“Awards Charme e Prestígio: Migrantes e Afrodescendentes 2023”, prémio para Conceição Queiroz

Conceição Queiroz, jornalista da CNN e da TVI ganha mais um prémio! Vence na categoria ‘Jornalismo’, nos “Awards Charme e Prestígio: Migrantes e Afrodescendentes 2023”. A Pivot e grande repórter foi escolhida por unanimidade, pela exímia dedicação e entrega ao jornalismo, desde 1994. A CulturFace, com o apoio do Alto Comissariado para as Migrações enaltece o seu percurso e o impacto do trabalho que desenvolve com rigor e coragem. Conceição Queiroz é referência entre gerações, no processo de integração em Portugal. É mais uma vez galardoada, mantendo um inegável caminho marcado pela perseverança e regularidade, numa busca incessante pela verdade.

28.12.2023 | par martalanca | Conceição Queiroz, jornalismo

“Fuckin' Globo!”

21 de dezembro às 19 h - 22h  no Hotel Globo em Luanda!

Aos kambas e amantes da arte nas redondezas não percam!!! A exposição colectiva “Fuckin’ Globo!” reúne vários artistas multidisciplinares, que apresentarão trabalhos em diferentes linguagens tais como performance, fotografia, som e instalação no mítico Hotel Globo, um empreendimento incontornável na vida cultural da baixa de Luanda. Nesta exposição pretende-se fazer uma abordagem sobre o uso do corpo, da imagem e do som, numa era em que o dialogo é substituído pela violência dos equipamentos de alta tecnologia, e em que a galopante globalização dos conflitos tornou-se no principal factor de contaminação e homogeneização cultural.Em “Fuckin´ Globo!”, o espaço se tornará parte indissociável do conceito das obras apresentadas, criando uma interação em uníssono entre as várias intervenções, afim de representar um universo submerso numa gritante cacofonia. Num ambiente claustrofóbico, e na intimidade dos quartos, as obras no Hotel Globo pretendem funcionar como uma metáfora sobre a inconformidade de quem vive num planeta em pleno caos e de acelerada mutação. A palavra e a imagem serão submetidas a um processo de distorção e manipulação, arriscando sobre os limites e definições da criação artística num especifico contexto geográfico.

Artistas:

Globo 112 (João Ana e Elepê)

Edson Chagas

Kiluanji Kia Henda

Marcos Kabenda

Orlando Sérgio

**

The collective exhibition “Fuckin’ Globo!” is an assemblage of interdisciplinary artists and they’ll be displaying works in a wide range of art mediums and form such as performance, photography, sound and installation, at the mythical Hotel Globo, a pivotal building on Luanda’s downtown cultural life. The aim of the exhibition is to discuss the modern use of the body, image and sound, at the contemporary days we’re living, where verbal communication is replaced by the violence of the high tech hardware and the ever growing global warfare has become the principal factor of the cultural contamination and similarity.On “Fuckin’ Globo!” the space of the exhibition will be an inseparable part from the general concept of the works being shown by the artists, generating an unison from the various interventions, that will end up representing an Universe submersed in a giant cacophony. At a claustrophobic environment and the intimacy of the rooms, the purpose of the performances is to set a metaphor on the unconformity set to all of us living on a planet full of chaos and advanced mutation. Word and image will be put through a process of distortion and manipulation, thus venturing on the limit and definition of artistic creation at a specific geographical context.

23.12.2023 | par martalanca | artistas angolanos, Edson Chagas, Elepê, Fucking Globo, João Ana, kiluanji kia henda, Marcos Kabenda, Orlando Sérgio

The Best Books We Read in 2023

By Words Without Borders

WWB staff members share their favorite translated books of the year and the titles they’re most looking forward to in 2024.

Joaquim Arena’s Under Our Skintranslated from the Portuguese by Jethro Soutar, an investigation into the remarkable lives of João de Sá Panasco, Thomas-Alexandre Davy de la Pailleterie, Andresa do Nascimento, and Marcelino Manuel da Graça, to name just a few of the historical figures profiled in this stunning book on the African diaspora in Portugal, could not have come at a better time—just as I have been reading about Juan Latino, Charles Graves, Mary Wilhelmina Lancaster, and Priscilla Henry, equally impressive figures of the diaspora in Spain and the United States. In addition to leading me through the lives of these key figures as they intersected with the course of History and came to be represented in the arts, Arena, whose book begins with his return to Portugal from his home in Cabo Verde after the death of his adoptive father, also grounded me by creating a striking sense of place. Consider his description of Alcácer do Sal: “But there’s something alluring and hospitable about the place too, as if its shadowy streets guard ancient secrets. The castle on the hill, the al-qasr (‘the castle’ in Arabic) that gives the town its name (along with sal, the Portuguese word for ‘salt’), watches over the floodplains, vast and lushly green, and looks down on the white town that climbs the slope from the river. The place has been the scene of historical battles, invasions, clashes between great empires and civilizations, and this knowledge undercuts the sleepiness with a sense of import.” Passages like this one, wonderfully mediated by Soutar, keep me returning to Arena’s book and contemplating the various groups of people that carried their languages, customs, and chattel atop a hill in the Iberian Peninsula and made something happen. Arena’s book reminds us that what was made can be unmade if we, like his friend Leopoldina (also profiled in this book), understand how things came to be. In that regard, I think that Louis Timagène Houat’s The Maroons, which tells the story of Frême and Marie’s escape from slavery and introduction into a maroon community in a forest on Réunion Island—translated by Aqiil Gopee and Jeffrey Diteman—is a good harbinger for 2024. 

More info. 

 

17.12.2023 | par martalanca | Joaquim Arena, livros

Episódio #6 "França: fantasmas coloniais, Argélia e racismo", com Graça dos Santos

Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais.

Os fantasmas do colonialismo, feitos memória e pós-memória, estão no centro dos debates sobre a nova identidade francesa no pós-descolonização. Uma França onde, com o fim do império e os fluxos populacionais que ele trouxe, os franceses e as francesas são também pieds-noirs – o equivalente dos retornados portugueses; harkis – que combateram com o exército colonial francês na Argélia; antigos combatentes; franco-argelinos cujos pais migraram para França antes e depois da independência; e descendentes de todos estes grupos. A França contemporânea é este caldeirão de pessoas diversas, com vivências e memórias muito diferentes do antigo império. No entanto, têm uma herança comum: testemunharam como as suas vidas – e as dos seus pais – foram afetadas por um momento histórico extremamente significativo, uma revolução que trouxe mudanças marcantes para as suas vidas, para a configuração dos seus países e para as suas identidades. Isso gerou uma variedade de narrativas de que ouviremos exemplos nos próximos episódios e que, de alguma forma, constroem uma história outra de França e da Argélia, a partir dos espectros familiares dos seus pais e avós.

Os argelinos, franco-argelinos e seus descendentes reivindicam hoje espaço para narrativas que efetivamente contem as suas histórias, contornando as lacunas, os silêncios e as divergências das memórias não-contadas dos seus pais, mães, tios e avós. Mas, sobretudo, ambicionam construir narrativas que preencham as lacunas, os silêncios e as divergências presentes na narrativa oficial do Estado francês, em particular no que diz respeito à guerra da independência da Argélia. Durante largas décadas, assim o conta Graça dos Santos, o Estado francês recusou-se a nomear explicitamente o evento, e isso, diz-nos, é sintomático de um mal-estar latente.

A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

Ouvir aqui. 

15.12.2023 | par martalanca | Argélia, França, Memória da Memória, podcast

"Joaquim – O Conde de Ferreira e seu legado"

INAUGURAÇÃO 

15.12.2023
Uma exposição de Barbara Neves Alves & António Ramalho, Dori Nigro & Paulo Pinto, Francisca Calisto, João Ana, Ivo Tavares e Paulo Moreira & Thaís Freire de Andrade 
Curadoria: Nuno Coelho

Programa:
Conversa com artistas e curador
16h | FBAUP Aula Magna
  
Inauguração
18h | Rampa

Joaquim Ferreira dos Santos (Porto, 1782) saiu de uma situação humilde para enriquecer com o tráfico transatlântico de pessoas escravizadas no Brasil. Regressado a Portugal, em 1832, investiu em negócios e apoiou o liberalismo, ganhando o título de Conde de Ferreira. Após a sua morte, em 1866, o seu testamento destinou fundos para projetos sociais, incluindo a construção do primeiro hospital para saúde mental em Portugal (Hospital Conde de Ferreira) e da primeira rede escolar primária no país (120 Escolas Conde de Ferreira). No entanto, a origem da sua fortuna é do desconhecimento geral da sociedade beneficiária. Ao referir-se a esta figura histórica pelo seu nome próprio, simbolicamente destronando-o do pedestal e destituindo-o do título, esta exposição pretende indagar e problematizar este homem, o seu legado e o que representa hoje, convocando profissionais das artes visuais e performativas, arquitetura e design. Complementada por um programa paralelo, a exposição pretende criar espaço para uma urgente e necessária reflexão coletiva sobre o passado e presente da sociedade portuguesa.

Programa paralelo 

16.12.2023 + 06.01.2024
16h | Rampa
Visitas guiadas à exposição

13.01.2024
16h | Rampa

Projeção do filme “Debaixo do Tapete” (48’) de Catarina Demony & Carlos Costa seguida de conversa com Catarina Demony e Nuno Coelho, moderação de Alexandra Balona

20.01.2024
16h | Rampa
Performance “Alva Escura” (20’) de Dori Nigro & Paulo Pinto

27.01.2024
16h | Rampa
Conversa-debate “Ecos silenciados: entre a memória e a censura” com Dori Nigro, Paulo Pinto, Georgia Quintas e Virgílio Ferreira, moderação de Alexandra Balona

03.02.2024
16h | Rampa
Conversa-debate “Memorializar a escravatura no espaço público português” com Evalina Gomes Dias, Marta Lança e Paulo Moreira, moderação de Nuno Coelho

Esta exposição tem o apoio do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra (CEIS20) / Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e da Direção-Geral das Artes / Ministério da Cultura. A Rampa é uma estrutura financiada pela Direção-Geral das Artes / Ministério da Cultura e pelo Criatório / Câmara Municipal do Porto.

12.12.2023 | par martalanca | Conde Ferreira, escravatura, memorialização, Rampa

Zoos humanos, ethnic freaks y exhibiciones etnológicas – Conferência com Hasan G. López Sanz

Quinta-feira, 14 de Dezembro às 19 horas

Esta conferência abordará questões que o filósofo espanhol Hasan G. López Sanz tem vindo a debruçar na sua investigação, como as complexas relações entre exotismo e educação, antropologia e memória colonial, restituição e reparação.  A apresentação incluirá, também, uma reflexão sobre a forma como a arte contemporânea tem vindo materializar estas ideias, nomeadamente através de projetos de artistas que têm vindo a desconstruir o pensamento colonial, que muitas vezes persiste em algumas das ciências humanas e da Academia. “Zoos humanos, ethnic freaks y exhibiciones etnológicas. Una aproximación desde la antropología, la estética y la creación artística contemporánea”, publicado por Hasan Lópes em 2017, constituiu-se, ainda, como uma das múltiplas referências para a construção do conhecimento basilar do eixo Memória de Elefante, do Ping!. A publicação, editada pela editora Concreta, aborda temas marcantes para a reflexão e debate destas questões, como foi o caso da decisão do Estado Novo em organizar a “Primeira Exposição Colonial Portuguesa”, nos Jardins do Palácio de Cristal do Porto, em 1934.

Local:Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Para assistir à conferência deve levantar o bilhete gratuito (máximo 2 por pessoa) até 15 minutos antes do início do evento. Pode reservar o seu lugar antecipadamente através do email galeriamunicipal@agoraporto.pt.

Hasan G. López Sanz é doutorado em Filosofia. É professor na área de Estética e Teoria das Artes na Faculdade de Filosofia da Universidade de Valência, investigador associado do CRAL (Centre de Recherches sur les Arts et le Langage) em Paris, e membro e diretor do grupo de investigação “Grupo de estudios visuales sobre memoria de la esclavitud, el colonialismo y sus legados”, entre outros projetos.Desenvolve a sua investigação no domínio da imagem, das suas práticas e usos públicos, especialmente em relação com a antropologia, a estética e a arte contemporânea. Entre as suas publicações, incluem-se livros como o “Zoos humanos, ethnic freaks y exhibiciones etnológicas. Una aproximación desde la antropología, la estética y la creación artística contemporánea” (Concreta, 2017), “Let’s bring blacks home! Imaginação colonial e formas de aproximação gráfica dos negros em África” (1880-1968) (PUV, 2020).

ver mais programa Ping!

09.12.2023 | par martalanca | Exposição Colonial Portuguesa, Hasan G. López Sanz, ping!, Zoos humanos

Episódio #5 "Herdar o Império" Conversa com Verónica Leite e Castro

 
Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais 7 de dezembro 2023

Em memória da memória, hoje sentamo-nos com Verónica Leite e Castro. 

Verónica Leite e Castro é natural de Luanda, capital de Angola, onde nasceu em 1959. O seu pai era português e emigrou para Angola, onde dirigiu um estabelecimento comercial. Aí, viria a conhecer a mãe de Verónica, mulher angolana, nascida na província do Uíge, filha de pai português branco e de mãe negra bacongo do norte de Angola. Verónica Leite e Castro cresceu numa família de mulheres, tendo conhecido o pai apenas aos 16 anos, depois de vir viver para Portugal. 

As circunstâncias de ter crescido com uma história familiar profundamente intrincada com o colonialismo e com as relações de poder e de violência racista, sexista e de classe que ele produz impactaram a sua vida posterior. 

Quando se deu a revolução do 25 de abril de 1974, que pôs fim à ditadura em Portugal, ainda residia em Angola. No ano seguinte, veio viver para Portugal. Explica que não é retornada, que a sua história é diferente. Olhando para o caminho percorrido em termos de memória pública do colonialismo em Portugal, Verónica Leite e Castro destaca o modo como as heranças coloniais ainda moldam de forma determinante a sociedade portuguesa.

A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

07.12.2023 | par martalanca | Verónica Leite e Castro

AND Hap: "2023 em retrospetiva", com Fernanda Eugenio & Coletivo AND + Bete Esteves

15 de dezembro, 18h-22h | Espaço AND Lab, Lisboa 

No dia 15 de dezembro, o estúdio do Espaço AND Lab abre portas, das 18 às 22h, para o último AND Hap do ano: uma breve retrospetiva de 2023, com uma partilha experimental e experiencial de uma dupla instalação participativa e mostra dos artefactos gráficos AND Lab. Pelas 20h, haverá uma conversa informal, de apresentação da questão-tema 2023 “Re-Pouso & Re-Voo”, por Fernanda Eugenio, e de debate sobre as criações em processo, com Fernanda e as artistas Manoela Rangel (Coletivo AND), Dai (colaboradore convidade) e Bete Esteves (artista Crafting). O bar, instalado na sala de produção, irá acolher o convívio e a celebração, com comes & bebes.

Durante todo o ano, Fernanda Eugenio e o Coletivo AND estiveram ocupades com a questão-tema transversal “Re-Pouso & Re-Voo: Amparo, Encanto e Restauração”, refletida nas diferentes situações de encontro e transmissão da Escola do Reparar (oficinas, laboratórios e retiros) e na criação, em marcha, de “Peças-Rituais de Amparo & Encanto”.

Para esta mostra AND Hap, selecionamos um conjunto de proposições emergentes desse processo dedicadas à ativação do “estado de ninho”. Agrupadas numa única-múltipla instalação, Ninho(s), todas elas tomam a forma da videoperformance associada a um programa-convite para experimentar a sensação do amparo/re-pouso.

Do programa Crafting, que oferece assistência singularizada a processos de criação através da aplicação das ferramentas do Modo Operativo AND, convidamos Bete Esteves - uma das artistas acompanhadas por Fernanda Eugenio durante 2023 - a mostrar um excerto da sua criação “Que(m) Sabe de Que(m) Sou Feita”, oferecendo, a partir da partilha de uma experiência concreta, um vislumbre de como operam os processos de criação assistida.

Entrada livre, todes bem-vindes! Agradecemos a confirmação de presença.

Nota: para desfrutar de algumas das propostas da instalação Ninho(s), será necessário o uso de telemóvel e fones de ouvido. Teremos alguns fones para empréstimo, mas pedimos que quem puder traga os seus :)


Próximas atividades AND Lab:

07.12.2023 | par martalanca | AND Lab