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 O desejo é o que nos leva a produzir novas formas, a construir um mundo, a organizarmo-nos de maneiras singulares e inovadoras. Entre o que se espelha e o que se oculta, é a hipótese que sobra de nos libertarmos do pântano jurídico onde nos afogamos. Quando o outro aparece, surge sempre como alguém a ser lido, a descobrir, a tatear, como a figuração do desconhecido sobre a qual projecto as minhas fantasias. O desejo que deflagra num movimento inesperado, numa desigualdade oscilante, numa ondulação caprichosa, nunca será uma uniformização homogénea e igualitária. A igualdade confunde-se com impunidade na sociedade neoliberal, a impunidade é hierárquica. Na perversão capitalista, igualdade significa apenas privilégio.
				 O desejo é o que nos leva a produzir novas formas, a construir um mundo, a organizarmo-nos de maneiras singulares e inovadoras. Entre o que se espelha e o que se oculta, é a hipótese que sobra de nos libertarmos do pântano jurídico onde nos afogamos. Quando o outro aparece, surge sempre como alguém a ser lido, a descobrir, a tatear, como a figuração do desconhecido sobre a qual projecto as minhas fantasias. O desejo que deflagra num movimento inesperado, numa desigualdade oscilante, numa ondulação caprichosa, nunca será uma uniformização homogénea e igualitária. A igualdade confunde-se com impunidade na sociedade neoliberal, a impunidade é hierárquica. Na perversão capitalista, igualdade significa apenas privilégio. 		 Precisamos de uma crítica queer, ainda, por nos encontrarmos numa relação de curto-circuito causal com as instituições que governam o conjunto das relações sociais. O ciclo de acomodação e assimilação, pela sua lógica aditiva e integrativa, colocará sempre a racionalidade da instituição primeiro. Eventualmente, esta poderá atualizará a sua retórica, o seu reportório: as fórmulas da sua representação. No limite, talvez seja impactada, a um nível menos percetível, pelos princípios e pautas políticas às quais dedica apenas a mais performativa das atenções.
				Precisamos de uma crítica queer, ainda, por nos encontrarmos numa relação de curto-circuito causal com as instituições que governam o conjunto das relações sociais. O ciclo de acomodação e assimilação, pela sua lógica aditiva e integrativa, colocará sempre a racionalidade da instituição primeiro. Eventualmente, esta poderá atualizará a sua retórica, o seu reportório: as fórmulas da sua representação. No limite, talvez seja impactada, a um nível menos percetível, pelos princípios e pautas políticas às quais dedica apenas a mais performativa das atenções.		 Numa ilha no meio de um lago, onde uma fonte luminosa vinha dar um toque de modernidade, qual metáfora do empreendimento português em África, instalaram-se umas dezenas de guineenses, que viviam o seu quotidiano numa aldeia de palhotas, sob o olhar dos visitantes portugueses. O público da exposição podia assim ocupar, mesmo que temporariamente, o olhar e o lugar do colonizador. Um colonizador que, na segurança oferecida por um parque no centro do Porto, podia já beneficiar dos resultados das "campanhas de pacificação" em África
				Numa ilha no meio de um lago, onde uma fonte luminosa vinha dar um toque de modernidade, qual metáfora do empreendimento português em África, instalaram-se umas dezenas de guineenses, que viviam o seu quotidiano numa aldeia de palhotas, sob o olhar dos visitantes portugueses. O público da exposição podia assim ocupar, mesmo que temporariamente, o olhar e o lugar do colonizador. Um colonizador que, na segurança oferecida por um parque no centro do Porto, podia já beneficiar dos resultados das "campanhas de pacificação" em África		



