Doidão Bahia

Doidão Bahia                   Doidão vive por dentro da cultura afro-brasileira e seus representantes mais antigos e legítimos, como a Dona Dalva do Samba de Roda, ou as negras da Irmandade da Boa Morte. Era amigo de Jorge Amado e aproximou-o da vida cultural e social de Cachoeira, acompanhando-o na descoberta irmandade da Boa Morte e outros traços importantes desta cidade banhada pelo rio Paraguaçu. A arte do escultor está embrenhada nessa cultura afro-brasileira, nos sincretismos do candomblé e nas miscigenações culturais que fazem a história brasileira. Essa vivência cultural é inteira, como a que referiu Jorge Amado no Livro “Carta a uma Leitora sobre Romance e Personagens”.

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11.06.2013 | por Maria Prata

O corpo que não nos pertence: corpo vivo, performance de desterritorialização e arte

O corpo que não nos pertence:   corpo vivo, performance de desterritorialização e arte A desterritorialização compreende-se, historicamente, como parte de um processo mais global de uniformização da experiência, isto é, de territorialização por via do conceito. Por outras palavras, a visibilidade dos corpos, a visibilidade dos enunciados, a visibilidade dos comportamentos, passam a depender de regimes pré-estabelecidos de correspondências entre sujeito e objecto.

Corpo

11.06.2013 | por Nuno Martinho

O retorno aventureiro ao cinema do Níger pelo olhar de Moustapha Alassane

O retorno aventureiro ao cinema do Níger pelo olhar de Moustapha Alassane ECAScreening4: Alassane constrói uma sátira ao mostrar-nos como o cotidiano vivido pelos cowboys das ficções é conflitante com a vida dos jovens da aldeia. O final que o autor escolhe para o filme cria para o novo conflito produzido pela presença dos cowboys na aldeia uma solução que nos mostra como “as diferenças entre as culturas colonizadora e colonizada permaneçam profundas nunca operaram de forma binária”. Hall defende que não se deve designar a transição no sentido de reforçar a ideia de um “antes” e um “agora”, mas reler os binarismos como forma de transculturação, de tradução cultural que se destinam a perturbar os binarismos culturais do tipo aqui/lá.

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11.06.2013 | por Cristina dos Santos Ferreira

Retrospectiva, nome feminino

Retrospectiva, nome feminino Raquel Castro e Mariana Tengner Barros, fascinadas com o que a auto imolação do tunisino Mohamed Boazizi provocara no mundo e sentindo-se absolutamente encravadas num Portugal cada vez mais apertado pela austeridade, imaginam a sua obra e vida a ser pensada a partir do futuro e constroem uma ficção de auto-imolação. Mas corre mal, o fumo não rebenta a tempo, as fotos são pobres e a imagem não se presta a nenhuma leitura particular a não ser a de nos dar a ver um presente algures entre o urbano e o suburbano – sendo aí que reside a sua principal força.

Corpo

05.06.2013 | por Ana Bigotte Vieira

“Rostos de mulheres” ao espelho do cinema da África Subsariana (dos anos 1960 a 1990)

“Rostos de mulheres” ao espelho do cinema da África Subsariana (dos anos 1960 a 1990) ECAScreenings 3: "Tal como no cinema europeu ou americano, a filmografia da África Subsariana tem privilegiado as mulheres mas de acordo com uma perspectiva que lhe é, naturalmente, singular. Estamos bem longe das Garbo ou das Marlène Dietrich, das “galdérias”, das “prostitutas com um grande coração” representadas por Arletty ou por Anna Magnani, as raparigas dignas à Morgan, as “bombas sexuais” à Bardot ou à Sophia Loren. Tão-pouco são frequentes as corajosas pioneiras, animadoras de kolkhozes ou revolucionárias inveteradas, retratadas em série pelo cinema soviético dos tempos áureos. É por via de outros registos, em busca de outros “eternos femininos”, segundo outras problemáticas, que o cinema africano atribui um lugar às mulheres."

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05.06.2013 | por Sophie Dulucq

Retrospectiva de Eugénia Mussa

Retrospectiva de Eugénia Mussa Tudo isto seria mais ou menos evidente não fosse o caso das pinturas mais recentes de Eugénia Mussa não serem abstratas (lugares, sensações, ideias – ou a sua recusa – encontrados no ato da pintura). Em rigor são paisagens localizáveis (ainda que apenas situadas decorrido o processo de pintura). O lugar representado foi de facto encontrado pela artista primeiro na pintura e depois na paisagem; invertendo assim a lógica da ilusão ótica da miragem: a referência da realidade passa a ser a da placa sensível.

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28.05.2013 | por Maria do Mar Fazenda

Os modos de figuração da memória e das experiências diaspóricas em quatro documentários brasileiros

Os modos de figuração da memória e das experiências diaspóricas em quatro documentários brasileiros ECAScreenings 2: Quais são os traços e vestígios de memória que os cineastas privilegiam geralmente nas narrativas que constroem sobre a realidade sócio-cultural das populações diaspóricas? As imagens fílmicas funcionam como reflexos das memórias diaspóricas ou participam diretamente dos mecanismos de seu resgate e de sua mise-en-scène estratégica no espaço público? "este artigo pretende partir da própria historicidade e ambiguidade do conceito de diáspora (tal como definido e aplicado ao “mundo negro da América” por Stuart Hall e Paul Gilroy) para examinar, em particular, as estratégias de mise-em-scène da memória diaspórica em quatro filmes documentários brasileiros."

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16.05.2013 | por Mahomed Bamba

Entrevista com Manthia Diawara

Entrevista com Manthia Diawara ECAScreenings 1: Entrevista com Manthia Diawara professor de Estudos Africanos e literatura comparada da New York University (NYU) e realizador dos documentários: Sembéne: The Making of African Cinema (1994), Rouch in Reverse (1995), In Search of Africa (1997), Bamako Sigi-Kan (2002) e Conakry Kas (2003), etc "muitos dos intelectuais africanos foram criados com a antropologia, na medida em que o processo de conhecimento próprio e das suas culturas se baseou nas leituras de Lucien Lévy-Bruhl, de Leo Frobenius ou de Marcel Griaule. Por isso, em certo sentido, estes antropólogos inventaram uma África em que os africanos acabaram por se integrar e adoptar. Todavia, também existe uma abordagem de origem marxista a este fenómeno, uma espécie de desconstrução dessa oposição binária entre o ocidente e o Outro, o civilizado e o primitivo, entre a dita religião africana e a religião ocidental, pois o marxismo é todo ele iluminismo – ou se aceita a modernidade ou não. Os desenvolvimentos destas concepções trazem-nos aos dias de hoje e à questão aqui em causa: como é que se pode trabalhar hoje? Existe um Outro autêntico, que se possa opor ao “outro” dito essencialista ou estereotipado? Esta tem sido uma situação muito, muito difícil para todos nós, pois sempre que alguém “abre a boca” está a criar estereótipos."

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15.05.2013 | por João G. Rapazote

Recolha Mural Sonoro: instrumentos e sua classificação

Recolha Mural Sonoro: instrumentos e sua classificação A forma com que determinado instrumento é construído tem em atenção algumas limitações anatómicas e fisiológicas do indivíduo. Os materiais usados para conceber alguns instrumentos têm em conta razões de ordem acústica e prática, como por exemplo a forma e tamanho da mão do executante.

Mukanda

07.05.2013 | por Soraia Simões de Andrade

Lusophone hip-hop

Lusophone hip-hop Neste livro apresentam-se e complexificam-se os conceitos de lusofonia e “espaço lusófono” tendo em conta a história colonial, identidades locais e diáspora. Todos os artigos estão orientados para o entendimento da questão da juventude a partir de sua diversidade, em oposição à sua homogeneização, e todos confluem também para ressaltar o protagonismo juvenil nas diferentes modalidades.

Palcos

02.05.2013 | por Rosana Martins

Arquitetura habitacional em Cabo Verde: (re)conhecimento e desenvolvimento

Arquitetura habitacional em Cabo Verde: (re)conhecimento e desenvolvimento A compreensão dos hábitos de morar dá pistas acerca do meio físico e da organização social: a divisão dos cômodos da casa, ao separarem, por exemplo, servos de senhores ou homens de mulheres, indicam a construção hierárquica de uma dada sociedade. Assim como a pedra, o barro, a madeira, os vãos (muitos ou poucos), estão em acordo com o clima e a disponibilidade de material em cada região do globo terrestre.

Cidade

02.05.2013 | por Andréia Moassab

Sujeitos a um corpo sem voz. Sujeitos de um corpo voz

Sujeitos a um corpo sem voz. Sujeitos de um corpo voz Em Cabo Verde vive-se, actualmente num contexto que insiste em cristalizar discursos e pertenças heterossexuais, dando protagonismo a corpos masculinos legitimadores daquele projecto patriarcal e machista. Muitos, inquietados com o olhar sentenciador e/ou aprovador, dos outros, rendidos à normatividade social, vivem na clandestinidade dos corpos, fechando-se para dentro de si. Contudo os quadros normativos muitas vezes acabam por desencadear contestações. Encontramos corpos, Outros, que assumem o desafio de uma participação não passiva. Sujeitos a um corpo sem voz, sujeitos de um corpo voz.

Corpo

30.04.2013 | por Celeste Fortes e Rita Rainho

O argumento do terceiro homem

O argumento do terceiro homem Perguntávamos a um moçambicano albino se tinha alguma anedota sobre portugueses, riu-se, chegou um português aqui a Maputo e surpreendido com tudo isto perguntou a um moçambicano com um ar simpático e bem parecido como se chamavam os filhos da puta em Moçambique, meu senhor, nós não os chamamos, eles é que vêm sozinhos de Lisboa. E lá estávamos nós, dois filhos da puta em Maputo 38 anos depois da independência 20 anos depois da guerra civil, a velha bêbada aos berros, os olhos dela raiavam sangue e miséria, dá-me um mulato, dá me um mulato ou dinheiro meu filho da puta.

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24.04.2013 | por João Maria Gusmao + Pedro Paiva

Directamente da Lama de Mano António

Directamente da Lama de Mano António Directamente da Lama é o primeiro single do Rapper e Poeta conhecido pelas “leads” do Mercado HiPHop e de outras áreas por Mano António, o integrante do colectivo Jazzmática (JM).

Palcos

23.04.2013 | por Faradai e Chrisguy Oliveira

“Bobô”

“Bobô” Sofia vive isolada num velho apartamento de família onde até o pó parece ser preservado. A pedido da sua mãe chega Mariama, uma jovem guineense, para ajudar a cuidar da casa e do seu filho. Mas onde está este filho que nunca vemos? Bobô, irmã mais nova de Mariama, vai despertar em Sofia uma vontade de sair do casulo. Atrás do seu sorriso confiante, Mariama atormenta-se com a ameaça da mutilação genital feminina a que Bobô está prestes a ser submetida... O encontro entre Sofia e Mariama fá-las confrontarem-se com os seus fantasmas.

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20.04.2013 | por Inês Oliveira

2ª chamada - corpo - IMAGENS E GEOGRAFIAS

2ª chamada - corpo - IMAGENS E GEOGRAFIAS Anunciamos conjuntamente Imagens e Geografias pela intrínseca articulação entre corpo, representações e espaço, que não são formas separadas, nem formam um ecossistema organicamente organizado. Constroem-se correlativamente. O espaço não representa um mero recepiente neutro da acção física e experiência, é antes passível de condicionar e transformar o corpo, ao mesmo tempo que gera novas representações. Assistimos a uma (mais ou menos activa) constante negociação do corpo, das representações e do espaço.

Corpo

19.04.2013 | por Buala

On Safari

On Safari On Safari conta as suas peripécias com os animais. Armand Denis era de certa forma um mágico do improviso, pois inventou muitas técnicas de filmagem e tornou-se um ativista pelos direitos dos animais e contra a caça, defendendo um mundo que já estava na altura em vias de extinção. Considero também que a minha implicação física no filme é importante, para resgatar e confrontar de certa forma a invasão de que falava. Assim, enquanto não obtenho o apoio financeiro necessário à sua realização, tenho-me vestido com um fato de tigre em alguns lugares da cidade, em performances de curta duração: pendurei-me numa árvore em super8, fiz dupla com um homem-estátua para os turistas, passeei de gaivota no jardim zoológico, fui esquiar com um macaco nos Alpes, entre outras coisas.

Corpo

18.04.2013 | por Rita Brás

Poemas manuais para decoração de interiores 1.

Poemas manuais para decoração de interiores 1. A procura do buraco a procura do branco a procura do banco Sentada, branca, lívida, caída no buraco. De manhã a vida tranquila de manhã o café preto, a sensação de ingerir preto numa sensação de manhã, de cócoras, agachada na casa-de-banho de manhã ou de pé, lívida, fazendo uma torrada de manhã ou de perfil, olhando o espelho

Corpo

18.04.2013 | por Ritó aka Rita Natálio

sem título

sem título O meu corpo não está à venda, o meu corpo está vivo. O meu corpo partilha-se, troca-se, empresta-se e até se dá por uma boa causa. O meu corpo está frio. O meu corpo está quente. O meu corpo precisa de martelada, de cair à bruta ou de cair facilmente nas mãos de um monstro. O meu corpo não é meu.

Corpo

18.04.2013 | por Ritó aka Rita Natálio

Perceções sobre a intimidade e o corpo feminino na literatura poética da Guiné-Bissau

Perceções sobre a intimidade e o corpo feminino na literatura poética da Guiné-Bissau O presente artigo lança o desafio de desconstruir as perceções e os discursos poéticos mais expressivos projetados sobre o corpo feminino e a sexualidade nas narrativas poéticas guineenses tomando em consideração quatro dimensões analíticas: a) “repressão e controlo social do corpo feminino”; b) “erotismo singelo”; c) “celebração orgásmica do corpo feminino”; d) “descolonização e desmasculinização do corpo e da sexualidade feminina”.

Corpo

14.04.2013 | por Miguel de Barros