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 O presente livro propõe uma etnografia e história do funaná, uma prática de música e dança que emergiu na ilha de Santiago, Cabo Verde, no período pós-escravatura de final do século XIX, ligada às práticas expressivas de tocadores de gaita (um acordeão diatónico de botões), fero (uma barra de ferro friccionada e percutida com uma faca) e cantores, assim como de audiências participativas. Ao situar esta prática expressiva numa trajetória colonial e pós-colonial o livro procura questionar de que modo a prática cultural e a raça enquanto formação discursiva se entrelaçaram em contextos coloniais, como esse entrelaçamento foi questionado na pós-colonialidade, e que legados desse processo de racialização persistem no presente.
				O presente livro propõe uma etnografia e história do funaná, uma prática de música e dança que emergiu na ilha de Santiago, Cabo Verde, no período pós-escravatura de final do século XIX, ligada às práticas expressivas de tocadores de gaita (um acordeão diatónico de botões), fero (uma barra de ferro friccionada e percutida com uma faca) e cantores, assim como de audiências participativas. Ao situar esta prática expressiva numa trajetória colonial e pós-colonial o livro procura questionar de que modo a prática cultural e a raça enquanto formação discursiva se entrelaçaram em contextos coloniais, como esse entrelaçamento foi questionado na pós-colonialidade, e que legados desse processo de racialização persistem no presente. 		 Na Europa e nos Estados Unidos, existe também o regresso específico da forma e da nostalgia coloniais. Em Portugal, fiquei impressionado com a presença visível daquilo que ainda é referido como “exploradores” ou as “descobertas”, em vez de “colonizadores” e “encontro.” A representação de corpos africanos na arte e nos monumentos oficiais é muitas vezes estereotipada, quase degradante. Infelizmente, não vejo este caso como uma exceção, mas como um exemplo das novas divisões.
				Na Europa e nos Estados Unidos, existe também o regresso específico da forma e da nostalgia coloniais. Em Portugal, fiquei impressionado com a presença visível daquilo que ainda é referido como “exploradores” ou as “descobertas”, em vez de “colonizadores” e “encontro.” A representação de corpos africanos na arte e nos monumentos oficiais é muitas vezes estereotipada, quase degradante. Infelizmente, não vejo este caso como uma exceção, mas como um exemplo das novas divisões.		 Qual a relevância da obra de Ruy Duarte de Carvalho para se pensar a pós-colonialidade? É esta a questão que me parece quase óbvia, quando releio os seus textos, sobre eles reflicto, neles reencontro propostas que, escritas a partir de outros lugares ou de lugares idênticos – África, Europa, Brasil –, me suscitam interrogações semelhantes, formas de ler o passado e o presente em que me revejo mais facilmente do que em outros autores.
				Qual a relevância da obra de Ruy Duarte de Carvalho para se pensar a pós-colonialidade? É esta a questão que me parece quase óbvia, quando releio os seus textos, sobre eles reflicto, neles reencontro propostas que, escritas a partir de outros lugares ou de lugares idênticos – África, Europa, Brasil –, me suscitam interrogações semelhantes, formas de ler o passado e o presente em que me revejo mais facilmente do que em outros autores.		



