A internet é afropolitana, entrevista com Achille Mbembe

A internet é afropolitana, entrevista com Achille Mbembe Achille Mbembe discute a história e o horizonte da comunicação e identidade digital no continente africano com Bregtje van der Haak. Mbembe sugere que o que alguns consideram a explosão da Internet é, na verdade, apenas a continuação das antigas culturas na nova era do Afropolitanismo.

Cara a cara

04.11.2022 | por Bregtje van der Haak

Badio Branku de Djam Neguin

Badio Branku de Djam Neguin Djam Neguin, artista caboverdiano multifacetado provocativo e irreverente, brinda-nos e surpreende com nova composição. “Badio Branku” como título, manifesta uma capacidade sintética de todo um conteúdo e narrativas contemporâneas daquilo que enfrentamos nas nossas sociedades, sedentas de africanidade como processo emancipatório. Djam canta a um “espelho invertido”, uma máscara de quem não se quer ver. E sobretudo acusar-se. O existencialismo fala-nos do fardo que é a nossa própria liberdade, na simetria de uma responsabilidade que nem sempre é assumida na mesma medida. Amílcar Cabral falou disso, quando projetou e defendeu a criação do “homem novo”, que pensasse pela sua “própria cabeça”. Um ser livre. Um homem que se pode dar ao luxo de se ver e de ser visto, humanamente, sem “lágrimas de cor”.

Palcos

07.06.2022 | por Valdevino Santos Bronze

Pós-colonialismo e pós-holocausto: o “caso” Mbembe

Pós-colonialismo e pós-holocausto: o “caso” Mbembe Do ponto de vista de uma condenação intransigente do colonialismo, a denúncia das actuais práticas do Estado de Israel relativamente ao povo palestiniano é uma consequência lógica. E condenar todas as formas de colonialismo não corresponde ao assumir de uma posição ideológica, é, pura e simplesmente, um imperativo moral.

A ler

04.07.2020 | por António Sousa Ribeiro

O mito da mulher negra, o sujeito genderizado e racializado

O mito da mulher negra, o sujeito genderizado e racializado Apenas a lente intersecional, assumindo a realidade de uma opressão racial, pode combater a narrativa patriarcal branca, pois o sexismo e o racismo não são dois sistemas de opressão de génese e agressões comparáveis, mas dois fluxos opressivos distintos, produzidos pelo mesmo sistema, que agridem em uníssono a mulher negra.

Corpo

09.05.2020 | por Catarina Valente Ramalho

Mobilidades contemporâneas no contexto pós-colonial: Mbembe, Glissant e Mattelart

Mobilidades contemporâneas no contexto pós-colonial: Mbembe, Glissant e Mattelart Uma das questões que tensiona os campo dos direitos humanos é justamente a restrição contemporânea do direito ao universalismo, a pertencer ao mundo, a viajar por ele e deixar a sua marca como humano. Passaremos por algumas leituras da contemporaneidade que explicitam a questão do outro e o caráter universal dos direitos.

Jogos Sem Fronteiras

08.12.2019 | por Iolanda Évora, Daniele Kowalewski, Giovanna Modé Magalhães e Flávia Schilling

“África é a última fronteira do capitalismo”, entrevista a Achille Mbembe

“África é a última fronteira do capitalismo”, entrevista a Achille Mbembe Atravessar fronteiras físicas e disciplinares é uma vocação de Achille Mbembe. A temática da passagem e do movimento é, aliás, uma chave para a sua compreensão da história e da cultura africanas. A sua perspectiva sobre o passado, o presente e o futuro de África implica ao mesmo tempo traçar uma genealogia da modernidade europeia, das categorias do pensamento que ela construiu, da racionalidade e da historicidade da figura do negro.

Cara a cara

19.12.2018 | por António Guerreiro

Achille Mbembe “Por que julgamos que a diferença seja um problema?”

Achille Mbembe “Por que julgamos que a diferença seja um problema?” Em entrevista, o filósofo camaronês fala sobre xenofobia, nacionalismo, o lugar do estrangeiro, os perigos de “culturas únicas” e espaços de articulação para a diferença. A diferença se tornou um problema político e cultural no momento em que o contato violento entre povos, por meio da conquista, do colonialismo e do racismo, levou alguns a acreditarem que eram melhores que outros. No momento em que começamos a fazer classificações, institucionalizar hierarquias em nome da diferença, como se as diferenças fossem naturais e não construídas, acreditando que são imutáveis e portanto legítimas, aí sim estamos em apuros.

Cara a cara

30.04.2018 | por Katharina von Ruckteschell-Katte

Curar o desejo de apartheid?

Curar o desejo de apartheid? Nas democracias liberais, o “desejo de apartheid” e o “desejo de uma comunidade sem estrangeiro” parecem encontrar conforto moral no seu passado colonial e esclavagista.O demónio colonial reconfigura-se a nível planetário numa exacerbação da clausura entre um “nós” originário e os “outros”. A histeria identitária e o “desejo de fascismo” estimulado pelos populismos, assim como a pulsão autoritária, presentes um pouco por toda a parte, representam um perigo para qualquer projeto de liberdade

A ler

16.01.2018 | por Mamadou Ba

Ciclo Vozes do Sul no Festival Silêncio I LISBOA

Ciclo Vozes do Sul no Festival Silêncio I LISBOA Vozes do Sul é um pequeno ciclo que programei para o Festival Silêncio, no qual se pode assistir ao filme "Independência", um olhar angolano sobre a guerra de libertação, e a duas conversas: a 30 de setembro Achille Mbembe discute as ideias de "Políticas da Inimizade" sob moderação de Mamadou Ba; a 1 de outubro Jota Mombaça questiona o Problema de Escuta, Rita Natálio mostra a face oculta do Antropoceno: Misantropoceno e misantropia, juntamente com a investigadora Maria Paula Meneses, co-autora de "Epistemologias do Sul", que aqui faz convergir uma Ecologia de Sabores e Saberes.

Mukanda

06.09.2017 | por Marta Lança

Políticas da Inimizade (excerto)

Políticas da Inimizade (excerto) Esta nova disseminação de colónias – que vem juntar-se às anteriores vagas de migrações provenientes do Sul – baralha os critérios de pertença nacional. Pertencer à nação não é apenas uma questão de origem, mas também de escolha. Uma massa incessantemente crescente de pessoas participa agora em vários tipos de nacionalidades (nacionalidade de origem, de residência, de escolha) e de ligações identitárias.

Mukanda

11.08.2017 | por Achille Mbembe

Descolonizar os currículos na SOAS, Filosofias do Mundo

Descolonizar os currículos na SOAS, Filosofias do Mundo Da mesma forma, o profundo pensamento filosófico desenvolvido ao longo de milhares de anos na China pode passar sem uma única menção em muitos currículos de filosofia no ocidente. Os estudantes de filosofia devem ser encorajados a travar contacto com o trabalho desafiador de pensadores como Kwami Anthony Appiah, Franz Fanon, Achille Mbembe, Valentin-Yves Mudimbe, Enrique Dussell e Walter Mignolo do mesmo modo que o fazem com Parfit e Strawson. Ou não devemos nós todos assumir a tarefa de nos envolvermos, para citar Nietzsche, com “o que pode ser pensado contra o nosso pensamento”?

Mukanda

04.04.2017 | por World Philosophies

Os pequenos segredos da raça em "Crítica da Razão Negra", de Achile Mbembe

Os pequenos segredos da raça em "Crítica da Razão Negra", de Achile Mbembe O livro de Achille Mbembe impõe-se como uma reflexão sobre o pensamento da diferença e a condenação do seu culto. Ele continua com uma pertinência impressionante, a sua crítica política, cultural e estética do nosso tempo. O malicioso piscar de olhos do título à Crítica da razão pura de Kant não é neutra: Efetivamente, Achille Mbembe debruça-se sobre uma crença, a crença que fundamenta a desigualdade entre os homens: a raça. E fá-lo, citando claramente Césaire quando evoca a violência da conquista colonial no Discurso sobre o colonialismo: «Não nos libertaremos dele com facilidade».

Mukanda

24.03.2016 | por Olivier Barlet

PRÉ-PUBLICAÇÃO Crítica da Razão Negra

PRÉ-PUBLICAÇÃO Crítica da Razão Negra Da potencial fusão do capitalismo e do animismo resultam algumas consequências determinantes para a nossa futura compreensão da raça e do racismo. Desde logo, os riscos sistemáticos aos quais os escravos negros foram expostos durante o primeiro capitalismo constituem agora, se não a norma, pelo menos o quinhão de todas as humanidades subalternas. Depois, a tendencial universalização da condição negra é simultânea com a instauração de práticas imperiais inéditas que devem tanto às lógicas esclavagistas de captura e de predação como às lógicas coloniais de ocupação e exploração, ou seja, às guerras civis ou razzias de épocas anteriores.

Mukanda

30.09.2014 | por Achille Mbembe

Os fantasmas do colonialismo regressam

Os fantasmas do colonialismo regressam Na actualidade, a situação de subalternidade para onde o capitalismo empurrou todos os subalternos, ou seja, quase toda a humanidade, faz com que pensemos que talvez se esteja a caminhar em direcção a um “devir-negro” à escala global que já não identifica somente todas as pessoas de origem africana mas toda a humanidade que estiver na situação de subalternidade.

A ler

09.03.2014 | por António Pinto Ribeiro

Pela abolição das fronteiras herdadas da colonização -entrevista a Achille Mbembe

Pela abolição das fronteiras herdadas da colonização -entrevista a Achille Mbembe Esta oscilação da geografia, do imaginário e das formas de mobilidade é um fator chave das recomposições em curso. Acompanhar de maneira criativa estas recomposições exige que sejam abolidas fronteiras herdadas da colonização, que sejam abertos grandes espaços de circulação sem os quais não haverá nenhum pólo regional de força económica e de criatividade intelectual, cultural e artística. Nós temos que abrir em África vastos espaços de livre-circulação.

Jogos Sem Fronteiras

16.10.2010 | por Achille Mbembe