Zineb Sedira. Standing Here Wondering Which Way to Go

20 set 2025 – 19 jan 2026  10:00 – 18:00  sáb, 10:00 – 21:00  Encerra à Terça Local Espaço ProjetoCentro de Arte Moderna Gulbenkian

Preço Entrada gratuita

Esta exposição individual da artista franco-argelina Zineb Sedira parte de uma reflexão em torno das utopias dos anos de 1960, colocando, lado a lado, cultura e resistência. Zineb Sedira (Paris, 1963) é uma artista franco-argelina que tem investigado temas em torno da migração, memória e transmissão, cruzando narrativas coletivas e pessoais, por vezes autobiográficas, questionando a parcialidade das histórias oficiais.

Na sua primeira exposição individual em Portugal, Sedira regressa aos temas da arte e resistência (e revolução), partindo de uma investigação sobre o Festival Pan-Africano de Argel (PANAF) de 1969, organizado pelo novo estado argelino, independente desde 1962. A sua capital, Argel, emerge como um lugar de encontros «revolucionários» para muitos dos movimentos globais de libertação e dos diferentes militantismos e utopias das décadas de 1960 e 1970. Em Argel é criada, em 1965, a primeira Cinemateca do continente africano, a par da emergência de um cinema militante, com coproduções internacionais. Produzido pelo estado argelino, o filme Festival Pan-Africano de Argel (1969) de William Klein é uma das presenças e evocações centrais da instalação.

O título da exposição, Standing Here Wondering Which Way to Go [Permaneço Aqui Pensando que Caminho Seguir], recupera uma canção interpretada pela cantora gospel afro-americana Marion Williams no PANAF, um extenso evento cultural e político de celebração e afirmação da cultura como arma de resistência à dominação colonial, e uma poderosa manifestação de esperança na mudança do mundo.

A instalação constrói-se em 4 «Cenas»: o vídeo mise-en-scène, realizado com negativos encontrados de filmes militantes; a série de fotomontagens e objetos For a Brief Moment the World Was on Fire…; o diorama Way of Life que reencena, em tamanho real, a sala de estar londrina de Sedira, estilo sixties; e a sua coleção de vinis de canções militantes We Have Come Back. Reúne também um conjunto de «presenças criativas», como William Klein, Jason Oddy, Nabil Djedouani e fotógrafos desconhecidos argelinos; e uma seleção de fotografias de Boubaker Adjali, realizadas em Angola e Moçambique em 1970, assim como um conjunto de edições portuguesas e outros documentos de luta e protesto que dialogam com o contexto histórico português.

17.09.2025 | por martalanca | Zineb Sedira