No século XVII, freiras portuguesas amantes da literatura criaram uma relação especial com uma religiosa erudita do México colonial, Sor Juana Inés de la Cruz. Com poesia e enigmas de amor, defenderam o direito das mulheres ao conhecimento. Os escritos das religiosas ganharam pó por 300 anos na Biblioteca Nacional, em Lisboa. Até que um investigador tropeçou nas folhas soltas.
Corpo
21.08.2020 | por Pedro Cardoso
Como todos, estou numa espécie de filme de ficção científica onde temos alguma comida extra e vamos acreditando no que nos dizem na TV. Só saí de casa antes de ontem à tarde para ir buscar cigarrilhas e fiquei numa "bicha" de zombies na estação da BP. Muitos com máscara e eu sem mascara porque pus no meu Buda. Tenho medo que apanhe qualquer coisa e me passe a crença budista - isto nunca se sabe. Estou meio sensibilizado com tudo o que vou vendo, mas o que mais me chocou foi o Donald Trump a ofender os chineses dizendo que o vírus veio da China.
A ler
21.03.2020 | por Adin Manuel
Mãe de três filhos pequenos, era o único sustento da família, o seu marido estava desempregado. Juliana é o exemplo de muitas mulheres que hoje em dia são as principais fontes de sustento das suas famílias – num panorama económico frágil onde as oportunidades de emprego são escassas. Como muitas das Zungueiras que são migrantes do interior do país – Juliana era originária de Libolo, província do Kwanza-Sul. Teria vindo para Luanda à procura de melhor qualidade de vida.
Cidade
29.03.2019 | por Beatriz Ramalho da Silva
A dívida impagável, enquanto imagem dialética, ajuda a ler o valor simultaneamente nas cenas econômica e ética, e como o capital é a mais recente configuração da matriz moderna de poder, contando com dispositivos de conhecimento (conceitos e categorias), uma gramática ética (princípios e procedimentos) e arquiteturas jurídico-econômicas (práticas e métodos), que derivam sua força de como a necessidade opera por meio de separabilidade, determinação e sequencialidade.
Mukanda
04.10.2018 | por Denise Ferreira da Silva
Umbuntu, umbundo tem a mesma origem. No Zimbabué, dizem ”uno”, umbuntu quer dizer “uno” em umbundo. “Eu não significo nada sem ti.” Se fico em casa sozinho começo a pensar nisso: em que consiste a minha hombridade? Sozinho não troco ideias, sou pessoa porque existem outras pessoas. A princípio era uma filosofia de carácter étnico, o grande segredo de Mandela e Tuto foi conseguir elevá-la para outra coisa, não é só “eu não sou nada sem o outro umbundo” para torná-la trans-étnica.
Cara a cara
09.07.2018 | por Marta Lança
Politizar o Antropoceno implica resignificar a noção de humano e fazer uma reflexão mais abrangente sobre as relações entre humanidade e poder, humanidade e natureza, ecologia e política. Implica mudar as palavras. E começar a reflexão a partir de uma escuta de posições não vistas.
A ler
22.10.2017 | por Rita Natálio
Este tipo de greve que interrompe a mobilização total a que todos estamos submetidos e que permite que nos transformemos pode ser chamado de greve humana, pois é a mais geral das greves gerais e o seu fim é a transformação das relações sociais informais que constituem a base da dominação. O carácter radical deste tipo de revolta reside no seu desconhecimento de qualquer tipo de resultado reformista com que pudesse ficar satisfeita.
A ler
18.01.2017 | por Claire Fontaine
É a possibilidade de descobrir que todos somos uma singularidade qualquer, igualmente amável e terrível, prisioneira das malhas do poder, à espera de uma insurreição que nos permita mudar a nós mesmos.Que amemos o comunismo quer dizer que acreditamos que as nossas vidas, empobrecidas pelo comércio e pela informação, estão prontas a elevarem-se como uma onda e a reapropriarem-se dos meios de produção do presente.
A ler
17.01.2017 | por Claire Fontaine
Acho que a nação é menos conversão política de “partilhas primordiais” do que arranjos políticos. Se um sistema conseguir produzir consensos tácitos a longo prazo pode fundar-se uma nação; é claro que a história comum ajuda. No caso de Angola, já existiam muitos elementos comuns que tornariam possíveis consensos suficientes para o país dar certo; faltou audácia política.
Cara a cara
27.02.2016 | por Marta Lança
Conhecemos familiares e amigos dos 15 jovens acusados de planejar uma rebelião que vão a julgamento a partir de hoje no Tribunal de Luanda. Eles participavam de um grupo de estudos baseado no livro “Da Ditadura à Democracia”, do americano Gene Sharp, com dicas práticas para realizar protestos pacíficos contra governos autoritários. Também conhecemos e conversamos com jornalistas, acadêmicos, diplomatas, empresários, diretores e funcionários de empresas brasileiras. Mas, na Angola do presidente José Eduardo dos Santos há pessoas com quem se pode e pessoas com quem não se pode falar.
Vou lá visitar
16.11.2015 | por Eliza Capai e Natalia Viana