De Mindelo para a cidade do Porto: Bilan, a nova voz da música cabo-verdiana

De Mindelo para a cidade do Porto: Bilan, a nova voz da música cabo-verdiana De São Vicente para a cidade do Porto, do rock da banda "Freak", de Mindelo, para uma música mais eclética, aberta ao mundo, mas sempre cabo-verdiana. Este poderia ser um breve resumo do percurso do músico Elton Jorge Lima, de 31 anos, mais conhecido por Bilan que, depois de uma passagem pelos "Refilon", em Lisboa, e de ter integrado vários projectos musicais na Cidade Invicta, se prepara para lançar "Ilha", o seu primeiro CD.

Palcos

10.06.2012 | por Joaquim Arena

Áfricas e Marginalidade: uma recensão de "Voci dal Margine: la letteratura di ghetto, favela, frontiera"

Áfricas e Marginalidade: uma recensão de "Voci dal Margine: la letteratura di ghetto, favela, frontiera" O cronista a que se chama Gato Preto/ Nascido em Ilhéus, no centro do gueto/ Pele escura, olhos vermelhos, cabelos crespos/ Antepassado africano, descendente negro/ Pane extremamente, salve do gueto/ Todos descendentes do mesmo povo preto. (Altino Gato Preto – Baiha que Gil e Caetano não cantaram)

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08.06.2012 | por Luca Fazzini

Entrevista a Mark McKinney

Entrevista a Mark McKinney Entrevista a Mark McKinney, a propósito do seu livro The Colonial Heritage of French Comics. "Quer a série Tintin quer Zig et Puce estão pejadas de cenas de racismo colonial e antisemita. O busílis está em saber o que se deve fazer com essas obras. Eu estou em crer que a coisa mais acertada seria estudá-las de uma forma crítica, e utilizá-las para ensinarmos os outros, sobretudo os mais jovens, sobre o passado e a sua representação na banda desenhada. Quer Tintin no Congo quer A Estrela Misteriosa deveriam conter introduções fortemente críticas e independentes que analisassem como é que esses títulos são racistas e não diminuem a responsabilidade do artista em propagar essas perspectivas repreensíveis, como é usualmente feito pelos muitos hagiógrafos de Hergé."

Cara a cara

05.06.2012 | por Pedro Moura

The Colonial Heritage of French Comics de Mark McKinney

The Colonial Heritage of French Comics de Mark McKinney O debate de McKinney emprega, portanto, vários instrumentos e dedica-se a várias frentes de atenção, desde os veículos de circulação das bandas desenhadas estudadas até aos complementos autorais possíveis de coligir, sem jamais esquecer a contextualização histórica, em todas as suas dimensões. Estando o foco ancorado nessas obras mais antigas, compreende-se a genealogia estabelecida, mesmo que o autor precise que muitos outros títulos poderiam ser citados e estudados (nos Anexos críticos, encontramos alguns dos instrumentos de identificação e cômputo dos elementos pertinentes). Este é, portanto, um contributo de uma importância extrema, não apenas no que diz respeito ao próprio território da banda desenhada mas até mesmo para o que compõe o tecido social das nossas sociedades contemporâneas. É um gesto que contribui para “um alinhamento com os desenvolvimentos da pesquisa académica, a publicação, e uma intervenção no debate público sobre como perspectivar a história colonial e como tratar as minorias pós-coloniais” (120). Lição a qual deveria ter reverberação em Portugal.

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05.06.2012 | por Pedro Moura

O que nomeia a palavra “imigrante”?

O que nomeia a palavra “imigrante”? Publicamos aqui excertos dos textos do livro "Imigração e Racismo em Portugal" do Le Monde Diplomatique, organização de Nuno Dias e Bruno Dias Peixe

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02.06.2012 | por Bruno Peixe Dias e Nuno Dias

A Imigração no Cruzamento dos Discursos

A Imigração no Cruzamento dos Discursos Trata-se tão somente de uma revisitação, em modo crítico, de alguns dos principais temas que fizeram a agenda política, mediática e social-científica da imigração em Portugal nos últimos anos. Crítica no sentido que são os próprios limites das categorias usadas para fazer sentido dos fenómenos assim identificados que são expostos, procurando, desse modo, desnaturalizar conceitos que, pela repetição com que foram empregues, acabaram por se apresentar como transparentes, como reflexos da realidade que são supostos espelhar, quando, muitas vezes, são eles que comandam uma certa intervenção na realidade.

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01.06.2012 | por Bruno Peixe Dias e Nuno Dias

A África que anda a fazer suar Lisboa

A África que anda a fazer suar Lisboa “O B.Leza nasceu de uma história de amor”, em 1995, no Palácio Almada Carvalhais. 12 anos depois, uma ação de despejo contra o Casa Pia Atlético Clube – que subalugava o espaço ao B.Leza – atrapalhou as entrelinhas. Atrapalhou mas não matou. Após cinco anos à procura de casa, hoje revivem-se as noites de morna e coladeira. “Havia saudades do B.Leza”. Por isso é que, para além de um público jovem e renovado, continuam a ver-se os clientes do passado.

Cidade

28.05.2012 | por Rute Barbedo

Entrevista ao músico Muzila - Moçambique

Entrevista ao músico Muzila - Moçambique Muzila toca saxofone alto e canta para o seu projeto Muzilation, que mistura vários géneros musicais, desde o Jazz, passando pelo hip hop recorrendo à marrabenta. Muzila explica esta mistura dizendo que é o resultado das influências que foi acumulando ao longo da sua vida.

Palcos

26.05.2012 | por Carla Fernandes

Congoleses e congolesas,

Congoleses e congolesas, (No acto de proclamação da independência do Congo, não foi dada a palavra a Patrice Lumumba. Mas ele levantou-se e falou, dirigindo-se ao seu povo, não tratando o rei da Bélgica por «majestade» mas por «Sire»)

Mukanda

26.05.2012 | por Patrice Émery Lumumba

Africa 24 – Um novo olhar noticioso sobre o continente

Africa 24 – Um novo olhar noticioso sobre o continente Está claro que ninguém pretende que se deixem de noticiar factos como o recente golpe de Estado no Mali, todavia, há outros aspectos da realidade que também merecem dignidade noticiosa, nomeadamente os avanços de alguns países no combate à fome e à pobreza, a luta contra o analfabetismo, a industrialização de algumas cidades, a edificação de novas urbes, entre outros.

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25.05.2012 | por Emanuel João

o Buala faz dois anos e é dia de África!

o Buala faz dois anos e é dia de África! PARABENS BUALA !!!!!

Cara a cara

25.05.2012 | por Marta Lança

Sobre o campo de irreverência de uma Escola Artística na renovação da educação artística

Sobre o campo de irreverência de uma Escola Artística  na renovação da educação artística  O projecto de uma Escola Internacional de Arte (M_EIA) estabelecida no contexto preciso da ilha de São Vicente, Cabo Verde, no início do século XXI, materializa uma complexidade conceptual onde se relacionam, num nó cego, as controvérsias políticas da actualidade, na dimensão da sua globalidade e na precisão do local; a conflitualidade da arte e da cultura num panorama ambivalente onde a cultura visual se desequilibra entre o isolamento informativo e o acesso franco; o movimento solitário e comunitário por melhores condições de vida.

Vou lá visitar

23.05.2012 | por Rita Rainho e José Carlos de Paiva

Blog Emprestado: 'Jos Repertory Theatre: Trabalhar e viver na Nigéria', por Patrick- Jude Oteh

Blog Emprestado: 'Jos Repertory Theatre: Trabalhar e viver na Nigéria', por Patrick- Jude Oteh Patrick-Jude Oteh foi meu colega no ano passado no Fellowship do Kennedy Center. Lembro-me de ter ficado sem palavras depois da sua apresentação sobre o trabalho desenvolvido pelo Jos Repertory Theatre, que ele fundou numa pequena e agora dividida cidade nigeriana chamada Jos. Como é que uma companhia de teatro pode cumprir a sua missão num sítio onde a segurança das pessoas é uma das primeiras prioridades? E qual o papel dessa companhia num ambiente definido pelo terrorismo, a corrupção, divisões étnicas e religiosas? mv

Palcos

23.05.2012 | por Maria Vlachou

Translucidez

Translucidez Há uma guerra não declarada entre os habitantes do bairro residencial e os que vivem nos blocos de habitação social. É uma guerra silenciosa, mas, como em todas as guerras, assenta num ódio que não conhece excepções.

Mukanda

16.05.2012 | por Ana Cássia Rebelo

Na guerra, a vida sem filtro - entrevista a Cândida Pinto

Na guerra, a vida  sem filtro - entrevista a Cândida Pinto Nunca somos imparciais. A imparcialidade não existe. Nós podemos e devemos aproximar-nos o mais possível da verdade. (...) A minha profissão permite-me transmitir essa força que está a acontecer no momento, com distanciamento. Um jornalista que se torna porta-voz perde um bocado a razão de ser de estar ali, passou para outro campeonato.

Cara a cara

15.05.2012 | por Marta Lança

A poesia é para comer - Iguarias para o corpo e para o espírito

A poesia é para comer - Iguarias para o corpo e para o espírito Há muito tempo que versos e petiscos se cozinhavam na minha mente, em lume brando, como convém a uma receita que se quer apurada, insinuando no meu espírito aromas irresistíveis de cozinha de infância. Nasci numa família em que a gastronomia foi sempre – ao longo de gerações – um culto e um prazer, com honras de biblioteca e pesando, até, na escolha de itinerários de viagem. E o que pode haver de mais poético do que as memórias de um tempo em que tudo era assim, brando e promissor, sem pressas nem atropelos, apesar da sede imensa de uma vida inteira pela frente, por beber ainda? Enquanto tudo se espera, tudo pode acontecer…

Mukanda

15.05.2012 | por Ana Vidal

Revisão Musical: Conjunto Angola 70‏

Revisão Musical: Conjunto Angola 70‏ O baixo eléctrico, sem a relevância que viria a adquirir na música angolana nas décadas seguintes, ainda serve aqui fundamentalmente de âncora a todo o grupo, com linhas frequentemente repetitivas, mas hipnotizantes e que prendem o ouvido e convidam o ouvinte a uma dança.

Palcos

14.05.2012 | por Sachondel Joffre

Retrato em branco, pardo e negro

Retrato em branco, pardo e negro Os avós de todos eles são os africanos trazidos à força, os índios catequizados à força e a mistura à força de africanos e índios com brancos, sendo que esses brancos eram os portugueses. Há 200 anos o Rio de Janeiro tinha o maior porto negreiro do mundo, recentemente redescoberto nas obras de recuperação da zona portuária. Involuntariamente, a febre da Copa e das Olimpíadas desenterrou os ossos da história: o porto do Rio foi entrada para cinco milhões de negros até 1831, quando o tráfico começou a ser contrariado. E ainda demorou meio século até a escravatura ser proibida, em 1888.

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13.05.2012 | por Alexandra Lucas Coelho

Prefácio a "Futebol e Colonialismo. Corpo e Cultura Popular em Moçambique" de Nuno Domingos

Prefácio a "Futebol e Colonialismo. Corpo e Cultura Popular em Moçambique" de Nuno Domingos À primeira vista este trabalho é sobre futebol e o modo como era praticado em Lourenço Marques – a maior cidade e centro administrativo da colónia portuguesa de Moçambique – na primeira metade do século XX. O trabalho interpreta o desenvolvimento do jogo, desde a fundação dos primeiros clubes formados por expatriados ingleses, passando pela organização em Moçambique de filiais de clubes metropolitanos como o Sporting e o Benfica, até à abertura deste clubes a membros de uma elite Africana, a maior parte deles mestiços, e à criação da Associação de Futebol Africana, com jogadores, na sua maioria, provenientes das classes trabalhadoras africanas que viviam na periferia pobre da cidade onde estes jogos decorriam.

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12.05.2012 | por Harry G. West

Da etnografia do futebol suburbano em Lourenço Marques por José Craveirinha, a uma ciência das obras

Da etnografia do futebol suburbano em Lourenço Marques por José Craveirinha, a uma ciência das obras A presença do humor no jogo suburbano, considerava José Craveirinha, distinguia esta actividade desportiva de outras concepções de práticas físicas: «esses agregados de côr inebriam-se com a prática do desporto mas não como uma actividade de revigoramento físico; abstraem-se até desse conceito restritivo» (ibidem). Historicamente, o projecto de transformação do desporto num mecanismo de «revigoramento físico» desenvolvera-se na Europa pela tentativa de institucionalização estatal de uma dinâmica de contornos mais largos, típica das sociedades industrializadas e urbanas onde se expandiram novas práticas de lazer.

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12.05.2012 | por Nuno Domingos