CORPO em revista, novo projecto BUALA

CAMPANHA DO BUALA ONLINE AQUI

Durante o ano de 2013 a equipa BUALA vai trabalhar, pela primeira vez, numa temática específica, sem abandonar o seu restante trabalho arquivístico. Decidimos pensar sobre o CORPO. E, como resultado de um trabalho colectivo, faremos uma publicação que actualize esta reflexão, porque queremos complementar ao mundo digital a produção de objectos BUALA. No interesse de manter a nossa linha editorial independente e amplamente difundida, precisamos que o apreço daqueles que nos seguem, contribua para custear esta vontade. Para isso basta colaborar com a nossa campanha de crowdfunding (financiamento directo) na plataforma Massivemov, que estará online de 10 de novembro a 20 de dezembro. Pretendemos obter os fundos necessários para esta publicação, remunerando as colaborações, as traduções, imagem gráfica e todo o processo criativo e editorial. É uma meta ambiciosa mas necessária na valorização do trabalho de quem faz e pensa.  

Pensar sobre o corpo é uma necessidade estratégica, uma vontade de questionar os processos normativos de exclusão, naturalização e produção, pôr em movimento novas formas de estar no mundo, novos afectos, abrir o horizonte do pensamento sobre o corpo. A ideia é insistir menos na política identitária ou nas pretensões identitárias (e sua subversão enganadora) e mais na precariedade e suas distribuições da diferença e da exploração nos mapas do poder contemporâneo.

Iremos trabalhar no site quatro áreas das quais partiremos para construir a publicação, são elas:

- o corpo: vida e morte;

- corpos excluídos (sexualidade, classe, diferença cultural, doença, idade, incapacidade);

- corpos: dinâmicas e espaço (urbanismo, migrações);

- corpo; poética e tecnologia.

Alguns trabalhos serão publicados no site e uma selecção criteriosa será destinada à publicação BUALA – “Corpo em revista” (título provisório).


Para entrarmos na reflexão e discussão da temática do corpo, publicámos previamente no site BUALA, na secção Galeria, a obra de Zanele Muholi, fotógrafa sul-africana.

“Vejo-me como uma pessoa que ocupa um duplo estatuto: estou às vezes dentro e fora, traçando e cruzando fronteiras para reflectir tanto sobre os nossos deslocamentos como indivíduos negros no mundo inteiro, como sobre a nossa resiliência criativa para construir lugares através dos nossos corpos e comunidades. Através das minhas imagens, [quero levar] todos a questionarem actos como a negação do direito à cidadania, rejeitando os pedidos de visto, ou proibir a entrada num país ou até mesmo negar o direito de receber tratamento médico por falta de
dinheiro. Desafio todos a questionarem o porquê desta exclusão.”

Reunimos ainda um grupo de discussão para abordar interdisplinarmente esta temática em construção. As pessoas interessadas poderão participar física ou virtualmente nas ditas discussões que se celebrarão de forma periódica durante todo o próximo ano. Parte da conversa da primeira reunião pode escutar-se no vídeo que promove a iniciativa de crowdfunding.

Estão todas e todos convidados a participar e trazer contribuições para que esta publicação seja uma realidade e para a vitalidade do projecto BUALA. A contribuição financeira que cada pessoa ou colectivo fizer para este projecto será devidamente recompensada com exemplares do livro, acesso a artigos e a iniciativas BUALA e divulgada em todos os nossos meios de comunicação com especial enfoque no site e nas nossas redes sociais.


Atenção, o lançamento desta campanha será já no dia 9 de Novembro de 2012 com uma animada FESTA BUALA I das 22h às 4h, no Zona Franca no Bartô I ENTRADA LIVRE:

Uma festa cheia de ritmo: concerto de Claiana + djs Irmãos Makossa

Claiana, uma banda de improváveis,vêm do Porto para brindar a mestiçagem afro-hipster, sendo o “vocalista e frontman um autêntico Bruce Dickinson se este tivesse nascido em Cabo Verde.” O termo Claiana foi criado pelo pai do Gui quando alguém falava e não se percebia nada, o que coincide com as articulações vocais deste projecto.

Segue-se dancing pela noite fora com os vigorosos Irmãos Makossa que, na base do Afrobeat, viajam pelo Afrofunk, Highlife, Chimurenga, Soukous, Semba, Samba, Funana, Juju, Marrabenta e têm a responsabilidade de não deixar ninguém parar a não ser para ir buscar mais uma bebida.

E para quem não sabe ainda, esta é a festa do portal BUALA - um site de reflexão sobre cultura contemporânea africana que tem vindo a documentar os grandes debates culturais partindo de um conceito alargado de África pós-colonial, que nos implica a todos. Acreditamos na divulgação de ferramentas críticas, no exercício de pensamento em partilha, na problematização resistente a estereótipos e fixações de identidades. Mais do que palavras, o que interessa são os dois anos e meio de intensa actividade. Iniciado em 2010 com o apoio da Casa das Áfricas (São Paulo, Brasil) e Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, Portugal), o site BUALA www.buala.org conta com mais de 900 textos de diversos colaboradores (com tradução para francês e inglês), 18 galerias de artistas contemporâneos e mais de 2500 posts de actualidade cultural no blog DAFALA. Contabilizam-se mais de 266.500 visitantes (de 180 países) e 4760 seguidores no facebook.

Isto são números, mas neste breve período de BUALA o que temos em mãos? Muitos conteúdos que, numa perspectiva interdisciplinar, interligam o registo académico, jornalístico e artístico, novos autores com outros mais conhecidos. Tertúlias muito participadas e apresentações em cidades africanas e europeias. Colaborações espontâneas provindas de diversas partes do mundo, crescentes visitas e comentários que revelam a urgência deste projecto. Uma atenção àquilo que nos parece ter uma linguagem do novo e não da novidade. A possibilidade de publicar formatos que não cabem nos cada vez mais limitados jornais. A recusa de espaços corporativos. Observar as criações de lugares ditos periféricos que se inscrevem nesta tal contemporaneidade que todos partilhamos a tempos diferentes. O entusiasmo e o rigor mais do que a obrigação ou a defesa de interesses. Nisto tudo, defendemos que a liberdade editorial  possibilita a experiência. E vamos lá tentar.

 

DIVULGA. APARECE. PARTICIPA em Massivemov

mais infos: buala@buala.org I info@buala.org 

por Buala
A ler | 6 Novembro 2012 | Buala, corpo, livro