Marta Lança - Ativismo cultural progressista
Portuguesa, Marta Lança tem um forte relacionamento com a África, onde tem trabalhado no âmbito da cultura em diversos países. Para lá levou a sua experiência de jornalista cultural, escritora, editora e aprendeu a ouvir, a confrontar pontos de vista, a apreciar a criatividade artística africana e a ter uma visão ampla das políticas culturais no continente. Tudo isto levou-a a criar o “Buala”, portal de recolha e difusão de conhecimentos sobre a cultura, as artes e a história em África.
Pelo seu ativismo e trabalho de difusão e promoção da cultura africana, Marta Lança foi a convidada da nossa emissão semanal ”África em Clave Feminina: música e arte” do dia 3 de março.
Em entrevista telefónica a partir de Lisboa, falou do seu relacionamento com a África e de como isso acabou por gerar “Buala”, um portal com uma linha editorial abrangente, aberto às várias formas de arte.
Uma das secções do site é toda dedicada ao falecido cineasta, escritor e poeta angolano, Rui Duarte de Carvalho, figura que a Marta conheceu de perto e que, a seu ver, estava muito para além do seu tempo e cujas obras precisam de ser mais valorizadas e conhecidas.
Sempre atualizado, “Buala” que já tem mais de uma década de vida, tem funcionado sobretudo graças ao voluntariado e a algumas ajudas nos últimos anos. A fundadora espera que a África dê uma mão forte em recursos materiais e humanos para que se possa continuar e mesmo passar o testemunho. Afinal de contas, apostar na cultura é apostar no desenvolvimento socioeconómico.
Quanto ao ponto da situação da cultura e das artes em África, com base na sua experiência em diversos países, Marta Lança considera que há muita criatividade, mas falta uma verdadeira política de apoio aos artistas, à educação às artes, à promoção da cultura em geral. No entanto, há hoje no mundo muita curiosidade em relação à África e ao que os artistas africanos têm a dizer - afirma. Há que valorizar mais os artistas porque refletem e têm um olhar holístico da sociedade.
Atualmente, Marta Lança está a escrever um romance sobre o fim da guerra civil em Angola e coordena o projeto ReMapping Memories Lisboa e Hamburgo. Mas, o seu percurso profissional e de ativismo cultural vai muito para além de tudo isto, como se pode constatar pela crónica do poeta, ensaísta e editor (Rosa de Porcelana Editora) Filinto Elísio, parceiro da emissão “África em Clave Feminina: música e arte”.
— Dulce Araújo
Oiça aqui a entrevista na íntegra.
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Via Vatican News.