmbito das comemorações dos 50 anos da independência de Cabo Verde, cuja data será anunciada em breve. 
principal motivação desta nossa iniciativa é partilhar o filme com as pessoas que connosco fizeram o filme e com as comunidades locais que nos ajudaram a realizá-lo. O filme é nosso, mas também é deles. Trata-se, pois, de uma devolução do filme ao local e às pessoas que connosco o fizeram. Por outro lado, sendo a realizadora Denise Fernandes também cabo-verdiana, assumimos desde o início deste projeto o compromisso moral de levar o filme a Cabo-Verde, comenta ainda Luís Urbano.  
Hanami conta a história de uma menina chamada Nana que vive numa remota ilha vulcânica, de onde todos querem sair, mas a pequena Nana aprende a ficar. A mãe, Nia, que sofre de uma doença misteriosa, partiu logo após o seu nascimento. Quando Nana começa a ter febres altas, é enviada aos pés de um vulcão para ser curada. Lá, encontra um mundo suspenso entre sonhos e realidade. Anos mais tarde, quando Nana é adolescente, Nia. 
O filme teve a sua estreia mundial no Festival de Locarno na secção Cineasti del Presente onde venceu o Prémios de Melhor Realizador Emergente,  Prémio Boccalino de Melhor Argumento e obteve uma  Menção Especial do Júri “Primeira Longa-Metragem”. Hanami  continua a circular por todo o mundo e já ganhou mais de 10 prémios em festivais.            
Em Portugal, Hanami chega às salas de cinema a 15 de maio pela distribuidora Desforra Apache.  

Sobre Denise Fernandes
Denise Fernandes (1990) nasceu em Lisboa de pais cabo-verdianos e cresceu na Suíça. A sua última curta-metragem, Nha Mila (2020), foi apresentada no Festival de Locarno na secção Pardi di Domani. Nha Mila foi finalista dos European Film Awards 2020 e exibida em mais de 40 festivais internacionais de cinema. Foi nomeada na categoria Melhor Curta-metragem nos Prémios Sophia 2021 e convidada pelo MoMA e pelo Lincoln Center de Nova Iorque para o festival New Directors/New Films. 
Hanami, filmado em Cabo Verde, é a sua primeira longa-metragem.    

Produção: Alina Film, O Som e a Fúria  
As sessões especiais em Cabo Verde têm coprodução do Batalha Centro de Cinema e o apoio da Embaixada de Portugal em Cabo Verde e do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua    
Apoios à divulgação: RTP - Rádio e Televisão de Portugal

O filme é uma coprodução entre Cabo-Verde, Portugal e Suíça.

03.04.2025 | por martalanca | cabo verde, Denise Fernandes, Hanani