Da Resistência ao Colonialismo Português à África Pós-Independente

Este encontro reúne investigadores que trabalham a história do anticolonialismo africano, bem como das independências e da formação do Estado nos contextos moçambicano e angolano, sem esquecer as relações transnacionais que estes processos estabeleceram a uma escala global, da China ao Cuba, passando por Portugal.

Trata-se de um encontro promovido pelo Museu do Aljube, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e o Instituto de História Contemporânea (Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Évora), reunindo investigadores doutorandos e doutorados destas duas últimas escolas. O encontro é ainda palco para a apresentação e discussão de um trabalho recente dos historiadores Allen Isaacman (University of Minnesota) e Barbara Isaacman, autores de trabalhos de referência no quadro da história de Moçambique.

Local: Museu do Aljube — Rua Augusto Rosa, 42 — 1100-091 Lisboa

14h-16h | Da resistência ao poder: investigações em curso

– Matheus Pereira (ICS — ULisboa) | “Eu abaixo assinado enfermeiro no hospital de Magude”: notas sobre “enfermeiros indígenas”, assimilacionismo e estratégias de resistência ao colonialismo português em Moçambique (1917-1961)
– Tomás Diel Melícias (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST) | Camaradas de Angola: o maoismo na construção política da UNITA angolana
– Rita Narra Lucas (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST) | A revolução portuguesa de 1974 e o espectro terceiro-mundista
– Rebeca Ávila (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST) | Brasil e Cuba: entre a libertação africana e a revolução portuguesa
– Rodrigo Domenech de Souza (ICS — ULisboa) | Poder e produção no pós-independência moçambicano
– Edalina Sanches (ICS — ULisboa) | Partidos Únicos e transição para a democracia em África

Moderação de Victor Barros (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)

16h15-18h | Samora Machel, uma nova biografia

Conversa com Allen Isaacman e Barbara Isaacman sobre o seu livro “Samora Machel: a life cut short“.

Moderação de Nuno Domingos (ICS — ULisboa)

Informações aqui.

17.10.2022 | par Alícia Gaspar | colonialismo, colonialismo português, evento, ics-ul, lisboa, museu do aljube, pós-colonialismo

CICLO DE CINEMA - CINEMA E IMPÉRIO: CENSURA A FILMES DE AUTOR DURANTE O ESTADO NOVO - 12/13 DEZEMBRO - 17,30h - ENTRADA LIVRE

10.12.2013 | par raul f. curvelo | cinema, colonialismo português, Estado Novo, FILIPA LOWNDES VICENTE, instituto de ciências sociais, maria do carmo piçarra

700.000 fotografias do Portugal colonial

Mais de 700 mil fotografias do Portugal colonial vão estar disponíveis para consulta online. As imagens estão a ser digitalizadas dos acervos do Arquivo Histórico Ultramarino e do Instituto de Investigação Científica tropical.Neste momento já é possível consultar perto de 20 mil destas fotografias no site do Arquivo Científico Tropial Digital (http://actd.iict.pt/), algumas da autoria de Elmano da Cunha e Costa (ver foto), advogado em Lisboa e fotógrafo na África nos anos 30 cuja obra pictória está neste momento a ser estudada por uma investigadora holandesa.Segundo disse Catarina Marques, responsável pelo espólio do Instituto de investigação Científica Tropical e pela digitalização das imagens, as fotografias têm diversas proveniências e temáticas sendo a mais antiga de 1860 e as mais recentes de 1974.

As fotografias do espólio são valiosas também pelos vários tipos de processos fotográficos que ali existem, desde os métodos comuns de fotografia (com nitratos e acetatos de celulose) até métodos mais raros de papéis de ouro e platina.

Michele Marques Baptista

ver aqui

16.09.2013 | par martalanca | colonialismo português, fotografia

Ciclo 1961: o ano de todos os perigos. filme e conferência, Lisboa

O ano de 1961 foi, para o regime salazarista, o ano de todos os perigos, vindo a revelar-se como o annus horribilis do ditador. Em distintos contextos, múltiplos acontecimentos marcariam esse ano, prenúncio do final do regime colonial-fascista português. Porque uma das linhas de orientação temática do CES aposta no aprofundar do conhecimento sobre o espaço de expressão portuguesa – e sobre as suas ligações históricas – este conjunto de sessões procura reflectir sobre um espaço unido por várias histórias e lutas.

 

Em 2011 passam 50 anos sobre esse ano de todos os perigos. Boa ocasião para recordar factos muitas vezes esquecidos, ouvindo os seus protagonistas, enquadrando-os na história comum que une Portugal e os países em que se transformaram – ou se integraram – as suas possessões coloniais.

18 de Março de 2011, 15h00, Picoas Plaza, R. do VIriato 13 Lj 117/118, CES-LIsboa

Programa. Conferencistas: Fidel Reis, Historiador e Adolfo Maria, Comentador residente do programa Debate Africano, na RDP-África

Projecção do filme: “Deixem-me ao menos subir às palmeiras”, de Joaquim Lopes Barbosa(1972)

Fidel Raul Carmo Reis - Historiador, é docente na Universidade Agostinho Neto, na Faculdade de Ciência Social, tendo vindo a trabalhar desde há vários anos a história contemporânea de Angola, incidindo sobre o nacionalismo angolano e a questão colonial portuguesa.

Adolfo Maria – Inicou a actividade política em 1957, na Sociedade Cultural de Angola. No ano seguinte participou na campanha eleitoral de Humberto Delgado. Membro do Partido Comunista Angolano, é preso pela PIDE em 1959. Parte para o exílio em 1962. Milita na Frente de Unidade Angolana. Em Argel, em 1964, é um dos organizadores do Centro de Estudos Angolanos. Transferido para Brazaville em 1969, dirige a Rádio Angola Combatente. Quadro destacado do MPLA, adere à fracção Revolta Activa. Em 1987, com Mário Pinto de Andrade e Gentil Viana, forma o Grupo de Reflexão sobre Angola, que defende a necessidade urgente de paz. Comentador residente do programa Debate Africano, na RDP-África.

Sinopse do filme

Numa grande fazenda em Moçambique, um capataz negro, agente e lacaio do colonizador, submete os nativos a penosas e infidáveis horas de trabalhos forçados, no cultivo das machambas, que muitas vezes só terminam com o desfalecimento dos mais fracos.

Certo dia, o capataz viola Maria, a filha de Madala, trabalhador ancião, tendo de enfrentar a fúria dos camaradas, que incitam o velho à revolta. Mas, Madala mostra-se incapaz, após anos de exploração, e aceita a ultrajante oferta duma garrafa de vinho do seu ofensor, acabando por sucumbir ao desgosto.Filme produzido em Moçambique e baseado no conto “Dina”, incluído na obra “Nós Matamos o Cão Tinhoso” de Luís Bernardo Honwana.

Primeiro filme rodado no Ultramar por ultramarinos, “Deixe-me Subir ao Menos às Palmeiras” é considerada uma obra de ficção exemplar sobre o colonialisno, numa perspectiva crítica e alegórica. Falado em ronga e inglês, com legendas em português.Foi proibido pela Censura. A sua ante-estreia, no Cineclube do Porto, data de 1975, após a queda da ditadura.

Organização: Maria Paula Meneses e Diana Andringa.

Evento associado ao Núcleo de Estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito. Ciclo no âmbito de “2011 – Ano Internacional dos Afro-Descendentes”. Mias informações: ceslx@ces.uc.pt 

14.03.2011 | par franciscabagulho | colonialismo português, independências africanas