Feminismos negros: uma antologia

Feminismos negros. Una antología (2012), editado por Mercedes Jabardo, se compone de textos de Sojourner Truth, Ida Wells, Patricia Hills Collins, Angela Davis, Carol Stack, Hazel Carby, Pratibha Parmar, Jayne Ifekwunigwe, Magdalene Ang-Lygate, mujeres negras, pensadoras y activistas, que contribuyeron a construir, desde posturas divergentes al movimiento feminista de mujeres blancas, el debate teórico y político de ésta disciplina, muchas veces cuestionando el feminismo hegemónico, y siempre revelando grandes dosis de controversia política.

“Las feministas negras desarrollaron epistemologías y prácticas políticas que daban cuenta de su propia situación: no todas las mujeres sufren la misma opresión; el género, la clase, la «raza» y la sexualidad son ejes de opresión articulados; existe la opresión entre mujeres. Este grito de empoderamiento transformó el feminismo en general con una batería de críticas concretas que apuntaban a la posición de las feministas blancas en temas tales como el capitalismo, el colonialismo, la migración, la familia y la sexualidad.

Pero las feministas negras tuvieron otra virtud: escaparon al cierre de las políticas de la identidad en una pelea constante contra todo tipo de categoría esencializadora y reductora de la complejidad social, incluido el elemento racial. Dicho de otro modo, anunciaron que las necesarias alianzas entre mujeres se deben basar en lo que una hace, no en lo que una es”.

ÍNDICE

Prólogo. ¿Por qué esta antología del feminismo negro en castellano? Mercedes Jabardo 
Presentación de esta antología
Yo también soy feminista negra

Introducción. Construyendo puentes: en diálogo desde / con el feminismo negro. Mercedes Jabardo 
Pioneras del feminismo negro
Bases conceptuales del feminismo negro
El doble discurso de los grupos dominados. Patricia Hill Collins
Los rostros de la resistencia. Las mujeres negras del blues de Ángela Davis
Redefi nir el concepto de familia: el valor del parentesco.
Un diálogo con Carol Stack
Segunda Ola del pensamiento feminista negro. Diáspora y estudios culturales
Nuevas narrativas. Discurso postcolonial e identidades diaspóricas
Y para terminar
 Bibliografía

PIONERAS DEL FEMINISMO NEGRO

1. Convención de los Derechos de la MujerSojourner Truth

2. Sufragio femenino. Sojourner Truth
Una personalidad
Discurso de Sojourner Truth
Esclavitud de la esposa
Lavar y planchar
Ahora es el momento
Queremos jurados de mujeres
Su edad
Su lógica sobre el trabajo y la paga
Una predicción y una queja
Se necesitan suministros del enemigo
La inevitable colecta de la señorita Anthony
Sojourner continúa
El canto de Sojourner
Sojourner concluye

3. Horrores sureños: la ley Lynch en todas sus fases. Ida B. Wells
Prefacio
Capítulo I. La ofensa
Capítulo II. Lo blanco y lo negro del asunto
Capítulo III. El nuevo lema
Capítulo IV. La maliciosa y mentirosa prensa blanca
Capítulo V. La posición del Sur
Capítulo VI. Autoayuda

BASES CONCEPTUALES DEL FEMINISMO NEGRO

4. Rasgos distintivos del pensamiento feminista negro. Patricia Hill Collins                                                                                                                                                                                         ¿Por qué un pensamiento feminista negro estadounidense?
Respuestas diversas a los retos comunes dentro del feminismo negro
Práctica feminista negra y pensamiento feminista negro
Prácticas dialógicas y mujeres intelectuales negras
El feminismo negro es dinámico y cambiante
El feminismo negro estadounidense y otros proyectos de justicia social

5. I Used To Be Your Sweet Mama. Ideología, sexualidad y domesticidad. Ángela Y. Davis

6. Roles sexuales y estrategias de supervivencia en una comunidad negra urbana. Carol Stack
La residencia y la red doméstica
Madres y padres
Padres e hijos
 Conclusiones

LA SEGUNDA OLA DEL FEMINISMO NEGRO. DIÁSPORA Y ESTUDIOS CULTURALES

7. Mujeres blancas, ¡escuchad! El feminismo negro y los límites de la hermandad femenina. Hazel V. Carby
La construcción de alternativas
 Agradecimientos

8. Feminismo negro: la política como articulaciónPratibha Parmar
Introducción
Otro tipo de sueños
Las políticas de la identidad
Identidades raciales
Estrategias de representación
Evitar el esencialismo
Encontrar una «voz» visual
Representar la complejidad
 Agradecimientos

NUEVAS NARRATIVAS. DISCURSO POSTCOLONIAL E IDENTIDADES DIASPÓRICAS

9. Cuando habla el espejo: La poética y la problemática de la construcción de identidad para las métisse de Bristol. Jayne Ifekwunigwe
Presentación del campo
¿Lo inglés es sinónimo de blancura de forma esencialista?
Akousa: ¿es la piel oscura el elemento esencial de la negritud?
Sarah: narraciones del espacio, el lugar y la pertenencia
Ruby: aceptar la negritud cuando rezar no te vuelve blanca
Similola: vestir «el papel»
Yemi: redefi nir «las cuestiones»
Bisi: el racismo en nuestras familias de origen, o ningún lugar donde esconderse
Apuntes iniciales a modo de observaciones concluyentes
 Agradecimientos

10. Trazar los espacios de la deslocalización. De la teorización de la diáspora. Magdalene Ang-Lygate
Espacios silenciados de la deslocalización
El lenguaje problemático de la deslocalización
Cercos identitarios de la deslocalización
Comunidades imaginarias y el mito de la autenticidad
Ser invisible no es un estado natural
Reflexiones finales: más allá de la «corrección»
 Agradecimientos

Tirado do blogue

Livro Completo: http://bit.ly/2j5HLrt
Todo projeto do Sul: https://goo.gl/4pJu9f
Convidados a conversar em: https://www.facebook.com/groups/disenosdelossures/

21.03.2017 | por martalanca | feminismos negros

O que é o arquivo?

Está hoje em curso um intenso debate sobre as consequências das transformações tecnológicas para a gestão arquivística e para a preservação da memória. A transição para um paradigma digital supõe, no entanto, uma destabilização epistemológica mais profunda, com repercussões que vão além do eventual impacto ao nível da política arquivística. Uma transição que implica a nossa própria relação com os arquivos (pessoais e institucionais) e a sua partilha. É assim a própria noção de Arquivo, nas suas diversas aceções, comuns e especializadas, que é interpelada e de certo modo reconfigurada, quando a realidade do arquivo é literalmente posta em movimento pelo seu devir digital. Seja na sua aceção de coleção de traços do passado, de “conteúdo” de arquivo (documentos e registos propriamente ditos), de estrutura ou ordenação do material de arquivo, a digitalização veio perturbar totalmente a ordem arquivística da qual decorrem as significações desta noção. O que é, então, o arquivo, hoje?

Durante os próximos anos, o ciclo O que é o Arquivo? irá organizar uma série de Laboratórios, encontros de trabalho e de discussão, onde, de cada vez, esta pergunta será colocada a partir de práticas e saberes visuais particulares, e de campos de trabalho e investigação específicos. Neste Laboratório I: Arte/Arquivo propomos explorar e mapear as relações entre o Arquivo e a Arte na produção artística contemporânea portuguesa.

Ao longo de três dias, diversos intervenientes na cena artística irão apresentar diferentes abordagens ao tema e partir de zonas e matérias distintas, colocando em questão o cruzamento entre a arte e o arquivo: não só porque, através de um uso específico de materiais arquivados, interrogam a lógica pela qual os documentos são vistos nos arquivos tradicionais e institucionais; mas também porque permitem revelar e auscultar as transformações por que passa o arquivo quando é objeto das operações da arte.

As três mesas de trabalho que constituem este encontro entre os artistas e curadores, arquivistas, historiadores ou investigadores, serão orientadas em cada dia do seu programa por uma pergunta diferente, colocada a cada vez ao Arquivo.

Programa

23 de março, 5ª feira

MESA DE TRABALHO 1 | 15h/18h

O que é o Arquivo? Abordagem epistemológica e ontológica

Com as transformações trazidas pelos novos media sociais deixou de ser claro onde começa e acaba o arquivo ou o que está dentro e fora dele. O poder do arquivo passou a ser exercido por todos, sendo que ninguém o possui em particular. Esta “febre do arquivo” (Derrida, 1995) abre a necessidade de (re)pensar o que é o arquivo na sua relação com a determinação da produção do que e visível e dizível, ou seja, em termos foucauldianos, das condições de saber de um dado momento, o nosso. Trata-se de uma problematização de natureza política, que põe em questão o que deve ser visível e o que é esquecido, e que, no campo artístico, interroga o próprio arquivo e sistema da arte.

Com apresentação de trabalhos por José Luís Neto e Pedro Lagoa. Seguida de discussão com Ana Bigotte VieiraAntónio GuerreiroJoão Oliveira DuarteMaria Filomena Molder.

24 março, 6ª feira

MESA DE TRABALHO 2 | 15h/18h

O que pode o Arquivo? Apropriação e reconfiguração de arquivos

O fascínio pelo arquivo manifesta-se quer na exigência de tomar parte na prática arquivística, através da fundação de toda a espécie de arquivos e de novos tipos de arquivos, quer na demanda de aceder ao que (já) está guardado no arquivo. Neste contexto, as operações que conduzem ao arquivo podem situar-se entre criação e destruição, crítica e fetichismo, reflexão histórica e desvio artístico. O arquivo é encarado, mais do que como repositório do passado, como meio de intervir estética e politicamente no presente.

Com apresentação de trabalhos por Daniel Barroca e Filipa César. Seguida de discussão com José Manuel CostaNuno FariaPatrícia Leal. 

25 março, sábado

MESA REDONDA | 10h/13h

Sintomatologia: o Arquivo na sua relação com as Artes

Estado da Arte das relações entre Arte e Arquivo com apresentações de Ana Janeiro, Anabela Bravo, Antonia Gaeta, Catarina Simão, Célia Ferreira, Elisa Noronha, Filipa Guimarães, Isabel Costa, Magna Ferreira, Maria Ganem, Miguel Bonneville, Rui Dias Monteiro, Rui Mourão, Sandra Camacho e Stefanie Baumann.

MESA DE TRABALHO 3 | 15h/18h

Quando há Arquivo? A tensão institucional na constituição do arquivo

Como se coloca, ao nível das instituições arquivísticas, a decisão/definição do que pode e deve ser arquivado? E como se relaciona este poder com os gestos não institucionalizados de preservação de objetos, obras, imagens, coleções, movidos pelo desejo, as obsessões e idiossincrasias singulares, individuais e privadas? Como se joga o trabalho do artista na transição entre os dois - do arquivo privado ao arquivo institucional? E como se posiciona, nessa transição, o museu, enquanto lugar de reflexão sobre o arsenal de artefactos artísticos, imagens e taxonomias que governam as suas relações?

Com apresentação de trabalhos por André Amálio e André Guedes. Seguida de discussão com Ana GandumDelfim SardoLiliana Coutinho.

ENTRADA LIVRE

Para mais informações:

http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt  | https://www.facebook.com/oqueeoarquivo/

20.03.2017 | por martalanca | arquivo, conversas

Faz Escuro nos Olhos, Teatro Griot com encenação de Rogério de Carvalho

foto de Pauliana Valente Pimentelfoto de Pauliana Valente Pimentel

O Teatro GRIOT apresenta Faz Escuro nos Olhos, com encenação de Rogério de Carvalho, em cena no Teatro do  Bairro de 22 a 26 de Março, de quarta a sábado às 21:30, domingo às 17:00.

“Nem todas as vozes se ouvem, mesmo as mais angustiantes e desesperadas podem ser vozes não ouvidas. Pode ser que no silêncio apareça uma outra voz mais premente, a voz interna, uma voz que não se pode fazer calar.”  Rogério de Carvalho

Encenação: Rogério de Carvalho; Interpretação: Ana Rosa Mendes, Daniel Martinho, Giovanni Lourenço, Margarida Bento, Matamba Joaquim e Zia Soares; Desenho de Luz: Jorge Ribeiro; Fotografia: Pauliana Valente Pimentel; Design Gráfico: Sílvio Rosado; Produção: Teatro GRIOT.

20.03.2017 | por martalanca | Faz Escuro nos Olhos, Rogério de Carvalho, teatro griot

In the days of a dark safari, Kiluanji Kia Henda I LISBOA

20.03.2017 | por martalanca | kiluanji kia henda

Daqui pra frente – Arte contemporânea em Angola I RIO DE JANEIRO

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 21 de março a 14 de maio de 2017, a exposição Daqui pra frente – Arte contemporânea em Angola, que exibe obras da produção recente de três artistas: Délio Jasse, Mónica de Miranda e Yonamine. Com a curadoria de Michelle Sales, a mostra exibe uma série de fotografias, vídeos e instalações, fazendo um mapeamento da fronteira estética entre a Angola de hoje e as imagens submersas e muitas vezes escondidas de um passado colonial recente.

“A representação da fronteira, excessivamente recorrente no pensamento atual, discute as trocas culturais que ocorrem na situação de pós-independência que muitas das ex-colônias vivem hoje. Na maioria das vezes, tais territórios são encarados como esquecidos, vigiados e vazios”, comenta a curadora Michelle Sales.

É justamente essa perspectiva que o trabalho dos artistas busca problematizar e questionar sob diferentes óticas. As obras de Délio Jasse, por exemplo, consistem, num embate direto de referências que fazem alusão à crise de todo o modelo colonial e seus desdobramentos contemporâneos: guerra, exílio, perdas. Através do retrato de rostos escavados numa antiga feira de antiguidades de Lisboa, Délio nos coloca frente a frente com aquilo que mais as práticas coloniais se ocuparam de apagar: as identidades. 

Já Mónica de Miranda mostra os pedaços de uma memória coletiva que resiste no tempo. Angolana da diáspora, seu trabalho atravessa diversas fronteiras e esboça uma paisagem de identidades plurais inspiradas pela própria existência e vivência de uma artista itinerante. Sua poética autoral e autorreferencial, inerente a uma geração que cresceu longe de casa, já lhe rendeu diversos prêmios internacionais. 

E o trabalho de Yonamine remete para a arte urbana, usando referências que vêm do grafite, da serigrafia e da pintura, num embate violento com o acúmulo cultural do caótico cenário político-econômico de Angola. A alusão ao tempo presente é recorrente na utilização de jornais como suporte. São muitas camadas históricas que se somam, produzindo imagens profundamente perturbadoras e desestabilizadoras. O artista fala de um país cujo passado foi sistematicamente apagado, seja pela Guerra Civil, pela ocupação russa, cubana e agora chinesa e coreana.

 

Entrada Franca

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Galeria 3

20.03.2017 | por martalanca | angola, arte contemporânea, fronteira

O Desejo de Primavera

O ciclo O Desejo de Viver em Comum traz ao São Luiz Teatro Municipal:

25 de Março, sábado, das 10H00 às 18H00

Com Adalberto Cardoso (Brasil), Patrícia Jacquelyne Balbuena Palacios (Peru), Renata Bittencourt (Brasil), Omer Freixa(Argentina), Veena Das (Índia), Patricia Vieira e Margarida Calafate Ribeiro (Portugal)

O ’viver em comum‘ constituíu, na passagem do séc. XX para o séc. XXI, matéria de debate social e político em que se envolveram pensadores, alternativas políticas e alguns artistas. Era no tempo em que um multiculturalismo de formato light ainda era pensado como possível e que, aparentemente, traduzia uma certa maneira de olhar de alguma urbanidade europeia. Mas deste olhar, ingénuo nuns casos, e cínico noutros, era escamoteado um conjunto complexo de situações explosivas que se têm vindo a manifestar nos últimos quinze anos na Europa e que atingem o seu clímax com a criação da fortaleza europeia contra os refugiados. Questões como o trabalho precário para os estrangeiros, políticas segregacionistas e a visão demagógica de que a cultura seria um manto diáfano que apagaria todas as fraturas e conflitos contribuíram para o desentendimento do que na verdade queria dizer viver em comum. Acresce que a Europa, ainda nostálgica dos seus estados-nações imperiais, não entendia que, subentendida a esta possibilidade de viver em comum, estava a necessidade de se descolonizar do espírito colonial tendo que, impretivelmente, olhar para as antigas colónias para, à luz das novas narrativas dos países independentes latino-americanos e africanos -, entender a re-escrita das novas histórias. Nestes países, por seu lado, depois das independências e dos nacionalismos, está também por esclarecer o estatuto e o lugar dos primeiros anfitriões e dos descendentes dos escravos que fundaram as Américas.

O desejo de viver em comum não pode, pois, ser visto senão como um projeto de descolonização do espírito e um projeto político de encontro da paz num contexto global.

Dia 21 de março, celebra-se o Dia Mundial da Poesia e as Bibliotecas de Lisboa assinalam a data com Poesia na Esquina do Bairro. Um momento em que se encontram três atores, um músico e a poesia ibero-americana, na Estufa Fria de Lisboa.
Por último, a parceria com a programação da RTP2 que nos apresenta todas as segundas e sextas-feiras deste mês cinema latino-americano em Iberoamerica para Armar, com a curadoria de Jorge la Ferla (Argentina).
Para saber mais consulte o jornal de programação JAN-MAR aqui. Todos os detalhes sempre disponíveis online aqui

 

17.03.2017 | por martalanca | capital ibero-americana

Colonialismo do Colonialismo: The Act of Killing

Data de lançamento 13 de outubro de 2014 (2h 02min)
Direção: Joshua Oppenheimer 
Elenco: Anwar Congo, Haji Anif, Syamsul Arifin mais
Género Documentário
Nacionalidades Dinamarca, Noruega, Reino Unido

Na Indonésia, são considerados como heróis os homens que comandaram o genocídio de milhões de pessoas no passado. Sem remorso nenhum sobre suas ações, eles foram convidados a reencenarem seus assassinatos para as câmeras, com os novos habitantes do vilarejo onde moram.

15.03.2017 | por marianapinho | Colonialismo do Colonialismo, Joshua Oppenheimer, The Act of Killing, zona franca dos anjos

Espaços da Presença Africana Em Lisboa

Visitas guiadas (a pé, de carrinha ou em tuk tuk), com a presença da Professora Isabel Castro Henriques e do historiador José Antunes.

A “migração” de populações africanas é um elemento permanente da História de Portugal desde o século VI. Seja “à força” (até finais do século XVIII) ou depois “pela força” (do colonialismo do fim de Oitocentos a 1974, e da globalização dos nossos dias), foram vários os povos africanos que se foram instalando na cidade de Lisboa. A presença destas populações sempre diferiu de qualquer outra: A maioria desta mais “recente” presença de africanos não veio de livre vontade como aconteceu com romanos, mouros (africanos islamizados), e árabes. Durante séculos desempenharam tarefas indispensáveis, mas também as mais duras e mais desvalorizadas da sociedade. Inseridos em todos os setores criadores de riqueza, os africanos, escravos ou livres, foram um elemento estruturante da vida urbana portuguesa.

O objetivo destas visitas é dar a conhecer a africanidade de Lisboa, dispersa numa pluralidade de memórias e de vestígios visíveis e invisíveis nos dias de hoje. As visitas guiadas realizam-se todos os meses e, neste sentido, estamos a divulgá-la junto de possíveis interessados. A próxima visita realiza-se já no dia 25 de março.Para mais informações, poderá consultar o nosso facebook:https://www.facebook.com/PresencafricanaLx/ ou o nosso site:www.batotoyetu.pt ou entrar em contacto connosco através do seguinte email:batotoyetu@gmail.com

 

14.03.2017 | por martalanca | ISABEL CASTRO HENRIQUES, José Antunes, presença africana

Concrete Futures, 8 March I LONDRES

“Since nature is uncomfortable, violent, we resort to architecture. We build monuments, houses, whole cities… And suddenly, it seems legitimate to rape the earth, to extract what we need from it. To construct a place and make it a home. A fortress where we cultivate our affections.” – Concrete Affection


Presented by Sheffield FringeConcrete Futures brings together films that deal with fiction and imagination, inviting encounters with speculative futures, which are nonetheless grafted onto the present, ‘documentary’ moment that haunts them. Moreover, through the use of images as documents and as drivers of the imagination, Serbian, Angolan and Spanish cityscapes are connected in a type of speculative haunting.

This haunting is expressed in the superimposition of images of construction and evacuation, of tearing down and rebuilding. By tearing down or leaving behind, old sites are revealed. And by rebuilding, one does not construct anew but instead returns to the terrains that already were there. In that sense, no conquering – symbolic or concrete – of lands or, for that matter, of our imaginations and affections, will ever be truly a form of building but instead remains haunted by its own violence. The screening is followed by a discussion with Jasmina Cibic.

Tear Down and Rebuild, Jasmina Cibic, 2015, 15’27 min, Colour, Digital 
Concrete Affection (Zopo Lady)Kiluanji Kia Henda, 2014, 12’30 min, Digital 
Preserving Cultural Traditions in a Period of InstabilitySebastian Brameshuber & Thomas Draschan, 2004, 3 min, Colour, Digital 
Sueñan los androidesIon de Sosa, 2014, 60 min, Colour, Digital 


This programme is presented in collaboration with the Whitechapel Gallery symposium Object! On the Documentary as Art. With generous support by Openvizor, the Arts Council England, and the Austrian Cultural Forum, London
More info:
www.sheffieldfringe.com 
www.whitechapelgallery.org
www.openvizor.com 
www.artscouncil.org.uk

07.03.2017 | por martalanca | Concrete Futures, kiluanji kia henda

Colonialismo do Colonialismo: Como Era Gostoso o Meu Francês, de Nelson Pereira dos Santos

Colonialismo do Colonialismo: Um novo Ciclo de Cinema na Zona Franca Nos Anjos desta vez focado no tema do Colonialismo e da “Descolonização”. O ciclo será composto por quatro filmes que decorrerão todas as quintas-feiras de Março.
O segundo filme será “Como Era Gostoso o Meu Francês” de Nelson Pereira dos Santos, esta quinta-feira às 21h00. A cantina estará fechada para o evento mas teremos petiscos e bar aberto.

Entrada livre



Nelson Pereira dos Santos foi um dos cineastas que ensaiaram as primeiras nuances do Cinema Novo Brasileiro. Com seu Rio, 40 Graus (1955), o diretor plantou a ideia da liberdade da câmera, da naturalidade dos cenários e de um roteiro livre de maneirismos. Influenciado pelo neorrealismo, o diretor foi um dos pioneiros a abordar temas contemporâneos e não farsescos; pessoas de diferentes classes sociais e relações humanas em diversos níveis. Em 1963, com o lançamento de seu icônico Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos já tinha seu lugar marcado na cinematografia brasileira.
Nossa atenção, no entanto, se volta para Como Era Gostoso o Meu Francês (1971), uma visão não paternalista ou eurocêntrica das relações entre os índios e os europeus nas primeiras décadas do século XVI. Os eventos históricos que permeiam a obra estão localizados no período da França Antártica, a colônia francesa estabelecida no Rio de Janeiro entre 1555 e 1560.
O roteiro do filme, escrito em tupi, francês e português, baseia-se principalmente em Viagem ao Brasil, relato do alemão Hans Staden, viajante capturado pelos tupinambás que sobreviveu ao ritual antropofágico, e de volta à Alemanha, publicou a sua versão dos costumes e funcionamento da vida na comunidade indígena. Temos ainda temos indicações históricas de obras quinhentistas de Theodore De Bry, André Thevet e Jean de Léry. O diretor ainda leu e se utilizou de outros registros históricos, como a carta de Villegagnon a Calvino e textos de padres jesuítas.
Essa grande existência de documentos e versões históricas trouxeram grande riqueza para o filme, o que permitiu, por exemplo, que se adotasse o ponto de vista dos tupinambás para o período de preparação do prisioneiro francês (preparação para o ritual antropofágico), com destaque para a visão feminina em boa parte da obra. A desconstrução – ou resultado de um exercício antropofágico, vindo de um filme inserido no movimento tropicalista – da visão comum sobre a relação de índios e europeus estranha o espectador desavisado ou desacostumado com tal abordagem, especialmente porque mostra o controle indígena sobre muitas situações, do comércio aos acordos sobre manutenção de prisioneiros.
Do ponto de vista histórico ou mesmo do uso de fontes narrativas, Como Era Gostoso o Meu Francês é um filme louvável. A percepção da pureza dos nativos e o trato para com o prisioneiro – sempre muito bem cuidado antes de ser morto e assado para servir de alimento à tribo – é um dos elementos que foge à maior parte das versões sobre esse período, seja em filmes ou mesmo alguns documentários. Aqui, esse novo olhar vem adicionar ao conhecimento do espectador mais uma versão para os fatos, e não reafirmar o que já se sabe.
Todavia, mesmo que irretocável no quesito histórico-narrativo, o filme falha como produto. Em primeiro lugar, a falta de um enredo (mais) dramático – no sentido de construção de um drama – acaba por misturar o gênero de ficção com nuances de documentário num enredo que só poderia ser bom se fosse abordado por um único gênero. Durante todo o tempo, os eventos ligados à cultura indígena aparecem expostos quase sem nenhum filtro narrativo, com grande número de danças, grande repetição de cenas (ou sequências com ambientações diferentes mas que representavam a mesma coisa) e os incômodos intertítulos, com trechos de documentos históricos.
Se no início do filme vemos representada de forma irônica brilhante a carta a Calvino, por que não usar o mesmo estilo de narração para os documentos a seguir? A separação entre as cenas filmadas e os textos históricos quebrou o ritmo da obra e mesmo que estes sejam bem distribuídos por toda a película, o filme passaria muito melhor sem eles.
Como Era Gostoso o Meu Francês foi censurado pelo gabinete militar, classificado de imoral. O filme foi levado para festivais internacionais (Berlim, Cannes), e só depois de muitas tentativas, liberado para exibição no país. Sobre a censura, a escritora Clarice Lispetor se pronunciou, em sua crônica no Jornal do Brasil. O texto data de 16 de outubro de 1971: “Trata-se de um filme que não escandaliza ninguém. […] Talvez seja inocência minha, mas por favor me respondam: qual é a diferença entre o corpo nu de um índio e o corpo nu de um homem branco? Assisti ao filme em salinha de projeção particular. Havia outras pessoas assistindo também. Duas delas eram freiras de alto nível eclesiástico. A opinião delas: filme belíssimo, de uma ‘grande pureza’, de um valor histórico inestimável por causa de toda a reconstituição […] no filme não há um só gesto ou intenção obscenos ou simples sugestão maliciosa. Será que daqui a pouco nos escandalizaremos se virmos um menino branco nu? Porque em menino pode e em adulto não pode? […] Melhor, por via das dúvidas, pôr terno e gravata nos tupinambás.”
A despeito das falhas de concepção, essa obra de Nelson Pereira dos Santos é um registro do cinema nacional e da própria história do Brasil que deve ser visto e discutido. Tanto por ser fruto de uma época de transformações culturais, quanto por vir de um cineasta que ajudou dar uma cara nova ao cinema nacional, Como Era Gostoso o Meu Francês é um daqueles filmes que dão ao espectador uma outra proposta de pesamento sobre uma ideia já enraizada e massificada pela própria história. 

(Luis Santiago@planocritico.com)

Como Era Gostoso o Meu Francês (Brasil, 1971)
Direção: Nelson Pereira dos Santos
Roteiro: Nelson Pereira dos Santos, Humberto Mauro
Elenco: Arduíno Colassanti, Ana Maria Magalhães, Eduardo Imbassahy Filho, Manfredo Colassanti, José Kléber, Gabriel Archanjo, Gabriel AraújoAna Batista
Duração: 84 min.

06.03.2017 | por marianapinho | Brasil, Colonialismo do Colonialismo, Descolonização, Nelson Pereira dos Santos, tupinambás

A importância das mulheres africanas e afrodescendentes na luta pela igualdade de género

No âmbito das celebrações do Dia Internacional das Mulheres, 8 de Março,enquadradas no evento Women Talks promovido pela Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e outras organizações da sociedade civil, a FEMAFRO - Associação de Mulheres Negras, Africanas e Afrodescendentes em Portugal, organizará uma sessão de reflexão e debate sobre o papel histórico das mulheres africanas e afrodescendentes na luta pela igualdade de género. Neste contexto, a sessão pretende apresentar uma análise profunda acerca da visibilidade destas mulheres na sociedade atual, assim como lançar novas formas de ação, vinculadas à questão da igualdade e da diversidade, ao espaço de emancipação e reconhecimento de lutas comuns. 
Oradoras: Regina Queiroz e Raquel Rodrigues
08 de Março 12h00 - 13h00
Sala dos Doutoramentos. Reitoria da Universidade de Lisboa - Alameda da Universidade, Lisboa

 

05.03.2017 | por martalanca | feminismo, mulheres africanas

Africanos em Portugal, da escravatura à imigração, Colóquio I LISBOA

10 e 11 de março no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, Telheiras

10 - 1º dia
14h30 - Boas vindas pela Direção da VCA e Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Pedro Delgado Alves
14h45 - A silenciosa presença africana em Portugal
João Lavinha. Investigador do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge na área da genética humana
15h20 - Africanos escravos e africanos livres em Portugal nos séculos XV a XVIII - Arlindo Caldeira. Historiador e investigador no Centro de História de Além-Mar da UNL  

16h00 - Pausa para café

16h30 - O associativismo e as manifestações culturais dos africanos em Portugal entre os séculos XV e XIX. - Jorge Fonseca. Historiador e Investigador no Centro de História de Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa
17h15- Africanos em Portugal: uma longa história de integração e de exclusão (séculos XV-XX) - Isabel Castro Henriques. Historiadora e professora da Universidade de Lisboa


11- 2º dia
14h30 - Falar de africanos na sociedade portuguesa contemporânea: novas fronteiras e novas retóricas de pertença e de exclusão - Celeste Quintino. Professora no ISCSP-Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e investigadora na área das migrações
15h10 - As comunidades africanas na atualidade - Adolfo Maria, jornalista e escritor angolano. Augusto Mansoa, presidente da Federação das Associações Guineenses. Delmar Gonçalves, escritor, presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos da Diáspora. Goretti Pina, escritora e designer santomense. Flávio Almada, Associação Cultural Moinho da Juventude. José Luís Hopffer Almada, Associação Caboverdeana
e Pedro Delgado Alves. Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar
Moderadoras Fernanda Freitas e Luísa Ferreira – VCA
16h30 - Pausa para café
17h00 - Sessão de Encerramento Presidente da VCA-Vida, Cultura e Arte
Música africana - Calú Moreira e a sua Banda

03.03.2017 | por martalanca | africanos, escravatura, imigração, Portugal

Heróis, povo e paisagem chilena - Exposição I LISBOA

4 MAR - 7 MAI Terça a domingo, das 10H00 às 18h00 NA FUNDAÇÃO / MUSEU ARPAD SZENES - VIEIRA DA SILVA


Armindo Cardoso saiu de Portugal, por motivos políticos, em 1965, tendo primeiro vivido como exilado em França, país onde iniciou a sua formação como fotógrafo. Em 1969, acompanhado da mulher de nacionalidade chilena e de uma filha, foi para o Chile, onde lhe nasceu um filho e onde inicia o seu trabalho como fotojornalista. Em 1973, a seguir ao golpe de Pinochet, refugiou-se na Embaixada da Venezuela, tendo depois, com a ajuda da Embaixada de França no Chile, seguido para Paris.

Os negativos das fotografias que aqui se expõem estiveram enterrados durante três meses num jardim da casa em Quinta Normal, Santiago, tendo sido recuperados pelo adido cultural de França no Chile e levados para Paris em 1974. O acervo fotográfico de mais de 4000 negativos a preto e branco reflete lucidamente uma época, compondo-se de retratos de políticos, artistas e intelectuais como Carlos Droguett, Raúl Ruiz, Miguel Enríquez e Salvador Allende, de imagens de massivas manifestações populares por todo o Chile, de arte de rua e muralismo nas ruas de Santiago, de inéditos registos de comunidades mapuches e da vida quotidiana no sul do Chile.

01.03.2017 | por martalanca | chile, exílio, fotografia, povo

Newen Afrobeat (Chile) em concerto pela Europa

Os Newen Afrobeat, provenientes do Chile, são uma das bandas que melhor representa o Afrobeat actualmente no planeta. A sua mensagem fortemente activista funde-se com a energia do Afrobeat, numa mescla com o folclore dos Andes. Um espectáculo único e inesquecível.
Este verão vêm à Europa de 21 de Junho a 30 de Agosto para espalhar a sua mensagem. Agenda com datas em aberto.

Mais informações em breve.

01.03.2017 | por marianapinho | afrobeat, chile, Newen Afrobeat

11ª MOSCA – Mostra Audiovisual de Cambuquira / 12 a 16 de julho de 2017 (Brasil)

Estão abertas até 12 de março as inscrições para a 11ª MOSCA – Mostra Audiovisual de Cambuquira. A 11ª edição da MOSCA acontecerá entre 12 e 16 de julho de 2017.
A Mostra Audiovisual de Cambuquira é uma mostra de filmes de curta-metragem que acontece na antiga sala de cinema de Cambuquira, cidade do Circuito das Águas no Sul de Minas. O antigo cinema permaneceu fechado por 20 anos e foi reaberto comoespaço cultural em 2001.A mostra que exibe também filmes internacionais, tem na produção brasileira de curtas-metragens o foco principal. O público participa elegendo por Júri Popular os melhores curtas da mostra nas categorias: MostraBrasil, Mostra Internacional, Mostra Infanto Juvenil (para curtas brasileiros e internacionais), e podem haver sessões temáticas, de acordo com a programação da edição, como a tradicional Sessão da MeiaNoite.
Além da exibição de curtas, a mostra conta com debates, oficinas, clubinho para crianças, Café da MOSCA eitinerâncias através do projeto MOSCA NA ESCOLA. A programação é gratuita.

INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ 12 DE MARÇO DE 2017
O regulamento e formulários estão disponíveis no site www.mostramosca.com.br.Podem ser inscritos filmes de qualquer categoria e gênero com duração máxima de 25 minutos.O caráter competitivo da 11ª MOSCA se dará apenas através do Júri Popular. Os espectadores poderão votarnos curtas ao final de cada sessão para escolher os premiados.

FILMES PREMIADOS PELO JÚRI POPULAR NA EDIÇÃO ANTERIOR – 10ª MOSCA (2015)
Melhor curta da Mostra Brasil - DO MEU LADO, Tarcísio Lara Puiati
2º lugar da Mostra Brasil - CAMA, MESA & BANHO, Pedro Paulo de Andrade
3º lugar da Mostra Brasil - MARIANE COM E, Fernando Sanches

Melhor curta da Mostra Internacional - BAILE DE FAMÍLIA | BAL DE FAMILLE, Stella di Tocco (França).
2º lugar da Mostra Internacional - CANÇÃO DE NINAR | PLANTER LES CHOUX, Karine Blanc (França).
3º lugar da Mostra Internacional - ISCAS E ANZÓIS | BAITS AND HOOKS, Luka Popadic (Sérvia).

Melhor curta da Mostra Infanto-Juvenil - A MOSCA | LA MOSCA, Marco Di Gerlando (Itália).
2º lugar da Mostra Infanto Juvenil - CHUVA, CHUVISCO, CHUVARADA, Thomas Larson (Brasil).
3º lugar da Mostra Infanto Juvenil - O BALÉ DA CHUVA, Henrique Faria (Brasil)

MOSTRAS PARALELAS
Melhor curta da Sessão da Meia Noite - O LABIRINTO DO FRENESI | EL LABERINTO DEL FRENESÍ,Raquel Quesada Giner (Espanha).

SERVIÇO11ª MOSCA – MOSTRA AUDIOVISUAL DE CAMBUQUIRADATA: 12 a 16 de julho de 2017
LOCAL: Av. Virgílio de Melo Franco, 481 – Cambuquira-MGREALIZAÇÃO: Antigo Cinema | Espaço Cultural Sinhá Prado
PROGRAMAÇÃO GRATUITA PARA PÚBLICO DE TODAS AS IDADES
CONTATO:info@mostramosca.com.br

27.02.2017 | por marianapinho | 11ª MOSCA – Mostra Audiovisual de Cambuquira, curta-metragem, júri popular

Colonialismo do Colonialismo: Um novo ciclo de cinema

2 de março / quinta-feira / 21h
Zona Franca dos Anjos (Rua de Moçambique, 52)

Colonialismo do Colonialismo:
Um novo Ciclo de Cinema na Zona Franca Nos Anjos desta vez focado no tema do Colonialismo e da “Descolonização”. O ciclo será composto por quatro filmes que decorrerão todas as quintas-feiras de Março.

O primeiro filme será “El Abrazo de la Serpiente” de Ciro Guerra, esta quinta-feira às 21h00. A cantina estará fechada para o evento mas teremos petiscos e bar aberto.

Entrada livre

Sinopse:
Theo (Jan Bijvoet) é um explorador alemão que, em 1909, procura a ajuda do xamã Karamakate (Nilbio Torres/Antonio Bolivar), o último sobrevivente conhecido da tribo dos Cohiuanos, para servir de guia no percurso do rio Amazonas. Gravemente doente, Theo busca a yakruna, uma planta sagrada com poderes curativos. Quase quatro décadas depois, o norte-americano Evans (Brionne Davis) lê os diários de Theo e resolve percorrer o mesmo trilho, de forma a descobrir e estudar a planta medicinal. Para isso, encontra-se com Karamakate. Durante todos estes anos, muita coisa mudou na paisagem amazónica e mais ainda no coração do velho índio…
Realizado pelo colombiano Ciro Guerra (“La Sombra del Caminante”, “Los Viajes del Viento”), um filme a preto e branco que se baseia nos diários de Theodor Koch-Grunberg (1872-1924), um explorador alemão que contribuiu para o estudo da mitologia, etnologia e antropologia dos povos indígenas da América do Sul (em particular dos Pemon, da Venezuela, e dos índios brasileiros da região da Amazónia). “O Abraço da Serpente” foi nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro (Colombia).

27.02.2017 | por marianapinho | cinema, Ciro Guerra, colonialismo, Descolonização, El Abrazo de la Serpiente, zona franca dos anjos

Dupluvedupluvedupluve, de Mattia Denisse com Dois Dias edições

16 de Fevereiro (esta 5ª-feira), Bar Irreal, 19h30

Depois do lançamento do disco, do dardo, do anão e dos livros, Mattia Denisse e a Dois Dias edições lançam Dupluvedupluvedupluve, o website que abriga nas suas redes um dos tentáculos do projeto Duplo Vê. 
O lançamento concretiza-se no Bar Irreal, o espaço ideal para lançar um objeto «totalmente» virtual, no dia 16 de Fevereiro às 19h30. 
Bar Irreal
R. do Poço dos Negros 59

14.02.2017 | por martalanca | Dupluvedupluvedupluve, mattia denisse

Conferência // A ascensão da extrema-direita francesa e as memórias coloniais, por Benjamin Stora

10 de Fevereiro
18h | CIUL - Picoas Plaza

No próximo mês de Abril terão lugar em França as eleições presidenciais em que a disputa pelo Eliseu coloca pela primeira vez na linha da frente uma candidata da extrema-direita francesa. A centralidade da França na construção europeia, os atentados de que tem vindo a ser alvo e a contínua discussão no seu quotidiano sobre o social, o político e o religioso, convocam-nos para uma reflexão historicamente densa e aberta a novos paradigmas de pensamento e de interpretação. Benjamin Stora, historiador francês e atual presidente do conselho do Museu Nacional de História da Imigração (MNHI) – Palais de la Porte Dorée, em Paris, vem lançar esse desafio ao estabelecer as relações entre a ascensão da extrema-direita francesa e a herança colonial da República Francesa.

Nascido a 2 de dezembro de 1950 em Constantina, na Argélia, Benjamin Stora é Professor universitário, ensinou história do Magrebe contemporâneo (séculos XIX e XX), as guerras de descolonização e história da imigração magrebina para a Europa nas universidades de Paris 8, Paris 13 e no INALGO (Línguas Orientais, Paris).

Publicou cerca de trinta obras, entre as quais La gangrène et l’oublila mémoire de la guerre d’Algérie (1991), Le transfert d’une mémoire - De “l’Algérie française” au racisme anti-arabe (1999) e o livro-objeto Algérie 54-62. Lettres carnets et récits des Français et des Algériens dans la guerre (2010, Prémio Elle Documents). Recentemente publicou com o romancista Alexis Jenni (Prix Goncourt 2011), Les mémoires dangereuses (2016), obra onde retorna à relação entre a memória colonial e a ascensão da extrema-direita em França. Será precisamente esta temática que irá abordar na sua conferência, proferida em francês com tradução simultânea para português.

Benjamin Stora é convidado do Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra, através dos projetos europeus MEMOIRS – Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias e CROME – Memórias Cruzadas, Políticas de Silêncio. As Guerras Coloniais e de Libertação em Tempos Pós-coloniais, financiados pelo European Reserach Council (ERC) e dirigidos respetivamente por Margarida Calafate Ribeiro e Miguel Cardina.

MEMOIRS estuda o impacto, na Europa de hoje, da transferência de memórias dos diferentes acontecimentos que conduziram ao final dos impérios de Portugal, França e Bélgica em África; CROME propõe-se analisar o modo como as guerras coloniais e de libertação têm sido recordadas, em Portugal e nas antigas colónias africanas, desde a queda do império e o advento das independências até aos dias de hoje.

Para mais informações ou obter o dossier de imprensa de Benjamin Stora:
Projeto MEMOIRS
Investigadora coordenadora | Margarida Calafate Ribeiro
memoirs@ces.uc.pt | |+ 351 239 855 570
margaridacr@ces.uc.pt

Projeto CROME
Investigador coordenador | Miguel Cardina
crome@ces.uc.pt | |+ 351 239 855 570
miguelcardina@ces.uc.pt

02.02.2017 | por marianapinho | Benjamin Stora, colonialismo, Europa, Extrema-direita, França, herança colonial, memória

South-South: Let me begin again

Installation picture, South-South Let me begin againInstallation picture, South-South Let me begin again

Goodman Gallery Cape Town Opening Saturday 28 January at 5pm

Los Carpinteros • Flávio Cerqueira • Elizabet Cerviño • Ângela Ferreira • Carlos Garaicoa • Kendell Geers • Haroon Gunn-Salie • Kiluanji Kia Henda • Grada Kilomba • KutalaChopeto • Paulo Nazareth • Sisipho Ngodwana • Antônio Obá • Rosana Paulino • Wilfredo Prieto • Tracey Rose • Gustavo Speridião

IN THE VIDEO ROOM Maria Thereza Alves • Coco Fusco • Binelde Hyrcan • Thiago Martins de Melo • Susana Pilar Delahante Matienzo

FEATURED PERFORMANCES iQhiya • Elizabet Cerviño • Ângela Ferreira’s Wattle and Daub with vocals by Lizette Chirrime*

Curated by Renato Silva and Lara Koseff

In the second edition of our South-South series, Goodman Gallery presents Let me begin again, an exhibition drawing parallels between artists from the Global South, whose work is situated within and beyond the afterlife of political revolution. The show looks at cross- cultural influence and divergence – both historical and recent – between countries such as Cuba, Brazil, South Africa and Angola, as well as other regions such as Mozambique, and Namibia; featured artists born in or living between these countries or in the diaspora.

Let me begin again considers a paradisal vision of race and class equality, and autonomy from Western domination, championed in the mid- to late 20th century. It is rooted in an intersection and unravelling of ideologies that emerged after revolution in Cuba, the end of military dictatorships in other parts of Latin American and independence in Africa, building up to the end of apartheid in the 1990s. The exhibition explores notions of freedom and control; artists revising and recalling historical moments, and challenging instability, yet sometimes embracing flux, in ways that are divergent from, but still linked to, political movements.

In July 1991, Nelson Mandela, president of the African National Congress (ANC) at the time, and Fidel Castro, then president of Cuba, spoke together on the same platform in Havana. Mandela was on a tour of Latin America, but his visit to Cuba marked an important moment for both world leaders. This interaction reflected Cuba’s mission of internationalism in the Global South; its support of African independence and involvement in the Angolan Civil War, which Mandela attributed as directly leading to the unbanning of the ANC. “The decisive defeat of the aggressive apartheid forces [in Angola] destroyed the myth of the invincibility of the white oppressor,” Mandela said. Both Mandela and Castro spoke of the emancipation of the poor and the rightless. Castro exclaimed persistently, “How far we slaves have come!” On reflection, these were distinct leaders from regions emerging from and moving towards different socio-political realities. But they were also converging on a conviction of equality; finding common ground in evoking the power of what Ernesto Che Guevara called – in reference to the strength of the masses – the human tide. Yet at the time, while victories such as free and quality health care and education were celebrated, the disappointments of transition where becoming palpable in Cuba – which in the early 1990s was deep in economic crisis due to the dissolution of the Soviet Union. And in Brazil, profound yet often concealed wounds were still only very slowly being revealed. Following Cuba, Mandela visited Brazil in August 1991, in efforts to seek continued sanctions in support for the end of apartheid. While there Mandela stated, “I have the feeling of being at home,” but was taken aback by the nuances of racial politics, and the latent and often clouded racial discrimination that lingered despite the transition into democracy.

Rereading this meeting of minds now – 25 years later, with dreams further deferred, tenuous diplomatic breakthroughs between enemy states, dissident voices, state control, unfinished projects, presidents on trial, lingering mass inequality and institutional racism, as well as looming neo-colonialism, is revealing and disheartening. While the world seemed to stop after the death of Mandela – his critics emerging mainly from South African – it was at odds over Castro’s more recent obituary, and his very polarising legacy. In a time when the Western world is again seeing the rise of the extreme right, the Global South appears to be grappling with the ideals, victories, as well as conflicting narratives and setbacks of the revolutionary left. Within this context of emerging economies and racially diverse societies, seems to be a need not only to move forward, but to revise and reconsider where we came from, to recover what has been lost.

This show comes 20 years after pivotal exhibitions such asMemorias Intimas Marcas – initiated by Fernando Alvim, in collaboration with Gavin Younge and Carlos Garaicoa, which looked at the residue of trauma caused by the Angolan Civil War – and the 2nd and last Johannesburg Biennale, curated by Okwui Enwezor, which unusually for the international art world at the time included many artists from the Global South. Now, this edition of South-South reflects on how the ideologies that were being embraced in the 1990s have unfolded or collapsed in quieter, contemplative moments, but are also being reignited or challenged in new instances of heated rupture.

Let me begin again offers a deferential plea to unearth the forgotten; rethink the misrepresented or misunderstood; confront the seemingly irreversible; tackle unfinished projects and traverse unending beginnings. Featured artists embody a variety of divergent socio-political stances and, in some cases, markedly or seemingly apolitical ones. But in each instance is the sensation of – or a call for – reinvention, renewal or adaptation, from historiography to processes of working.

Let me begin again follows The Poetry in Between: South-South, the first edition in the series in 2015, which focused on Brazil and South Africa in particular.

27.01.2017 | por martalanca | South-South: Let me begin again

Convite // 26 de Janeiro // Claire Fontaine: em vista de uma prática ready-made

26 de Janeiro, 21. Espaço Alkantara (Calçada Marquês Abrantes 99, Lisboa) 
[entrada livre]

Lançamento do livro “Claire Fontaine: em vista de uma prática ready-made” + Conversa + Performance

O título do livro dá nome a este encontro, que parte do conceito de “greve humana” do coletivo Claire Fontaine para pensar a intervenção estética como prática política de um “artista ready-made”. 

Claire Fontaine é um colectivo artístico sediado em Paris, fundado em 2004. Roubando o seu nome a uma marca popular de cadernos escolares, Claire Fontaine declarou-se um “Artista Readymade” e começou a elaborar uma arte Neo-Conceptual que frequentemente se assemelha ao trabalho de outros. Utilizando materiais como néon, vídeo, escultura, pintura e texto, a sua prática pode ser descrita como uma contínua interrogação sobre a impotência política e a crise da singularidade que parecem hoje definir a arte contemporânea. Mas se o artista hoje é o equivalente subjectivo de um urinol ou de uma caixa Brillo – tão descolocado, tão privado de valor-de-uso e tão trocável quanto os produtos que produz – há sempre a possibilidade a que Claire Fontaine chama “Greve Humana.” Claire Fontaine utiliza a sua frescura e juventude para fazer de si próprio uma singularidade-qualquer e um terrorista existencial em busca de emancipação subjectiva.


21h // Conversa com Leonardo Araujo, Pedro Bismarck e Miguel Cardoso
Moderação: Mariana Pinho

Leonardo Araujo
Do que o Artista Contemporâneo Mundial no Império corre?

Se a Greve Humana não é a experiência mas a evidência da miséria social, da falta de experiência no Deserto - a vida no Império -, o que o artista estaria a fazer hoje senão a denunciar as mazelas e negligências das instituições de poder? Há, dentro do espectro de produção da arte contemporânea de cunho político e, algumas vezes militante, uma certa dificuldade em imaginar outros lugares, ideias e organizações que corroborem para a simples possibilidade de imaginar. O artista, neste caso, não é outro qualquer - singularidade quaisquer -, que ao tornar pública a sua obra, evidencia a nossa própria ausência afectiva, crítica e de comunhão? 

Pedro Bismarck
Uma língua de saltimbancos

Os Claire Fontaine fizeram da sua prática-de-artista um exercício de reflexão permanente sobre a relação entre a arte e a vida. E, no entanto, o tempo que atravessam (o tempo que atravessamos) é o da absoluta dissolução dessa ligação: “grandes barricadas colocadas entre a arte e a vida, entre o saber e o viver”. Talvez seja por isso que os seus objectos pareçam sempre ruínas e fragmentos de uma guerra em curso. Mas não. Mais do que despojos de um tempo passado, eles parecem ser os vestígios de um tempo por vir. Objectos desinventados (para usar um termo de Manoel de Barros) à procura de um novo idioma, uma nova linguagem (uma “língua de saltimbancos”?) que, enfim, “materialize a possibilidade de dançar numa corda bamba e de combater”.

Miguel Cardoso
Deste hábito de participar no desastre: uma dialéctica da degradação

A noção de ‘degradação’ (do que degrada, do degradado, do degradante) surge apenas de passagem nos escritos de Claire Fontaine. Contudo, vou testá-la aqui como ponto de entrada para algumas das tensões inscritas num conjunto amplo de termos que servem a Claire Fontaine para descrever o ‘estado das coisas’ (das subjectividades, das relações sociais), desde as mais conceptualmente carregadas– reificação, despossessão, equivalência – às de uso mais corrente – empobrecimento, indigência, miséria. O que pode surgir a partir do que é/está/foi ‘degradado’? Podemos articular, a partir desta noção, e deixando de lado os usos mais moralistas do termo, uma poética, ou mesmo uma política?


a decorrer
// Performance de Sílvia
O [omniadversus. self-actualizing the subject]
‘O’ consiste numa experiência heteronímica imersiva num único corpo. Explora a identidade múltipla criando processos de subjetivação - linhas de fuga que transgridem as condicionantes do sujeito oficializado - através de uma prática imanente e impessoal, fora da dualidade caracteíristca do sujeito. ‘O’ promove uma intensa nomadologia que se prende com a vida. Integrados em circuitos sociais específicos, os heterónimos existem como persona viva em constate devir, assumindo a intermitência da autoria. 
‘O’ pretende desconstruir a medula da produção do sujeito e do autor. fomentando imprevisíveis atos de imanência do sujeito ou de objetos artísticos. Indagadora da funcionalidade do Eu, a plataforma ‘O’ prolifera como base para exercer a vacuidade do ser, incentivando o ser zero como mediação social e artística, expresso num presente multiplicável. 

*

Claire Fontaine: em vista de uma prática ready-made é um livro de autoria do coletivo francês, produzido pela GLAC Edições, editado por Alex Flynn e Leonardo Araujo, com traduções de Aurore Zachayus, Fabio Morais, Lucas Parente, Noara Quinta, Luhuna de Carvalho, Mariana Pinho e Nuno Rodrigues. 

A GLAC edições surge da união entre Leonardo Araujo e Gustavo Colombini. Desde 2011 os dois produzem publicações independentes das ideias e textos dos seus trabalhos conjuntos. A GLAC tenciona tornar público trabalhos que tenham o texto como objeto específico de produção, que lidem de modo experimental com a linguagem e que articulem o livro como objecto, criando projectos gráficos que atendam as demandas inclusas nas experimentações linguísticas dos textos. Actualmente a GLAC segue com três frentes de trabalhos: os livros gráfico-textuais produzidos pelos seus editores e convidados; edição, tradução e adaptação de textos anónimos e de artistas estrangeiros de carácter político; e o exercício de editar textos literários e dramatúrgicos de novos escritores no formato códex.

Mais informações em: 

Buala
Alkantara
facebook

25.01.2017 | por marianapinho | arte, Claire Fontaine, greve humana, política, Ready-Made, singularidade qualquer, zero