A literatura do Gana nunca foi uma referência no continente. A sua pequena produção foi sempre considerada pequena quando comparada com as cenas frutíferas dos seus países vizinhos. Estar situado entre o Togo e a Costa do Marfim e demasiado perto do gigante Nigéria não ajudou ao desenvolvimento da literatura ganesa. Demasiado talento à volta e muito pouco interesse entre a sua população, que dificilmente pode aceder a livros publicados, não por falta de meios, mas devido à ausência dos mesmos. Em suma, até há cinco anos, a cena literária do Gana era pouco mais do que um terreno baldio. Mas o Gana está, finalmente, a despertar da letargia cultural que o assola desde o final dos anos 80, e a literatura não é excepção.
A ler
25.02.2021 | por Javier Mantecón
A riqueza desta, agora premiada, trajetória de vida ganha forma em uma produção extremamente original e plasticamente epifânica, mas também em um método de ensino elaborado ao longo dos anos de docência, e cujas orientações podem ser resumidas como segue: busque inspiração na sua história pessoal; olhe o ambiente ao seu entorno em busca de materiais; viaje e traga todas essas experiências para seu trabalho...
Cara a cara
27.04.2015 | por Icaro Ferraz Vidal Junior
Um negro das Caraíbas que empreenda uma viagem semelhante a África está menos seguro. A sua relação com esse continente é mais pessoal e mais problemática. Mais pessoal, porque as suas actuais condições de vida e o seu estatuto como homem indicam claramente as razões que levaram os seus antepassados a abandonar aquele continente. Essa emigração não foi um acto voluntário, foi uma deportação comercial cujas consequências deixaram marcas profundas em todos os aspectos da vida das Caraíbas. Estas consequências sentem-se de um modo mais profundo na sua vida pessoal e na sua relação com o ambiente que o rodeia: as políticas raciais e coloniais que constituíram o fundamento e o marco da sua passagem da infância à adolescência. A sua relação com África é mais problemática, porque ao contrário do Americano, ninguém lhe deu a conhecer a história desse continente.
Mukanda
31.05.2011 | por George Lamming
Se é verdade que a arte africana acontece, na sua grande maioria, no hemisfério Norte, e as suas maiores conquistas (políticas, financeiras, filosóficas, estéticas, etc.) aqui tiveram lugar, é certo que o continente africano se afirma cada vez mais como espaço relacional privilegiado para os agentes culturais. Jorge Rocha trabalhou sobre as relações sociais que se estabelecem em torno da comida. Digamos que entrou pela boca de cada um dos participantes, que o mesmo é dizer, pelos seus desejos, necessidades, ou primitivismos. Entrou pela boca, no centro de África. Pelos seus paladares, cheiros, cores, e sabores.
Cara a cara
08.02.2011 | por Marta Mestre
Alguns países de África começaram a reconhecer o potencial do setor cultural para a diminuição da pobreza e criação de empregos, e envolveram governos visando apoio a estes setores. Na Conferência Ministerial que ocorreu em Moçambique, em 2000 - sobre o papel e lugar da cultura na agenda de integração regional - os estados membro concordaram em “tomar passos decisivos em direção à promoção das indústrias culturais como forma de explorar sua potencialidade no sentido de diminuição da pobreza, geração de empregos e contribuição ao crescimento econômico”. Nollywood, por exemplo, dá trabalho direta ou indiretamente a 2 milhões de pessoas.
Afroscreen
15.05.2010 | por Alessandra Meleiro