Brasil, que futuros em disputa? Um alerta às eleições brasileiras e uma homenagem a José Saramago

Dia 26/10 (Quarta-feira), 18h30.

Entrada até o limite da capacidade do local.

Dois anos depois do lançamento do livro O Brasil Contemporâneo e a Democracia (Outro Modo, 2020), o Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa e a Livros Outro Modo promovem um encontro para reflexão e ação sobre a atual encruzilhada brasileira. No próximo dia 26/10, às 18h30, na Fundação José Saramago (Lisboa) será realizado o ato-debate Brasil: que futuros em disputa?, onde reúnem-se pensadores brasileiros e portugueses num alerta sobre as implicações da atual conjuntura.

Convidados já confirmados: João Pedro Stédile, Adelaide Gonçalves, Chico Diaz, Ana Chã, Susana Matos Viegas, Carlos Latuff, Ladislau Dowbor, Graziella Moretto, Pedro Cardoso, Fernando Walcacer, Isabel Araújo Branco, João Luís Lisboa, Danilo Moreira, Mabel Cavalcante, Pedro Cardim, Adriano Karipuna. Com inserções de Guilherme Boulos e mediação de Carlos Alberto Jr.

Ato-debate na Fundação José Saramago, presencial e online.

“Brasil, que futuros em disputa?”

Por Ariadne Araújo

No passado, nas aldeias grandes e pequenas desse mundo, um sino de bronze acordava o povo para acudir às catástrofes – as cheias dos leitos dos rios, os incêndios que se propagavam rapidamente, os desabamentos e derrocadas de pedras, os perigos vindos das mãos dos homens. Hoje já não tocam mais. Ou, pelo menos, não por isso. Os tempos são outros. Os perigos são outros. Os sinos também são outros. Os sinos de hoje, no dizer do escritor português José Saramago (1922-2010), Prêmio Nobel de Literatura, não repicam o badalo no bronze frio, mas, sim, em vozes – milhares delas, cada vez mais fortes. Vozes que ressoam alertas atuais e convocam o povo para novas urgências. Estes sinos contemporâneos são “os múltiplos movimentos de resistência e ação social, que pugnam pelo (re)estabelecimento de uma nova justiça”.

Sendo assim, às vésperas do segundo turno no Brasil, um repique de sinos-vozes vai ecoar na próxima quarta-feira, na Casa dos Bicos, ali na Rua dos Bacalhoeiros, bem no boliço do centro de Lisboa, onde hoje funciona a Fundação José Saramago. Em umas das salas desta velha casa, contruída no século 16, as vozes deste novo sino vão levar aos portugueses e aos brasileiros uma pergunta crucial para os tempos em que vivemos: “Brasil, que futuros em disputa?”. Sentado na primeira fila de bancos, haverá de estar o espírito desencarnado de Saramago, também homenageado por esse ato-debate, por sua obra e pensamento crítico. Nas narrativas e personagens de seus livros – de lembrança, os alentejanos Mau-Tempo e sua mulher Sara da Conceição -, a denúncia da exploração, do desemprego e da pobreza extrema dos trabalhadores rurais, em Portugal. Não teria o Brasil de agora e suas vidas severinas também um tantinho do Alentejo, do Levantado do Chão?      

O escritor, que nunca aceitou a resignação, é “bússola” para estas vozes que, pela persistência e determinação, hão de “acordar o mundo adormecido” ou pelo menos transformar-lhes os sonhos. Como “pontes sonoras sobre rios e mares”, gritando que a atual encruzilhada brasileira não é um problema só nosso. Longe disso. Pois, o resultado das urnas no Brasil terá impacto planetário. Já que estão em jogo importantes questões ambientais com a situação do desmatamento da floresta Amazônica - aumentou assustadoramente desde que o presidente Jair Bolsonaro iniciou seu mandato -, e vem batendo recordes a cada novo mês.

O enfraquecimento das políticas de proteção ambiental, a defesa de implantação de mineradoras e alargamento de áreas destinadas à agricultura em zonas de floresta são, portanto, de interesse de todos. Por outro lado, uma coisa está ligada à outra, há a ameaça ao sistema democrático brasileiro. Problema que puxa o debate sobre a fragilização da democracia no mundo - minada por “estratégias de domínio”, nas palavras de Saramago. Interesses que “nada têm a ver com o bem comum a que, por definição, a democracia aspira”. Ou será que, como deixou proposto no prefácio do livro Terra, de Sebastião Salgado, teremos um dia de retirar o Cristo Redentor e, “no lugar dele, colocar quatro enormes painéis virados às quatro direções do Brasil e do mundo, e todos, em grandes letras, dizendo o mesmo: UM DIREITO QUE SE RESPEITE, UMA JUSTIÇA QUE SE CUMPRA”. Talvez.

Se Saramago será o sineiro desta reflexão, os sinos terão mistos sotaques, do Brasil e de Portugal, reunindo artistas, historiadores, antropólogos, economistas e pensadores da conjuntura brasileira. Porque, afinal, como nos lembram os escritos do dono da casa, votar só não basta. Temos de abrir os olhos, os ouvidos e a voz diante do poder econômico e financeiro mundial, a “real força que governa o mundo – e, portanto, o seu país e a sua pessoa”. E que, pela mesma via, transforma governos em meros “comissários políticos”. A Amazônia que o diga. Contra estas forças, que nos enrolam de propagandas e “açúcares”, temos o dever de multiplicar os sinos e as badaladas, que elas cheguem o mais longe possível. “Para que uma justiça pedestre, `companheira e quotidiana dos homens´, não seja declarada defunta”. E não tenhamos de pranteá-la, lamentando não ter acudido a tempo a catástrofe desta morte anunciada.     

O Ato-debate “Brasil, que futuros em disputa?”, é uma iniciativa do Coletivo Andorinha e editora Livros Outro Modo, com apoio da Fundação José Saramago.

O debate terá transmissão ao vivo pela Internet (14:30h em Brasília; 18h30 em Lisboa), através do canal da Frente Internacional Brasileira contra o golpe e pela democracia (Fibra), com o link https://youtu.be/5y_E5odSKoU

25.10.2022 | par Alícia Gaspar | bolsonaro, Brasil, debate, eleições, José Saramago, Lula

Lino Damião inaugura “De Lândana Ao Virei”

28 de outubro – 5 de novembro

Inauguração: 28 de outubro, das 18h30 – 21h

Horário: diariamente, das 11h às 00h

Entrada gratuita

“De Lândana ao Virei” inaugura no dia 28 de outubro. Será a última de cinco exposições apresentadas no âmbito das celebrações finais do Espaço.

O artista Angolano Lino Damião inaugura “De Lândana Ao Virei”, no dia 28 de outubro. Esta exposição conta com a curadoria de Lourdes Féria. Depois de ter já participado em diversas exposições individuais e coletivas, dentro e fora de Portugal, e com uma obra representada em várias coleções e dispersa por vários continentes, o artista mostra-nos agora o seu trabalho mais recente. Quanto ao Espaço Espelho D’Água esta será a última exposição que apresenta, chegando ao fim a 5 de novembro.

Lino Damião tem já uma relação de longa data com o Espaço. Aqui, participou em duas exposições coletivas: “Comuting: Os das Bandas”, 2016 e “Lelu Kizua”, 2020, esta última com curadoria de João Silvério e Inês Valle. Apresenta agora “De Lândana Ao Virei”, a sua primeira exposição individual neste local.

Ao visitar esta exposição, entre os dias 28 de outubro e 5 de novembro, poderá observar várias obras do artista, todas dedicadas à pintura abstrata. Para a curadora Lourdes Féria, a exposição distingue-se pelas “desinibidas pinceladas de cor lançadas na superfície dos quadros que sugerem geografias, rapsódias musicais, horizontes abertos, padrões de pensamento, evocando ao mesmo tempo o poder perturbante do silêncio nas paisagens vazias de figuras. Nesta itinerância mental funde-se o real com o imaginário.”

Luandense de nascimento, Lino Damião inspira-se nas memórias ganhas em viagens dispersas que fez entre 2009 e 2017, compondo um mosaico de estadias diversas entre Lândana e Virei, extremos geográficos do seu vasto pais de origem. Apresenta-nos aqui o seu modo muito característico de trabalho, baseando a pintura não apenas nas suas experiências pessoais, mas também no dia-a-dia dos outros. O seu percurso é feito de cruzamentos, entre tintas, telas, pincéis, exposições e concertos de jazz.

25.10.2022 | par Alícia Gaspar | de lândana ao virei, espaço espelho d'agua, exposição, inauguração, Lino Damião

Lisboa criola apresenta: Festa criola

A cidade em celebração

Depois de ter feito a programação de música e DJ sets do Jardim de Verão da Fundação Calouste Gulbenkian conquistando uma extraordinária adesão de público, o projeto LISBOA CRIOLA lança, em Novembro, um grande festival de encerramento de 2022: a FESTA CRIOLA.

A FESTA CRIOLA acontece de 2 a 5 de Novembro com inúmeros eventos no Castelo de São Jorge, em Marvila, no Rato e no Hub Criativo do Beato. O festival conta com apoio da Câmara Municipal de Lisboa, é de entrada livre e a participação nos eventos é gratuita (exceto os de comida e em restaurantes).

Créditos - Lisboa CriolaCréditos - Lisboa Criola

Estão programadas iniciativas de Música, Gastronomia, Literatura, Artes Visuais e Dança. Inspiradas no conceito “Criolo”, estas 5 áreas foram pensadas com o apoio de curadoras/es com diversos backgrounds culturais que ajudaram a programar as experiências mais entusiasmantes: Blaya na programação de Dança, DJ Ary Rafeiro na Música, Inês Matos Andrade na Gastronomia, Nash Does Work nas Artes Visuais e Gisela Casimiro na Literatura.

O evento arranca no Castelo de São Jorge com leitura de poemas por Alice Neto de Sousa e Leo Middea Trio no Largo da Achada, passa por aulas de dancehall em Marvila, oficinas de literatura infantil, conversas com Gisela Casimiro e Nuna, flash tattoos, o forró vibrante de DJ Swingueiro e muito mais. Na gastronomia, a crioulagem lisboeta viaja pelos sabores de Cabo Verde, pelos sorvetes da múcua de Angola, pela comida do Médio Oriente e de outros lugares. A FESTA CRIOLA termina no Hub Criativo do Beato com uma grande noite ao som de DJ Berlok e da DJ Umafricana.

Dino dSantiago, diretor artístico da LISBOA CRIOLA partilha:

“A missão da LISBOA CRIOLA é aproximar, celebrar e amplificar a mistura cultural que compõe a cidade de Lisboa. Com esta grande FESTA CRIOLA, em Novembro, queremos que se transpire crioulidade a partir de diversos lugares da capital e através do cruzamento de disciplinas. E, acima de tudo, que as pessoas celebrem e sintam que são a cidade.”

O programa da FESTA CRIOLA fica disponível nas redes sociais e no website do projeto.

Website: https://lisboacriola.pt/

Instagram: https://www.instagram.com/lisboa.criola/

Créditos - Lisboa CriolaCréditos - Lisboa Criola

Sobre:

A FESTA CRIOLA é um evento da LISBOA CRIOLA. A LISBOA CRIOLA é um projeto cultural, criativo, transversal e participativo, lançado em 2021, cujos objetivos passam pela criação de uma cidade mais inclusiva, igualitária e representativa. Conta com o apoio e co-organização da Câmara Municipal de Lisboa.

20.10.2022 | par Alícia Gaspar | beato, castelo são jorge, CML, EGEAC, festa criola, lisboa, lisboa criola, Marvila, Portugal

"Le Chemin des vierges enceintes. Une autre voie pour Compostelle" de Jean-Yves Loude

Avez-vous déjà vu des représentations de la Vierge enceinte ? Des statues de Marie dans l’attente de Jésus, la main posée sur son ventre rond et proéminent ? Elles ont existé. Elles ont, pour la plupart, disparu.

Entre le XIIIe siècle et la fin du XVIe siècle, les sculptures de la Vierge enceinte jouissent d’une ferveur populaire, en France, en Espagne, au Portugal. Les femmes confient espoirs et angoisses à Celle qui partage leur sort.

Cependant, sensibles aux critiques des Protestants, les membres du Concile de Trente, exigent, en 1563, la mise à l’écart de ces images jugées « irregardables ». Tout comme les Vierges parturientes alitées et les représentations de Marie allaitant son enfant. En conséquence, les sculptures des Vierges de l’Attente sont retirées des églises. Détruites, emmurées, cachées, volées ? On l’ignore. Aujourd’hui, peu de ces figurations d’une Vierge « trop humaine » subsistent. Il faut les chercher.

La mission est confiée à Jean-Yves Loude, écrivain, ethnologue, et Viviane Lièvre, ethnologue, photographe, connus pour leurs enquêtes policières sur les conséquences de la traite négrière ou sur les mémoires assassinées dans la coulisse de l’Histoire. Très vite, le couple d’investigateurs associe ces disparitions à la logique d’un discours d’exclusion élaboré par des hommes religieux aux dépens de la moitié de l’humanité. Ils décident d’enquêter le long d’un chemin vers Saint-Jacques de Compostelle qui ne suivra aucune balise officielle. Leur itinéraire prévoit 14 stations, toutes dédiées à des représentations de la Vierge enceinte : entre Le Puy-en-Velay et Santiago, en passant par des cathédrales, des couvents, des chapelles discrètes, des musées, des villages retirés, dans le sud de la France, puis en Alentejo, Ribatejo, au centre et au nord du Portugal, dans le Douro, le Minho, le Trás-os-Montes, pour finir en Galice.

20.10.2022 | par Alícia Gaspar | invitation, jean-yves loude, le chemin des vierges enceintes

Empire and the City: Migrations and Memories in the Lusophone World

CALL FOR CONTRIBUTIONS

Eds: Christoph Kalter, Jonas Prinzleve, and Elsa Peralta

In the scope of FCT funded project “Constellations of Memory: a multidirectional study of postcolonial migration and remembering” (PTDC/SOC-ANT/4292/2021)

The ghosts of empire have returned to haunt our present times. Curiously, more than half a century after formal decolonization peaked (1945-1975), civil society movements proclaim, and put into practice, a turn towards ‘decolonial’ politics. Governments, museums, and cultural institutions are increasingly forced to engage with colonial legacies—not least their own. Institutional heritage practices are being revised globally, responding to activist and cultural debates, and opening up to previously marginalized voices and difficult histories. Urban protest movements rattle post-imperial commemorative landscapes - and face the backlash of those who criticize them as drivers of a new “cancel culture”. This new visibility of imperial histories and their contested legacies is a worldwide phenomenon. Across its different locations, it is marked by two commonalities: the prominent role played by migrant groups and their descendants, and the effects of planetary urbanization. Cities are economic and cultural hubs and nodal points of regional and transnational migration paths. They also provide the stages on which collective imaginaries are negotiated, contested, and continuously reinvented. It is here that the struggles over memory, identity and place unfold, intensify, and draw public attention.

Luanda, foto de Marta LançaLuanda, foto de Marta Lança

Against this backdrop, we are seeking contributions for an edited volume to be submitted to the Routledge series “Memory Studies: Global Constellations”. Our volume aims to analyze the triangular relationship between postcolonial memories, migrations, and urban space-making in the last twenty-five years or so. It does so through an exploration of Portuguese- or Portuguese-Creole-speaking cities across the world. In São Paulo and Rio de Janeiro, Afro-Brazilian and Indigenous community associations commemorate histories of resistance to colonization, slavery, and land exploitation as they face a neo-colonial agenda of the Bolsonaro regime. In Lisbon, postcolonial memories are gaining access to central cultural spaces while Afro-Portuguese advocacy groups intervene in the city’s post-imperial memory landscape. In Benguela, the presence of Portuguese migrants seeking employment in the booming economy of Portugal’s erstwhile colony of Angola produces an unusual postcolonial encounter. In Cape Verde, a social movement of artists, scholars and student activists is campaigning to decolonize the education system; in 2021, its members delivered a petition with 2,000 signatures to the National Assembly to remove “pro-slavery and colonial monuments in Cape Verde”.

The choice to analyze the global post-imperial dynamics since the 2000s through a focus on Lusophone cities follows from two general ideas. First, there is good reason to empirically probe the assumption that Portuguese-speaking urban demographics are connected in specific ways across regions, nations, and continents. These connections, we presume, result from a) these demographics’ use of Portuguese-language and Creole news outlets, social media, music, literature, and performing arts; b) the effects of intercontinental migrations and the transnational social relations they create; and c) the weight of (post-)imperial histories that various groups in these cities inherited. These are histories that shape their daily realities, but that they are also conscious of—and seek to critically engage with—in order to mobilize for their goals or to build their identities around. Second, choosing Lusophone cities offers a valuable contribution and corrective to current academic debates. It has become a sad truism that the study of both (post-)imperial histories and memories suffers from a constant recentering of the experiences and afterlives connected to the “major” French and British empires. By contrast, the histories and legacies of “minor” empires like those of Italy, Spain, Belgium, or Portugal continue to be marginalized. Even less work analyzes the dialogue between Western cities and cities of the Global South, not to mention the South-South connections among the latter, to explore the multivocality of and entanglements between their respective decolonial projects and postcolonial cultures. Building on a host of recent efforts in various disciplines, this edited volume contributes to a redressing of this imbalance. It does so not by centering the former imperial metropole, Portugal and its capital Lisbon, but by building on the critical notion of a decentered Lusotopy (Cahen/dos Santos 2018) –  that is, an empirical field of constellations, dependencies, and mobilities that exists within and between spaces, countries and communities impacted by Portuguese colonization and history.

Exploring the social and cultural geographies of urban migration and memory in the post-colonial age that has now become a decolonial one as well, this volume seeks to stimulate a transnational conversation between scholars, activists, and cultural practitioners. Its chronology focuses on the period since the turn of the millennium until the present day, but it is obviously open to contextualization and genealogies that reach further back in time. While we strongly encourage all contributors to bring a historical sensibility to their topics, we welcome scholars from urban studies, memory studies, and migration studies whose approaches are rooted in history, anthropology, sociology, geography, literary studies, political science, or any other relevant discipline. 

As long as contributors address the triangular relationship of Lusophone urban spaces, migrations, and memories after empire, we are open to all suggestions of topics. An incomplete list includes: 

  • Materialities – Visual culture and museums; cultural production; statues and toponomy; (post-)colonial urban planning, population control, and urban segregation. 
  • Heritage – Official memory policies and resistances; commemoration practices; decolonial academic and social movements and how they fight for the use and representation of/in the city space; transcultural interactions, transnational dynamics and dissonant interpretations in Lusophone/Creole urban spaces. 
  • Subjectivities – Migratory or subalternized collective (post-)memories; how migrants imagine and use the city; (racialized) exclusions, strategic appropriations, negotiations; memories and lifeworlds; the practice of space.
  • Rights – (post)colonial migrations, labor relations and citizenship inclusions and exclusions; memorial activism and the struggles for citizenship legalization and civil rights.

Accordingly, some overarching questions that will be pertinent to most contributions, irrespective of the case study presented and the approach chosen, are: 

  • How does the imperial past materialize in different ways in urban settings where Portuguese or Luso-Creole languages are spoken or that have a history of Portuguese colonization? In which ways do public memories of empire and colonialism reciprocate, cross-fertilize, or antagonize in these cities? How have they been mobilized as a political category? 
  • How has the lived experience of colonial history shaped the lifeworlds, identities and memories of different post-colonial populations? How are their conflicting colonial stories performed, strategically appropriated, or contested in shared spaces of everyday life and become transmitted across generations? Are they agents of post-colonial memory transfer across transnational spaces and the former imperial world? 
  • How do legacies of colonialism continue to shape models of exclusion or inferior citizenship with regard to migrants, diasporic communities, and racialized minority groups? How do these legacies operate through paradigms of urban segregation inherited from colonial times? What is the role of memorial activism in the struggles for an inclusive citizenship and for civil rights? 

We initially seek abstracts of 450-550 words from potential contributors, along with a short bio (including institutional affiliation if any) of no more than 250 words (in one Word document). We aim to incorporate ten book chapters in the volume. Once authors are informed whether their proposed chapters will be included (first in the book proposal to be sent to Routledge, and then in the collection if it is accepted by the publisher) they will be required to submit their full chapters by January 15, 2024. After receiving feedback from both the editors and anonymous reviewers, they will revise their texts and send their finalized chapters according to the provisional timeline below. Draft chapters and final chapters are expected to be 7000-10,000 words in length, including footnotes.  

Abstracts and short bios should be sent to all three editors of the collection, i.e., Christoph Kalter, Jonas Prinzleve, and Elsa Peralta, by January 15, 2023. Our emails are:

christoph.kalter@uia.no

jonas.prinzleve@campus.ul.pt

elsa.peralta@campus.ul.pt

Any queries about the edited volume or this call for contributions should also be sent to these three email addresses. The projected volume is part of the FCT-funded research project “Constellations of Memory: a multidirectional study of postcolonial migration and remembering” (PTDC/SOC-ANT/4292/2021), led by Elsa Peralta at the FLUL (Faculty of Humanities at the University of Lisbon).

Timeline: 

Undertaking

Due date

We send out a “Call for chapters” to potential contributors and publish it online

October 20, 2022

Potential contributors submit a title, an abstract (of 350-500 words, not counting references), and a short bio (no more than 250 words)

January 15, 2023

We notify contributors of acceptance or rejection of their abstract

March 15, 2023

We submit a full book proposal to Routledge

May 15, 2023

We notify contributors about acceptance of full book proposal and invite authors to submit full chapters

August 15, 2023

Authors submit full chapters

January 15, 2024

20.10.2022 | par martalanca | Empire and the City: Migrations and Memories in the Lusophone World

Marcelo Brodsky + Angola Air

1 a 23 de outubro 2022

O Angola AIR é um Projecto de Residência Artísticas para artistas não-angolanos, aproveitando uma experiência de produção e galerista acumulada em Angola de mais de 13 anos. A ideia tem sido convidar artistas renomados internacionais cujas reflexões e narrativas possam ser influenciadas de forma positiva e inovadora com pesquisa teórica e empírica em Luanda. O 14º residente do Angola AIR é Marcelo Brodsky. Argentino de família russa judia, Marcelo Brodsky nasceu em 1954 em Buenos Aires, onde vive até hoje. Artista e ativista político, Marcelo Brodsky, foi forçado ao exílio em Barcelona após o golpe do General Videla na Argentina em 1976. Estudou economia na Universidade de Barcelona e fotografia no Centro Internacional de Fotografia, também Barcelona. Por lá, estudou Economia e fotografia. Marcelo voltou para a Argentina em 1984 e realizou a sua primeira exposição em 1986. Além do trabalho fotográfico, é conhecido por ser ativista dos Direitos Humanos. Suas peças misturam texto e imagens, muitas vezes usando figuras de fala. Seus ensaios foram mostrados mais de 140 vezes em espaços públicos, bem como instituições como ou o Museu Sprengel em Hannover em 2007, o Museu Nacional de Bellas Artes em Buenos Aires em 2010, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil em 2011. “Marcelo Brodsky utiliza a fotografia como ferramenta de busca de identidade, captando o efeito do tempo e dos acontecimentos que ocorrem em seu ambiente pessoal e social. Muitos se lembrarão dele por sua obra ‘The Class’, na qual sintetizou, numa fotografia tirada em 1966, o destino –após a última ditadura militar argentina– de seus 32 colegas da sexta divisão do primeiro ano do Colégio Nacional de Buenos Aires Aires, e posteriormente foi adquirido pelo Metropolitan Museum of Art (MET) em Nova Iorque, onde foi exposto como parte de sua coleção permanente”. Em julho último, Marcelo Brodsky trabalhou com o artista peruano Fernando Bryce: juntos trabalharam numa residência em Miami para criar ‘Territórios’ - obra que denuncia “a violência de que a América Latina é vítima”, e em que retratam os casos de 10 ativistas mortos em nove países do continente. Neste momento, as obras do Marcelo Brodsky encontram-se em exposições coletivas em museus em Bogotá, São Paulo, Salvador da Bahia, Buenos Aires e Bologna. Marcelo Brodsky ficará em Luanda até 23 de Outubro, fazendo várias atividades.

19.10.2022 | par martalanca | Marcelo Brodsky

Chá de Beleza Afro: Jantar de Rentrée

Jantar de Honra

Local: Espelho D’Água

Dia: 31.Outubro.2022

Horário: 19h30m


Após mais um evento marcante que foi a Antestreia do filme “A mulher rei” no passado dia 04 de Outubro no cinema City do campo pequeno, em parceria com BANTU.MEN e a Sony Pictures Entertainment Portugal, onde reuniu e empoderou 200 mulheres, o CBA irá brindar os seus convidados com um Jantar de RENTRÉE no Espaço Espelho D’Água no dia 31 de Outubro pelas 19h30.

Como a própria palavra indica, RENTRÉE marca o retorno do CBA à produção e organização de grandes eventos fazendo-se assim cumprir o seu primeiro evento de mais um ciclo de agenda anual.

Sendo uma característica intrínseca nas produções do CBA, as palavras Afroempreendedorismo, Irmandade, Networking e comunidade coesa, farão sentir-se bem presentes nesse dia, e será uma oportunidade única para partilhar ideias, experiências e adquir novos conhecimentos.

O local escolhido é o Espaço Espelho D’água, que fechará portas brevemente e por terem sido grandes impulsionadores dos eventos da plataforma, cujo dono, Mário Almeida sempre acreditou no projecto, não faria sentido escolher outro local. Será uma noite de homenagem ao Espaço e a todo o seu simbolismo.

No decorrer do serão, o Jantar de RENTRÉE contará com algumas surpresas e convida a todos a participar activamente no evento e a fazer um brinde a esta comunidade afrocentrada que está a crescer acada iniciativa.

Como participar:

Participação mediante a inscrição obrigatória, através do link: https://forms.gle/C5FctSz5YtW3FssQ8

O valor da inscrição é 35,00€ e a lotação é limitada.

O Pagamento poderá ser feito por transferência bancária pelo NIB 0007 0386 0003 3170 0099 8 (Titular: Ednilze Luiz) ou através do MBWay pelo número 969641760.

17.10.2022 | par Alícia Gaspar | a mulher rei, afroempreendedorismo, cba, chá de beleza afro, espaço espelho d'agua, irmandade, jantar de rentrée, networking

Cine Debate: "Desconstruir a história, recuperar memórias"

23 DE OUTUBRO DE 2022 - 15H00
Auditório do Museu do Aljube

Fotografia de Carla Osório. Performance por Maré de Matos.Fotografia de Carla Osório. Performance por Maré de Matos.

A artista visual afro-brasileira Carla Osório documentou artistas, ativistas, escritores (as) e pesquisadores (as) africanos (as), bem como afrodescendentes portugueses (as), durante um ano, em Lisboa.

Desconstruir a história, recuperar memórias apresenta duas obras audiovisuais que abordam as questões socioculturais do racismo e da xenofobia, bem como as consequências da colonização portuguesa em países africanos, como Angola.
Com uma visão do mundo afro-centrada, a obra de Carla Osório toca, de forma direta e contundente, em pontos que, na sua opinião, precisam de ser amplamente debatidos, na sociedade portuguesa.

Artista visual convidada: Carla Osório- fotógrafa, documentarista e realizadora.

Intervenientes:

Rosa Melo, Antropóloga Angolana.

Alice Santos, Ativista Santomense.

Raquel Carrilho, Artista Visual e Editora Portuguesa.

Mediação:

Rita Cássia Silva - Antropóloga, Artista Multidisciplinar e Ativista Brasileira e Portuguesa. 

Sinopse dos filmes:

Corações Valentes na Diáspora 

(6min10) legendado em inglês

Uma pequena cartografia de cidade de Lisboa e dos corpos negros em trânsito na contemporaneidade.

Missão Sudoeste de Angola:

AFINAL, QUEM NOS DEFINE? 

(23min) legendado em inglês

A protagonista do filme, a antropóloga Rosa Melo, descendente dos Handa, grupo étnico do sudoeste de Angola, comenta o álbum fotográfico Missão do Real Padroado da Huilla sob um ponto de vista decolonial. Com mais de 40 imagens raras, o álbum foi produzido pela missão católica espiritana na região da Huila, durante o período colonial português.

Informações aqui.

17.10.2022 | par Alícia Gaspar | alice santos, Brasil, carla osório, cine debate, cinema, museu do aljube, raquel carrilho, Resistência, risa melo, rita cássia silva

Call for artists — NZINGA II - Artistic Residency

Procuramos mulheres artistas oriundas dos PALOP’S e Timor Leste para participar na segunda edição do Projecto NZINGA. Serão selecionadas três candidatas para realização de uma residência  artística que decorrerá na Galeria Movart em Luanda entre 20 de novembro e 20 de dezembro de 2022.

Prazo de inscrição: até 31 de outubro de 2022.

O NZINGA é um projecto de residências artísticas da Movart Gallery concebido exclusivamente para mulheres artistas plásticas e curadoras, naturais dos PALOP’S e de Timor-Leste, que desenvolvem a sua prática no âmbito da arte contemporânea africana, com o objetivo de emancipar e empoderar o papel da mulher e promover a igualdade de género na vida social e cultural. A primeira edição do projecto NZINGA decorre na MOVART Luanda até 6 de novembro de 2022, com os artistas selecionados Filomena Mairossi, Isabel Landama e Sarhai, sob orientação da artista Ana Silva.

Mais informações.

17.10.2022 | par Alícia Gaspar | arte, movart, mulheres artistas, NZINGA, nzinga residency, palops, timor leste