O transe amazónico em diferentes tempos e lugares na cinematografia de Jorge Bodanzky

O transe amazónico em diferentes tempos e lugares na cinematografia de Jorge Bodanzky No início da década de 1970, quando Jorge Bodanzky começou a filmar o real nos territórios amazónicos, o Regime Militar brasileiro (1964-1985) promovia um imaginário irreal sobre Amazónia, com o fim de desmatar a floresta, explorar as suas terras, integrá-las num projeto colonizador megalómano. Para chamar os colonos de todo o Brasil, as campanhas da ditadura vendiam a Amazónia como uma “terra sem homens para homens sem terra” ou como “um deserto verde”. Oficialmente, a “Revolução chegava à selva” mas, de facto, o que se implementava era uma sanha destruidora que não se deteve até aos dias de hoje. Enquanto militares e empresários ampliavam fronteiras colonialistas, Bodanzky abria fronteiras através do cinema, com o registo da degradação social e ambiental em curso.

Afroscreen

12.07.2022 | por Anabela Roque

Fazer mundos: do tempo que passamos juntos

 Fazer mundos: do tempo que passamos juntos É contra este desligamento, contra esta hierarquia da teoria sobre a praxis, por exemplo, que este livro opera. Não digo a que este livro se refere, digo “que este livro opera” porque, sentindo-se o que nos é informado numa nota na página final desta publicação, que se trata aqui de textos que derivam de publicações anteriores em artigos ou ensaios de jornal, sente-se também um pensamento que é feito acompanhando e entrelaçando-se, com a contingência, com as circunstâncias históricas atuais e com a práxis da vida quotidiana. É também de questões que reverberam diretamente dos dias que estamos a viver que este livro emerge, interpelando o nosso modo de os habitar.

A ler

31.05.2022 | por Liliana Coutinho

"Percurso que fizemos em conjunto", conversa com as curadoras de 'Earthkeeping / Earthshaking: arte, feminismos e ecologia'

"Percurso que fizemos em conjunto", conversa com as curadoras de 'Earthkeeping / Earthshaking: arte, feminismos e ecologia' A questão da ecologia a partir de práticas artísticas dos anos 60. A revista "Heresies" (revista feminista, cujo número #13 é dedicado a ecologia) foi uma referência que nos fez entender que estava a haver, nos últimos anos, um renovado interesse, tanto do ponto de vista da reflexão sobre os feminismos, como sobre questões ecológicas em âmbito expositivo.

Cara a cara

03.09.2020 | por Hugo Dinis

Quando o vírus é o sistema: propostas ecossocialistas para não voltar ao normal.

Quando o vírus é o sistema: propostas ecossocialistas para não voltar ao normal. É preciso agir com as lutas de todxs xs trabalhadorxs, mesmo daquelxs que até agora não eram visíveis nos trabalhos reprodutivos e dos cuidados, e principalmente das mulheres, em conjunto com as demais lutas de setores e movimentos indígenas, racializados e das comunidades locais e de mulheres rurais, em alianças urbanas e rurais, desde os níveis mais locais e de vizinhança até os espaços regionais, transfronteiriços e internacionais. Articular as práticas que nos permitem sobreviver, transformar o sistema, e superar os impactos das mudanças climáticas e ambientais.

A ler

10.08.2020 | por Oficina de Ecologia e Sociedade

Porquê Antropoceno? - projeto ANTROPOCENAS

Porquê Antropoceno? - projeto ANTROPOCENAS Politizar o Antropoceno implica resignificar a noção de humano e fazer uma reflexão mais abrangente sobre as relações entre humanidade e poder, humanidade e natureza, ecologia e política. Implica mudar as palavras. E começar a reflexão a partir de uma escuta de posições não vistas.

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22.10.2017 | por Ritó aka Rita Natálio

Supressão e conservação do homem branco

Supressão e conservação do homem branco Quanto mais avançava na colonização do mundo exterior, tanto mais o homem branco precisava ajustar a si mesmo, e quanto mais assim se ajustava, mais precisava colonizar o mundo. Os senhores do autodomínio, que tinham vertido sangue no Novo Mundo, lançavam agora seu olhar abstrato e utilitário para o continente europeu. A colonização externa das culturas não-européias se reverteu directamente em colonização interna do próprio mundo. Na medida mesma em que promovia a capitalização da produção e a industrialização, o colonialismo também destruía o modo de produção agrário da antiga Europa e impelia a parcela empobrecida da população para as fábricas, então com jornadas de trabalho de 14 horas e bárbaro trabalho infantil.

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03.10.2013 | por Robert Kurz