Abril Independente | Programação Especial Abril na Casa Independente

A CASA INDEPENDENTE APRESENTA PROGRAMAÇÃO ESPECIAL DE ABRIL

Abril Independente
(faccioso e não dormente)

O mês de Abril na Casa Independente, faz abrir muitas portas e janelas, para uma programação que se quer na rua e até ao telhado da Casa.

A data evoca muitas lutas e mais do que recriações este mês procura convulsões, com uma assinatura de programação a 4 mãos, o Take Over* da Casa alargou-se e estendeu-se à programação, que Roger Madureira (da Equipa da Casa) pensou com a Inês Valdez e com a Patrícia Craveiro Lopes, juntando ao trio Renata Sancho (Cineasta Portuguesa e que tem a seu encargo a produtora Cedro Plátano) para uma curadoria de cinema. Com este quarteto de tigresas, apresenta-se sob a égide de “O Serviço de Cirurgia Democrática” as intervenções que vão presentear os dias na Casa, com reflexão, arquivo, memória, luta, resistência e arte.

De 1 a 30 de Abril, os espaços da Casa, da entrada ao telhado, passando pelas varandas e paredes, cobrem-se de intervenções e instalações numa ocupação visual, que traz evocações de Ana Hatherly (1929-2015) à iconografia das pinturas murais revisitadas pelo olhar da equipa, e que reflectem as lutas activas de hoje e relembram a relevância que mantêm desde abril de 74, abordando temas como o colonialismo, a censura, a tortura, o exílio, sem deixar de lado a luta feminista.

De 2 a 30 de abril, às terças-feiras (2, 9, 16, 23 e 30 de abril), às 21H, o ciclo de cinema “Vejam Bem”, pensado e curado por Renata Sancho, oferece-nos um espaço de pensamento, com exibição de filmes seguida de conversa de contextualização e digestão. Neste ciclo procura-se recuperar olhares sobre a liberdade e registos como “O medo à espreita” & “Outra forma de Luta”, entre outros títulos cuidadosamente pensados para este mês e que introduzem diversas questões “quentes” do pós-25 de Abril, como a independência das ex-colónias.

E como Abril se fez e se cumpre na rua, é para a rua que segue a programação deste mês, na noite de 24 para 25 de Abril, sob a denominação de “Por teu Livre Pensamento”. Mais que recriações históricas, procuram-se convulsões heroicas, desse heroísmo que só se faz em modo colectivo, com todos no Largo do Intendente, e de participação aberta a todos, com uma apresentação única de videomapping analógico na fachada da Casa Independente. Um mapeamento de retropojectores, manipulados humanamente e em directo, com muita margem para erros, como a vida, pensando no que seria o videomapping há 50 anos sem os recursos existentes hoje. Uma performance duracional, multidisciplinar, activa e política que a todos convoca para a luta activa contra uma ideia de falsa democracia. Nesta noite com performance e instalações que congrega música e muitas outras intervenções surpresa pensadas para este momento, em que se grita que estarmos vivas e activas na Casa Independente, tem um duplo sentido: a liberdade e a resistência, e o fim de um edifício, mas não o fim de um projecto.

Já depois da meia noite, dentro da Casa Independente, Bruno Huca que é actor e é cantor, sendo os dois apenas este corpo, esta alma com pés no chão e carapinha no céu, apresenta-se em concerto, numa noite que será de entrada livre (até à lotação da Casa). Mais surpresas serão anunciadas em breve.

Para além da programação especial de Abril, que evoca todos os sentidos, a Casa mantém a programação regular que promete transformar as noites de fim de semana em momentos de luta e glória, com as habitués DJ Set pelo mês dentro: SELECTA ALICE (5 Abr), LADYG BROWN (6 Abr), SUGU (12 Abr), FIDJU-FEMA (13 Abr), RITA SÓ (19 Abr), PIRIQUITOS MUITOS (20 Abr), LEO SOULFLOW (26 Abr), SIR SCRATCH + DOM MAC I (27 Abr); todas as sextas e sábados de abril, com bilheteira à porta.

Comecem as mobilizações e as festividades, em Abril, resistências mil, na Casa Independente para toda a gente.

*O Take Over é uma iniciativa interna da Casa, que dá a vez e a voz, mensalmente, a uma pessoa da equipa para assumir a comunicação da programação. Iniciada em Março com Marcos, gerente da Casa, o mês de Abril abre as portas ao Take Over do Roger, que se envolveu também no desenho da programação especial de Abril. Todo o programa foi pensado a partir de elementos físicos e de memória da Casa e edifício, evocando os princípios de luta activa, mais que nunca, e trazendo para as diferentes secções da programação, detalhes da Casa, como por exemplo o facto do edifício ter albergado na sua história a Associação do Livre Pensamento; ou ainda o detalhe da sala de trabalho interna ter sido em tempos o Serviço de Pequenas Cirurgias, entre outros detalhes que nortearam e inspiraram o programa que a equipa agora apresenta.

 

03.04.2024 | por mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, casa independente, inauguração, liberdade

50 anos do 25 de Abril / Mulheres, Literatura e Revolução e MULHERES RARAS

MULHERES, LITERATURA E REVOLUÇÃO
Nos 50 anos do 25 de Abril e com um país a virar à direita é preciso entendermos melhor a nossa história para que consigamos agir, não baixar os braços e fazer muito barulho. Nesse contexto organizei na Snob um novo curso que tenta entender, do ponto de vista das mulheres - quem na verdade viu a sua vida mudar radicalmente com a revolução - como se fez essa transição. Uma revolução que se fez num dia teve e tem ainda décadas de trabalho para fazer na consciência do potencial da nossa liberdade, empatia e respeito pelo outro. Em três sessões vamos pensar como se ensina um país a viver em liberdade através da literatura, do activismo, da acção social, dos movimentos espontâneos e organizados. Só entendendo o que se passou podemos fazer o tanto que ainda falta fazer.
15, 22 e 29 de Abril, segundas-feiras19h - 20h3050€Presencial na Snob, zoom ou em vídeo em qualquer altura.Inscrições e informações: mulheres.raras.info@gmail.com
https://www.rosaazevedo.com/post/em-abril-na-snob
MULHERES RARAS

O projecto MULHERES RARAS lança-se para fora de portas, mais precisamente para o Reguengo Grande nos arredores da Lourinhã. No fim-de-semana de 6 e 7 de Abril a nossa proposta é afastarmo-nos de todos para nos aproximarmos uns dos outros a falar de livros escritos por mulheres no séc XX, em Portugal. O fim-de-semana inclui o curso MULHERES RARAS, leituras autónomas, leituras orientadas, muitas conversas sobre livros e não só, e algum tempo livre. Inclui também duas noites numa casa charmosa e todas as refeições (que serão preparadas comunitariamente.)

DATAS
De 5 de Abril, 21h a 7 de Abril, 17h
Casal Serrano
https://www.booking.com/Share-QHJp1Zd

MULHERES RARAS

Nas publicações de referência da História da Literatura Portuguesa do séc. XX escasseiam mulheres. Por um lado podemos afirmar sem estar longe da verdade que as mulheres escreviam menos que os homens. Mas porquê? E será que se justifica que os nomes de mulheres ao longo da primeira metade do século se contem pelos dedos de uma mão? Neste curso vamos falar de uma cultura feminina, por oposição a uma escrita feminina, revelar o que se passou no século XX em Portugal, falar de escritoras, do meio onde elas tiveram de se afirmar, pensar em conjunto que fenómeno de apagamento foi este. E, acima de tudo, vamos devolver à literatura alguns destes livros e destas autoras.

https://www.rosaazevedo.com/post/mulheres-raras-fora-de-portas


 

25.03.2024 | por mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, literatura, mulheres, mulheres raras, revolução

8 de Fevereiro de 2024 - Inauguração da exposição “Liberdade - Portugal, lugar de encontros” na UCCLA

No ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, a UCCLA vai inaugurar a exposição “Liberdade - Portugal, lugar de encontros” no dia 8 de fevereiro, às 18 horas. 

Com curadoria de João Pinharanda, a exposição pretende dar voz à expressão artística propiciada pela conquista da Liberdade em Portugal. Com o 25 de Abril de 1974 e o fim da Guerra Colonial criaram-se condições para uma multiplicidade de encontros.

Na seleção curatorial de João Pinharanda são-nos apresentados 28 olhares artísticos contemporâneos, oriundos dos países que se expressam oficialmente em língua portuguesa. Estes artistas têm em comum o facto de terem tido ou ainda terem em Portugal um lugar de encontro e trabalho, que pode não ser central nem determinante no seu olhar, mas que não deixa de ser um laço, com a restante realidade artística. A manifesta pluralidade de perspetivas decorre não só da diversidade de origens geográficas e das vivências pessoais, que moldaram a respetiva sensibilidades e criatividade individual. 

A mostra assume-se como uma exposição de cruzamentos e de encontros, daqueles que partiram e regressaram, dos que chegaram e ficaram, ou partiram de novo, ou nunca mais regressaram… Mas todos eles olharam para Portugal e registaram um encontro em imagens; ou olharam, a partir de Portugal, para os seus próprios mundos. Fizeram-no com Liberdade criativa e crítica, oferecendo-nos peças de um puzzle que outros artistas completarão e que nós próprios somos chamados a completar.

De destacar as múltiplas as técnicas utilizadas na produção das peças expostas, que incluem pintura, serigrafia, fotografia, escultura, azulejo e tapeçaria.  

As obras presentes permitem-nos viajar à descoberta de um mundo onírico e de criatividade onde se percecionam muitas das influências que inspiraram estes artistas e as respetivas gerações, com especial destaque para a expressão da liberdade e do espírito anticolonial, as influências espirituais ou religiosas, as influências culturais e literárias e as questões relacionadas à identidade.  

 

A entrada é livre.

A exposição engloba um núcleo no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), que será inaugurado no dia 15 de fevereiro. 

 

Lista de artistas expostos:

Abraão Vicente Alfredo Cunha

Ana Marchand

Ângela Ferreira

António Ole

Carlos Noronha Feio

Cristina Ataíde

Emília Nadal

Eugénia Mussa

Fidel Évora

Francisco Vidal

Gonçalo Mabunda

Graça Morais

Graça Pereira Coutinho

Herberto Smith

Joana Vasconcelos

José de Guimarães

Keyezua

Manuel Botelho

Mário Macilau

Nú Barreto

Oleandro Pires Garcia

Pedro Chorão

Pedro Valdez Cardoso

René Tavares

Vasco Araújo

Vhils (Alexandre Farto)

Yonamine


Morada:

UCCLA - Avenida da Índia, n.º 110 - Lisboa

CCCV - Rua de São Bento, n.º 640 - Lisboa

Horário:

UCCLA - 8 de fevereiro a 10 de maio de 2024 

Segunda a sexta-feira, das 10 às 18 horas

CCCV - 15 de fevereiro a 15 de abril de 2024 

Terça a quinta-feira, das 12 às 19 horas; Sexta e sábado, das 13 às 20 horas

 

30.01.2024 | por mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, exposição, liberdade, uccla