Não serei eu uma criança? Racismo na Infância em Portugal

Não serei eu uma criança? Racismo na Infância em Portugal  Exigimos que o Estado português, designadamente, o sistema de justiça, reconheça a motivação racial desta agressão. Exigimos que, de uma vez por todas, abandone um entendimento legal “minimalista” sobre o que se entende por racismo. Exigimos que rompa com o padrão de negação do racismo que tanto prejudica a vida das nossas crianças e jovens e a vida democrática deste país.

Mukanda

04.10.2023 | por vários

A negritude em Portugal com outra perspetiva analítica, conversa com os autores de Tribuna Negra

 A negritude em Portugal com outra perspetiva analítica, conversa com os autores de Tribuna Negra De um encontro com os autores de Tribuna Negra Origens do Movimento Negro em Portugal (1911-1932), Cristina Roldão, José Pereira e Pedro Varela, resultou uma longa conversa. Como postura de investigação, a formulação interrogativa, assumindo as lacunas, deixa no ar o que ainda não sabemos: “o que elas terão dito?” “o que terão feito?”, criando mais perguntas à pesquisa sobre a Lisboa negra do início do século XX. Aliás, a sensação ao ler o livro é a de que cada capítulo dava um outro livro. Os autores foram aos arquivos, aos jornais feitos por negros, e alguma literatura, de Mário Pinto de Andrade saliente-se "As Origens do Nacionalismo Africano", e deixam-nos pistas de figuras fundamentais, organizações, coletivos, de como circularam de ideias, como se configurou o internacionalismo negro com as suas disputas, estratégias e linhas de força. Esclarecem sobe as distintas posições sobre o colonialismo português e o trabalho forçado em São Tomé ("a crítica ao colonialismo não era ainda o anticolonialismo"), o debate sobre descriminação racial, o papel político de mulheres negras, a população negra que trabalhava em Lisboa, e tanto mais. A metáfora da "conversa interna" insere-se na vontade de continuar as pegadas de uma historiagrafia não eurocêntrica, na busca de si.

Cara a cara

22.06.2023 | por Marta Lança

A Descida do Triunfo

A Descida do Triunfo Sem o envolvimento de nenhum partido político, movimento partidário ou social. As pessoas, maioritariamente jovens, mobilizaram-se pela luta contra os atos de violência da polícia e em solidariedade pela Família Negra do Bairro da Jamaica.

Mukanda

30.01.2019 | por Son Ibr Jiobardjan

As origens do movimento negro e da luta antirracista em Portugal no século XX: a geração de 1911-1933

As origens do movimento negro e da luta antirracista em Portugal no século XX: a geração de 1911-1933 A questão colonial será a grande ambiguidade revelada por esta geração de ativistas. A realidade social e política nas “colónias” africanas, as injustiças aí cometidas ou a luta por mais autonomia serão uma constante ao longo dos anos nas páginas desta imprensa. No entanto, nunca haverá uma posição anticolonial total que exija de forma taxativa a independência efectiva dos territórios ocupados; também por isso Mário Pinto de Andrade refere-se a esta geração como Protonacionalistas em oposição ao movimento surgido no pós-II Guerra Mundial, os Nacionalistas Africanos.

Mukanda

08.01.2019 | por Pedro Varela e José Pereira

Não a um museu contra nós!

Não a um museu contra nós! A ausência das nossas perspetivas nas instituições nacionais e nas discussões públicas está naturalizada e normalizada, rasurando-nos enquanto sujeitos históricos e enquanto contribuidores por excelência para a edificação da sociedade portuguesa nas suas diferentes vertentes. Excluídos do corpo nacional, assistimos a uma disputa pela memória que reforça a glorificação da ideologia colonial e reifica o lusotropicalismo, que continua bem presente, apesar da derrota política do fascismo e do advento da democracia, com a “revolução dos cravos” de 1974.

Mukanda

27.06.2018 | por vários

Adjetivo esdrúxulo: Maria Auxiliadora

Adjetivo esdrúxulo: Maria Auxiliadora Até ao dia 3 de Junho, o MASP​ (Brasil)​ apresenta "Maria Auxiliadora da Silva: vida quotidiana, pintura, resistência" no contexto da sua programação dedicada às histórias afro‑atlânticas: as histórias dos fluxos e dos refluxos entre a África e as Américas através do Atlântico. Este texto aborda o trabalho​ ​ da artista​ ​e​ ​os elementos​ ​críticos e criativos que foram negligenciados em favor de sua “crônica de vida”, apontando​ ​alguns dos desafios curatoriais à exposição deste trabalho, no contexto institucional.

Vou lá visitar

13.05.2018 | por Marta Mestre

Racismo em 2017, um ano Negro?

Racismo em 2017, um ano Negro? Esta consequente alta-visibilidade em 2017 tem as suas raízes num movimento longo, difuso, quotidiano, negro e cada vez mais no feminino, de debates, peças de teatro e cinema em torno da questão negra; celebrações das raízes culturais e ancestralidade; redes de solidariedade inter-bairros; (re)construções estéticas e identitárias afrocentradas; exposições, blogues, textos escritos a várias mãos e música a várias vozes.

Mukanda

17.01.2018 | por Mamadou Ba e Cristina Roldão

Ausência de escritores negros brasileiros na Feira de literatura de Frankfurt

Ausência de escritores negros brasileiros na Feira de literatura de Frankfurt Para além do epistemicídio e do racismo institucional que tal postura desvela, a partir da violação de direitos constitucionais, acrescentamos a perversa relação que há entre as grandes editoras – capital privado –, seus catálogos e o apoio estatal evidenciado na lista da Feira de Frankfurt/2013. Por esses motivos, reafirmamos nossa posição contrária a qualquer ação ou evento que signifique e que resulte na exclusão da literatura negra nos anais culturais nacionais e internacionais.

Mukanda

11.10.2013 | por autor desconhecido

Um gesto que abalou o mundo

Um gesto que abalou o mundo Parecia um dia como outro qualquer, 1 de Dezembro de 1955. Uma costureira de 42 anos sentou-se no autocarro nos lugares disponíveis para “gente de cor”. Na cidade de Montgomery, no estado do Alabama, a lei dizia explicitamente que quando os brancos não tivessem lugares sentados podiam obrigar os negros a levantar-se, e se o veículo estivesse muito cheio os negros podiam ser despejados para a rua. Nesse dia vários brancos entraram no autocarro e muitos negros levantaram--se dos seus lugares. Mas não todos. Rosa Parks recusou fazê-lo. “Estou cansada de ser tratada como uma pessoa de segunda classe”, disse ao condutor.

A ler

06.02.2013 | por Nuno Ramos de Almeida

De braços nem tão abertos

De braços nem tão abertos O crescimento da economia do Brasil vem transformando a vida de muitos brasileiros. E também atraindo imigrantes do mundo inteiro, incluindo africanos que falam português. Mas, esperando encontrar uma sociedade aberta e multirracial, ao chegarem ao país esses imigrantes descobrem um lado oculto da sociedade brasileira: o racismo. Esse é o mote do documentário Open Arms, Closed Doors (Braços Abertos, em português), que integra a série de seis documentários autorais Viewfinder Latin America, um programa que tem como objetivo revelar e treinar documentaristas independentes ao redor do mundo e veicular suas produções.

Afroscreen

06.02.2013 | por Juliana Borges e Fernanda Polacow

Jorge sobre Jorge

Jorge sobre Jorge Sábio, naturalmente participante desta cultura nova equivocadamente batizada pelos inimigos de “inferior” “primitiva” “oportunista” “superficial”, sempre confiou em sua intuição soberana. Já intuiu há tempos atrás o soul music, o disco, e foi um dos primeiros a sincretizar o rock, mais do que Roberto Carlos ou Erasmo, em sua definitiva e profunda aparição nacional contemporânea.

Palcos

16.01.2013 | por Jorge Mautner

Será Django Libertado o filme mais negro de sempre?

Será Django Libertado o filme mais negro de sempre?  Estará a América realmente pronta para confrontar-se com a sua história da escravatura? Por cada Rambo, um Django? Desta vez Tarantino foi mais longe e pôs meio-mundo a discutir raça, racismo e escravatura, o legado da guerra civil e a violência que está na génese da formação dos Estados Unidos.

Afroscreen

15.01.2013 | por Raquel Ribeiro

África e os desafios da cidadania e inclusão

África e os desafios da cidadania e inclusão Ao designar de proto-nacionalista a geração de seu pai, Mário de Andrade admitiu que as lutas fragmentadas pela dignidade dos filhos da terra tinham uma vertente que levaria a uma reivindicação de tipo nacional. Ele mesmo, filho, acabou integrando a geração que luta pelos direito à auto-determinação e independência, e fê-lo com a ideia de que a Nação era um instrumento utilitário para unificar lutas fragmentadas. Ou seja, era uma invenção social conveniente que ganhou forma com a contribuição dos próprios protagonistas. Nada de diferente em relação ao pan-africanismo, outra construção hipotética, inventada pela diáspora militante, que não dispunha de identificação territorial própria no continente.

A ler

11.04.2011 | por Carlos Lopes

Black Movement

Black Movement Um grande desafio da luta afro-descendente e, portanto, da Plataforma GUETO, é servirmo-nos das nossas ferramentas pessoais para organizar as pessoas para o pensamento das suas questões. Não é, de forma alguma pensar pelas pessoas e chegar à comunidade com as ideias feitas e/ou os projectos aprovados. (...) Não há dúvida de que somos muito bons/boas a mediar a integração dos Imigrantes ou a inclusão dos seus descendentes mas quantos olham para lá desse prisma e questionam esse quadro de normas que está a seleccionar seres humanos e a enviar os outros para as sucatas da sociedade? Quantos põem este regime em causa e procuram formas de luta alternativas ou complementares àquelas com as quais fomos doutrinados nas associações e movimentos a que pertencemos? Poucos. Não temos uma agenda própria. Andamos ao sabor de agendas alheias.

Cidade

25.10.2010 | por Plataforma Gueto

Carlos Paca - “O teatro é a verdade, a reciprocidade no momento”

Carlos Paca - “O teatro é a verdade, a reciprocidade no momento” A diferença é que o negro no Brasil sente-se brasileiro e em Portugal sente-se imigrante, fazem-nos sentir assim. O governo português diz que está a promover a integração, mas de que forma, se somos excluídos de todos os sectores da sociedade? Mas há também o reverso da moeda: o que é que os actores negros fazem para contrapor esta situação? - reflecte o actor angolano, sediado em Portugal.

Cara a cara

11.10.2010 | por Marta Lança

O negro na telenovela, um caso exemplar da decadência do mito da democracia racial brasileira

O negro na telenovela, um caso exemplar da decadência do mito da democracia racial brasileira Examinar a representação dos atores negros em quase 50 anos de história da telenovela brasileira, principal indústria audiovisual e dramatúrgica do país, é trazer à tona a decadência do mito da democracia racial, sujando assim uma bela mas falsa imagem que o Brasil sempre buscou difundir de si mesmo, fazendo crer que a partir de nossa condição de nação mestiça, superamos o “problema racial” e somos um modelo de integração para o mundo.

Afroscreen

07.06.2010 | por Joel Zito Araújo

Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época

Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época É útil traçar uma genealogia do internacionalismo negro para ajudar perceber o processo da sua formação. As independências de África, além da acção de africanos e africanos na diáspora, devem-se a um conjunto de mudanças estruturais. Se colocarmos a emergência do internacionalismo negro numa perspectiva mais vasta isso permitir-nos-á compreender a mudança de paradigma operada entre os finais do séc. XIX e princípios do séc. XX.

A ler

22.05.2010 | por António Tomás