Eu também tenho um sonho

Eu também tenho um sonho Cinquenta anos depois o império americano cobre o continente africano com as bases militares e bases de drones através do Projecto Africon e lança bombas sobre vilas na Somália. Cinquenta anos depois a América continua com o seu projecto colonizador escondendo os seus tentáculos por detrás das vestes do Banco Mundial, da Organização Mundial do Comércio e do Fundo Monetário Internacional. Cinquenta anos depois os nativos americanos são tratados com não-cidadãos, quando a américa assassinou os seus ancestrais e roubou-lhes as suas terras.

Mukanda

01.09.2013 | por Plataforma Gueto

Cinema em Angola não era angolano

Cinema em Angola não era angolano Este livro é, por isso, um documento pioneiro e imprescindível para o estudo do cinema angolano (e também lusófono e colonial). Esperamos que o trabalho futuro dos investigadores Maria Carmo Piçarra e Jorge António continue (e continue a ser financiado) porque é com expectativa que aguardamos os volumes futuros. Porque não estamos só a falar de cinema per se. Sobretudo no caso de Angola, ao falar de cinema (do que há, do que não há, do que houve e do que se perdeu) estamos também a falar de movimentos históricos, de relações internacionais, de relações de poder, de olhares internos e externos sobre fenómenos económicos, sociais ou outros, de política e (sobretudo) de ideologia. Há escolhas, há olhares e há história(s) que têm de ser resgatados e estudados.

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23.08.2013 | por Raquel Ribeiro

África Mundos - Resistências Contemporâneas

África Mundos - Resistências Contemporâneas portanto, a partir deste capítulo de desvinculação colonial tão “desconhecido” quanto contundente, da longa primavera da África (por relação aos acontecimentos políticos recentes no Oriente Médio), e de um novo pensamento ideológico e cultural (o exemplo da “pedagogia da revolução” de Amílcar Cabral, nas palavras de Paulo Freire), que as responsáveis – Ligia Nobre e Cécile Zoonens – pela plataforma exo experimental org., em colaboração com Anne Sobotta, “imaginaram” uma aproximação renovada e necessária. Mas qual a importância contemporânea desta aproximação? O que alimenta esta necessidade hoje, em que o Brasil se assume como uma potência no mundo? O que existe para além da histórica descendência afro, de milhões de brasileiros?

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21.08.2013 | por Marta Mestre

O transeunte que ao início da noite

 O transeunte que ao início da noite O transeunte que ao início da noite tivesse tomado a estrada de Santa Luzia que desce da Fortaleza da Amura, junto à foz do Geba, ao Quartel General, e que, à altura do antigo restaurante Casa Santos, tivesse feito um detour à direita, teria entrado numa ruela estreita ladeada de casas sóbrias ao fundo da qual teria visto uma dezena de viaturas estacionadas ao lado de uma vistosa vivenda. E se, por curiosidade, tivesse entrado naquela vivenda pelo portão metálico lateral que dá acesso ao quintal, ter-se-ia encontrado num restaurante caseiro mudialmente conhecido.

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21.08.2013 | por Geraldo Martins

Se fossemos ainda mais angolanos...

Se fossemos ainda mais angolanos... Ouço novamente o álbum. Todo. E é como se o Nástio me perguntasse: e se fossemos ainda mais angolanos? Se ouvíssemos mais a voz da sabedoria dos poucos que ainda a têm. Se nos autorizássemos a ter uma voz mais plural, e portanto a aceitar melhor a voz dos outros. Se nos sentássemos mais vezes a falar de outras coisas que não o carro, os dólares, as discotecas, as amantes, os whisky's. Seriamos menos angolanos? Seremos menos angolanos?

Palcos

14.08.2013 | por Ondjaki

A ‘periferia’ a dar música ao ‘centro’ da cidade

A ‘periferia’ a dar música ao ‘centro’ da cidade Esta é a história de Nigga Fox, de Marfox, de Maboku, da editora Príncipe, e do encontro suado e festivo entre a ‘periferia’ e o ‘centro’ na pista de dança. Uma massa de corpos move-se freneticamente e sempre que um novo tema é lançado pelo DJ ouvem-se gritos de júbilo. São quase três da manhã, noite de fim-de-semana, num dos espaços mais conhecidos de Lisboa, o MusicBox, ao Cais do Sodré, e dança-se com uma tenacidade que não vê muito por aí, mistura de satisfação e sensualidade.

Palcos

04.08.2013 | por Vítor Belanciano

Óleo de palma, floresta e conflito em São Tomé

Óleo de palma, floresta e conflito em São Tomé O sangue ferveu numa manhã de Maio passado. De catanas em punho, a população impediu o avanço das máquinas. A Agripalma suspendeu as operações e agora vêem-se no local apenas alguns trabalhadores a seccionarem grandes árvores já abatidas. Num país onde a falta de emprego é um problema, a perspectiva de trabalho no projecto Agripalma não entusiasma a todos. "São trabalhadores extras. Não têm regalias, segurança social, se ficam doentes ninguém lhes paga", diz Adelino dos Prazeres, outro morador de Porto Alegre.

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31.07.2013 | por Ricardo Garcia

A nova cidade do Dundo

A nova cidade do Dundo Mundialmente conhecido pelo seu acervo em arte Lunda/Tchokwe, o Museu do Dundo possui documentação composta por centenas de relatórios dos diferentes serviços da Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), cobrindo detalhadamente cerca de meio século da ocupação colonial da área. O acervo compreende ainda milhares de fotografias e outra documentação relativa à vida cultural das populações do Leste de Angola.

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31.07.2013 | por Carlos Lousada

3º chamada - corpo - VIDA E MORTE

3º chamada  - corpo - VIDA E MORTE O biológico e o histórico aliam-se em torno de tecnologias modernas de poder que intervêm e invadem a vida. E há uma crescente proliferação de tecnologias políticas: a saúde, as formas de alimentação e de habitação, as condições de vida, o espaço total da existência. É sabido que a existência, a conduta, o corpo, são crescentemente medicalizados.

Corpo

27.07.2013 | por Buala

Ser gay em Cabo Verde

Ser gay em Cabo Verde A Mindelo Pride, “Iª Semana pela igualdade das pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans”, organizada pela Associação Gay Cabo-verdiana, marca as conquistas e os novos desafios dos homossexuais em África.

Corpo

20.07.2013 | por Juliana Penha

Cold Star

Cold Star Cold Star liga as emoções de uma curta com as batidas e letra de uma música. O filme é um apelo para a aceitação da identidade sexual de si próprio e dos outros.

Corpo

09.07.2013 | por Buala

Em pé de guerra: cidade e transumância

Em pé de guerra: cidade e transumância Caminhar é pois não só uma aptidão profundamente democrática porque equitativamente distribuída, mas uma condição definidora daquilo que somos, um a priori corporal comum. É no seu próprio ritmo e nesse controlo plástico das redondezas que o mundo se desvela para nós, de acordo com a nossa sensibilidade. As percepções pessoais do espaço e do tempo emergem dele ainda unidas, graças a uma corporeidade movente que é o primeiro gesto criativo à nossa disposição.

Corpo

26.06.2013 | por Tiago Mesquita Carvalho

Espaço Cultural Elinga, salvaguarda da liberdade espiritual artística

Espaço Cultural Elinga, salvaguarda da liberdade espiritual artística No meio de uma cidade frenética para o bem e para o mal, há pontos de abrigo – que nos abraçam e nos lembram que aqui também é a nossa casa. É importante não esquecer isto. O Espaço Cultural Elinga, local que alberga uma série de actividades lúdicas e culturais, é um desses pontos de abrigo. É antes de mais um local de cultura. Cultura no seu sentido mais original. A antiga Casa das Beiras do período colonial português é uma espécie de salvaguarda da liberdade espiritual artística, onde tudo é possível acontecer – mas sempre com algum estilo, com uma linguagem própria e interdisciplinar, com referências locais mas também internacionais.

Cidade

17.06.2013 | por Miguel Gomes

A batalha de Tabatô

A batalha de Tabatô Para a maior parte das pessoas a Guiné é apenas o terceiro país mais pobre do mundo. Coincidência ou não as suas ilhas foram dos primeiros lugares a ser descobertos (e comercializados) pelos portugueses e a escravatura o seu primeiro negócio. Voltar hoje à Guiné é encontrar os rastos deste trauma colectivo, é encontrar a apregoada auto estima da população a "menos que zero". E no entanto... no centro da Guiné passa-se algo de extraordinário. Encontramos a ideia deste projecto não na Guiné (onde nunca tinha estado) mas em Berlim. Um jovem alemão, violinista, sonhava viajar para a Guiné para aprender Djembé (tambor de bater com as mãos). Isso apanhou-me logo de surpresa, porque quando era pequeno, em África, os nossos pais mandavam os filhos para a Alemanha para aprenderem violino: agora são os jovens alemães que sonham aprender música em África (?!)

Afroscreen

17.06.2013 | por João Viana

João Viana, a felicidade numa sala de cinema

João Viana, a felicidade numa sala de cinema ECAScreening5: Foi em África que decidiu que ia ser cineasta, foi em África que filmou A Batalha de Tabatô, foi África que lhe deu uma menção especial no Festival de Berlim. João Viana, dez anos depois da primeira curta, sente estar a viver “um filme” e não quer embandeirar em arco com a recepção à sua primeira longa.

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16.06.2013 | por Jorge Mourinha

Doidão Bahia

Doidão Bahia                   Doidão vive por dentro da cultura afro-brasileira e seus representantes mais antigos e legítimos, como a Dona Dalva do Samba de Roda, ou as negras da Irmandade da Boa Morte. Era amigo de Jorge Amado e aproximou-o da vida cultural e social de Cachoeira, acompanhando-o na descoberta irmandade da Boa Morte e outros traços importantes desta cidade banhada pelo rio Paraguaçu. A arte do escultor está embrenhada nessa cultura afro-brasileira, nos sincretismos do candomblé e nas miscigenações culturais que fazem a história brasileira. Essa vivência cultural é inteira, como a que referiu Jorge Amado no Livro “Carta a uma Leitora sobre Romance e Personagens”.

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11.06.2013 | por Maria Prata

O corpo que não nos pertence: corpo vivo, performance de desterritorialização e arte

O corpo que não nos pertence:   corpo vivo, performance de desterritorialização e arte A desterritorialização compreende-se, historicamente, como parte de um processo mais global de uniformização da experiência, isto é, de territorialização por via do conceito. Por outras palavras, a visibilidade dos corpos, a visibilidade dos enunciados, a visibilidade dos comportamentos, passam a depender de regimes pré-estabelecidos de correspondências entre sujeito e objecto.

Corpo

11.06.2013 | por Nuno Martinho

O retorno aventureiro ao cinema do Níger pelo olhar de Moustapha Alassane

O retorno aventureiro ao cinema do Níger pelo olhar de Moustapha Alassane ECAScreening4: Alassane constrói uma sátira ao mostrar-nos como o cotidiano vivido pelos cowboys das ficções é conflitante com a vida dos jovens da aldeia. O final que o autor escolhe para o filme cria para o novo conflito produzido pela presença dos cowboys na aldeia uma solução que nos mostra como “as diferenças entre as culturas colonizadora e colonizada permaneçam profundas nunca operaram de forma binária”. Hall defende que não se deve designar a transição no sentido de reforçar a ideia de um “antes” e um “agora”, mas reler os binarismos como forma de transculturação, de tradução cultural que se destinam a perturbar os binarismos culturais do tipo aqui/lá.

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11.06.2013 | por Cristina dos Santos Ferreira

Retrospectiva, nome feminino

Retrospectiva, nome feminino Raquel Castro e Mariana Tengner Barros, fascinadas com o que a auto imolação do tunisino Mohamed Boazizi provocara no mundo e sentindo-se absolutamente encravadas num Portugal cada vez mais apertado pela austeridade, imaginam a sua obra e vida a ser pensada a partir do futuro e constroem uma ficção de auto-imolação. Mas corre mal, o fumo não rebenta a tempo, as fotos são pobres e a imagem não se presta a nenhuma leitura particular a não ser a de nos dar a ver um presente algures entre o urbano e o suburbano – sendo aí que reside a sua principal força.

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05.06.2013 | por Ana Bigotte Vieira

“Rostos de mulheres” ao espelho do cinema da África Subsariana (dos anos 1960 a 1990)

“Rostos de mulheres” ao espelho do cinema da África Subsariana (dos anos 1960 a 1990) ECAScreenings 3: "Tal como no cinema europeu ou americano, a filmografia da África Subsariana tem privilegiado as mulheres mas de acordo com uma perspectiva que lhe é, naturalmente, singular. Estamos bem longe das Garbo ou das Marlène Dietrich, das “galdérias”, das “prostitutas com um grande coração” representadas por Arletty ou por Anna Magnani, as raparigas dignas à Morgan, as “bombas sexuais” à Bardot ou à Sophia Loren. Tão-pouco são frequentes as corajosas pioneiras, animadoras de kolkhozes ou revolucionárias inveteradas, retratadas em série pelo cinema soviético dos tempos áureos. É por via de outros registos, em busca de outros “eternos femininos”, segundo outras problemáticas, que o cinema africano atribui um lugar às mulheres."

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05.06.2013 | por Sophie Dulucq