Já está disponível segundo volume da VOLTA para tua terra

Após edição de sucesso em poesia (2021), 34 autores estrangeiros apresentam seus textos em prosa

Pré-venda.

 

Já está disponível em pré-venda o segundo volume da ‘VOLTA PARA TUA TERRA’O livro, que desta vez contém textos em prosa, une-se ao primeiro volume de poesia publicado em 2021, compondo a coleção publicada pela Editora Urutau, de naturalidade brasileira com sede em Portugal e Galiza. A coleção se propõe a selecionar textos de escritores estrangeiros que residem em Portugal com a temática antifascista, antiracista, antixenofobia e anticolonial a partir de uma open call, e desta vez foram escolhidos 34 contos, crônicas, ensaios e relatos de autoria de escritores de oito países, entre eles Brasil, Italia, Angola, Colombia, Guiné Bissau, Argentina e Espanha.

Este livro inaugura uma nova fase, já que aquilo que pretendia-se apenas um livro cresceu para tornar-se uma coleção, ou um circuito. O editor Wladimir Vaz explica que não era um plano um segundo volume, mas o livro em prosa tornou-se um processo orgânico. “Não pensávamos em uma coleção de antologias, mas após a publicação do primeiro volume de poesia sentimos como ela serviu para estimular as vozes dissonantes que produzem literatura em Portugal, como um abrigo. Temos uma temática urgente e um perfil urgente de escritores que necessitam ter sua voz amplificada neste País”, contou Wladimir Vaz, editor e curador.

A curadora e organizadora Manuella Bezerra de Melo concorda quanto à urgência dos temas propostos. “Os imigrantes são uma grande parcela deste País, entretanto só pensa-se em imigrantes para funções específicas, nunca como produtores de conhecimento, de cultura. A VOLTA nos fez notar o quanto estas temáticas precisam de investimento dentro do campo literário, é um investimento necessário no campo simbólico, e o momento político só nos mostra cada vez mais essencial”, explicou Manuella Bezerra de Melo, organizadora e curadora da coleção juntamente a Wladimir Vaz.

Nas duas open calls foram recebidas centenas de textos, o que só comprova um grande fluxo produtivo de literatura entre imigrantes,  e com este segundo volume, a coleção já textos publicados de 70 escritores oriundos de 12 países, todos residentes em Portugal. A pré-venda segue até o lançamento oficial do segundo volume da VOLTA para tua terra, que está agendado para o próximo dia 15 de outubro, às 14h, no Museu do Aljube - Resistência e Liberdade, instalado na antiga cadeia do Aljube, e hoje, símbolo da resistência antifascista e democrática de Portugal. Também haverá um evento no Norte, ainda sem data nem local.


29.07.2022 | by Alícia Gaspar | antifascismo, antiracismo, editora urutau, literatura, livro, prosa, volta para tua terra

Género, domesticação e imigração contados por uma empregada de mesa em "Um Fado Atlântico"

A editora Urutau apresenta Um Fado Atlântico, novo livro da brasileira radicada em Portugal, Manuella Bezerra de Melo. O livro, publicado em Portugal e Brasil com distribuição para toda Europa, deve gerar algumas polêmicas em território português. Isto porque, a partir de uma personagem comum, uma empregada de mesa, o conto trata sobre questões espinhosas da imigração em Portugal. 


No prefácio que escreveu para o volume de poesia da antologia Volta para tua terra, Manuella Bezerra de Melo afirma que “A imigração é um labirinto”. Esta é a primeira pista para uma possível leitura de Um fado Atlântico, que conta a história de uma mulher imigrante presa neste labirinto. Empregada de mesa precarizada, esta personagem sem nome deixa sua cidade do outro lado do oceano para viver num país que, logo percebe, é muito diferente daquilo que imaginava. O que encontra é o subemprego e o preconceito, e passa por uma dificultosa adaptação onde é preciso muito esforço emocional para reconstruir seu lugar no mundo. 

Um Fado Atlântico é sobre a dimensão de gênero da imigração, principalmente para as mulheres brasileiras, mas também sobre a domesticação e a assimilação a que são submetidas as pessoas imigradas, evidenciando o sofrimento psíquico de alguém que se esforça para tornar-se aquilo que nunca poderá ser por uma tentativa inútil de se encaixar, de ser aceita, ou de minimamente não ser violentamente ferida. 

A autora delimita o livro a um tipo de ficção autobiográfica, género literário que tem sido explorado na produção contemporânea, principalmente no que tange a produzida por mulheres. E para Manuella, literatura e política são impossíveis de se distanciar. “Tudo na vida de uma mulher é político, não há uma fronteira que delimita o que é uma coisa e o que é outra”, explica. 

Segundo antecipa, a personagem do conto tem muito de si: a imigração, o trajeto que percorre, algumas experiências da vida prática. Entretanto a história é ficcional, e não há como ter certeza do que foi inventado e do que é real. “Neste livro, meu pacto com o leitor é deixá-lo livre para imaginar o que disto tudo pode ser da autora e o que pode ser somente dela, da personagem que também narra esta história, mas principalmente o que pode ser de todas nós, mulheres imigradas”, finaliza.

 A ilustração de capa é da artista eslovaca Zuzana Brakociová, e o livro está em venda no site da editora Urutau.

“há os poucos que perguntam de onde sou, o que faço aqui, normalmente as mulheres que, vez por outra, vem a seus papéis de esposa a constranger a imigrante da colônia que serve pratos aos maridos todos os dias. Respondo com educação, sucinta, calada, econômica. Quem era ela, econômica nas palavras. Evito olhar nos olhos para não ser mal interpretada. Respondo olhando para o chão, porque é para o chão olham as empregadas de mesa, e para onde devem olhar, é assim que rege o estatuto internacional deste ofício, principalmente o estatuto das imigrantes que servem mesas em tascas.” 

(Um fado Atlântico, IX, página 28 e 29) 

Minibiografia

Autora de Pés Pequenos pra Tanto Corpo (Urutau, 2019), Pra que roam os cães nessa hecatombe (Macabea,2020) e Um Fado Atlântico (Urutau,2022), Manuella Bezerra de Melo organizou a coleção de antologias VOLTA Para Tua Terra (Urutau, 2021; 2022). Participou de antologias poéticas, entre elas a Um Brasil ainda em chamas (Contracapa, 2022), e tem poemas e contos publicados em revistas literárias no Brasil, Portugal, Argentina, Colômbia, México, Equador e EUA. Para 2022 está previsto também seu primeiro livro de ensaio sobre a nova poesia brasileira no ciclo do Golpe de 2016 pela editora Zouk. É graduada em Comunicação Social com especialização em Literatura Brasileira, mestre em Teoria da Literatura e Literaturas Lusófonas e frequenta o Programa Doutoral em Modernidades Comparadas da Universidade do Minho, no norte de Portugal, onde vive desde 2017.

28.07.2022 | by Alícia Gaspar | Brasil, domesticação, editora urutau, género, imigração, livro, manuella bezerra de melo, Portugal, um fado atlântico

Visita o Aljube!

30 de julho de 2022 - 10H30
Museu do Aljube Resistência e Liberdade

Vem conhecer a exposição longa duração do Museu do Aljube Resistência e Liberdade, e as histórias da resistência à ditadura em Portugal até à revolução do 25 de Abril de 1974.

A exposição de longa duração do Museu apresenta aos visitantes no piso -1 uma mostra arqueológica com vestígios encontrados aqui.

No piso 0, o memorial de homenagem aos presos políticos, a história do edifício e a exposição temporária “Adeus Pátria e Família”.

No piso 1, a caracterização do regime ditatorial português (1926-1974), os seus meios de repressão e opressão (a Censura, as polícias e os tribunais políticos).

No piso 2, a resistência das oposições (semi-legais e clandestinas), a prisão, a tortura, os curros de isolamento.

No piso 3, a luta anticolonial e os movimentos independentistas de libertação, o derrube da ditadura e o 25 de Abril de 1974 e no piso 4, a exposição temporária “A Sagrada Família”.

Duração aproximada: 1h

Entrada livre, sujeita a inscrição em: inscricoes@museudoaljube.pt

27.07.2022 | by Alícia Gaspar | 25 de abril, cultura, exposição, museu do aljube, visita guiada

Cinalfama | Lisbon International Film Festival

25 julho a 29 julho 2022

Grupo Sportivo Adicense

O Bairro de Alfama recebe a primeira edição do Cinalfama – Lisbon International Film Festival. Um evento anual de cinema, com diversas categorias competitivas, programação indoor e outdoor e um programa educativo. O objetivo é celebrar o cinema e o Bairro, convocando realizadores de todo o mundo e dinamizando espaços e recantos esquecidos deste lugar histórico da cidade.

O Festival decorre em locais emblemáticos do Bairro de Alfama, como a histórica sede do Grupo Sportivo Adicense, as Escadinhas de São Miguel, o Beco do Loureiro e a Rua dos Corvos.

Programação completa aqui.

25.07.2022 | by Alícia Gaspar | alfama, bairro, bairro de alfama, bairros de lisboa, cinalfama, cinema, lisbon international film festival

Resistência Visual Generalizada - Livros de fotografia e movimentos de libertação: Angola,Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo-Verde, anos 1960-80

Desde 2019, Catarina Boieiro e Raquel Schefer têm desenvolvido uma investigação com vista a preparar um projeto de exposição em torno dos livros de fotografia realizados no contexto dos Movimentos de Libertação em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde (1960-80). Os livros compõem um corpus inédito e rico para analisar a história destas longas lutas pela independência, assim como para refletir acerca do potencial político da imagem.

Os livros de fotografia foram produzidos no contexto das lutas anticoloniais nos países africanos de língua portuguesa. Concebidas no âmbito dos movimentos de libertação (MPLA, FRELIMO, PAIGC) ou por fotógrafos, jornalistas e cineastas estrangeiros empenhados, estas publicações pouco conhecidas são acompanhadas por imagens, documentos políticos e filmes da época, ao mesmo tempo que são confrontadas com a criação artística e as lutas políticas do presente.

A exposição teve a sua primeira versão em Paris em (2021/2022), em parceria com o INHA (Institut National d’Histoire de l’Art) e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

Galerias Municipais de Lisboa – Torreão Nascente da Cordoaria Nacional  
Edifício Cordoaria Nacional, Av. da Índia,  1700-019 Lisboa

28/09 - 27/11/2022
Entrada livre

25.07.2022 | by martalanca | Catarina Boieiro, movimentos de libertação, Raquel Schefer

Festival Internacional de Teatro de São Tomé

Tchiloli uma tragedia actual. ©JoseMoraRamosTchiloli uma tragedia actual. ©JoseMoraRamos

Começa esta quinta-feira, 21 de Julho, em São Tomé, a primeira edição do Festival Internacional de Teatro de São Tomé, no âmbito do RECITE, um projecto liderado pelo Ministério do Turismo e Cultura de São Tomé e Príncipe, em parceria com a AEGUI - Associação de Escritores da Guiné-Bissau. Ao longo de 10 dias, o público são-tomense vai poder assistir a nove espectáculos, de cinco grupos nacionais e dois grupos vindos de Moçambique e Portugal.

O Festival, cuja sessão de abertura é presidida pelo Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe Jorge Bom Jesus, começa com a estreia de “Tchiloli, uma tragédia actual”, exercício-espectáculo que resulta de um Laboratório Teatral dirigido pelo encenador Andrzej Kowalski. A partir de um texto original, criado colectivamente no seio do grupo, oito actores e actrizes são-tomenses revisitam a tradição do Tchiloli e reflectem sobre a actualidade do país. O espectáculo é apresentado em duas sessões, a 21 e a 22 de Julho, no auditório do Arquivo Histórico, sempre às 19h00.

Ao longo dos dias seguintes, quatro grupos nacionais apresentam os seus trabalhos, todos também no Arquivo Histórico e sempre às 19h00: “Kinté de Motxi”, pelo Legi Tela (23 de Julho); “O Guloso Mentiroso”, pelo grupo Os Parodiantes da Ilha (24 de Julho); “Um olhar direccionado”, do Caravana Africana (25 de Julho); e “A busca do sonho”, pelo Surpresa da Madrugada (27 de Julho).

As participações internacionais nesta primeira edição do Festival são asseguradas pelo espectáculo “Pois é, vizinha” (Moçambique), com encenação de Maria Atália (26 de Julho, 19h00, no Arquivo Histórico) e por dois espectáculos da companhia portuguesa Teatro Meridional: “O Sr. Ibrahim e as Flores do Corão” (29 de Julho, 19h00, Arquivo Histórico) e “Elas”, um recital de poesia de língua portuguesa com Natália Luiza (30 de Julho, 19h00, Centro Cultural Brasil – São Tomé e Príncipe).

A 31 de Julho, domingo, pelas 16h00, o Festival encerra com o Tchiloli, pela Florentina de Caixão Grande.

O projecto RECITE

O projecto RECITE – Rede de Centros de Intercâmbio Teatral nos países de língua portuguesa é uma parceria entre o Ministério do Turismo e Cultura de São Tomé e Príncipe e a AEGUI – Associação de Escritores da Guiné-Bissau que assume como objectivo central a consolidação dos Centros de Intercâmbio Teatral de São Tomé e de Bissau, enquanto plataformas de intercâmbio e apoio à actividade das comunidades teatrais dos respectivos países. Para além de acções de formação (os laboratórios teatrais), de exercícios-espectáculo e de festivais internacionais de teatro nos dois países, o projecto prevê ainda acções de valorização e divulgação de manifestações artísticas tradicionais de São Tomé e Príncipe e da Guiné-Bissau e o arranque de projectos de qualificação ou de criação de espaços cénicos nas duas capitais.

Em São Tomé e Príncipe, a estreia do exercício-espectáculo e o Festival Internacional de Teatro são os primeiros momentos de partilha com o público do trabalho que vem sendo realizado desde Janeiro de 2022. Até Junho de 2024 (período de implementação do projecto), a acção estender-se-á à documentação (com a constituição de uma nova biblioteca de teatro no CIT-STP e realização de uma oficina de técnicas documentais), à disponibilização ao público de um acervo fotográfico sobre o Tchiloli e o Auto de Floripes e à qualificação do espaço polivalente da Casa da Cultura, melhorando as condições ao dispor da comunidade teatral e dos públicos de São Tomé.

O projecto RECITE é executado no âmbito do PROCULTURA, acção do programa PALOP-TL e UE, financiada pela União Europeia, co-financiada e gerida pelo Camões, I.P.

PROGRAMA
AUDITÓRIO DO ARQUIVO HISTÓRICO 
   21 de Julho, quinta-feira
   18h30 - Cerimónia de abertura
   19h00 - Tchiloli, uma tragédia actual | exercício-espectáculo do Laboratório Teatral (STP)

   22 de Julho, sexta-feira
   19h00 - Tchiloli, uma tragédia actual | exercício-espectáculo do Laboratório Teatral (STP)

   23 de Julho, sábado
   19h00 - Kinté de Motxi | Legi Tela (STP)

   24 de Julho, domingo
   19h00 - O Guloso Mentiroso | Parodiantes da Ilha (STP)

   25 de Julho, segunda-feira
   19h00 - Um olhar direccionado | Caravana Africana (STP)

   26 de Julho, terça-feira
   19h00 - Pois é, vizinha | enc. Maria Atália (MZ)

   27 de Julho, quarta-feira
   19h00 - A Busca do Sonho | Surpresa da Madrugada (STP)

   29 de Julho, sexta-feira
   19h00 - O Sr. Ibrahim e as Flores do Corão | Teatro Meridional (PT)

CENTRO CULTURAL BRASIL - SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
   30 de Julho, sábado
   19h00 - Elas [Recital de Poesia] | Teatro Meridional (PT)

CASA DA CULTURA      31 de Julho, domingo
   16h00 - Tchiloli | Florentina de Caixão Grande (STP)

20.07.2022 | by Alícia Gaspar | cultura, festival internacional de teatro de são tomé, projeto RECITE, São Tomé e Príncipe, tchiloli, teatro

Não há cura

Alice Marcelino / Carlota Bóia Neto / Daniela Vieitas /  Gabriela Noujaim / Indira Grandê / Pamina Sebastião / Sofia Yala

 21 de julho - 3 setembro

Performance “Na Porta ao Lado” de Daniela Vieitas.

Sessões | 19h-20h-21h

DJ Mistah Isaac apresenta“Wako Kungo Sessions” Hosted by Diaza 18h-22h

Galeria MOVART em Lisboa apresenta uma nova interpretação da exposição NÃO HÁ CURA, a coletiva que há um ano inaugurou no Instituto Camões em Luanda. A exposição é agora transportada para uma outra cidade, num outro país e continente. Embora num contexto sócio-político diferente, NÃO HÁ CURA reúne um conjunto de obras que refletem sobre problemáticas universais, e que fazem sentido serem agora mostradas no espaço lisboeta da Galeria MOVART.

A conversa e a desconstrução são os pontos de partida desta mostra que questiona a imposição dos espaços, das diretrizes curatoriais e das convenções sociais. Um diálogo, por ora, sem fim à vista, que se propõe redescobrir e resignificar o eu, o corpo e a mulher, procurando relançar e repensar radicalmente o papel da arte.

A exposição, inicialmente comissariada por Keyezua, conta com a participação de Alice Marcelino (Angola), Carlota Bóia Neto (Portugal), Daniela Vieitas (Portugal), Gabriela Noujaim (Brasil), Indira Grandê (Angola), Pamina Sebastião (Angola) e Sofia Yala (Angola) que irão apresentar obras inusitadas entre instalação, performance, fotografia, video e colagem.

Galeria MOVART,  Rua João Penha 14A, 1250 - 131 Lisboa

18.07.2022 | by Alícia Gaspar | alice marcelino, arte, Carlota Bóia Neto, cultura, Daniela Vieitas, exposição, feminismo, gabriela noujaim, Indira Grandê, movart, NÃO HÁ CURA, Pamina Sebastião, Sofia Yala

Sessão evocativa de Mário Domingues: 18 julho, 18h30, Paços do Concelho

O vereador Rui Tavares tem o prazer de convidar a assistir à sessão evocativa de Mário Domingues que irá decorrer no próximo dia 18 de julho, a partir das 18h30, na Câmara Municipal de Lisboa. Um dos autores pioneiros sobre a afirmação negra e a questão colonial, Mário Domingues será evocado por ocasião dos 100 anos de publicação da série “Para uma História da Colonização Portuguesa” no jornal “A Batalha”.

O evento contará com a presença de José Luís Garcia, Inocência Mata e Rui Tavares e irá também decorrer uma sessão de leitura de textos de Mário Domingues.

15.07.2022 | by Alícia Gaspar | câmara municipal de lisboa, Inocência Mata, jornal a batalha, jornalismo, josé luis garcia, mário domingues, negritude, pós-colonialismo, rui tavares

Virgínias

Lançamento do projeto “Virgínias”, um coletivo de mulheres que procura dar voz a textos inéditos escritos por mulheres (cis, trans ou não-binárias).

OPEN CALL:
Textos inéditos escritos por mulheres (cis, trans ou não-binárias) residentes no Algarve. Datas: de 4 a 24 de julho. www.casuloartesperformativas.pt/virginias

“Fazem alguma ideia de quantos livros se escrevem sobre mulheres no curso de um ano? Fazem ideia de quantos são escritos por homens?” in “Um quarto só seu”, Virginia Woolf

Quase 100 anos depois da publicação da obra literária “Um quarto só seu”, de Virginia Woolf, sabemos que as respostas a estas questões estão ainda longe de serem representativas e igualitárias tanto no panorama de criação literária, como em tantos outros. Foi a partir desta reflexão sobre a escrita de e sobre mulheres que nasceu o projeto “Virgínias”, um coletivo artístico que pretende dar voz a textos inéditos escritos por mulheres (cis, trans ou não-binárias).

A primeira incursão na busca destes textos originais – que não podem ter sido publicados, editados ou representados – será feita na região do Algarve, a partir do Cineteatro Louletano. Podem concorrer todas as mulheres (cis, trans ou não-binárias) que residam nesta região e que escrevam em qualquer uma das variantes da língua portuguesa, inclusive usando o género neutro. O envio de textos pode ser feito até dia 24 de julho, através deste site, e deve também incluir uma carta de apresentação e um texto original. Serão aceites diversas formas literárias, como ensaios, crónicas, contos, material biográfico, declarações artísticas, textos para cena, manifestos, cartas, etc, que privilegiem as temáticas de Identidade, Memória e Género.

Serão selecionados oito textos para serem trabalhados juntamente com o coletivo “Virgínias”, que posteriormente os levarão a palco numa leitura encenada. O trabalho de criação, edição, encenação e apresentação ao público será desenvolvido durante uma residência artística em Loulé, entre os dias 11 e 23 de agosto. A leitura encenada dos textos marca o encerramento da residência com uma apresentação que integra diversos grupos da comunidade local e que será gratuita e aberta ao público. Emmanuel Guilho

NOTA DE IMPRENSA

“Desejamos, enquanto coletivo de mulheres com experiências variadas no mundo artístico e editorial, encetar um trabalho de incentivo à criação e de divulgação de textos inéditos escritos por mulheres (cis, trans ou não-binária), levando-os a cena e publicando-os. É urgente contrariar a história da literatura que perpetua o privilégio de homens (geralmente brancos e de classe média) e corrigir o viés ideológico e social desta tendência. É necessário ampliar o universo de obras disponíveis para que haja uma representação da mulher e da comunidade LGBTQIA+ mais igualitária. Para isso é necessário descobrir, resgatar, reclamar esse espaço, dando voz e corpo a esses textos”, lê-se no comunicado do coletivo que inicia agora o seu trabalho.

Do coletivo “Virgínias” fazem parte Flávia Gusmão, Helena Ales Pereira, Inês Oneto, Madalena Palmeirim, Marlene Barreto e Patrícia Soso.

Esta residência é financiada pelo Cineteatro Louletano, produzida pelo Casulo, Artes Performativas e Audiovisuais e conta com os seguintes parceiros: Câmara Municipal de Loulé, Loulé Criativo, Mákina de Cena, Casa Cultura de Loulé, Grémio Dramático Povoense e Bô Dixam Bai Associação.

Para pedidos de informação, fotografias ou entrevistas, contactar com: Helena Ales Pereira
E-mail: helena.ales@gmail.com

14.07.2022 | by martalanca | feminismo, literatura, residência, Virgínias

Programa de Energias Renováveis para Mulheres: cada projecto uma história para votação

São doze mulheres, provenientes de São Tomé e Príncipe, de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, que ao longo dos últimos seis meses trabalharam diariamente para desenvolverem projetos de energia sustentável a serem implementados nas suas comunidades locais.

Da instalação de sistemas de energia solar ou de irrigação, a projectos educativos e de capacitação, ou projetos que permitam a possibilidade de conservação de alimentos, cada um destes projectos ajudará a desenvolver a economia local, a contribuir para o empoderamento e para a igualdade de género ou, até, gerar impacto social e ambiental nas comunidades abrangidas. Até ao dia 19 de Julho, estão abertas as votações para que o público ajude a eleger o projecto vencedor. Convidamo-lo a ouvir as histórias destas mulheres e a contribuir com o seu voto. Saiba mais aqui.

13.07.2022 | by Alícia Gaspar | cabo verde, empoderamento, energias renováveis, energias renováveis para mulheres, feminismo, Guiné Bissau, igualdade de género, São Tomé e Príncipe, votação