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CLEO DIÁRA no filme O Riso e a Faca

CLEO DIÁRA foi distinguida com o prémio de Melhor Actriz na secção Un Certain Regard do Festival de Cinema de Cannes, pela sua interpretação em O RISO E A FACA, a mais recente longa-metragem de Pedro Pinho. Produzido por Uma Pedra no Sapato e Terratreme Filmes, o filme é distribuído em Portugal pela Magenta/Uma Pedra no Sapato.

Seleccionado para a secção Un Certain Regard do Festival de Cannes 2025 — dedicada a obras com visões artísticas singulares — O RISO E A FACA  e Cleo Diára recebem um prémio inédito: é a primeira vez que uma actriz portuguesa vence nesta secção do Festival de Cannes.

O cinema produz-se a partir da experimentação. Este filme, como tantos outros, é uma tentativa. 

Por não nos limitarmos a reproduzir fórmulas pré-existentes, avançamos de falha em falha até à forma final. 

Para podermos estar aqui, dependemos de dezenas, centenas de cineastas, actores, técnicos que fizeram as suas próprias tentativas e experimentações. O seu esforço, o seu risco e a sua inventividade alimentaram-nos. 

No passado domingo, enquanto celebrávamos a nossa estreia aqui em Cannes, houve eleições em Portugal. 

No programa dos partidos que poderão vir a compor o próximo governo há sinais alarmantes de os apoios públicos ao cinema em Portugal estarem em risco de sofrer transformações estruturais  que põem em causa a possibilidades desta experimentação e por isso apelamos a todos que estejam atentos e que possamos usar as nossas energias para impedir que tal venha a acontecer.

Cleo Diára é uma artista portuguesa que trabalha entre o teatro, o cinema e a performance. Formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, tem colaborado com diversos encenadores e participado em peças como Aurora Negra e A Missão da Missão. No cinema, integrou filmes como Diamantino, Verão Danado e curtas premiadas como Nha Mila. Também passou pela televisão, em séries como Vai Ficar Tudo Bem. O seu percurso artístico afirma-se como um espaço de resistência, memória e transformação.

SOBRE O FILME

O filme, que conta com Sérgio Coragem, Cleo Diára e Jonathan Guilherme nos principais papéis, segue a história de Sérgio, engenheiro ambiental português que viaja para uma metrópole da África Ocidental. Ali, trabalha para uma ONG, na construção de uma estrada entre o deserto e a selva, e envolve-se numa relação íntima mas desequilibrada com dois habitantes da cidade, Diara e Gui. À medida que se adentra nas dinâmicas neocoloniais da comunidade de expatriados, esse laço frágil torna-se o seu único refúgio perante a solidão ou a barbárie.

Esta é a quinta estreia mundial de filmes assinados por Pedro Pinho em festivais de renome, depois de Fábrica de Nada (2017), no Festival de Cannes – Quinzaine des Réalisateurs, onde recebeu o Prix de la critique internationale – Prix FIPRESCI; de As Cidades e as Trocas (2014), no BAFICI – Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente; de Um Fim do Mundo (2013), na Berlinale – Berlin International Film Festival, na secção Generation 14Plus; e de Bab Sebta (2008) no FID Marseille, onde ganhou o Marseille Espérance Award.

Com O RISO E A FACA, Pedro Pinho regressa a Cannes, desta feita para a secção Un Certain Regard, integrada na seleção oficial do festival e onde se destacam obras com uma visão de autor singular e propostas estéticas ousadas, valorizando novos caminhos narrativos no cinema contemporâneo.