O recente acréscimo de protagonismo das vozes de negros e afrodescendentes que, em Portugal, crescentemente se posicionam contra o racismo gerador desigualdade de oportunidades, é o que melhor configura a força de uma ancestralidade que merece ser resgatada e inventada.
A ler
26.05.2019 | por Bruno Sena Martins
O novo caso, actualmente a ser julgado em tribunal, rejeita a versão dos acontecimentos tal como foi transmitida pelos agentes da polícia, e acusa-os de agressão física, rapto agravado, tratamento desumano, e de incitamento à discriminação, ódio e violência por motivos raciais – bem como de injúria e falsificação de testemunhos e documentação.
Corpo
25.11.2018 | por Ana Naomi de Sousa
A obra da artista brasileira mostra a vulnerabilidade a que sempre estiveram sujeitos os negros e, duplamente, as mulheres negras; e outros efeitos que o colonialismo, a escravatura e a expropriação dos recursos naturais na América Central, do Sul e em África, vieram provocar.
Cara a cara
24.10.2017 | por António Pinto Ribeiro
A proposta da viagem era ir aos lugares de onde foram tirados esses africanos. Muitos já tinham sido escravizados por senhores locais, que com o interesse dos europeus incrementaram a prática; muitos outros foram aprisionados pela primeira vez; mas a exposição não entra por estes antecedentes. Concentra-se no que o fotógrafo foi encontrando da memória afro-brasileira: castelos, fortalezas, pelourinhos, rituais, danças, festas. Aquilo que foi levado para o Brasil, mas também o que do Brasil voltou para África, com os escravos libertos no século XIX, os retornados, chamados de agudás no Benim, amarôs no Togo e na Nigéria, ou tabons no Gana. Acontece terem nomes como Almeida, Silva. Fazem churrasquinho, feijoada, carnaval.
Vou lá visitar
05.01.2017 | por Alexandra Lucas Coelho
Reconhecer o protagonismo de mulheres e homens negras/os é inadiável para descolonizar a memória, chave para o empoderamento e a emancipação coletivos. Construtoras/es de cidades e de cidadania, suas histórias desconstroem a versão embranquecida de um 13 de maio que pretendeu, durante muito tempo, reiterar a subalternização e o apassivamento. Ao contrário de comemorativa, esta é uma data de luta contra as marcas da violência colonial arraigadas nas estruturas e nos territórios brasileiros.
Cidade
05.07.2016 | por Andréia Moassab, Joice Berth e Thiago Hoshino
História é um fio inquebrantável, governador, e por isso acho importante falar de rebeliões escravas. E repressão por parte das polícias. Outra rebelião importante a ser lembrada, e que também possui ligações com o Cabula, é a Rebelião Malê, cuja repressão foi uma das maiores já perpetradas pelo governo brasileiro, mas cuja repercussão, hoje sabemos, foi de suma importância para começar a se pensar sobre o fim da escravidão no Brasil. Imagine-se, governador, vivendo naquela época e sendo responsável pela segurança pública da capital baiana onde já vivia, talvez, o maior número de negros da América Latina.
Mukanda
28.02.2015 | por Ana Maria Gonçalves
Os países que escravizaram devem compensar os escravizados? Há quem diga que sim e até aponte um valor para uma indemnização: 30 triliões de dólares vezes 10 mil. Há quem diga que não, porque isso seria voltar à menorização dos colonizados. Antes disso, Portugal deve debater o seu passado esclavagista, dizem historiadores.
A ler
12.11.2014 | por Joana Gorjão Henriques
Em 1781, o iluminista Condorcet escrevia um violento libelo contra a escravatura, que se converteria numa obra clássica de denúncia. Ensaio intemporal, famoso pela posição veemente do autor e publicado sob pseudónimo, «Reflexões sobre a Escravidão dos Negros» é, em última instância, uma condenação das injustiças e um apelo ao fim da indiferença social, para que cessem os ultrajes aos princípios que norteiam a Humanidade. A presente edição inclui ainda os textos «Ao Corpo Eleitoral, contra a Escravidão dos Negros», destinado a apaziguar os receios económicos dos colonos da época, e «Sobre a Admissão de Deputados dos Plantadores de São Domingos à Assembleia Nacional», que põe em causa o direito dos esclavagistas à representação parlamentar.
Mukanda
21.01.2014 | por Condorcet
Os escravos não eram contudo apenas elementos de ostentação ou serviçais da casa do senhor. A maior parte das vezes, constituíam ainda uma fonte de rendimento ao desempenharem tarefas remuneradas; eram os chamados «escravos de ganho». Havia proprietários que, propositadamente, lhes faziam aprender um ofício para alugarem os seus serviços. Neste caso, o escravo recebia um salário como o trabalhador livre, com a diferença de que revertia na íntegra ou na maior parte para o senhor. Podiam encontrar‑se nos trabalhos domésticos, mas era, sobretudo, nas oficinas artesanais, nas embarcações ou nos serviços públicos que se utilizavam.
A ler
23.03.2012 | por Maria do Rosário Pimentel
Actualmente é notório, em várias sociedades, o preconceito no que diz respeito ao cabelo natural dos negros. Na sociedade angolana, à semelhança de várias outras, o preconceito e a pressão exercida sobre quem usa o cabelo natural é gritante há vários anos e tende a ser cada vez maior.
Vou lá visitar
10.10.2011 | por Hindhyra Mateta
O homem que compra bananas no mercado do Soweto está cansado de ouvir falar em tensões raciais na África do Sul. Na África do Sul, em 2010, há brancos com medo e negros com discursos de ódio? Há. Há também negros com medo e brancos com discursos de ódio. Nem uns nem outros são a maioria.
A ler
10.06.2010 | por Miriam Alves