"Território, imigração e literatura: uma tertúlia-ocupação"

No dia 20 de abril, às 19h, mês simbólico de defesa da liberdade, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães acolhe o evento “Território, imigração e literatura: uma tertúlia-ocupação” que irá promover uma tarde de partilhas sobre a produção da literatura dos imigrantes, bem como as experiências dos autores, curadores e escritores estrangeiros em Portugal. 

O evento inicia-se às 19h00 com uma pequena mostra de vídeos-poemas produzidos por escritores estrangeiros que vivem e trabalham em Portugal, selecionados pelo editor Wladimir Vaz. Segue-se uma tertúlia com moderação da escritora e jornalista Carla Mühlhaus, onde participarão Manuella Bezerra de Melo, escritora, investigadora em Literatura Comparada pela Universidade do Minho, curadora e organizadora da coleção de antologias “Volta para a tua Terra”; e Wladimir Vaz, também organizador da mesma antologia e editor responsável da Urutau em Portugal e Espanha, responsável por trazer ao mercado várias dezenas de títulos de autores estrangeiros em atuação no País. A atividade encerra com um momento de leituras de autoras convidadas a partilharem os seus poemas e contos com o público.

 Entrada gratuita, até ao limite da lotação disponível

Manuella Bezerra de Melo é autora de “Pés Pequenos pra Tanto Corpo” (Urutau, 2019), “Pra que roam os cães nessa hecatombe” (Macabea,2020) e “Um Fado Atlântico” (Urutau,2022) e “Nova Poesia Brasileira: território, disputa e resistência” (Zouk, 2013). Organizou a coleção de antologias “Volta para a tua Terra” (Urutau, 2021; 2022) e participou de outras enquanto autora, entre elas a “Um Brasil ainda em chamas” (Contracapa, 2022) e “A Boca no ouvido de Alguém” (Através, 2023). Tem poemas e contos publicados em revistas literárias no Brasil, Portugal, Argentina, Colômbia, México, Equador e EUA. É graduada em Comunicação Social com especialização em Literatura Brasileira, mestre em Teoria da Literatura e Literaturas Lusófonas e frequenta o Programa Doutoral em Modernidades Comparadas da Universidade do Minho, no norte de Portugal, onde vive desde 2017. 
Wladimir Vaz é graduado em Filosofia (IFCH/Unicamp) e mestre em Artes Visuais (IA/Unicamp). Nasceu em São Paulo, viveu muitos anos na Galiza e hoje reside no Barreiro. Foi editor da editora ‘Medita’ e da revista ‘euOnça’. Desde 2015 é editor da ‘Urutau’. 
Carla Mühlhaus é jornalista e escritora brasileira, nascida no Rio de Janeiro, mas vive no Porto. É mestre em Comunicação e Cultura (UFRJ), especializada em Arte & Filosofia (PUC-RJ) e pós-graduada em Filosofia para crianças e adolescentes (UCP-Lisboa). Entre outros livros de não-ficção, é autora das biografias “A bela menina do cachorrinho” (Ediouro) e “Marilia Carneiro no Camarim das Oito” (Aeroplano / Senac RIo). Estreou-se na literatura com as novelas “À sua espera” (Dublinense) e “Nós vemos em Marduk” (Patuá). Recentemente integrou os dois volumes, poesia e prosa, das antologias “Volta para a tua Terra”: uma antologia antirracista/antifascista de poetas estrangeiros em Portugal (Urutau). É colunista na Revista Pessoa. 
Gabriela do Amaral nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, mas vive no Porto. É poeta, designer, pesquisadora independente e mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes pela Universidade do Porto (Portugal), cidade onde vive desde 2017. Autora de “Acidentes Tropicais” (Quelônio, São Paulo, 2019 e “Exclamação”, Porto, 2022), Cloro (“Flan de Tal”, Vila do Conde, 2019), “Língua-mãe” (Fresca, Porto, 2021) e “Pequenas Erupções” (Ed.7letras, Rio de Janeiro, 2022). Tem textos publicados nas plataformas portuguesas Gerador e Interruptor. Escreve sobre temas da língua, exílio e maternidade e conduz através de plataformas online encontros sobre escrita, leitura, maternidade e produção feminista. 
Hannah Bastos nasceu na Paraíba, mas reside a Guimarães. Licenciada em Estudos Portugueses pela Universidade do Minho, integra o Grupo de Estudos Brasileiros (GEB) e é pesquisadora autónoma sobre experiências afro diaspóricas e decolonais. O seu eu conto “papas de aveia” foi publicado pela editora Urutau no segundo volume da coleção de antologias “Volta para tua Terra”. Coordena o clube Mulheres do Atlântico, voltado para a literatura afro-diaspórica produzida por mulheres e compõe a equipa que realiza o ‘Minha Poetry Slam’ em Guimarães. 
Jorgette Dumby nasceu em Luanda, na Angola. Tem vários textos publicados, entre eles um poema e um conto nos dois volumes da antologia “Volta para a tua Terra”, para além de dois poemas na antologia “Reconstituição Portuguesa”, publicada pela Companhia das Letras (Penguin). É Slammer, coordenadora do Slam das Minas Coimbra e da Secção de Escrita e Leitura da Associação Académica de Coimbra (SESLA

 

 

 

13.04.2023 | por martalanca | imigração, literatura:, manuella bezerra de melo, território

Género, domesticação e imigração contados por uma empregada de mesa em "Um Fado Atlântico"

A editora Urutau apresenta Um Fado Atlântico, novo livro da brasileira radicada em Portugal, Manuella Bezerra de Melo. O livro, publicado em Portugal e Brasil com distribuição para toda Europa, deve gerar algumas polêmicas em território português. Isto porque, a partir de uma personagem comum, uma empregada de mesa, o conto trata sobre questões espinhosas da imigração em Portugal. 


No prefácio que escreveu para o volume de poesia da antologia Volta para tua terra, Manuella Bezerra de Melo afirma que “A imigração é um labirinto”. Esta é a primeira pista para uma possível leitura de Um fado Atlântico, que conta a história de uma mulher imigrante presa neste labirinto. Empregada de mesa precarizada, esta personagem sem nome deixa sua cidade do outro lado do oceano para viver num país que, logo percebe, é muito diferente daquilo que imaginava. O que encontra é o subemprego e o preconceito, e passa por uma dificultosa adaptação onde é preciso muito esforço emocional para reconstruir seu lugar no mundo. 

Um Fado Atlântico é sobre a dimensão de gênero da imigração, principalmente para as mulheres brasileiras, mas também sobre a domesticação e a assimilação a que são submetidas as pessoas imigradas, evidenciando o sofrimento psíquico de alguém que se esforça para tornar-se aquilo que nunca poderá ser por uma tentativa inútil de se encaixar, de ser aceita, ou de minimamente não ser violentamente ferida. 

A autora delimita o livro a um tipo de ficção autobiográfica, género literário que tem sido explorado na produção contemporânea, principalmente no que tange a produzida por mulheres. E para Manuella, literatura e política são impossíveis de se distanciar. “Tudo na vida de uma mulher é político, não há uma fronteira que delimita o que é uma coisa e o que é outra”, explica. 

Segundo antecipa, a personagem do conto tem muito de si: a imigração, o trajeto que percorre, algumas experiências da vida prática. Entretanto a história é ficcional, e não há como ter certeza do que foi inventado e do que é real. “Neste livro, meu pacto com o leitor é deixá-lo livre para imaginar o que disto tudo pode ser da autora e o que pode ser somente dela, da personagem que também narra esta história, mas principalmente o que pode ser de todas nós, mulheres imigradas”, finaliza.

 A ilustração de capa é da artista eslovaca Zuzana Brakociová, e o livro está em venda no site da editora Urutau.

“há os poucos que perguntam de onde sou, o que faço aqui, normalmente as mulheres que, vez por outra, vem a seus papéis de esposa a constranger a imigrante da colônia que serve pratos aos maridos todos os dias. Respondo com educação, sucinta, calada, econômica. Quem era ela, econômica nas palavras. Evito olhar nos olhos para não ser mal interpretada. Respondo olhando para o chão, porque é para o chão olham as empregadas de mesa, e para onde devem olhar, é assim que rege o estatuto internacional deste ofício, principalmente o estatuto das imigrantes que servem mesas em tascas.” 

(Um fado Atlântico, IX, página 28 e 29) 

Minibiografia

Autora de Pés Pequenos pra Tanto Corpo (Urutau, 2019), Pra que roam os cães nessa hecatombe (Macabea,2020) e Um Fado Atlântico (Urutau,2022), Manuella Bezerra de Melo organizou a coleção de antologias VOLTA Para Tua Terra (Urutau, 2021; 2022). Participou de antologias poéticas, entre elas a Um Brasil ainda em chamas (Contracapa, 2022), e tem poemas e contos publicados em revistas literárias no Brasil, Portugal, Argentina, Colômbia, México, Equador e EUA. Para 2022 está previsto também seu primeiro livro de ensaio sobre a nova poesia brasileira no ciclo do Golpe de 2016 pela editora Zouk. É graduada em Comunicação Social com especialização em Literatura Brasileira, mestre em Teoria da Literatura e Literaturas Lusófonas e frequenta o Programa Doutoral em Modernidades Comparadas da Universidade do Minho, no norte de Portugal, onde vive desde 2017.

28.07.2022 | por Alícia Gaspar | Brasil, domesticação, editora urutau, género, imigração, livro, manuella bezerra de melo, Portugal, um fado atlântico

Terça-feira: Tudo o que é sólido dissolve-se no ar

Quando era criança assistia fascinada, como muitas pessoas da minha geração, aos programas televisivos do Vasco Granja e ficava deliciada com aqueles desenhos animados que criavam mundos a partir de plasticina, cartolina ou de uma só linha. Cerca de trinta e tal anos depois convoco esse universo, nomeadamente o trabalho de Osvaldo Cavandoli, para esta segunda criação do projeto Sete Anos Sete Peças.Tendo em conta que uma linha reta é a linha mais curta que se pode traçar entre dois pontos,este é o ponto de partida escolhido por mim e pelo Luca Bellezze para a criação de uma espécie de cartoonao vivo urdido a partir de um fio. Numa lógica de frameaframe, vai sendo construída uma narrativa visual e sonora que retrata, de forma sintetizada, aspetos particulares da realidade contemporânea.Num tempo em que as linhas divisórias, as fronteiras, as barreiras, as linhas da frente e de mira dos conflitos bélicos, as fileiras e as linhas de identificação do drama dos refugiados, as linhas de respeito dos limites marítimos das nações, as linhas duras das fações radicais de organizações políticas e religiosas estão na ordem do dia, pretendemos trabalhar (n)uma linha unificadora, capaz de juntar o que se encontra separado.

Cláudia Dias

sexta, 31 março →  conversa após o espetáculo 
José Goulão (jornalista), Gustavo Carneiro (Conselho Português para a Paz e Cooperação) e Cláudia Dias, numa conversa moderada por Jorge Louraço (dramaturgo, professor na ESMAE), vão falar da crise dos refugiados puxando o fio à meada, procurando a origem dos factos, retrocedendo passo a passo pelos caminhos onde foram deixadas pegadas de refugiados políticos, económicos ou ambientais, até encontrar o desastre climático, a fome ou a guerra, e, na origem destes infernos, os pecados mortais cometidos a sul e a oriente da Europa por homens, europeus, brancos — quase todos, mas não só.

Ficha artística

conceito e direcção artística: Cláudia Dias Artista convidado: Luca Bellezze
texto: Cláudia Dias
intérpretes: Cláudia Dias e Luca Bellezze Olhar Crítico – Sete Anos Sete Peças: Jorge Louraço Figueira Cenografia e desenho de luz: Thomas Walgrave
assistência: Karas
animação: Bruno Canas
direção técnica: Nuno Borda De Água
produção: Alkantara
coprodução: Maria Matos Teatro Municipal; Teatro Municipal do Porto Residências Artísticas: Teatro Municipal do Porto/Teatro do Campo Alegre; O Espaço do Tempo; Centro Cultural Juvenil de Santo Amaro – Casa Amarela
agradecimentos: Ângelo Alves, Anselmo Dias, Ilda Figueiredo, José Goulão, Jorge Cadima, Paulo Costa O projeto SETE ANOS SETE PEÇAS é apoiado pela Câmara Municipal de Almada

Alkantara – A.C. é uma estrutura financiada por: Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa

28.03.2017 | por marianapinho | barreiras, Cláudia Dias, conflitos bélicos, fronteiras, imigração, linhas divisórias, miras, refugiados

Africanos em Portugal, da escravatura à imigração, Colóquio I LISBOA

10 e 11 de março no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, Telheiras

10 - 1º dia
14h30 - Boas vindas pela Direção da VCA e Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Pedro Delgado Alves
14h45 - A silenciosa presença africana em Portugal
João Lavinha. Investigador do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge na área da genética humana
15h20 - Africanos escravos e africanos livres em Portugal nos séculos XV a XVIII - Arlindo Caldeira. Historiador e investigador no Centro de História de Além-Mar da UNL  

16h00 - Pausa para café

16h30 - O associativismo e as manifestações culturais dos africanos em Portugal entre os séculos XV e XIX. - Jorge Fonseca. Historiador e Investigador no Centro de História de Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa
17h15- Africanos em Portugal: uma longa história de integração e de exclusão (séculos XV-XX) - Isabel Castro Henriques. Historiadora e professora da Universidade de Lisboa


11- 2º dia
14h30 - Falar de africanos na sociedade portuguesa contemporânea: novas fronteiras e novas retóricas de pertença e de exclusão - Celeste Quintino. Professora no ISCSP-Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e investigadora na área das migrações
15h10 - As comunidades africanas na atualidade - Adolfo Maria, jornalista e escritor angolano. Augusto Mansoa, presidente da Federação das Associações Guineenses. Delmar Gonçalves, escritor, presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos da Diáspora. Goretti Pina, escritora e designer santomense. Flávio Almada, Associação Cultural Moinho da Juventude. José Luís Hopffer Almada, Associação Caboverdeana
e Pedro Delgado Alves. Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar
Moderadoras Fernanda Freitas e Luísa Ferreira – VCA
16h30 - Pausa para café
17h00 - Sessão de Encerramento Presidente da VCA-Vida, Cultura e Arte
Música africana - Calú Moreira e a sua Banda

03.03.2017 | por martalanca | africanos, escravatura, imigração, Portugal

Documentário Imigrason

21h Casa do Brasil, Lisboa

Cantados em crioulo ou com sotaque brasileiro, os ritmos imigrantes contagiaram o panorama artístico de Lisboa. Do centro da cidade à sua periferia, ouve-se Funaná, Coladeira, Morna, MPB, Forró, Baião, numa polifonia musical que aproxima outras margens do Atlântico. Os músicos imigrantes são os maestros dessas sonoridades, capazes de aproximar pessoas de mundos sociais bem distintos. Mas quem são esses artistas? Como vieram a Portugal? O que pensam sobre o seu trabalho e a sua arte? O documentário ImigraSom vai ao encontro de músicos brasileiros e cabo-verdianos em busca de respostas. Passeia por pistas de dança da Cova da Moura, bares do Bairro Alto e ruas da cidade, onde a música celebra a vida e um mundo sem fronteiras.
Protagonistas: Bibia, Galo, Kuaqua, Natureza


Realização
Otávio Raposo
Olímpio Alves
Duração: 42 min.
Trabalho desenvolvido no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL) no âmbito do projeto “O Trabalho da Arte e a Arte do Trabalho. Circuitos criativos de formação e integração laboral de artistas imigrantes em Portugal”.
Coordenação: Lígia Ferro (CIES-IUL) e Otávio Raposo (CIES-IUL).
Investigadores de campo: Pedro Varela (CIES-IUL) e Ricardo Bento (CIES-IUL)
Financiamento:
ACM – Alto Comissariado para as Migrações
FEINPT – Fundo Europeu para Integração de Nacionais de Países Terceiros

20.10.2015 | por martalanca | documentário, imigração

Edital para atribuição de uma Bolsa de Investigação

Encontra-se aberto concurso para a atribuição de uma Bolsa de Investigação para licenciado no âmbito do projeto intitulado “O trabalho da arte e a arte do trabalho: circuitos criativos de formação e integração laboral de imigrantes em Portugal”, financiado pelo Alto-Comissariado para as Migrações (ACM), através do Programa Anual 2013 do Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de Países Terceiros (FEINPT), e em curso no CIES-IUL do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL).

 

Área Científica: Estudos Urbanos

Requisitos de admissão: Os candidatos deverão possuir formação académica em ciências sociais (licenciados ou mestrandos) com experiência comprovada no uso da metodologia etnográfica.

Condições preferenciais: Os candidatos devem ter experiência na realização de entrevistas e de vídeo etnográfico. O domínio do inglês e do crioulo será valorizado.

Plano de trabalhos: Participação nas várias atividades do projeto de investigação, designadamente na recolha, análise e sistematização de informação, na elaboração dos relatórios finais e colaboração na realização de um vídeo-documentário.

Legislação e regulamentação aplicável: Estatuto do Bolseiro de Investigação Científica; Regulamento da Formação Avançada e Qualificação de Recursos Humanos 2010 e Regulamento de Bolsas e Investigação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia em vigor (www.fct.pt/apoios/bolsas/regulamento.phtml.pt) e Regulamento de bolsas do ISCTE-IUL.

Local de trabalho: O trabalho será desenvolvido no CIES-IUL, sob a orientação científica dos coordenadores do projeto, Doutora Lígia Ferro e Doutor Otávio Raposo.

Duração da bolsa: A bolsa terá a duração de 6 meses, eventualmente renováveis até ao final do projeto, com início previsto para 27/10/2014.

Valor do subsídio de manutenção mensal: O montante da bolsa corresponde a 745€ conforme tabela de valores das bolsas atribuídas diretamente pela FCT, I.P. no País (http://alfa.fct.mctes.pt/apoios/bolsas/valores).

Métodos de seleção: O processo de seleção será desenvolvido com base na avaliação curricular e eventualmente uma entrevista. A avaliação curricular orienta-se pela valorização dos seguintes elementos:

a) Classificação da licenciatura (ponderação de 20%);

b) Experiência de trabalho no domínio das temáticas dos Estudos Urbanos e das Migrações (ponderação de 30%);

c) Formação em métodos qualitativos e experiência de trabalho de campo com metodologia etnográfica (ponderação de 30%);

d) Experiência de trabalho com vídeo-documentário (ponderação de 10%);

e) Domínio do inglês e do crioulo (ponderação de 10%);

Caso o júri considere necessário a entrevista individual, a mesma terá uma ponderação de 40%.

Composição do Júri de seleção: A seleção dos candidatos será efetuada por um júri constituído pelos coordenadores do projeto, acima identificados, e pelo Doutor Pedro Abrantes, investigador doutorado do CIES-IUL.

Forma de publicitação/notificação dos resultados: Os resultados finais da avaliação serão publicitados, através de lista ordenada por nota final obtida, sendo o candidato aprovado notificado através de e-mail.

Prazo de candidatura e forma de apresentação das candidaturas: O concurso encontra-se aberto no período de 22 de Setembro a 3 de Outubro de 2014.

As candidaturas devem ser formalizadas, obrigatoriamente através de correio eletrónico (cies@iscte.pt) com envio de carta de candidatura acompanhada dos seguintes documentos: Curriculum Vitae, certificado de habilitações e outros documentos comprovativos considerados relevantes, com indicação da referência da bolsa a que se candidata.

 

24.09.2014 | por martalanca | Bolsa, imigração

Inquérito de saúde às comunidades imigrantes em Portugal

O Instituto de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina de Lisboa e o Instituto de Investigação Científica Tropical estão a realizar um estudo para caracterizar o estado de saúde, a prestação de cuidados de saúde e as perspectivas perante a morte das comunidades imigrantes a residir em Portugal.

Este estudo visa contribuir para o desenvolvimento de políticas de saúde direcionadas para os imigrantes, no sentido de reduzir as desigualdades de saúde, no contexto do Plano Nacional de Saúde.

Se é imigrante e reside no distrito de Lisboa, poderá ser contactado por um membro creditado da nossa equipa para ser entrevistado entre os meses de Dezembro de 2012 a Fevereiro de 2013.

Por favor, colabore neste inquérito que também é seu! O questionário é breve, anónimo e confidencial!

Em caso de dúvida, contactar: Dra. Violeta Alarcão (Coord. Trabalho Campo).
E-mail: valarcao@fm.ul.pt

Estudo apoiado por:

web

17.12.2012 | por herminiobovino | imigração, lisboa, saúde

FESTA BUALA + lançamento de "Racismo e Imigração em Portugal"

6ª feira, 15 de Junho, entre as 21h30 e as 3h da manhã no Zona Franca no Bartô (Chapitô) LISBOA 

Bruno Peixe Dias, Nuno Domingos, K-beça, Badiu Branku são os djs da noite!!!!

Os dois anos de existência do Buala e o lançamento de um livro sobre racismo e imigração são o pretexto para esta grande noite!

Um livro que revisita a agenda política, mediática e social-científica da imigração em Portugal e desconstroi as categorias operadas na construção de identidades, procurando identificar os pontos frágeis das descriminações.

Uma plataforma de cultura africana contemporânea, BUALA, que implica as diásporas negras e também reflecte sobre a relação de Portugal com a sua imigração. 

Conversa/apresentação do livro com o filósofo André Barata, o rapper LBC e os coordenadores do livro (Bruno Peixe Dias e Nuno Dias), música (do black atlantic e não só), imagens e encontros, são o que lhe oferecemos nesta noite.


11.06.2012 | por martalanca | buala, imigração, racismo

9 de Junho- Lançamento de 'Imigração e Racismo em Portugal'

Leia a introdução e excertos desta obra aqui.

08.06.2012 | por joanapereira | imigração, racismo.

Woundscapes, LISBOA

Exposição Woundscapes | Diálolgos entre a Antropologia e a Arte18 Maio a 8 de Julho | Museu da Cidade


27.04.2012 | por franciscabagulho | imigração

ANGOLANOS NO RIO DE JANEIRO para documentário

tás a ver? procura personagens no Rio de Janeiro para o documentário TRIÂNGULO, uma co-produção Brasil (Tás a Ver), Portugal (Vende-se Filmes) e Angola (Geração 80):

  • alguém (mulher ou homem) que tenha imigrado de Angola para o Rio de Janeiro, por curta ou longa temporada, em qualquer momento dos últimos 5 anos 
  • idade entre 18 e 35 anos
  • é importante que more no Rio de Janeiro, capital, não importando o bairro
  • damos preferência à pessoas que tenham imigrado para estudar, ocupar um bom posto de trabalho ou mesmo para empreender um negócio. 

Pretendemos seguir o dia-a-dia do personagem pelo Rio de Janeiro, o seu pequeno mundo e rituais  cotidianos. Queremos perceber como ele vai tomando contato com a realidade cultural brasileira/carioca e como é a sua relação com a sua nova cidade, relacionando-a com a sua cidade natal. 

Queremos problematizar a visão de um Brasil que acolhe bem os seus imigrantes com uma sociedade que esconde alguns preconceitos. Também pretendemos abordar o fascínio que o Rio exerce sobre os imigrantes, contrapondo o imaginário com a realidade encontrada. 
Se você tem algum amigo ou conhecido cujo retrato se enquadre nesta breve descrição, por favor entre em contato com a gente!
Obrigada,
Fernanda Polacow +55 (11) 74225282 fepolacow@gmail.com

Juliana Borges +55 (11) 81490715 julianabor@gmail.com

16.01.2012 | por martalanca | imigração

5ª Edição do Festival ImigrArte

Os objectivos gerais do Festival ImigrArte consistem principalmente na promoção da interculturalidade e cidadania, valorização dos imigrantes e pelo resgate dos seus direitos, divulgação das suas culturas e artes em solidariedade com o povo português.

A associação quer propor várias actividades nas quais associações e sócios podem participar, para poder ter no festival, uma representação a mais variada possível da cultura e das artes realizadas por imigrantes.Os interessados podem participar com:

-Uma banca de: artesanato/comidas/bebidas (de preferência típicas de cada país e não produtos importados)

-Como (grupo) artista: Dança, música, teatro, pintura, fotografia/cinema/contadores de  histórias/poesia/literatura/magia/malabarismo/artes de rua/outra

-Como professor/ a de workshops para: crianças/ adolescentes/ adultos/ idosos/outros

-Como conferencista/dinamizador/a de: debates/ tertúlias/  assembleias/ outras

-Com qualquer outra actividade que queira sugerir.

 Para uma melhor organização do festival, pedimos-lhe que preencha o Formulário de Inscrição (em anexo) até à data limite de 29 de Agosto de 2011 (inclusive), para o seguinte mail: festival.imigrarte2011@gmail.com.

18.08.2011 | por ritadamasio | activismo cultural, cultura, diversidade cultural, festival, imigração

JÓIAS NEGRAS DO IMPÉRIO

CICLO DE CINEMA FICHEIROS DA IMIGRAÇÃO   

Comemorando os cem anos da abolição oficial da escravatura, este documentário é um dos raros trabalhos realizados sobre a história dessa prática em Portugal, desde as caravelas que, em 1444, “descarregaram” os primeiros 235 escravos africanos em Lagos.

Documentário Anabela Saint-Maurice, Portugal ⁄ RTP Ano 1998 Duração 55’

 

ver programa

 

11.07.2011 | por martalanca | escravatura, imigração

Portugal aos Portugueses, Chullage e P!

Letra: chullage
Musica: P!
Label: Lisafonia
Realização: Catarina Severino
Grafismo e animação: vhils
Produção: Quarta Perfeita

08.03.2011 | por martalanca | Chullage, imigração

Conferência Filhos(as) da Emigração/Imigração Portuguesa

Conferência Filhos(as) da Emigração/Imigração Portuguesa
no Instituto Francês de Portugal (Av. Luís Bívar n. 91 – Lisboa)
5ª feira ,dia 24 de fevereiro.
ProgramaPrograma

19.02.2011 | por mariaprata | emigração, identidades culturais, imigração

De como se constrói um imigrante

Peço o título emprestado a um artigo de Ana Bigotte Vieira publicado no BUALA – Cultura Contemporânea Africana. A autora apresenta, sem sentimentalismos e excessos na escrita, a situação que se vive próximo de Ceuta, em solo marroquino, lugar onde se reúnem pessoas de várias nacionalidades, à espera do momento certo para tentarem o salto desesperado e esperançado contra o arame farpado. Contra elas, a exaustão, a fome, os abusos dos donos das redes de imigração ilegal, mas também das polícias marroquina e espanhola, e o SIVE, um sistema de detecção e bloqueio dos barcos dos imigrantes em alto mar, composto por radares, câmaras de vigilância e ligação por satélite, que permite às autoridades impedirem o acesso à costa.

Ao ler o artigo de Ana Bigotte Vieira, lembrei-me de um dos meus livros favoritos. Eldorado, de Laurent Gaudé (ed. ASA), veio parar nas minhas mãos por acaso. Comecei a ler com alguma indiferença - não tinha mais nada para ler naquele dia - mas rapidamente a escrita do autor francês me captivou e não consegui largar o livro até o acabar. Esta é a história do comandante Italiano Salvatore Piracci que durante vinte anos patrulha o Mediterrâneo e intercepta as embarcações dos imigrantes clandestinos, muitas vezes abandonadas em alto mar pelos traficantes. Um dia, a sua fé na missão é profundamente abalada quando é confrontado por uma sobrevivente que perdeu o seu filho durante a viagem. O comandante abandona tudo e todos e segue o caminho dos imigrantes, tornando-se um deles. Paralelamente, seguimos a história de dois irmãos que saem do Sudão esperando poder chegar à Europa, o novo Eldorado. Só um deles chegará ao destino.

Foi também ao livro de Laurent Gaudé que pensei quando olhei pela primeira vez para a obra do artista camaronês Barthélémy Toguo Road for Exile, integrada na exposição Islands Never Found, apresentada no Museu Estatal de Arte Contemporânea de Thessaloniki, Grécia. Mesmo antes de saber qual era o título da obra, a fragilidade no equilíbrio das peças amontoadas no barco, a falta de espaço, a transparência do mar feito com garrafas de vodka (bonito, mas duro e enganador ao mesmo tempo), lembrou-me as histórias contadas por Gaudé, o universo por ele descrito. Barthélémy Toguo criou até agora cinco versões da peça Road for Exile. Uma delas foi apresentada no ano passado no Carpe Diem no Bairro Alto (ler artigo no BUALA).

Recentemente li mais um romance cujo tema era a imigração. Leaving Tangier (não traduzido para português), do poeta e escritor marroquino Tahar Ben Jelloun, é um livro que conta a história de dois irmãos marroquinos que procuram uma vida melhor em Espanha. Um livro sobre uma realidade que em grande parte desconhecia (sobre o regime marroquino ou sobre as relações amorosas e a homossexualidade num país árabe), o contraste sempre presente entre o tradicional e o moderno, e também entre a Europa e a África do Norte. A abordagem a estas temáticas torna-se mais interessante pelo facto de o autor estar radicado em Paris há quarenta anos, vivendo entre (ou dentro de) as duas culturas.

Maria Vlachou

tirado do blog Musing on Culture

08.01.2011 | por martalanca | Barthélémy Toguo, deslocação, imigração