Online Panel 2: 'Silencing Sexual Misconduct in Academia: Challenges in academic publishing'

11 March, 12-2pm GMT

In August 2023 the edited book Sexual Misconduct in Academia: Informing an Ethics of Care in the University was withdrawn from publication by Routledge - Taylor and Francis Group, with the publisher stating they had received ‘a series of legal threats from various parties’ in relation to one chapter. Thousands of academics internationally called for its re-publication, yet the entire volume remains un-published with no apparent route forward.

In this webinar, we will discuss the implications of this development for academic writing on sexual misconduct, asking questions such as, ‘If sexual harassment is part of the conditions of production of academic knowledge, how can we create conditions in which it is possible for survivors and scholars to write about it safely?’ and ‘What should academics expect from publishers when writing in this area?’

Speakers: Donya Ahmadi, Alex Petit-Thorne, Tom Dark, Dirk Voorhoof.

21.02.2024 | por Nélida Brito | academic, sexual misconduct

Campanha Neve Insular - exposição pop up e masterclass em Mallorca

Olá, 
É início de semana, e o meu coração segue palpitando para responder a todas as lutas!
Por isso escrevo-vos, para contar duas novidades da Neve Insular em Cabo Verde: uma distinção e uma campanha em que conto convosco!

1. É com grande entusiasmo que partilhamos a notícia de que a exposição + programa de seminário e workshops “Neve Insular 0,0003% - algodão e resistência” foi nomeado ‘Best of’ das artes visuais africana e afrodiaspórica em Portugal em 2023 (Bantumen). Ficamos muito felizes com o reconhecimento da ação conjunta do projeto semente do i2ADS com o coletivo NI! Esta distinção é, também por isso, resultado de todas as ligações que constituem o nosso cultivar relações! Assim esta distinção da Bantumen é para esta constelação.

2. Após essa primeira exposição internacional, estaremos presentes em Mallorca para a apresentação de:


 Neve Insular 0,0003% - algodão e resistência POP UP Exhibition e Master Class 1-13 maio de 2024XTANT, Cidade de Palma, ilha de Mallorca, Espanha


Lançamos um crowdfunding “Neve Insular - utopia a partir do algodão” para reforçar a rede de suporte da Neve Insular. A itinerância da exposição na XTANT-Roots 2024 permitirá alargar o impacto internacional do trabalho que realizamos com a comunidade, especificamente no sector da arte e design. Além disso, dar a conhecer a história cultural de Cabo Verde mediante uma abordagem contemporânea e artística.


 

19.02.2024 | por Nélida Brito | arte, cabo verde, exposição, neve insular, workshop

North-South Feminist Dialogue 2024


Online Panel 1: ‘Silencing Sexual Misconduct in Academia: Naming perpetrators, speaking out’
5 March, 12-2 PM GMT

In the wake of movements like #MeToo, #RuReferenceList, and #NiUnaMenos, students and staff worldwide courageously shared stories of sexual- and gender-based violence (SGBV) in academia. But despite empowering calls to ‘speak out’, survivors often faced severe backlash. Recent cases in the academic community highlight survivors’ challenges in disclosing, even when their accounts are anonymous, and reflect the increasingly prevalent problem of libel law being used to silence SGBV survivors. However, Higher Education (HE) policies and practices rarely consider these factors. This panel will explore from various perspectives the idea of naming perpetrators of SGBV in HE.
Speakers: Kiki Mordi, Joel Quirk, Judith Levine.

Online Panel 2: ‘Silencing Sexual Misconduct in Academia: Challenges in academic publishing’
11 March, 12-2pm GMT

In August 2023 the edited book Sexual Misconduct in Academia: Informing an Ethics of Care in the University was withdrawn from publication by Routledge - Taylor and Francis Group, with the publisher stating they had received ‘a series of legal threats from various parties’ in relation to one chapter. Thousands of academics internationally called for its re-publication, yet the entire volume remains un-published with no apparent route forward.

In this webinar, we will discuss the implications of this development for academic writing on sexual misconduct, asking questions such as, ‘If sexual harassment is part of the conditions of production of academic knowledge, how can we create conditions in which it is possible for survivors and scholars to write about it safely?’ and ‘What should academics expect from publishers when writing in this area?’
Speakers: Donya Ahmadi, Alex Petit-Thorne, Tom Dark, Dirk Voorhoof.

19.02.2024 | por Nélida Brito | ACADEMIA, sexual misconduct

Exposição “Terra Estreita” inspirada pela poesia árabe de Mahmoud Darwish assinala novo ciclo expositivo do CIAJG

O dia 24 de fevereiro será preenchido pela inauguração de várias exposições na cidade de Guimarães. Às 11h00, o CIAJG apresenta uma exposição que reúne um conjunto de peças recentemente doadas por José de Guimarães ao Município, um momento que contará com a presença do artista. Às 15h00, o Palácio Vila Flor inaugura “Superfícies não orientáveis”, uma mostra concebida pelos artistas Diogo Martins, Igor Gonçalves, João Melo e Mariana Maia Rocha, que se estende ao Palacete de Santiago. O dia culmina às 17h00, novamente no CIAJG, com “Terra Estreita”, uma exposição que reúne obras de Benji Boyadjian, Bisan Abu Eisheh, Emily Jacir, Jean Luc Moulène, Larissa Sansour, Taysir Batniji, Ryuichi Hirokawa e Yazan Khalili, e que apresenta a vitalidade da arte do Médio Oriente. 

 

Inspirado pelo espírito e pela letra do poema de Mahmoud Darwish, “A terra é estreita para nós” (1986), que escrevia “A terra é estreita para nós. Ela encurrala-nos no último desfiladeiro e despojamo-nos dos nossos membros para passar. A terra oprime-nos. […] Para onde iremos, passada a última fronteira? Para onde voarão as aves, após o último céu?”, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) será ocupado por uma nova exposição, com curadoria do coletivo (un)common ground, que reúne obras de artistas de nacionalidades diversas – japonesa, americana, francesa, dinamarquesa, finlandesa e palestiniana – que se debruçam sobre cenários distópicos propondo uma visão impregnada de esperança.

 

“Terra Estreita” aborda questões contemporâneas como o exílio, a pertença à terra, o colonialismo e a geopolítica, através de instalações, vídeos, fotografias, esculturas e obras sonoras de Benji Boyadjian, Bisan Abu Eisheh, Emily Jacir, Jean Luc Moulène, Larissa Sansour, Taysir Batniji, Ryuichi Hirokawa e Yazan Khalili. Coproduzida pel’A Oficina/CIAJG e pelo (un)common ground, um coletivo português que investiga a inscrição artística e cultural dos conflitos do Médio Oriente, a exposição integra obras provenientes dos artistas e da coleção Teixeira de Freitas, e pretende assinalar ainda a comemoração dos 50 anos do 25 de Abril. 

 

A inauguração está marcada para 24 de fevereiro, às 17h00, momento que contará com a leitura de poemas de Mahmoud Darwish pelas vozes de Dima Mohamed, Alexandra Lucas Coelho, Inês Lago, Luiza Teixeira de Freitas, coletivo (un)common ground, entre outras. Um dos mais aclamados poetas árabes, traduzido em mais de 20 línguas, Darwish era um poeta pacifista e queria ser visto como um homem sem fronteiras, dedicado à causa da liberdade e da justiça. A sua poesia tem sido acolhida por leitores de todo o mundo, sendo uma voz absolutamente necessária, e inesquecível uma vez descoberta. 

 

Ao final da tarde, está programada também uma conversa com Alexandra Lucas Coelho que apresentará no CIAJG “Oriente Próximo”, o primeiro livro publicado pela escritora e jornalista, situado entre 2005 e 2007. Agora, numa nova edição pela editora Leya, revista após 7 de outubro de 2023, ao voltar de um mês de reportagem na Cisjordânia Ocupada, no Estado de Israel e em Jerusalém, este livro convida a uma conversa aberta a todos, onde a autora estará presente. 

 

Para celebrar a inauguração de um novo ciclo expositivo, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães irá promover também uma experiência sensorial evocadora de memórias degustativas longínquas e próximas, conduzida por Dima Mohamed e Hindi Mesleh (Zaytouna Lisboa) com Ane Delazzeri e André Pinto (Cantina CAAA, Guimarães). 

 

 Larissa Sansour Olive TreeLarissa Sansour Olive Tree

Na manhã de 24 de fevereiro, o museu abre as suas portas para uma sessão pública de apresentação da mais recente doação de José de Guimarães ao Município. Desde 2012, o CIAJG acolhe uma parte significativa do projeto cultural e do trabalho autoral de José de Guimarães, com base no acordo de comodato firmado entre o artista e o Município de Guimarães. Hoje, o museu expõe em permanência um acervo de 1128 objetos, proporcionando a fruição da obra de José de Guimarães pelo público.

 

Este ano, o artista e o Município assinaram um novo acordo, desta vez uma doação de 98 peças, um gesto simbólico que renova o projeto cultural do CIAJG e os desígnios da sua missão, projetando um compromisso para o futuro. A abertura da sala onde vai estar exposta a doação está marcada para as 11h00 e contará com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, e do artista, José de Guimarães.

 

Diogo Martins, Igor Gonçalves, João Melo e Mariana Maia Rocha criam obras para o Palácio Vila Flor e o Palacete de Santiago

Ao início da tarde, é a vez do Palácio Vila Flor (no CCVF) inaugurar “Superfícies não orientáveis”, uma exposição concebida pelos artistas Diogo Martins, Igor Gonçalves, João Melo e Mariana Maia Rocha, que apresenta um percurso imersivo e labiríntico com obras de pintura, desenho, escultura e media art, criadas em residência artística, ao longo do último mês, no território de Guimarães.

 

“Superfícies não orientáveis” desafia os limites convencionais da expressão artística e convida o público a explorar territórios desconhecidos, apreciando as complexidades da condição humana. A nossa humanidade, impactada pela consciência da finitude, do tempo, do controle e da ruína, procura evadir-se dessas realidades desconfortáveis. Nesse contexto, a exposição concentra-se intencionalmente nestes temas que frequentemente evitamos, oferecendo um espaço reflexivo que questiona a complacência habitual e encoraja os espectadores a confrontar as intrincadas complexidades inerentes à nossa existência. Com a cocuradoria d’A Oficina/CCVF e do Guimarães Projet Room, “Superfícies não orientáveis” é marcada por duas aberturas, a primeira terá lugar às 15h00, no Palácio Vila Flor, seguindo o Palacete de Santiago, às 16h00.

17.02.2024 | por martalanca | ciajg, palestina, poesia árabe

Resonance Spiral na Berlinale

Centrifugal movement was an expression once used to describe the tactical, situated beginnings of an anti-colonial armed struggle. In a flow of gestures and recurrences, a building is collectively imagined and constructed by the traditional community of the militant Guinea-Bissauan filmmaker Sana na N’Hada. Future is rejected to make space for what waits ahead. Intertwining local dreams and cine-kin’s visions, Resonance Spiral traverses moments at the newly erected community space in Malafo. Old plans for a videotheque are revisited for the mediateca. The women of the Satna Fai association listen to forgotten voices and rest from millennia of abuse. An informal sewing workshop, an experimental garden, a bibliotera and a pre-school are set up in the space. Adolescents voice a circle and sound self-built instruments. At the well, a discussion is staged about mud medicine. Ciné-kins undermine their own agencies and distrust neo-liberal slogans. With solidary hearts and a desire to flip verticalities into horizon lines, the collective slides through mud. Onshore. Abotcha. Na tchon. Humus, humans, humbled, humiliated by humanity.

74. Berlinale - Forum
mon, 19.02.2024 - 12:30 Safi Faye Saal (World Premiere) - Q&A 

tue, 20.02.2024 - after 21:30 GET-TOGETHER - KUMPELNEST 3000 - Lützowstraße 23, 10785 Berlin

21.02.2024 - 13:00 Kino Arsenal 1 - Q&Athu, 22.02.2024 - 21:00 Kino Betonhalle@silent green - Q&Afri, 23.02.2024 - 13:00 Kino Arsenal 2 (Press Screening) - Q&Asat, 24.02.2024 - 18:45 Kino Arsenal 1  - Q&A
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MoMA Doc Fortnight

tue, 27.02.2024 - 19:00 - MoMA, Floor T2/T1, Theater 2 - Q&A (International Premiere) -The Roy and Niuta Titus Theater 2fri, 01.03.2024 - 16:30  - MoMA, Floor T2/T1, Theater 2 -The Roy and Niuta Titus Theater 2
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Cinema du Reél
thu, 28.03.2024 - 19:00, Forum des images - Salle 300 (French Premiere)sat, 30.03.2024 - 14:30, Centre Pompidou - Cinéma 1 - Q&A

RESONANCE SPIRAL assembled by Filipa César & Marinho de Pina

92’, 2K, colour, stereo, 2024

Portugal/ Guinea-Bissau/ Germany

languages Spoken: Guinea-Bissau Creole, Cape Verdean Creole, French and Portuguese DCP

with Bedan na Onça, Bidan Quelenque, Cristina Mendes, Mû Mbana, N’sai Ndiba, N’sai na Tchuto, João Polido Gomes, Pereira na Onça, Pedro na Onça, Pedro Maia, Sancho Silva, Sana na N’Hada, Satna Fai, Sónia Vaz Borges, Vanessa Fernandes & community of Malafo logline The Mediateca Onshore in Malafo, a village in Guinea-Bissau, is an archive and a hub for agropoetic practices. As Amílcar Cabral talks feminism on tape, ciné-kins speak from the mangroves about the contradictions of their practice.

17.02.2024 | por martalanca | Abotcha, filipa césar, filme, Malafo, Marinho Pina

“Um nome para o que sou”

21 fev 2024 QUARTA- 18:00, 10 mar 2024 DOMINGO- 18:00, 10 abr 2024 QUARTA- 18:00

Local: Auditório 3 Fundação Calouste Gulbenkian

Entrada gratuita: Mediante levantamento de bilhete duas horas antes do início do evento

Exibição do filme sobre o livro “As mulheres do meu país” de Maria Lamas, que reflete sobre a matéria e forma do livro e as leituras e significados que pode trazer na atualidade.

Entre 1947 e 1949, a escritora Maria Lamas percorreu o país para dar a conhecer a realidade em que viviam as mulheres portuguesas. O resultado deste périplo foi o livro “As mulheres do meu país”. Passados mais de 70 anos, a realizadora Marta Pessoa e a escritora Susana Moreira Marques procuram compreender que livro é este e o que nos pode dizer hoje.

Um nome para o que sou é um filme sobre um livro e sobre o movimento que ele opera em nós quando o lemos.

Na sessão de dia 21 de fevereiro o filme será seguido de uma conversa sobre Maria Lamas e o livro “As mulheres do meu país” com Jorge Calado – curador, Marta Pessoa – realizadora e Susana Moreira Marques – argumentista.

Um nome para o que sou é um filme sobre o livro “As mulheres do meu país”. Mas o que se filma quando se filma um livro?

Setenta anos passados sobre a sua publicação, Marta Pessoa pede a Susana Moreira Marques, jornalista e escritora no Portugal dos anos 20 do século XXI, que se junte a ela na reflexão sobre a própria matéria e forma do livro e as leituras e significados que pode trazer na atualidade.

Em 1947-1949, Maria Lamas foi alguém que se implicou na história das mulheres com que se cruzou, que reportou a sua realidade, que opinou, que interpelou, que confrontou, que quis ir mais fundo. Alguém que, por vezes, se entristeceu e quase sempre se revoltou.

Em 2021, diante da câmara, Susana Moreira Marques procura colocar-se no lugar de Maria Lamas e olhar para o lugar que as mulheres ocupavam antes e ocupam hoje. Uma escritora olha para outra escritora. Uma mulher e outra mulher. Mais de setenta anos as separam. O livro é o mesmo, na sua desmesura.

O que este documentário propõe então, enquanto gesto fílmico, é um diálogo, um jogo de olhares. Há o olhar de Maria Lamas sobre as mulheres, o olhar da escritora sobre Maria Lamas e o livro, e o olhar da realizadora (do filme) que se envolve e simultaneamente observa todo este processo. Há as imagens e as palavras, de antes e de hoje.

https://gulbenkian.pt/agenda/um-nome-para-o-que-sou/

16.02.2024 | por mariana | exibição de filme, Fundação Calouste Gulbenkian, Maria Lamas

CCB - Ciclo de conferências «Outros Espaços» Tema 2024: «As margens da liberdade»

https://www.ccb.pt/evento/ciclo-de-conferencias-outros-espacos/2024-03-0...

 

DATAS / HORÁRIOS

24 fevereiro, 9 março, 13 abril, 11 maio, 22 junho de 202415:00

Auditório do MAC/CCBA participação será gratuita, mediante aquisição do bilhete de entrada no museu.

O ciclo de conferências «Outros Espaços» é uma parceria entre o Centro Cultural de Belém, a Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação (ECATI) e o Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT) da Universidade Lusófona — Centro Universitário de Lisboa.

 

Apresentando-se como um espaço de diálogo plural, esta parceria procura ligar a produção académica e científica à comunidade e proporcionar a transmissão de conhecimento. A ação que cada instituição leva a cabo contempla a ativação de sinergias temáticas entre áreas como as artes visuais, o cinema, as artes cénicas e as artes sonoras, a comunicação e a cultura, a arquitetura e os novos dispositivos digitais.

«As margens da liberdade», 2024

 O tema para a programação do ano de 2024 centra-se no pensamento das margens da liberdade em todas as suas vertentes — das artes visuais, passando pelo cinema, à arquitetura, ao conceito do político e à cultura em geral. Num ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, sem nos querermos sobrepor a programações atinentes às celebrações, propomos pensar como, em momentos de cerceamento da liberdade, em espaços de movimento direcionado, o ser humano foi, tanto individualmente como em comunidades constituídas para o efeito, reagindo aos limites que lhe eram impostos. Dessa forma, criaram-se momentos e espaços em que a experiência individual e coletiva, de forma mais explícita ou mais sub-reptícia, soube alargar as imposições que cada instante histórico e os seus lugares iam condicionando.

 

24 de fevereiro | 15:00

Margens da Igreja durante o Estado Novo: D. António Ferreira Gomes e D. Sebastião Soares de Resende

Conferência por Moisés Lemos Martins

 

Quando das eleições para Presidente da República, em 1958, D. António Ferreira Gomes, bispo do Porto, escreveu uma carta a Salazar que lhe valeu dez anos de exílio, entre 1958 e 1968. O bispo reprovava a situação interna do país: o país «do pé descalço, do maltrapilho, do farrapão» era, além disso, um país sem liberdade.

Por outro lado, D. Sebastião Soares de Resende, que foi o primeiro bispo da Beira, entre 1943 e 1967, em Moçambique, logo em 1944 denunciou «a escravatura» que imperava na Beira. E depois, no Concílio Vaticano II (1962–1965), foi o único bispo português a denunciar as ditaduras e o colonialismo. Os dois bispos representavam, todavia, uma Igreja das margens durante o Estado Novo.

 

Em 1949, Salazar escreveu o seguinte: «Portugal nasceu à sombra da Igreja, e a religião católica foi desde o começo elemento formativo da alma da Nação e traço dominante do carácter do povo português. Nas suas andanças pelo Mundo — a descobrir, a mercadejar, a propagar a fé — impôs-se sem hesitações a conclusão: português, logo católico.»

 

Agradecido a Salazar, o episcopado português sempre demonstrou obediência e reverência ao Estado Novo, uma situação a que apenas o 25 de Abril de 1974 veio pôr cobro.

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9 de março | 15:00

Como defender os direitos humanos na era digital?

Conferência por Maria Eduarda Gonçalves

 

A Internet converteu-se no espaço público do século XXI. Inicialmente apresentada como promessa de maior liberdade de expressão e comunicação, a Internet, na era das plataformas digitais, tem visto crescer uma apreensão generalizada não só quanto aos seus impactos potencialmente adversos na saúde pública, na polarização social e na difusão de fake news e discursos de ódio, mas também quanto ao poder excessivo das big tech que a dominam.

Na União Europeia, a resposta a estes desafios encontrou expressão num corpus legislativo inovador no contexto global em domínios como a proteção de dados pessoais e a regulação dos serviços digitais e da inteligência artificial. Naquilo que se revela uma característica assinalável desta legislação, foram delegadas importantes responsabilidades regulatórias aos próprios operadores tecnológicos em detrimento da autoridade pública — uma opção, todavia, controversa.

 

A este respeito, será legítimo falar de uma mudança do paradigma público convencional do direito e da regulação em virtude de um paradigma de natureza privada? E fará sentido imaginar um novo momento constituinte que permita adaptar às realidades da era digital tanto o regime das liberdades e direitos fundamentais como o controlo dos poderes?

 

https://ciencia.iscte-iul.pt/authors/maria-eduarda-goncalves/cv

https://www.researchgate.net/profile/Maria-Eduarda-Goncalves-2

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13 de abril | 15:00

Novilínguas e Liberdade de Expressão: Novas Margens

Conferência por Teresa Maia e Carmo

 

O logro em que se vem transformando a própria designação da liberdade de expressão — direito constitucionalmente garantido, mas hoje atravessado por diferentes apropriações societais moldadas por algoritmos opacos — convoca um revisitar das novas tessituras entre discurso e poder(es) na contemporaneidade mediática.

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11 de maio | 15:00

Pedagogia da memória, lembrar para desaprender:

Notas a partir do projeto Sala Colonial (Lamego, 2021–2024)

Conferência por Catarina Simão

Em 1980, a direção do antigo Liceu de Lamego entregou ao museu da cidade cerca de 300 artefactos africanos que faziam parte do espólio da Sala Colonial existente naquela escola desde 1938. A Sala Colonial foi um modelo escolar de exaltação nacional que, durante o Estado Novo, serviu a propaganda do «Império Português em África». No pós-25 de abril, a desativação dessa sala constituiu um primeiro gesto para se desembaraçar das marcas desse episódio singular de pedagogia fascista e racista. Mas os problemas profundos ligados à descolonização permaneceram no modelo pedagógico de conhecimento «sobre África», estendendo-se transversalmente às práticas museográficas e de arquivo, absorvidas pela inércia geral do modo pensante cristalizado nos instrumentos de classificação e de acesso. Em 2022, a convite do Museu de Lamego e da Escola Secundária de Latino Coelho — o antigo Liceu de Lamego —, este episódio foi problematizado por via de um projeto iniciado pela artista portuguesa Catarina Simão. 50 anos passados sobre o 25 de Abril de 1974, muito tem falhado no exercício de reconhecer e exorcizar o nosso legado colonial. É no aspeto confessional do seu arquivo, no confronto da sua exposição, que deveria, por fim, residir a força para colocar a nossa história ao serviço das exigências antirracistas de hoje.

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22 de junho | 15:00

Margens de certa maneira: revolução no cinema

Conferência por Maria do Carmo Piçarra

Esta conferência aborda imagens cinematográficas revolucionárias invisibilizadas por um certo modo de «governar a memória». Através da análise de imagens, resgatadas da sua «não-inscrição», proponho considerar persistências e ruturas na projeção — nacional e dos países e territórios da CPLP — através do cinema.

16.02.2024 | por Nélida Brito | arte, cinema, internet, liberdade, memória

A insularidade nas literaturas africanas de língua portuguesa

A insularidade nas literaturas africanas de língua portuguesa | Colóquio internacional

16 e 17 de maio de 2024 | Centro de Literatura Portuguesa, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Chamada de trabalhos

A vida em ilhas, sobretudo em ilhas pequenas e remotas, difere em muitos sentidos da vida nos continentes. Por um lado, o menor fluxo de pessoas, bens e tecnologia, e o menor acesso a livros, produtos culturais, formação e empregos diversificados criam uma sensação de isolamento e limitação relativamente às perspetivas de vida dos e das insulares; além disso, condições climáticas particulares, por vezes, põem em risco a segurança alimentar e a saúde populacional. Por outro lado, ilhas também podem albergar centros culturais, fortalezas militares e lugares de concentração de poder político.

Neste colóquio convidamos a estudar e discutir a representação da insularidade nas literaturas africanas de língua portuguesa, com especial ênfase nas literaturas de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, paradigmáticas quanto à tematização do sentimento de isolamento e distância infranqueável. Serão também bem-vindas propostas de comunicação sobre outras ilhas, tais como a Ilha de Moçambique ou as ilhas de Kindonga, no rio Kwanza, ambas centros de poder ou refúgio nas respetivas épocas, ou as ilhas dos Bijagós, conhecidas pelas suas particularidades culturais. Propostas que elaborem sobre a insularidade de forma metafórica ao abordar situações de isolamento social e cultural, e estudos comparativos com outros espaços africanos que escapam ao domínio da língua portuguesa, são igualmente bem-vindas.

Assim, o colóquio tem como objetivo proporcionar um espaço de partilha de resultados de investigação que incidam num leque amplo de autores/as, períodos temporais e géneros literários, e que mostrem a presença da literatura em diferentes ilhas, e a presença da insularidade nestas literaturas. A partir de diferentes olhares e abordagens de professores/as, investigadores/as, discentes, viajantes e aventureiros/as das Letras, perguntar-nos-emos de que forma as nossas investigações, a partir dos lugares sociais que ocupamos, servirão para a construção de novos paradigmas de investigação e conhecimento destas literaturas.

As propostas devem ser enviadas por email às organizadoras.

OrganizaçãoDoris Wieser: dwieser@uc.pt  

Geni Mendes de Brito: debritogeni@gmail.com

PrazosPropostas de comunicação: 31 de março de 2024 

Comunicação sobre a aceitação: 8 de abril Inscrição: 10 a 30 de abril

Taxas de inscriçãoCom comunicação: 30 € 

Certificado de assistência sem comunicação: 15 €

CfP: https://www.uc.pt/fluc/clp/article?key=a-38bfdf33e3

13.02.2024 | por mariana | colóquio, Faculdade de Letras Universidade de Coimbra, Literaturas Africanas de Língua Portuguesa

Guimarães - dia 24 de fevereiro - exposição TERRA ESTREITA

A exposição “Terra Estreita” cruza a urgência da reflexão e da ação pela paz, com propostas de artistas contemporâneos.

O elo de ligação é o pensamento vertido nos livros e nas traduções de autores como Judith Butler, Ilan Pappe ou Ariela Aïsha Azoulay, entre muitos outros, a que o coletivo português (un)common ground (João Figueira, Marlene Monteiro Freitas, Vitor Silva e Miguel Figueira) tem vindo a traduzir para o português.

Inspirada pelo espírito e pela letra do poema de Mahmoud Darwish, “A terra é estreita para nós” (1986),  a exposição apresenta obras dos artistas  Benji BoyadjianBisan Abu EishehEmily JacirJean Luc MoulèneLarissa SansourTaysir BatnijiRyuichi Hirokawa e Yazan Khalili, provenientes dos mesmos e da coleção Teixeira de Freitas. A curadoria é do coletivo (un)common ground, com a co-produção do CIAJG . Através desta iniciativa o CIAJG assinala os 50 anos do 25 de Abril.
Em nome pessoal, venho convidar-vos para estarem presentes na Inauguração no dia 24 de fevereiro às 17h, no CIAJG em Guimarães. A vossa presença é importante e necessária!
Inauguração começará às 17h. O programa de abertura conta com um momento de leitura de poemas de Mahmoud Darwish, seguido de uma conversa com a escritora e jornalista Alexandra Lucas Coelho que apresentará no CIAJG a nova edição do livro “Oriente Próximo” (ed. Leya), revista após 7 de outubro de 2023. Para finalizar, Dima Mohamed e Hindi Mesleh juntamente com Cantina CAAA, apresentam Sufret Ardh (Mesa da Terra), uma mesa comunal onde, através da comida, celebraremos o encontro e a luta pela liberdade.

12.02.2024 | por Nélida Brito | 25 de abril, exposição, paz

O GHETTÃO - concerto entrada livre este Sábado

DJ Nigga Fox, DJ Danifox e DJ Firmeza formam o grupo O Ghettão. 

No final de 2022 estrearam-se no Lux Frágil ~ com cenografia criada pelo artista visual e co-fundador da Príncipe, Márcio Matos ~ entregando um concerto electrificante que deixou o público ansiando por mais. Verão de 2023: massagem transcendental no palco Greenhouse no festival Dekmantel.

Com uma actividade sustentada em ensaios e criteriosas actuações ao vivo até agora, entregaram-se a uma residência artística esta semana na Rua das Gaivotas 6. Trabalharam num ambiente de estúdio expandido, motivados em descobrir que proporções podiam tomar as suas composições abertas para um registo final de gravação, com o intuito de uma edição de um álbum na Príncipe num futuro próximo. 

Este Sábado 10 de Fevereiro actuam em concerto às 17h, com entrada livre, na Rua das Gaivotas 6. 

09.02.2024 | por mariana | concerto, Residência Artística